As páginas que se vão ler tratam de um dom profundo do
Espírito humano encarnado: o dom da mediunidade. Por meio dele entraremos em
contato com os Espíritos, ou seja, com os desencarnados, aqueles que já, em
corpo carnal, habitaram a Terra, conviveram conosco, e partiram para a pátria
espiritual, invisível para nós.
E como o explorador terreno que, antes de se aventurar a uma
região desconhecida e que lhe compete explorar, aparelha-se com os petrechos e
informações que lhe facilitem a tarefa, e o protejam dos riscos a que possa
estar exposto, assim aquele que vai contatar-se com os Espíritos deve precaver-se
contra os perigos a que se expõe.
Posto que não sejam instrumentos materiais, são, contudo, de
suma importância, e sem os quais poderá frustrar-se em sua tarefa.
Os instrumentos a que nos referimos são intelectuais,
morais, espirituais, e materiais.
Os instrumentos intelectuais resumem-se num só: o estudo.
O estudo das obras básicas da Doutrina Espírita deve ser uma
constante na vida do médium; Kardec, Delanne, Dénis, Bozzano, oferecem as bases
reais do Espiritismo, a que se juntam atualmente as obras de novos autores, que
nacionais, quer estrangeiros através de excelentes traduções, e publicados por
editoras de alta responsabilidade.
O estudo desenvolve no médium o discernimento, isto é, a
capacidade de julgar.
Os instrumentos morais consubstanciam-se na conduta do
médium; uma conduta moralizada protege-o contra os Espíritos ignorantes e
maldosos, que porventura procurem embaraça-lo no desempenho de sua mediunidade,
e fá-lo contar com o auxílio dos bons Espíritos. Onde quer que esteja o médium
deve ser um exemplo de moralidade, porém, sem afetação. É importante que se
livre de vícios, por menores que sejam. É essencial também que o médium não se
engolfe demasiadamente na vida social. Uma vida social intensa poderá
trazer-lhe perturbações, além de interferir em seus deveres espirituais.
O instrumento espiritual de que o médium deve munir-se é a
fé. Não a fé cega, fanática, que a nada
conduz, e não duvida porque sabe, e sabe por que estuda. Como diz Emmanuel em
seu livro “Fonte Viva”; “A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do
ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo
trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a
viver.” E Kardec, em seu “O Evangelho segundo o Espiritismo”, nos ensina: “A fé
robusta nos confere a perseverança, a energia, e os recursos necessários para a
vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas, quanto nas grandes coisas.”.
Por instrumento material entendemos o trabalho do médium
para ganhar honestamente o seu pão de cada dia, segundo sua profissão, evitando
ambição excessiva, de desejos imoderados. Ao médium não é proibido lutar para
ter mais e melhor, materialmente falando; entretanto se conseguir pouco,
contentar-se com esse pouco; se for agraciado com riquezas, lembrar-se
continuamente de que não é mais do que um mordomo dos bens do Senhor; evitará
assim o peso das preocupações materiais, um tropeço ao bom desempenho
mediúnico.
De outras precauções que o médium deve tomar, falaremos no
decorrer dos próximos capítulos.
O AMOROSO APELO
A COMUNICAÇÃO ENTRE OS ENCARNADOS E OS DESENCARNADOS
A MEDIUNIDADE
OS MÉDIUNS
MÉDIUNS DE EFEITOS FISICOS
MÉDIUNS FALANTE
MÉDIUNS ESCREVENTES
MEDIUNS AUDIENTES
MÉDIUNS VIDENTES
MÉDIUNS INTUITIVOS
MÉDIUNS INSPIRADOS
O APARECIMENTO DA MEDIUNIDADE
O DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE
EXERCÍCIOS
OS HABITANTES DO MUNDO ESPIRITUAL
A LEI DA AFINIDADE MORAL
HIGIENE FÍSICA E MENTAL
O PROTETOR DO MÉDIUM
QUALIDADES DE UM BOM MÉDIUM
O QUE FAZ UM MÉDIUM FRACASSAR
CONTINUA....
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