sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

A MEDIUNIDADE SEM LÁGRIMAS (Eliseu Rigonatti)

CONSELHOS OPORTUNOS
As páginas que se vão ler tratam de um dom profundo do Espírito humano encarnado: o dom da mediunidade. Por meio dele entraremos em contato com os Espíritos, ou seja, com os desencarnados, aqueles que já, em corpo carnal, habitaram a Terra, conviveram conosco, e partiram para a pátria espiritual, invisível para nós.

E como o explorador terreno que, antes de se aventurar a uma região desconhecida e que lhe compete explorar, aparelha-se com os petrechos e informações que lhe facilitem a tarefa, e o protejam dos riscos a que possa estar exposto, assim aquele que vai contatar-se com os Espíritos deve precaver-se contra os perigos a que se expõe.

Posto que não sejam instrumentos materiais, são, contudo, de suma importância, e sem os quais poderá frustrar-se em sua tarefa.

Os instrumentos a que nos referimos são intelectuais, morais, espirituais, e materiais.
Os instrumentos intelectuais resumem-se num só: o estudo.

O estudo das obras básicas da Doutrina Espírita deve ser uma constante na vida do médium; Kardec, Delanne, Dénis, Bozzano, oferecem as bases reais do Espiritismo, a que se juntam atualmente as obras de novos autores, que nacionais, quer estrangeiros através de excelentes traduções, e publicados por editoras de alta responsabilidade.

O estudo desenvolve no médium o discernimento, isto é, a capacidade de julgar.

Os instrumentos morais consubstanciam-se na conduta do médium; uma conduta moralizada protege-o contra os Espíritos ignorantes e maldosos, que porventura procurem embaraça-lo no desempenho de sua mediunidade, e fá-lo contar com o auxílio dos bons Espíritos. Onde quer que esteja o médium deve ser um exemplo de moralidade, porém, sem afetação. É importante que se livre de vícios, por menores que sejam. É essencial também que o médium não se engolfe demasiadamente na vida social. Uma vida social intensa poderá trazer-lhe perturbações, além de interferir em seus deveres espirituais.

O instrumento espiritual de que o médium deve munir-se é a fé.  Não a fé cega, fanática, que a nada conduz, e não duvida porque sabe, e sabe por que estuda. Como diz Emmanuel em seu livro “Fonte Viva”; “A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.” E Kardec, em seu “O Evangelho segundo o Espiritismo”, nos ensina: “A fé robusta nos confere a perseverança, a energia, e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas, quanto nas grandes coisas.”.

Por instrumento material entendemos o trabalho do médium para ganhar honestamente o seu pão de cada dia, segundo sua profissão, evitando ambição excessiva, de desejos imoderados. Ao médium não é proibido lutar para ter mais e melhor, materialmente falando; entretanto se conseguir pouco, contentar-se com esse pouco; se for agraciado com riquezas, lembrar-se continuamente de que não é mais do que um mordomo dos bens do Senhor; evitará assim o peso das preocupações materiais, um tropeço ao bom desempenho mediúnico.

De outras precauções que o médium deve tomar, falaremos no decorrer dos próximos capítulos.


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