Logo que
tenhamos escolhido o Centro Espírita e formos admitidos a suas sessões,
principalmente a desenvolver nossa mediunidade.
À primeira
vista ninguém nos poderá dizer qual a espécie de mediunidade que possuímos;
somente a experimentação é que nos indicará se é escrevente, falante, auditiva
ou outra qualquer. É depois de muitas sessões que nossa mediunidade se
revelará; geralmente, precisamos procurar, pelo exercício, qual delas devemos
desenvolver; a prática de dirigente dos trabalhos será um auxílio valioso,
porque ele nos orientará ora num sentido ora noutro, até que a encontremos.
Durante algum tempo faremos exercícios de escrita; se não derem resultado,
faremos da auditiva, e assim por diante, até que se manifeste uma para a qual
tenhamos facilidade; então, abandonaremos as outras e nos dedicaremos somente a
ela. Nunca pretendamos desenvolver várias mediunidades; uma única é o
suficiente; quem quiser mais que uma, arrisca-se a não ter nenhuma.
Começamos
por aprender a concentração. Concentrar-se significa pensar em uma só coisa;
habituemo-nos a fixar o pensamento e não deixa-lo vagar.
Quando nós
nos sentarmos à mesa, esqueçamos completamente o que nos sucedeu durante o dia;
libertemo-nos das preocupações; fixemos nosso pensamento unicamente em Deus,
nosso Pai, e por meio de uma prece fervorosa peçamos-Lhe que permita que
espírito bondoso se interesse pornôs e nos ajude em nosso desenvolvimento.
Como
desenvolver a mediunidade falante:
Feita a
concentração, o dirigente da sessão pedirá a um espírito que se encarregue do
desenvolvimento do futuro médium, dizendo mais ou menos o seguinte: - O irmão que
quer desenvolver nosso irmão Fulano manifeste-se em nome do Senhor! Dedicará
uns cinco minutos a cada médium em desenvolvimento e fará três ou quatro
pedidos durante esse tempo. Notando que o médium está sendo influenciado pelo
espírito, procurará travar conversa com ele. A principal dificuldade a vencer
consiste em fazer com que o médium não segure a comunicação. Quase todos os
médiuns em desenvolvimento não deixam que o espírito fale, apesar de atuados, o
que atrasa muito o desenvolvimento. Logo que o médium deixar que o espírito
fale livremente, o desenvolvimento se operará com facilidade. Quando o espírito
começa a atuar, o médium sente a sensação de um leve choque elétrico, que lhe
percorre o corpo e o faz estremecer; a respiração se acelera e o coração pulsa
mais rápido; parece que alguma coisa lhe envolve a cabeça; uma porção de
pensamentos lhe aflui ao cérebro e é tomado de um grande desejo de repetir em
voz alta esses pensamentos. No começo o médium julga que esses pensamentos são
seus e, por isso, reprime a manifestação do espírito; não deve reprimi-la; deve
falar repetir o que o espírito está ditando. Terminada a manifestação, o
espírito se retira e o médium volta ao seu estado normal. As primeiras
comunicações são palavras soltas e frases quase sem sentido; com o progredir do
desenvolvimento, a comunicação se tornará concatenada até se transformar em
preleções e conversações com os presentes.
Como
desenvolver a mediunidade escrevente:
O médium em
desenvolvimento senta-se à mesa; toma um lápis e papel e coloca-se na posição
de quem vai escrever; deixará a mão relaxada ou bem mole, como se costuma
dizer; concentra-se. Quando o espírito começar a atuar. O médium sentirá que
sua mão é puxada ora para um lado ora para outro; é deixar que o espírito atue;
não forçar a mão ne retesar os músculos, o que dificulta e quase impede a ação
do espírito; não prestar atenção ao que o espírito escreve; conservar-se bem
concentrado. Nas primeiras sessões é muito natural que nada consiga; com o
continuar dos exercícios, irá riscando o papel, traçando letras, em seguida
palavras, depois frases e, por fim, mensagens completas.
Como
desenvolver a mediunidade audientes:
Esta
mediunidade, para ser desenvolvida com êxito, exige muita sinceridade da parte
do médium, porque só ele ouve o que o espírito quer transmitir. O médium
concentra-se.
O diretor
dos trabalhos fará o seguinte pedido:
- O irmão
que quer desenvolver nosso irmão Fulano pode ditar-lhe que ele nos repetirá
suas palavras. Com o decorrer dos exercícios, o médium irá ouvindo os
espíritos; distinguirá a voz de cada um e reconhecerá a muitos; poderá
conversar com eles, dirigindo-lhes perguntas pelo pensamento, às quais eles
responderão. É preciso ter o cuidado de não dar ouvidos a irmãos inferiores;
insinuam-se se compraz em ouvi-los, tornam-se companheiros irritantes e
difíceis de serem evitados.
Como
desenvolver a mediunidade vidente:
Para
desenvolver-se esta mediunidade, procede-se da seguinte maneira concentrados,
procuramos ver, ora com olhos abertos ora com eles fechados. Depois de
continuados exercícios, principiaremos a perceber qualquer coisa, como que uma
névoa rala e luminosa; essa névoa, aos poucos, adquirirá forma até que
distinguimos os traços dos espíritos que estão presentes. A visão mental se
apresenta ao médium como se ele estivesse revendo alguém em pensamento. A
princípio são apenas imagens vagas que se tornarão nítidas à medida que o
desenvolvimento progride.
Como
desenvolver a mediunidade intuitiva:
O médium
mune-se de papel e lápis e concentra-se. Em seguida anotará todos os
pensamentos que lhe aflorarem ao cérebro. Os primeiros pensamentos que consegue
receber dos espíritos são confusos, frases sem nexo, palavras soltas. É comum o
médium julgar que tais pensamentos são seus; não importa, deve escrevê-los e
depois analisa-los. Com o progredir do desenvolvimento, os pensamentos afluirão
cada vez mais claros e precisos e, com a prática, o médium facilmente
distinguirá o que é seu do que é dos espíritos.
Como
desenvolver a mediunidade inspirada:
O
desenvolvimento da mediunidade inspirada difere radicalmente do das outras
mediunidades. Na mediunidade falante, os espíritos se servem dos órgãos vocais
do médium; na escrevente, da mão; na audientes, dos ouvidos; na vidente, dos
olhos; na intuitiva, do cérebro; na mediunidade inspirada, os espíritos se
utilizam da inteligência e do saber do médium. Os espíritos inspiram ao médium somente
o que está ao alcance de sua compreensão; deduzimos, por conseguinte, que
quanto mais cultivada estiver a inteligência do médium tanto mais inspirado
será. Para cultivar a inteligência e aparelhar-se para ser um bom médium
inspirado é preciso ler muito; fazer da leitura dos bons livros um hábito;
estudar profundamente o Espiritismo e o Evangelho. A tarefa dos médiuns inspirados
é pregar o Evangelho e ensinar o Espiritismo. Estudando, pregando e ensinando,
o médium será facilmente inspirado pelos espíritos que lutam pelo progresso
espiritual da humanidade.
Livro A Mediunidade sem Lágrimas - Eliseu Rigonatti
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