segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Meios de Conservação - LEI DE CONSERVAÇÃO

L.E.704. Deus, dando ao homem a necessidade de viver, sempre lhe forneceu os meios para isso?
    — Sim, e se ele não os encontra é por falta de compreensão. Deus não podia  dar ao homem a necessidade de viver sem lhe dar também os meios. É por isso que faz a terra produzir de maneira a fornecer o necessário a todos  os seus habitantes, pois só o necessário é útil; o supérfluo jamais o é.

       705. Por que a terra nem sempre produz bastante para fornecer o necessário ao homem?
       E que o homem a negligencia, o ingrato, e no entanto ela é uma excelente mãe. Freqüentemente ele ainda acusa a Natureza pelas conseqüências da sua imperícia ou da sua imprevidência. A terra produziria sempre o necessário, se o homem soubesse contentar-se. Se ela não supre a todas as necessidades é porque o homem emprega no supérfluo o que se destina ao necessário. Vede o árabe no deserto como encontra sempre do que viver, porque não cria necessidades fictícias. Mas quando metade dos produtos é desperdiçada na satisfação de fantasias, deve o homem se admirar de nada encontrar no dia seguinte e tem razão de se lastimar por se achar desprevenido quando chega o tempo de escassez? Na verdade, eu vos digo que não é a Natureza a imprevidente, é o homem que não sabe regular-se.

      706. Como bens da terra devemos entender apenas os produtos do solo?
      O solo é a fonte primeira de que decorrem todos os outros recursos, porque esses recursos, em, última instância, são apenas uma transformação dos produtos do solo. É por isso que devemos entender pelos bens da terra tudo quanto o homem pode gozar nesse mundo.

      707. Os meios de subsistência faltam freqüentemente a certos indivíduos, mesmo em meio da abundância que os cerca; a que se deve ligar esse fato?
      Ao egoísmo dos homens que nem sempre fazem o que devem; em seguida, e o mais freqüentemente, a eles mesmos. Buscai e achareis; estas palavras não querem dizer que seja suficiente olhar para a terra a fim de encontrar o que se deseja, mas que é necessário procurar com ardor e perseverança, e não com displicência, sem se deixar desanimar pelos obstáculos que muito freqüentemente não passam de meios de pôr à prova a vossa constância, a vossa paciência e a vossa firmeza. (Ver item 534.)

Comentário de Kardec: Se a civilização multiplica as necessidades, também multiplica as fontes de trabalho e os meios de vida; mas é preciso convir que nesse sentido ainda muito lhe resta a fazer. Quando ela tiver realizado a sua obra. ninguém poderá dizer que lhe falte o necessário, a menos que o falte por sua própria culpa. O mal, para muitos, é viverem uma vida que não é a que a Natureza lhes traçou; é então que lhes falta a inteligência para vencerem. Há para todos um lugar ao sol, mas com a condição de cada qual tomar o seu e não o dos outros. A Natureza não poderia ser responsável pelos vícios da organização social e pelas conseqüências da ambição e do amor-próprio.                       
     Seria preciso ser cego, entretanto, para não se reconhecer o progresso que nesse sentido têm realizado os povos mais adiantados.

     Graças aos louváveis esforços que a Filantropia e a Ciência, reunidas, não cessam de fazer para a melhoria da condição material dos homens, e malgrado o crescimento incessante das populações, a insuficiência da produção é atenuada, pelo menos em grande parte, e os anos mais calamitosos nada têm de comparável aos de há bem pouco tempo. A higiene pública, esse elemento tão essencial da energia e da saúde, desconhecido por nossos pais, é objeto de uma solicitude esclarecida; o infortúnio e o sofrimento encontram lugares de refúgio; por toda parte a Ciência é posta em ação, contribuindo para o acréscimo do bem-estar. Pode-se dizer que atingimos a perfeição? Oh!, certamente que não. Mas o que já se fez dá-nos a medida do que pode ser feito, com perseverança, se o homem for bastante sensato para procurar a sua felicidade nas coisas positivas e sérias e não nas utopias que o fazem recuar em vez de avançar.

     708. Não há situações em que os meios de subsistência não dependem absolutamente da vontade do homem e a privação do necessário, até o mais imperioso, é uma conseqüência das circunstâncias?
     E uma prova freqüentemente cruel que o homem deve sofrer e à qual subia que seria exposto; seu mérito está na submissão à vontade de Deus, se a sua inteligência não lhe fornecer algum meio de sair da dificuldade. Se a morte deve atingi-lo, ele deverá submeter-se sem lamentar, pensando que a hora da verdadeira liberdade chegou e que o desespero do momento final pode fazê-lo perder o fruto de sua resignação.

     709. Aqueles que em situações críticas se viram obrigados a sacrificar os semelhantes para matar a fome, cometeram com isso um crime? Se houve crime, é ele atenuado pela necessidade de viver que o instinto de conservação lhes dá?
     Já respondi, ao dizer que há mais mérito em sofrer todas as provas da vida com abnegação e coragem. Há homicídio e crime de lesa-natureza, que devem ser duplamente punidos.

     710. Nos mundos onde a organização é mais apurada, os seres vivos têm necessidade de alimentação?
     Sim, mas os seus alimentos estão em relação com a sua natureza. Esses alimentos não seriam tão substanciais para os vossos estômagos grosseiros; da mesma maneira, eles não poderiam digerir os vossos.
L.E.

Instinto e Conservação - LEI DE CONSERVAÇÃO

L.E.702. O instinto de conservação é uma lei da Natureza?
     — Sem dúvida. Todos os seres vivos o possuem, qualquer que seja o seu  grau de inteligência; em nuns é puramente mecânico e noutros é racional.

 703. Com que fim Deus concedeu a todos os seres vivos o instinto de conservação?
     — Porque todos devem colaborar nos desígnios da Providência. Foi por isso que Deus lhes deu a necessidade de viver. Depois, a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres; eles o sentem instintivamente, sem disso se aperceberem.


Lucros - LEI DE CONSERVAÇÃO

E o que tens ajuntado para quem será? Jesus.
Lucas, 12:20

Em todos os agrupamentos humanos, palpita a preocupação de ganhar. O espírito de lucro alcança os setores mais singelos. Meninos, mal saídos da primeira infância, mostram-se interessados em amontoar egoisticamente alguma coisa. A atualidade conta com mães numerosas que abandonam seu lar a desconhecidos, durante muitas horas do dia, a fim de experimentarem a mina lucrativa. Nesse sentido, a maioria das criaturas converte a marcha evolutiva em corrida inquietante.
Por trás do sepulcro, ponto de chegada de todos os que saíram do berço, a verdade aguarda o homem e interroga:
— Que trouxeste?
O infeliz responderá que reuniu vantagens materiais, que se esforçou por assegurar a posição tranquila de si mesmo e dos seus.
Examinada, porém, a bagagem, verifica-se, quase sempre, que as vitórias são derrotas fragorosas. Não constituem valores da alma, nem trazem o selo dos bens eternos.
Atingida semelhante equação, o viajor olha para trás e sente frio. Prende- se, de maneira inexplicável, aos resultados de tudo o que amontoou na Crosta da Terra. A consciência inquieta enche-se de nuvens e a voz do Evangelho soa-lhe aos ouvidos: Pobre de ti, porque teus lucros foram perdas desastrosas! “E o que tens ajuntado para quem será?
Emmanuel
Caminho, Verdade e Vida - cap 56

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Adultério - LEI DA PREPRODUÇÃO

01 – É justificável o adultério quando há grande afinidade entre os adúlteros?

Seria o mesmo que justificar a ação do assaltante que rouba por estar com fome. Embora descriminado perante as leis humanas, o adultério permanece um crime perante as leis divinas.

02 – E se ambos encontram o par de suas vidas fora do casamento?


Normalmente isso ocorre sob inspiração da paixão, que é péssima conselheira. Sempre sugere que encontramos a mulher ou o homem de nossa vida. Quando se consuma o relacionamento, geralmente com a dissolução da união anterior que o adultério provocou, ambos descobrem, na prática, que não foi como imaginaram.


03 – E aquele ditado segundo o qual nada acontece por acaso? Um encontro dessa natureza estaria programado pelo destino?


O destino tem costas largas, principalmente nos casos de adultério. É fácil atribuir-lhe desvios que nascem de nossas próprias mazelas. A vocação para a conquista amorosa, a exaltação da libido, o prazer de despertar desejo, a satisfação pelo olhar correspondido, a fantasia passional, são fraquezas que caracterizam o comportamento humano, favorecendo envolvimentos que não tem nada a ver com o destino.

04 – Há casos em que duas pessoas convivendo por força de compromissos sociais e profissionais, experimentam uma grande afinidade. Acaba acontecendo um envolvimento forte, a que ambos não resistem…


A possibilidade de adultério ocorre a partir do momento em que a afinidade entre o homem e a mulher deixa os limites da amizade para cair na passionalidade. Geralmente isso acontece porque as pessoas dão asas à imaginação.

05 – A relação deveria ficar contida em certos limites?


Não é proibido um homem ter amizade e carinho por uma mulher, e vice-versa, mesmo que ambos já estejam vinculados a compromissos conjugais. É um sentimento gratificante, o chamado amor platônico, desde que não alimentem fantasias sexuais e o sentimento de posse. a partir daí surgem os problemas.

06 – Não é complicado conter um relacionamento dessa natureza nos limites do amor platônico?


Depende da pessoa. Indivíduos que vivem em função dos sentidos, que valorizam o sexo, terão muita dificuldade. Já aqueles que cultivam mais os valores do espírito, sublimando os impulsos sexuais, conseguem conviver tranqüilamente com pessoas ligadas ao seu coração, sem se arderem em desejos inconfessáveis.

07 – Ás vezes o envolvimento entre duas pessoas, em ligação extraconjugal, é muito forte, tão forte que não resistem ao impulso de largarem as respectivas famílias para se unirem. E vivem relativamente bem. Não têm direito à felicidade?


Precária é a felicidade que edificamos sobre a infelicidade alheia. Se ambos eram casados e deixam cônjuge e filhos para realizar seu desejo, serão responsabilizados, em regime de co-participação, por males que venham a atingir suas famílias em face de sua ausência. André Luiz diz, com muita propriedade, que se a nossa felicidade é alicerçada sobre a infelicidade alheia, responderemos por isso.

08 – E se acontece o contrário? Se o indivíduo se casa muito novo, em face de um envolvimento passional e depois de alguns anos encontra aquela que seria a mulher de sua vida, com quem planejara unir-se antes de reencarnar? Não será justificável que vá ao encontro de seu destino?


Alegações dessa natureza geralmente são meras fantasias para justificar nossas defecções. ainda que procedentes, há que se considerar que nossos desvios, em relação ao que fora planejado na espiritualidade, geram compromissos que se sobrepõem aos anteriores e devem ser observados, principalmente quando há filhos.

Richard Simonetti

f onte http://fraterluz.blogspot.com.br/2013/07/adulterio.html

Abstinência e Celibato - LEI DA REPRODUÇÃO

O celibato voluntário representa um estado de perfeição meritório aos olhos de Deus?
Não, e os que assim vivem, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam o mundo.
Da parte de certas pessoas, o celibato não será um sacrifício que fazem com o fim de se voltarem, de modo mais completo, ao serviço da Humanidade?
O caso é muito diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem. Quanto maior o sacrifício tanto maior o mérito.
L.E. questão 698 -699
Abstinência, em matéria de sexo e celibato, na vida de relações pressupõe experiências da criatura em duas faixas essenciais - a daqueles Espíritos que escolhem semelhantes posições voluntariamente para burilamento ou serviço, no curso de determinada reencarnação, daqueles outros que se veem forçados a adotá las, por força de inibições diversas. Indubitavelmente, os que consigam abster-se da comunhão afetiva, embora possuindo em ordem todos os recursos instrumentais para se aterem ao conforto de uma existência a mais, com o fim de se fazerem mais úteis ao próximo, decerto que traçam a si mesmos escaladas mais rápidas aos cismos do aperfeiçoamento.

Agindo assim, por amor, doando o corpo a serviço dos semelhantes, e , por esse modo, amparando os irmãos da Humanidade, através de variadas maneiras, convertem a existência, sem ligações sexuais, em caminho de acesso à sublimação, ambientando-se em climas diferentes de criatividade, porquanto a energia sexual neles não estancou o próprio fluxo; essa energia simplesmente se canaliza para outros objetivos - os de natureza espiritual. E, em concomitância com os que elegem conscientemente esse tipo de experiência, impondo-se duros regimes de vivência pessoal, encontramos aqueles outros, os que já renasceram no corpo f'isico induzidos ou obrigados à abstinência sexual,. atendendo a inibição irreversível ou a processos de inversão pelos quais sanam erros do pretérito ou se recolhem a pesadas disciplinas que lhes facilitem a desincumbência de compromissos determinados, em assuntos do espírito. Num e noutro caso, identificamos aqueles que se fazem chamar, segundo os ensinamentos evangélicos, como sendo 'eunucos"por amor do Reino de Deus. Esses eunucos, porém, muito ao contrário do que geralmente se afirma, não são criaturas psicologicamente assexuadas, respirando em climas de negação da vida. Conquanto abstêmios da emotividade sexual, voluntaria ou involuntariamente, são almas vibrantes, inflamadas de sonhos e desejos, que se omitem, tanto quanto lhes é possível, no terreno das comunhões afetivas, para satisfazerem as obrigações de ordem, espiritual a que se impõem. Depreende-se daí a impossisbilidade de se doarem a quaisquer tarefas de reparação ou elevação sem tentações, sofrimentos, angústias e lágrimas:; e, às vezes, até mesmo escorregões e quedas, nos domínios do sentimento, de vez que os impulsos do amor nelas se mantêm com imensa agudeza, predispondo-as à sede incessante de compreensão e de afeto. Entendendo-se os valores da alma por alimento do espírito impossível esquecer que a produção do bem e do aprimoramento se realiza à base de atrito e desgaste. A semente é segregada no solo para desvencilhar-se dos empeços que a constringem, de modo a formar o pão, e o pão, a rigor, não se completa em forno frio.

A força no carro não surge sem a queima de combustível, e o motor não lhe garante movimento sem aquecer-se em nível adequado. Abstinência e celibato, seja por decisão súbita do homem ou da mulher, interessados em educação dos próprios impulsos, no curso da reencarnação, ou seja por deliberação assumida, antes do renascimento na esfera física, em obediência a fins específicos, em qualquer forma de expressão, constituem tentames louváveis do ser experiências de caráter transitório, nos quais a fome de alimento afetivo se lhes transforma no imo do coração em fogo purificador, acrisolando-lhes as tendências ou transfigurando essas mesmas tendências em clima de produção do bem comum, através do qual, pela doação de uma vida se efetua o apoio espiritual ou a iluminação de inúmeras outras.

Tais considerações nos impelem a concluir que a vida sexual de cada criatura é terreno sagrado para ela própria, e que, por isso mesmo, abstenção, ligação afetiva, constituição de família, vida celibatária, divórcio e outra ocorrências , campo do amor, são problemas pertinentes à responsabilidade de cada um, erigindo-se, por essa razão, em assuntos, não de corpo para corpo, mas de coração para coração.
Emmanuel
Livro Vida e Sexo cap 23

Adultério e Prostituição - LEI DA REPRODUÇÃO

Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado, disse Jesus. Esta sentença faz da indulgência um dever para nós outros porque ninguém há que não necessite, para si próprio de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, de que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feitos.
E.S.E. cap X- item 13
É curioso notar que Jesus, em se tratando de faltas e quedas, nos domínios do espírito, haja escolhido aquela da mulher, em falhas do sexo, para pronunciar a sua inolvidável sentença: "Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra". Dir-se-ai que no rol das defecções, deserções, fraquezas e delitos do mundo, os problemas afetivos se mostrem de tal modo encravados no ser humano que pessoa alguma da Terra haja escapado, no cardume das existência consecutivas, aos chamados "erros de amor".

Penetre cada um de nós os recessos da própria alma, e, se consegue apresentar comportamento irrepreensível, no imediatismo da vida prática, ante os dias que correm, indague-se, com sinceridade, quanto às próprias tendências. Quem não haja varado transes difíceis, nas área do coração, no período da reencarnação em que se encontre, investigue as próprias inclinações e anseios no campo íntimo,e, em sã consciência, verificará que não se acha ausente do emaranhado de conflitos, que remanescem do acervo de lutas sexuais da Humanidade.

Desses embates multimilenares, restam, ainda, por feridas sangrentas no organismos da coletividade, o adultério que, de futuro, será classificado na patologia das doenças da alma, extinguindo-se, por fim com remédio adequado, e a prostituição que reúne em si homens e mulheres que se entregam às relações sexuais, mediante paga, estabelecendo mercados afetivos. Qual ocorre aos flagelos da guera, da pirataria, da violência homicida e da escravidão que acompanham a comunidade terrestre há milênios, diluindo-se, muito pouco a pouco, o adultério e a prostituição ainda permanecem, na Terra, por instrumentos de prova e expiação destinados naturalmente a desaparecer, na equação dos direitos do homem e da mulher, que se harmonizarão pelo mesmo peso, na balança do progresso e da vida. Note-se que o lenocínio de hoje, conquanto situado fora da lei, é o herdeiro dos bordéis autorizados por regulamentação oficial, em muitas regiões, como sucedia nodamento na Grécia e na Roma antigas, em que os estabelecimentos dessa natureza eram constantemente nutridos por levas de jovens mulheres orientais, direta ou indiretamente adquiridas, à feição de alimárias, para misteres de aluguel. Tantos foram os desvarios dos Espíritos em evolução no Planeta - Espíritos entre os quais muito raros de nós, os companheiros da Terra, não nos achamos incluídos - que decerto Jesus, personalizando na sofredora a família humana, pronunciou a inesquecível sentença, convocando os homens, supostamente puros em matéria de sexualidade, a lançarem sobre a companheira infeliz a primeira pedra.

Evidentemente, o mundo avança para mais elevada condições de existências. Fenômenos de transição explodem aqui e ali, comunicando renovação. E, com semelhantes ocorrências, surge para as nações o problema da educação espiritual, para que a educação do sexo não se faça irrisão com palavras brilhantes mascarando a licenciosidade. Quando cada criatura for respeitada em seu foro íntimo, para que o amor se consagre por vínculo divino, muito mais de alma para alma que de corpo para corpo, com a dignidade do trabalho e do aperfeiçoamento pessoal luzindo na presença de cada uma, então os conceitos de adultério e prostituição se farão distanciados do cotidiano, e vez que a compreensão apaziguará o coração humano e a chamada desventura afetiva não terá razão de ser.
Emmanuel

Livro Vida e Sexo cap 22

Homossexualidade - LEI DA REPRODUÇÃO

Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou de uma mulher?
Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.
L.E. questão 202
A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, com conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma ou outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação. Observada a ocorrência, mais com os preconceitos da sociedade, constituída na Terra pela maioria heterossexual. do que com as verdades simples da vida, essa mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, como o próprio desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais. A coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade  deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exata a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência. A vida espiritual pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações ora em posição feminilidade ou em condição masculinidade o que sedimenta o fenômenos da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas.

O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente femininos, sem especificação psicológica absoluta. A face disso, a individualidade em transito, da experi6Encia feminina para a masculina ou vice versa ao envergar o casulo físico demonstrará  fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação masculina que o segregue, verificando-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas circunstâncias. Obviamente compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas.O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins. E, ainda, em muitos outros casos, Espíiritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, consequentemente, na elevação de si próprio, rogam aos Instrustores da vida maior que ora assistem a próprio internação no campo físico., em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal. com o que se garantem contra arrastamento irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam.

Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência. é forço se lhes dê o amparo educativo adequado tanto quanto se administra instruções à maioria heterossexual. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna,  os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia. isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimida de consciência de cada um.
Emmanuel

Livro Vida e Sexo cap 21

Controle sexual - LEI DA REPRODUÇÃO

Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem, passo a passo, à origem dos males que os torturem e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição.
E.S.E. cap-V item 4
Existem o mundo sexual dos Espíritos de evolução primária, inçado de ligações irresponsáveis, e existe o mundo sexual dos Espíritos conscientes, que já adquiriram conhecimento das obrigações próprias, à frente da vida; o primeiro se constitui de homens e mulheres psiquicamente não muito distantes da selva, remanescentes próximos da convivência com os brutos, enquanto que o segundo é integrado pelas consciências que a verdade já iluminou, estudantes da leis do destina à luz da imortalidade. O primeiro grupo mantém fixado à poligamia, às vezes desenfreada, e só, muito a pouco, despertará para as noções da responsabilidade no plano do sexo, através de experiencias múltiplas na fieira das reencarnações. O segundo já se levantou para a visão panorâmica dos deveres que nos competem, diante de nós mesmos, e procura elevar os próprios impulsos sexuais, educando-os pelos mecanismos da contenção. Falar de governo e administração, no campo sexual, aos que ainda se desvairam em manifestações poligâmicas, seria exigir do silvícola encargos tão-somente atribuíveis ao professor universitário, razão por que será justo deter-se alguém nesse ou naquele estudo alusivo à educação sexual apenas com aqueles que se mostrem suscetíveis de entender as reflexões exatas, nesse particular. Estabelecida a ressalva, perguntemos a nós mesmos se nos seria lícito abandonar, no mundo, os compromissos de natureza afetiva, assumidos diante uns dos outros. Assim nos externamos para considerar que a ligação sexual entre dois seres na Terra envolve a obrigação de proteger a tranquilidade e o equilíbrio de alguém que, no caso, é o  parceiro ou a parceira da experiencia 'a dois", e, muito comumente, os "dois"se transfiguram em outros mais, na pessoa dos filhos e demais descendentes. Urge, desse , modo, evitar arrastamentos no terreno da aventura, em matéria de sexo, para que a desordem nos ajustes propostos ou aceitos não venha a romper a segurança daquele ou daquela que tomamos sob nossa assistência e cuidado, com reflexos destrutivos sobre todo o grupo, em que nos arraigamos através da afinidade. Não se trata, em nossas definições, do chamado 'vínculi indissolvível"criado poe leis humanas, de vez que, em toda parte, encontramos companheiros e companheiras lesado pelo comportamento de parceiros escolhidos para a vivência sexual e que, por isso mesmo, adquirem, depois de prejudicados, o direito natural de se vincularem à outra ligação ou a outras ligações subsequentes, procurando companhia ao nível de sua confiança e responsabilidade; reportamo-nos ao impositivo da lealdade que deve ser respondida com lealdade, seja qual for o tipo de união em que os parceiros se comuniquem sexualmente um com o outro, sustentando o equilíbrio recíproco.
Considerado o exposto, os participantes da comunhão afetiva, conscientes dos deveres que assume, precisam examinar até que ponto terão gerado as causas da indisciplina ou deserção naquele ou naquela que desistiu da própria segurança íntima para se atirar à leviandade. Justo ponderar quanto a isso, porquanto,. em muitas ocorrências dessa espécie, não é somente aquele ou aquela que se revelam desleais, aos próprios compromissos, o culpado pela ruptura na ligação afetiva, mas igualmente o companheiro ou a companheira que, por desídia ou frieza, mesquinhez ou irreflexão nos votos abraçados, induz a parceira ou o parceiro a revelarem para a insegurança, no campo do afeto, atraindo perturbações de feição e tamanho imprevisíveis.

Emmanuel
Livro Vida e Sexo cap 20

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Amor livre - LEI DA REPRODUÇÃO

Qual das duas, as poligamia ou a monogamia é mais conforme à lei da Natureza?
A poligamia é lei humana cuja abolição marca Progresso social. O casamento segundo as vistas de Deus tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia, não há afeição real: há apenas sensualidade. O L.E. questão 701

Comenta-se a possibilidade de legalização das relações sexuais livres, como se fora justo escolher companhias para a satisfação do impulso genésico, qual se apontam iguarias ou vitaminas mais desejáveis numa hospedaria. Relações sexuais, no entanto, envolvem responsabilidades.

Homem ou mulher, adquirindo parceria ou parceiro para a conjunção afetiva, não conseguirá, sem dano a si mesmo, tão-somente pensar em si. Referentemente ao assunto, não se trata exclusivamente da ligação em base do matrimônio legalmente constituído. Se os parceiros da união sexual possuem deveres a observar entre si, à face de preceitos humanos, voluntariamente aceitos, no das chamadas ligações extralegais acham-se igualmente submetidos aos princípios das Leis Divinas que regem a Natureza. Cada Espírito detém consigo o seu íntimo santuário, erguido ao amor, e Espírito algum menoscabara o lugar sagrado "de outro Espírito, sem lesar a si mesmo. Conferir pretensa legitimidade às relações sexuais irresponsáveis seria tratar "consciências" qual se fossem "coisas", e se as próprias coisas, na condição de objetos, reclamam respeito, que se dirá do acatamento devido à consciência de cada um? É óbvio que ninguém se lembrará, em são juízo, de recomendar escravidão às criaturas claramente abandonadas ou espezinhadas pelos próprios companheiros ou companheiras a que se entregaram, confiantes; isso, no entanto, não autoriza ninguem a estabelecer liberdade indiscriminada para as relações sexuais que resultariam unicamente em licença ou devassidão. Instituído o ajuste afetivo entre duas pessoas, levanta-se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do respeito à fidelidade natural, ante os compromissos abraçados, seja para a formação do lar e da família ou seja para a constituição de obras ou valores do espírito. Desfeitos os votos articulados em dupla, claro que a ruptura corre à conta daquele ou daquela que a empreendeu, com o aceite compulsório das consequências que advenham de semelhante resolução. Toda sementeira se acompanha de colheita, conforme a espécie. É razoável nos lembrarmos disso, portanto o autor ou autora da defecção havida, ante os princípios de causa e efeito, é considerado violador de almas, assumindo com as vítimas a obrigação de restaurá-las, até o ponto em que as injuriou ou prejudicou, ainda mesmo quando na conceituação incompleta do mundo essas criaturas tenham sido encontradas supostamente já prejudicadas ou injuriadas por alguém. O diamante no lodo não deixa de ser diamante, sem perder o valor que lhe é próprio, diante da vida.

A criatura em sofrimento não deixa de ser criação de Deus, sem perder a imortalidade que lhe é própria, à frente do Universo. Que a tentação de retorno dos sistemas poligâmicos pode ocorrer habitualmente com qualquer pessoa, na Terra, é mais que natural. - é justo. Em circunstâncias numerosas, o pretérito pode estar vivo nos mecanismos mais profundos de nossas inclinações e tendências. Entretanto, os deveres assumidos,no campo do amor, ante a luz do presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios inoportunos, de vez que o compromisso cria leis no coração e não se danificarão os sentimentos alheios sem resultados correspondentes na própria vida. Observam-se, nos capítulos do sexo, os desígnios superiores da Infinita Sabedoria que nos orienta os destinos e, nesse sentido, urge considerar que a Vontade de Deus, na essência, é o dever em sua mais alta expressão traçado para cada um de nós, no tempo chamado "hoje". E se o "hoje"já viçado de complicações e problemas, a repontarem do 'Ontem', depende de nós a harmonia ou desequilíbrio do "amanhã"'.

Emmanuel
Vida e Sexo item 19



O Caso de Tobias - Livro Nosso Lar - cap 38 - LEI DA REPRODUÇÃO

Capítulo 38 – O Caso Tobias
          André tem a oportunidade de conhecer o caso de Tobias e suas duas ex-esposas Hilda e Luciana, que se tornaram amigas e convivem em harmonia em Nosso Lar.

Pontos de destaque para estudo:
A situação no além dos que se casam em segundas nupcias;
Vencendo o o ciumes inferior;
Os verdadeiros casamentos.


NOSSO LAR, DE ANDRÉ LUIZ

CAPÍTULO 38: O CASO TOBIAS
No terceiro dia de trabalho, alegrou-me Tobias com agradável surpresa.
Findo o serviço, ao entardecer, de vez que outros se incumbiram da assistência noturna, fui fraternalmente levado à residência dele, onde me aguardavam belos momentos de alegria e aprendizado.
Logo de entrada, apresentou-me duas senhoras, uma já idosa e outra bordejando a madureza. Esclareceu que esta era sua esposa e aquela, irmã.
Luciana e Hilda, afáveis e delicadas, primaram em gentilezas.
Reunidos na formosa biblioteca de Tobias, examinamos volumes maravilhosos na encadernação e no conteúdo espiritual.
A senhora Hilda convidou-me a visitar o jardim, para que pudesse observar, de perto, alguns caramanchões de caprichosos formatos. Cada casa, em "Nosso Lar", parecia especializar-se na cultura de determinadas flores. Em casa de Lísias, as glicínias e os lírios contavam-se por centenas; na residência de Tobias, as hortênsias inumeráveis desabrochavam nos verdes lençóis de violetas. Belos caramanchões de árvores delicadas, recordando o bambu ainda novo, apresentavam no alto uma trepadeira interessante, cuja especialidade é unir frondes diversas, à guisa de enormes laços floridos, na verde cabeleira das árvores, formando gracioso teto.
Não sabia traduzir minha admiração. Embalsamava-se a atmosfera de inebriante perfume. Comentávamos a beleza da paisagem geral, vista daquele ângulo do Ministério da Regeneração, quando Luciana nos chamou ao interior, para leve refeição.
Encantado com o ambiente simples, cheio de notas de fraternidade sincera, não sabia como agradecer ao generoso anfitrião.
A certa altura da palestra amável, Tobias acrescentou, sorridente:
- O meu amigo, a bem dizer, é ainda novato em nosso Ministério e talvez desconheça o meu caso familiar. Sorriam ao mesmo tempo as duas senhoras; e, observando-me a silenciosa interpelação, o dono da casa continuou:
- Aliás, temos numerosos núcleos nas mesmas condições. Imagine que fui casado duas vezes...
E, indicando as companheiras de sala, prosseguiu num gesto de bom humor:
- Creio nada precisar esclarecer quanto às esposas.
- Ah! sim - murmurei extremamente confundido -, quer dizer que as senhoras Hilda e Luciana compartilharam das suas experiências na Terra...
- Isso mesmo - respondeu tranqüilo.
Nesse ínterim, a senhora Hilda tomou a palavra, dirigindo-se a mim:
- Desculpe o nosso Tobias, irmão André. Ele está sempre disposto a falar do passado, quando nos encontramos com alguma visita de recém-chegados da Terra.
- Pois não será motivo de júbilo - aduziu Tobias bem-humorado -, vencer o monstro do ciúme inferior, conquistando, pelo menos, alguma expressão de fraternidade real?
- De fato - objetei -, o problema interessa profundamente a todos nós.
Há milhões de pessoas, nos círculos do planeta, em estado de segundas núpcias. Como resolver tão alta questão afetiva, considerando a espiritualidade eterna? Sabemos que a morte do corpo apenas transforma sem destruir. Os laços da alma prosseguem, através do Infinito. Como proceder? Condenar o homem ou a mulher que se casaram mais de uma vez? Encontraríamos, porém, milhões de criaturas nessas condições. Muitas vezes já lembrei, com interesse, a passagem evangélica em que o Mestre nos promete a vida dos anjos, quando se referiu ao casamento na Eternidade.
- Forçoso é reconhecer, todavia, com toda a nossa veneração ao Senhor - atalhou o anfitrião, bondoso -, que ainda não nos achamos na esfera dos anjos e, sim, dos homens desencarnados.
- Mas, como solucionar aqui semelhante situação? - perguntei.
Tobias sorriu e considerou:
- Muito simplesmente; reconhecemos que entre o irracional e o homem há enorme série gradativa de posições. Assim, também, entre nós outros, o caminho até o anjo representa imensa distância a percorrer. Ora, como podemos aspirar à companhia de seres angélicos, se ainda não somos nem mesmo fraternos uns com os outros? Claro que existem caminheiros de ânimo forte, que se revelam superiores a todos os obstáculos da senda, por supremo esforço da vontade; mas a maioria não prescinde de pontes ou do socorro de guardiães caridosos. Em vista dessa verdade, os casos dessa natureza são resolvidos nos alicerces da fraternidade legítima, reconhecendo-se que o verdadeiro casamento é de almas e essa união ninguém poderá quebrantar.
Nesse instante, Luciana, que se mantinha silenciosa, interveio, acrescentando:
- Convém explicar, todavia, que tudo isso, felicidade e compreensão, devemos ao espírito de amor e renúncia de nossa Hilda.
A senhora Tobias, no entanto, demonstrando humildade digna, acentuou:
- Calem-se. Nada de qualidades que não possuo. Buscarei sumariar nossa história, a fim de que nosso hóspede conheça meu doloroso aprendizado.
E continuou, depois de fixar um gesto de narradora amável:
- Tobias e eu nos casamos na Terra, quando ainda muito jovens, em obediência a sagradas afinidades espirituais. Creio desnecessário descrever a felicidade de duas almas que se unem e se amam verdadeiramente no matrimônio. A morte, porém, que parecia enciumada de nossa ventura, subtraiu-me do mundo, por ocasião do nascimento do segundo filhinho.
Nosso tormento foi, então, indescritível. Tobias chorava sem remédio, ao passo que eu me via sem forças para sufocar a própria angústia. Pesados dias de Umbral abateram-se sobre mim. Não tive remédio senão continuar agarrada ao marido e ao casal de filhinhos, surda a todo esclarecimento que os amigos espirituais me enviavam, por intuição.
Queria lutar, como a galinha ao lado dos pintainhos. Reconhecia que o esposo necessitava reorganizar o ambiente doméstico, que os pequeninos reclamavam assistência maternal. Tornava-se a situação francamente insuportável. Minha cunhada solteira não tolerava as crianças e a cozinheira apenas fingia dedicação. Duas amas jovens pautavam toda a conduta pessoal pela insensatez. Não pôde Tobias adiar a solução justa e, decorrido um ano da nova situação, desposou Luciana, contrariando meus caprichos. Ah! se soubesse como me revoltei!
Semelhava-me a uma loba ferida. Minha ignorância deu até para lutar com a pobrezinha, tentando aniquilá-la. Foi aí que Jesus me concedeu a visita providencial de minha avó materna, desencarnada havia muitos anos.
Chegou ela como quem nada desejava, enchendo-me de surpresa, sentou-se a meu lado, pôs-me em seguida ao colo, como noutro tempo, e perguntou-me lacrimosa: - "Que é isso, minha neta? Que papel é o seu na vida? Você é leoa ou alma consciente de Deus? Pois nossa irmã Luciana serve de mãe a seus filhos, funciona como criada de sua casa, é jardineira do seu jardim, suporta a bílis do seu marido e não pode assumir o lugar provisório de companheira de lutas, ao lado dele? É assim que o seu coração agradece os benefícios divinos e remunera aqueles que o servem? Quer você uma escrava e despreza uma irmã? Hilda! Hilda! onde está a religião do Crucificado que você aprendeu? Oh! minha pobre neta, minha pobre!..."
Abracei-me, então, em lágrimas, com a velhinha santa e abandonei o antigo ambiente doméstico, vindo em companhia dela para os serviços de "Nosso Lar". Desde essa época, tive em Luciana mais uma filha. Trabalhei, então, intensamente. Consagrei-me ao estudo sério, ao melhoramento moral de mim mesma, busquei ajudar a todos, sem distinção, em nosso antigo lar terrestre. Constituiu Tobias uma família nova, que passou a me pertencer, igualmente, pelos sagrados laços espirituais. Mais tarde, voltou ele, reunindo-se a mim, acompanhado de Luciana, que veio também ter conosco para nossa completa alegria. E aí tem, meu amigo, a nossa história...
Luciana, contudo, tomou a palavra e observou:
- Não disse ela, porém, quanto se tem sacrificado, ensinando-me com exemplos.
- Que dizes, filha? - perguntou a senhora Tobias, acariciando-lhe a destra.
Luciana sorriu e ajuntou:
- Mas, graças a Jesus e a ela, aprendi que há casamento de amor, de fraternidade, de provação, de dever, e, no dia em que Hilda me beijou, perdoando-me, senti que meu coração se libertara desse monstro que é o ciúme inferior. O matrimônio espiritual realiza-se, alma com alma, representando os demais, simples conciliações indispensáveis à solução de necessidades ou processos retificadores, embora todos sejam sagrados.
- E assim construímos nosso novo lar, na base da fraternidade legítima - acrescentou o dono da casa.
Aproveitando o ligeiro silêncio que se fizera, indaguei:
- Mas como se processa o casamento aqui?
- Pela combinação vibratória - esclareceu Tobias, atencioso -, ou então, para ser mais explícito -, pela afinidade máxima ou completa.
Incapaz de sopitar a curiosidade, esqueci a lição de bom-tom e interroguei:
- Mas, qual a posição de nossa irmã Luciana neste caso?
Antes, porém, que os cônjuges espirituais respondessem, foi a própria interessada que explicou:
- Quando desposei Tobias, viúvo, já devia estar certa de que, com todas as probabilidades, meu casamento seria uma união fraternal, acima de tudo. Foi o que me custou a compreender. Aliás, é lógico que, se os consortes padecem inquietação, desentendimento, tristeza, estão unidos fisicamente, mas não integrados no matrimônio espiritual.

cap 38 - livro Nosso lar - André Luiz - Francisco Xavier - O Caso de Tobias

Deixai que venham a mim as criancinhas - Bem-aventurados os que têm puro o coração - LEI DA REPRODUÇÃO

18. Disse o Cristo: "Deixai que venham a mim as criancinhas." Profundas em sua simplicidade, essas palavras não continham um simples chamamento dirigido às crianças, mas, também, o das almas que gravitam nas regiões inferiores, onde o infortúnio desconhece a esperança. Jesus chamava a si a infância intelectual da criatura formada: os fracos, os escravizados e os viciosos. Ele nada podia ensinar à infância física, presa à matéria, submetida ao jugo do instinto, ainda não incluída na categoria superior da razão e da vontade que se exercem em torno dela e por ela.

Queria que os homens a ele fossem com a confiança daqueles entezinhos de passos vacilantes, cujo chamamento conquistava, para o seu, o coração das mulheres, que são todas mães. Submetia assim as almas à sua terna e misteriosa autoridade. Ele foi o facho que ilumina as trevas, a claridade matinal que toca a despertar; foi o iniciador do Espiritismo, que a seu turno atrairá para ele, não as criancinhas, mas os homens de boa-vontade. Está empenhada a ação viril; já não se trata de crer instintivamente, nem de obedecer maquinalmente; é preciso que o homem siga a lei inteligente que se lhe revela na sua universalidade.

Meus bem-amados, são chegados os tempos em que, explicados, os erros se tomarão verdades. Ensinar-vos-emos o sentido exato das parábolas e vos mostraremos a forte correlação que existe entre o que foi e o que é. Digo-vos, em verdade: a manifestação espírita avulta no horizonte, e aqui está o seu enviado, que vai resplandecer como o Sol no cume dos montes. -João Evangelista. (Paris, 1863.)

19. Deixai venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece os fracos. Deixai venham a mim todos os que, tímidos e débeis, necessitam de amparo e consolação. Deixai venham a mim os ignorantes, para que eu os esclareça. Deixai venham a mim todos os que sofrem, a multidão dos aflitos e dos infortunados: eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males da vida e lhes revelarei o segredo da cura de suas feridas! Qual é, meus amigos, esse bálsamo soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as cicatriza? E o amor, é a caridade! Se possuís esse fogo divino, que é o que podereis temer? Direis a todos os instantes de vossa vida: "Meu Pai, que a tua vontade se faça e não a minha; se te apraz experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito sejas, porquanto é para meu bem, eu o sei, que a tua mão sobre mim se abate. Se é do teu agrado, Senhor, ter piedade da tua criatura fraca, dar-lhe ao coração as alegrias sãs, bendito sejas ainda. Mas, faze que o amor divino não lhe fique amodorrado na alma, que incessantemente faça subir aos teus pés o testemunho do seu reconhecimento!" Se tendes amor, possuís tudo o que há de desejável na Terra, possuís preciosíssima pérola, que nem os acontecimentos, nem as maldades dos que vos odeiem e persigam poderão arrebatar.

Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se farte do seu elemento de vida no seio do Senhor. - Um Espírito protetor. (Bordéus, 1861.)

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Pecado por pensamentos. - Adultério - LEI DA REPRODUÇÃO


5. Aprendestes que foi dito aos antigos: "Não cometereis adultério. Eu, porém, vos digo que aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já em seu coração cometeu adultério com ela." (S. Mateus, cap. V, vv.27 e 28.)
6. A palavra adultério não deve absolutamente ser entendida aqui no sentido exclusivo da acepção que lhe é própria, porém, num sentido mais geral. Muitas vezes Jesus a empregou por extensão, para designar o mal, o pecado, todo e qualquer pensamento mau, como, por exemplo, nesta passagem: "Porquanto se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, dentre esta raça adúltera e pecadora, o Filho do Homem também se envergonhará dele, quando vier acompanhado dos santos anjos, na glória de seu Pai." (S. MARCOS, cap. VIII, v. 38.)
A verdadeira pureza não está somente nos atos; está também no pensamento, porquanto aquele que tem puro o coração, nem sequer pensa no mal. Foi o que Jesus quis dizer: ele condena o pecado, mesmo em pensamento, porque é sinal de impureza.

7. Esse principio suscita naturalmente a seguinte questão: Sofrem-se as conseqüências de um pensamento mau, embora nenhum efeito produza?
Cumpre se faça aqui uma importante distinção. À medida que avança na vida espiritual, a alma que enveredou pelo mau caminho se esclarece e despoja pouco a pouco de suas imperfeições, conforme a maior ou menor boa-vontade que demonstre, em virtude do seu livre-arbítrio. Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas, de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de adiantar-se, porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar uma mancha. Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.

Aquela que, ao contrário, não tomou boas resoluções, procura ocasião de praticar o mau ato e, se não o leva a efeito, não é por virtude da sua vontade, mas por falta de ensejo. E, pois, tão culpada quanto o seria se o cometesse.

Em resumo, naquele que nem sequer concebe a idéia do mal, já há progresso realizado; naquele a quem essa idéia acode, mas que a repele, há progresso em vias de realizar-se; naquele, finalmente, que pensa no mal e nesse pensamento se compraz, o mal ainda existe na plenitude da sua força. Num, o trabalho está feito; no outro, está por fazer-se. Deus, que é justo, leva em conta todas essas gradações na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem.

Evangelho Segundo o Espiritismo - cap- VIII

E o adúltero? - LEI DE REPRODUÇÃO


E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. (João, 8:4.)

O caso da pecadora apresentada pela multidão a Jesus envolve considerações muito significativas, referentemente ao impulso do homem para ver o mal nos semelhantes, sem enxergá-lo em si mesmo.

Entre as reflexões que a narrativa sugere, identificamos a do errôneo conceito de adultério unilateral.

Se a infeliz fora encontrada em pleno delito, onde se recolhera o adúltero que não foi trazido a julgamento pelo cuidado popular? Seria ela a única responsável? Se existia uma chaga no organismo coletivo, requisitando intervenção a fim de ser extirpada, em que furna se ocultava aquele que ajudava a fazê-la?

A atitude do Mestre, naquela hora, caracterizou-se por infinita sabedoria e inexcedível amor.

Jesus não podia centralizar o peso da culpa na mulher desventurada e, deixando perceber o erro geral, indagou dos que se achavam sem pecado.

O grande e espontâneo silêncio, que então se fez, constituiu resposta mais eloqüente que qualquer declaração verbal.

Ao lado da mulher adúltera permaneciam também os homens pervertidos, que se retiraram envergonhados.

O homem e a mulher surgem no mundo com tarefas específicas que se integram, contudo, num trabalho essencialmente uno, dentro do plano da evolução universal. No capítulo das experiências inferiores, um não cai sem o outro, porque a ambos foi concedido igual ensejo de santificar.

Se as mulheres desviadas da elevada missão que lhes cabe prosseguem sob triste destaque no caminho social, é que os adúlteros continuam ausentes da hora de juízo, tanto quanto no momento da célebre sugestão de Jesus.
Emmanuel

Livro Pão Nosso - cap. 85

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Vidas Sucessivas - LEI DA REPRODUÇAO

"Não te maravilhes de te haver
dito: Necessário vos é nascer de
novo."
Jesus. (JOÃO, 3:7.)

A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara. Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade legítima.

A reencarnação é lei universal.

Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.

O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.

Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.

A Providência, todavia, corrige, amando... Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas. Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos outros.

Para a Sabedoria Magnânima nem sempre o que errou é um celerado, como nem sempre a vítima é pura e sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.

O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços de sangue ou na rede dos compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.
Emmanuel
Da obra: Caminho, Verdade e Vida. - Emmanuel  - Chico Xavier

Afinidade e Sintonia - LEI DA REPRODUÇÃO

De referência à problemática das doenças, a questão da sintonia psíquica é de relevância incontestável. 
Fenômeno inconsciente que decorre dos hábitos mentais assumidos pelo
indivíduo deve ser examinado em profundidade, necessitando de acurado
esforço, a fim de que abandone as baixas e densas faixas do abatimento e da viciação, ascendendo àquelas nas quais se haurem forças e estímulos para os cometimentos de sucesso. 
Acomodado à posição de lamentável rebeldia interior, seja pelo acumplíciamento com Entidades perniciosas ou mediante a tácita aceitação
dos velhos hábitos do personalismo dissolvente, o homem permanece por
prazer e invigilância em sintonia com o mal. 
Difluem dessas situações graves conúbios mentais, em processos de
obsessão por parte de Espíritos ignorantes e pervertidos ou pela satisfação
natural de permanecer em atitude doentia, sem o esforço que deve envidar
para a libertação. 
Em toda enfermidade existe sempre uma predisposição orgânica e
psíquica, decorrente do pretérito espiritual ou da vivência atual, em cujo campo se instalam os fatores predisponentes ou propiciatórios a larga cópia de doenças, as mais complexas. 
Conveniente por isso o cultivo do otimismo e a realização de trabalhos
que desloquem a mente indisciplinada ou mal educada, induzindo-a a novos
exercícios e hábitos de que decorrerão resultados diversos. 
Afinas com o que sintonizas. Estás com quem ou com o que preferes. 
Cada ser nutre-se nos redutos mentais em que localiza as aspirações. 
Em conseqüência, os que aspiram fluidos deletérios da irritação constante, da sistemática indiferença ou da prevenção contumaz perturbam-se, arrojando-se ao desequilíbrio ou intoxicam-se interiormente, dando origem e curso a distonias nervosas que culminam com a loucura ou as aberrações de outra  natureza.
*
Enxameiam por toda parte aqueles que falam sobre o sofrimento e as doenças, dizendo-se desejosos de superá-los, vencê-los sem que, contudo, se imponham as condições exigíveis do esforço e da perseverança nos propósitos salutares que lhes são inusitados. 
Preferem o retorno à situação primitiva e a fuga espetacular através da
lamentação, ao combate profícuo, insistente, reagindo às forças infelizes, para sair das faixas vibratórias em que se detêm, de modo a granjearem os
inapreciados valores da paz, da saúde, da harmonia.
*
Toda ascese decorre em clima de sacrifício. 
A renovação exige esforço. 
A liberdade propõe disciplina. 
A ascenção às vibrações superiores impõe largo estipêndio mental, exigindo permanente sintonia com os pensamentos edificantes e as idéias que
fecundam bênçãos. 
A doença como a saúde resulta invariavelmente da posição interior de
cada um. 
Por essa razão, o Evangelho é constituído de convites imperativos à elevação íntima, à solidariedade, ao otimismo em cujas paisagens haurirás a
felicidade que todos buscamos. 
Afinamo-nos uns com os outros e intercambiamos conforme as
 referências que exteriorizamos, mas que são o resultado do comportamento
íntimo. 
Qualquer que seja o preço da responsabilidade, por mais alto o ônus do
sacrifício, estás destinado àfelicidade e por lográ-la terás que investir todos os esforços, abandonando as faixas do erro e do crime em que te comprazes, a fim de alcançares os cumes da vitória sobre ti mesmo. 
Extraído do livro As Leis Morais da Vida - Joanna de Ângelis

Deveres dos filhos - LEI DA REPRODUÇÃO

Toda a gratidão sequer retribuirá a fortuna da oportunidade fruída através do renascimento carnal. 
O carinho e respeito contínuos não representarão oferenda compatível com a amorosa assistência recebida desde antes do berço.
A delicadeza e a afeição não corresponderão à grandeza dos gestos de sacrifício e da abnegação demoradamente recebidos.
Os filhos têm deveres intransferíveis para com os pais, instrumentos de
Deus para o trâmite da experiência carnal, mediante a qual o Espírito adquire
patrimônios superiores, resgata insucessos e comprometimentos perturbadores. 
*
Existem genitores que apenas procriam, fugindo à responsabilidade. 
Não compete, porém, aos filhos julgá-los com severidade, desde que não
são dotados da necessária lucidez e correção para esse fim. 
Se fracassaram no sagrado ministério, não se furtarão à consciência, em
forma da presença da culpa neles gravada. 
Auxiliá-los por todos os meios ao alcance é mister indeclinável, que o
filho deve ofertar com extremos de devotamento e renuncia. 
A ingratidão dos filhos para com os pais é dos mais graves enganos a que se pode permitir o Espírito na sua marcha ascensional. 
A irresponsabilidade dos progenitores de forma alguma justifica a falência dos deveres morais por parte da prole. 
Ninguém se vincula a outrem através dos vigorosos liames do corpo somático, da família, sem justas, ponderosas razões. 
Desincumbir-se das tarefas relevantes que o amor e o reconhecimento
impõem - eis o impositivo que ninguém pode julgar lícito postergar.
*
Ama e respeita em teus genitores a humana manifestação da paternidade divina. 
Quando fortes, sê-lhes a companhia e a jovialidade; quando fracos, a
proteção e o socorro. 
Enquanto sadios, presenteia-os com a alegria e a consideração; se
enfermos, com a assistência dedicada e a sustentação preciosa. 
Em qualquer situação ou circunstância, na maturidade ou na velhice,
afeiçoa-te àqueles que te ofertaram o corpo de que te serves para os
cometimentos da evolução, como o mínimo que podes dispensar-lhes,
expressando o dever de que te encontras investido.
Extraído do livro Leis Morais da Vida - Joanna de Ângelis

Deveres dos pais - LEI DE REPRODUÇÃO

Por impositivo da sabedoria divina, no homem a infância demora maior
período do que em outro animal qualquer. Isto, porque, enquanto o Espírito assume, a pouco e pouco, o controle da organização fisiológica de que se serve para o processo evolutivo, mais fácil sefazem as possibilidades para a fixação da aprendizagem e a aquisição dos hábitos que o nortearão por toda a existência planetária. 
Como decorrência, grande tarefa se reserva aos pais no que tange aos valores da educação, deveres que não podem ser postergados sob pena de
lamentáveis conseqüências. 
Os filhos — esse patrimônio superior que a Divindade concede por empréstimo —, através dos liames que a consangüinidade enseja, facultam o
reajustamento emocional de Espíritos antipáticos entre si, a sublimação de
afeições entre os que já se amam, o caldeamento de experiências e o delinear de programas de difícil estruturação evolutiva, pelo que merecem todo um investimento de amor, de vigilância e de sacrifício por parte dos genitores. 
A união conjugal propiciatória da prole edificada em requisitos legais e morais constitui motivo relevante, que não deve ser confundida com as
experiências do prazer, que se podem abandonar em face de qualquer
conjuntura que exige reflexão, entendimento e renúncia de algum ou de ambos nubentes. 
*
Os deveres dos pais em relação aos filhos estão inscritos na consciência. 
Evidentemente as técnicas psicológicas e a metodologia da educação
tornam-se fatores nobres para o êxito desse cometimento. Entretanto, o amor — que tem escasseado nos processos modernos da educação com
lamentáveis resultados — possui os elementos essenciais para o feliz
desiderato. 
No compromisso do amor, estão evidentes o companheirismo, o diálogo
franco, a solidariedade, a indulgência e a energia moral de que necessitam os filhos, no longo processo da aquisição dos valores éticos, espirituais,
intelectuais e sociais. 
No lar, em conseqüência, prossegue sendo na atualidade de fundamental
importância no complexo mecanismo da educação. 
Nesse sentido, é de essencial relevância a lição dos exemplos, a par da assistência constante de que necessitam os caracteres em formação, argila
plástica que deve ser bem modelada.
No capítulo da liberdade, esse faLIr basilar, nunca deixar esquecido o
dever da responsabilidade. Liberdade de ação e responsabilidade dos atos,
ajudando no discerriimento desde cedo entre o que se deve, convém e se pode realizar.
*
Plasma, na personalidade em delineamento do filhinho, os hábitos salutares. 
Diante dele, frágil de aparência, tem em mente que se trata de um Espírito
comprometido com a retaguarda, que recomeça a experiência a penates, e que muito depende de ti. 
Nem o excesso de severidade para com ele, nem o acúmulo de receios
injustificados, em relação a ele, ou a exagerada soma de aflição por ele.
Fala-lhe de Deus sem cessar e ilumina-lhe a consciência com a flama da
fé rutilante, que lhe deve lucilar no íntimo como farol de bênçãos para todas as circunstâncias. 
Ensina-lhe a humildade ante a grandeza da vida e o respeito a todos, como valorização preciosa das concessões divinas.
O que lhe não concedas por negligência, ele te cobrará depois. 
Se não dispões de maiores ou mais valiosos recursos para dar-lhe, ele
saberá reconhecer, e, por isso, mais te amará.
Todavia, se olvidaste de ofertar-lhe o melhor ao teu alcance também ele
compreenderá e, quiçá, reagirá de forma desagradável. 
Os pais educam para a sociedade, quanto para si mesmos.
Examina a tua vida e dela retira as experiências com que possas brindar a
tua prole. 
Tens conquistas pessoais, porqüanto já trilhastes o caminho da infância,
da adolescência e sabes de motu próprio discernir entre os erros e acertos dos teus educadores, identificando o que de melhor possuis para dar. 
Não te poupes esforços na educação dos filhos. 
Os pais assumem desde antes do berço com aqueles que receberão na
condição de filhos compromissos e deveres que devem ser exercidos, desde que serão, também, por sua vez, meios de redenção pessoal perante a consciência individual e a Cósmica que rege os fenômenos da vida, nos quais todos estamos mergulhados.
Extraído do Livro Leis Morais da Vida - Joanna de Ângelis