quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

FRATERNIDADES PROTETORAS DA ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA


Nesta data,
Fraternidade dos Cruzados
Desde 1940, atendeu e colaborou em todas as necessidades de assistência e segurança da FEESP. Incluiu vários membros que tomaram parte ativa nas históricas cruzadas da Idade Média.
Fraternidade do Santo Sepulcro
Desde esta data (1940) auxiliou a organização da Casa através de seus membros: Britânico-Lorenense-Lusitano, dos quais permanece até o presente, o primeiro citado.
Fraternidade do Trevo
Seu venerável é o orientador espiritual da Fraternidade dos Discípulos de Jesus e das Escolas de Aprendizes do Evangelho. Esta fraternidade adota extremo rigor na exigência de evangelização de seus membros e na distribuição de tarefas espirituais a executar nos dois planos.
Fraternidade dos Essênios
Venerável Hilarion do Monte Nebo. Inclui muito dos antigos membros da fraternidade do mesmo nome existente ao tempo de Jesus, na Palestina e que colaboraram na implantação do Cristianismo Primitivo. Sua sede era no Monte Moab. Hilarion é autor de valiosas obras de pré-história.
Fraternidade da Rosa Mistica de Nazaré
Patrocínio de Maria de Nazaré; influi sobre as atividades de vários outros agrupamentos dedicados ao serviço do Bem do Planeta e na difusão evangélica em nosso País, bem como no exercício da caridade espiritual nos dois planos.
Fraternidade do Cálice
Venerável Maria de Magdala, que abandonou sua posição e suas riquezas para seguir a Jesus, juntando-se aos Apóstolos. A primeira a quem Jesus se manifestou após a sua morte para anunciar sua ressurreição. Dedicou-se ao atendimento de leprosos nos arredores de Jerusalém e morreu abandonada em gruta da Judéia.
Fraternidade dos Irmão da China
Venerável LingFo. Inclui vários membros da antiga Fraternidade do Profundo Conhecimento. Dedica-se ao setor cultural e evangélico.
Corrente Índia número1 (brasileira)
Dirigente Itaporã. Dedica-se a proteção e auxílio a trabalhadores em geral desde o início da organização da FEESP.
Corrente Índia número 2
Dirigida por Brogotá, com as mesmas atribuições e antiguidade da anterior.
Fraternidade dos Irmão Humildes
Venerável Bezerra de Menezes. Agrupa médicos e cientistas em geral, orienta trabalhos de cura e pesquisa, visando a mais ampla distribuição de benefícios a necessitados. Colaboram neste setor, entre outro: Pasteur, André Luiz, Eurípedes Barsanulfo e, ainda, Hilarion e Ramatis, em caráter pessoal.
Fraternidade dos Irmão da Esperança
Dedica-se à salvação d sofredores nas regiões de trevas.
Fraternidade dos Filhos do Deserto
Formada por antigos nômades que seguiram o Precursor João Batista ao tempo de Jesus e foram reunidas no Plano Espiritual por um deles que os orienta. São beduínos da antiga Arábia Pétrea e se dedicam a trabalhos pesados e socorros em geral. São mais ou menos numerosos segundo as necessidades. Servem de escudo entre o bem e o mal aos corações valorosos que se dedicam ao serviço do Senhor. Acostumados às intempéries, às vigílias, aos ataques de emboscadas, a trilhar caminhos perigosos e areias movediças, não se iludem com miragens.
Aproximam-se agora do plano físico e fazem parte da cúpula da Aliança, porém, são mais diretamente ligados à Fraternidade dos Discípulos de Jesus.
Fraternidade do Samaritanos
Filiados à Rosa Mística de Nazaré dedicam-se ao auxilio a sofredores do umbral inferior.
Grupo de Judas
Filiado à Rosa Mística de Nazaré, socorrem a suicidas e auxílio a encarnações de Espíritos a evoluir em corpos doentes, com mente reduzida (mongolismo). Patrocínio de Maria de Magdala.
Grupo da Castelã
Atendimento de doentes que encarnam  com resgates pesados, inclusive jovens leprosos ao tempo de Jesus. Preparação de criança para encarnações de regate. Espírito de atividade ligadas aos planos crísticos.
Fraternidade do Triângulo e da Cruz
Venerável Ramatis. Antigos membros de uma fraternidade hindu, ávidos de conhecimentos novos e mais amplos, pediram reencarnação em várias regiões do globo que ofereciam condições para valiosas experiência. Unindo-se a esses novos companheiros, criaram o símbolo do Triangulo e da Cruz. São agora 5000 e encontram-se espalhados pelo globo, razão pela qual são poucos conhecidos. Ramatis é autor de preciosas obras doutrinárias que muito têm auxiliado a divulgação de conhecimentos espirituais em nosso País.
Fraternidade dos Irmão Hindus
Dedica-se aos desenvolvimento das forças psíquicas e morais dos Aprendizes. Trabalhos de atendimento no setor de curas espirituais.
Fraternidade da Lei Áurea
O esforço que se desenvolve em nosso plano denso no sentido da evangelização pela Reforma Íntima, é fortemente apoiado no Plano maior onde, em torno de Ismael se agrupam inúmeros colaboradores que cumprem compromissos assumidos desde o tempo de Jesus e durante o Cristianismo Primitivo e, aqui em nosso País, prosseguem lutando no mesmo alevantado escopo de serviço aos semelhantes.
Secundado esse trabalho atual, organizou-se junto a Ismael, entre outra, a Fraternidade da Lei Áurea, que congrega várias legiões, cada qual com seu dirigente responsável e diferentes classes profissionais de Espíritos que já serviram o País, quando encarnados, entre eles Rui Barbosa, Duque de Caixias, Isabel de Bragança, Humberto de Campos, José do Patrocínio, Gonçalves Dias, Escragnole de Taunay, inclusive, companheiros que trabalham na seara espírita anteriormente, como: Caibar Schutel. Leopoldo Machado, Djalma de Faria, Militão Pacheco, etc.
Nessa Fraternidade há legiões de índios, negros, bandeirantes, médicos, juristas, escritores, militares, todos compromissados a lutar por um Brasil melhor, mais feliz e evangelizado.
Observam-se também grupos de enfermeiros ostentando uniforme antigos e modernos, formando as equipes de Ana Néri, Scheila e Florence Nifhtingale, que desenvolvem valiosa cooperação em vários setores de atendimento.
Cada uma desta legiões possui seu distintivo próprio e uma insígnia especial de identificação e reconhecimento.
Fraternidade do Profundo Conhecimento
Há muitos séculos, por ocasião da primeira invasão mongol na China, um missionário difundia o conhecimento da existência da essência divina em cada ser humano. Dirigia-se mais de perto aos jovens, na esperança de que as sementes não se perdessem no tumulto da violência, da morte e do materialismo.
Foram os primeiros a utilizar a cromoterapia; e alguns dos que lhes herdaram o nome e o ideal continuam a trabalhar hoje, agrupados na esfera de Ismael, condutor espiritual de nosso País. São velhos servidores que aderiram anteriormente à Fraternidade dos Irmãos da China.
Fraternidade dos Ucranianos
Trabalham na Rússia na orientação espiritual do povo, mas lutam com imensas dificuldades devido ao ambiente refratário e hostil. São algumas centenas, que se uniram após a última guerra. Dedicam-se, preferentemente, aos fenômenos físicos e recorrem ao nosso País para suprimentos de fluídos e ectoplasma de que sempre carecem.
Legião de Joana d' Arc
Desde os trabalhos iniciais de 1940 esta Legião foi uma das primeiras a trazer seu precioso concurso e proteção espiritual. Reapresentou-se novamente agora e seus sinais físicos são cabelos castanhos claro, estatura mediana, olhos azuis-acinzentados.
informou que antes de ser uma guerreira serviu como vivandeira no Exército Francês, confortando os que morriam, cuidando dos feridos, socorrendo a todos os necessitado ao seu alcance e, mais tarde, muitos desses Espíritos vieram servir no exército que comandou para expulsar os inglese e repor no trono o rei Carlos VII.
Antes de ser aprisionada pelos ingleses, muitos dos Espíritos que acudiu a aguardavam no plano etéreo, por serem gratos e sentirem-se atraídos por sua vibração espiritual. Após sua morte localizaram-na e juntaram-se a ela, elegendo-a novamente sua orientadora, adotando com o símbolo uma flor-de-lis brotando ao pé de uma cruz Lorena.
Atualmente, dedica-se a tentativas de harmonização, para evitar derramamento de sangue  nas batalhas, juntamente com seus homens, luta para abrandar os golpes, desestimulando os lutadores com a lembrança momentânea de Deus, porque ela já viu de perto como os homens se transformam em feras quando obrigados a combater, com a coragem nascida muitas vezes do terror, e com a audácia gerada pela cegueira momentânea proveniente da loucura coletiva da guerra.
E já viu também com se transformam nos êxitos , nas vitórias e como a bravata e o exibicionismo vêm à tona, juntamente com a ambição a embriagá-los, porque o poder intoxica e transforma o caráter humano, degradando-o.
Sobre a sede de suas atuais atividades informou que se situa no Vale do Loire na França, estando se destacando nestes dias para um determinado ponto do Atlântico, mais perto do Brasil, passando o Loire a se um simples local de repouso. Ao se despedir fincou sua bandeira na Aliança, com o dístico conhecido de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, desenhado ao cento e em volta de um globo. E foi captado seu pensamento final quando se afastava: "Esse dístico é a representação de um ideal elevado, início de um movimento universal de redenção espiritual muito amplo, que corresponde ao chamamento de Jesus".
Fraternidade dos Irmãos do Egito
Dedica-se ao fortalecimento psíquico dos Aprendizes e Discípulos. Nação que guarda muitas das reminiscências da iniciação atlante antiga e na qual o grande missionário crístico Moisés nasceu e viveu.
Grupo dos Irmãos de Saturno
Cooperação para o transcurso do milênio; utiliza  aparelhagem eletrônica avançada, de grande poder de ação, sobretudo, contra as maléficas influência dos trabalhos pesados. Venerável: Eros.
Observações:
Além destes existem no nosso Plano Espiritual outros grupos de Servidores de outros orbes que dão franco apoio ao setor de evangelização e se dedicam ao atendimento de necessidades para curas espirituais em geral, utilizando processos mais avançados, não só na técnica empregada, como nos recursos intermediários (naturais, eletromagnéticos, fluídicos e vibratórios), através de aparelhagem altamente eficiente, inclusive, para eliminação dos referidos envolvimentos malignos.
O número de fraternidade e grupos protetores de instituições espiritualistas, sobretudo, de Casa Espírita bem organizadas em bases evangélicas, não é permanente e altera-se segundo as necessidades, tornando-se conveniente a providência de atualizações periódicas.

Extraído do livro Vivência do Espiritismo Religioso - Edgard Armond pag.144/145/148 a152
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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

AS FRATERNIDADES DO ESPAÇO


PRECE DAS FRATERNIDADES

Nosso Divino Mestre e Salvador,
Fortalecei-nos e amparai-no
para que possamos lutar
Contra as forças do mal
Que tentam dominar o mundo.

Veneráveis mensageiros celestes,
Auxiliares de Jesus,
Fortalecei-nos e amparai-nos
Para que possamos lutar
Contra as forças do mal
Que tentam dominar o mundo.

Pai Nosso, Criador Nosso,
Fonte eterna de amor e de Luz,
Fortalecei-nos e amparai-nos
Para que possamos lutar
Contra as forças do mal
Que tentam dominar o mundo.

Assim seja.

Têm oferecido, há muitos anos, preciosa ajuda na execução das tarefas espirituais em nosso plano e o elo mais forte e dominante desse cooperação é sempre o interesse pelo bem comum e, para os cristãos, é a difusão e a exemplificação no campo individual e coletivo, do ensinamentos de Jesus e das realizações evangélicas, cuja vibração unitiva é de altíssimo teor e significação, por se tratar de atividades de setor crístico.
Essas fraternidades não são mitos, entidades sobrenaturais ou superstições de fanatismo religioso, mas grupos coesos, firmes e conscientizados de trabalhadores integrados nas hostes aguerridas que obedecem à direção redentora de Jesus e, que nos embates da luz contra as trevas, que já envolvem o planeta neste dias finais do ciclo evolutivo, se organizam para vender, assegurando o domínio do amor e da paz.
Em 1940, fizemos os primeiros contatos com as Fraternidades, no início da atividades organizativas da FEESP, onde permanecemos, como um dos dirigentes, até 1967.
Quando o Espírito Guardião Nacional, Ismael, transmitiu a incumbência de se proceder a essa organização em bases cristãs evangélicas, assegurou todo auxílio espiritual necessário que aliás, jamais faltou e se efetivou de imediato, de uma parte com a proteção da Fraternidade dos Cruzados, cujo  efetivo, em determinadas ocasiões, se tornava considerável e, de outra, com a assessoria de três membros da Fraternidade do Santo Sepulcro, que compareciam às reuniões de trabalho trazendo o pensamento e as instruções da Esfera Maior.
Essas entidades estiveram presentes até que se terminassem o organização quando, então, se retiraram, exceto uma delas, que permaneceu cooperando até a presente data, como protetora e representante de Ismael.
Para melhor conhecimento do assunto é indicado um ligeiro retrospecto histórico das Fraternidades, começando pela dos Cruzados.
As Fraternidades influíram na segurança, na manutenção da ordem, na proteção dos dirigentes, trabalhadores, na orientação de cursos e escolas implantados nesse período e nos atendimentos públicos para curas materiais e espirituais quando, então, somavam milhares de membros que estendiam seus acampamentos no Espaço, nas proximidades da Casa (FEESP) e suas dependências.
Nos dias de crises quando a Casa se via ameaçada por multidões de entidades maléficas que tentavam amedrontar e criar embaraços ao fluxo considerável de frequentadores e necessitados, avultava grandemente o concurso dos Cruzados bastando, muitas vezes, a presença de dois ou três deles, montados em seus corcéis de guerra, para que essa multidão trevosa abandonasse o local e deixasse área limpa e livre.
A segunda fraternidade que registramos foi justamente do Santo Sepulcro, cujos membros não passavam de doze. A terceira foi a Fraternidade do Trevo, cujo venerável é Razin, o irmão maior que, também, desde o início, vem prestando grande ajuda; seus , membros especializam-se em trabalhos mentais e tarefas direcionais.
A partir desta última e segundo as necessidades do próprio desenvolvimento de atividades de Casa, várias outra foram, como o tempo, se apresentando e sendo anotadas; foram dezenas delas, algumas das quais são aqui enumeradas.
Em 1967, houve dispersão de várias delas, mas, a partir de 1973, foram se reunindo  novamente em torno da Aliança Espírita Evangélica como preciosos elementos de proteção e auxílio, sobretudo, por se tratar de uma instituição de natureza essencialmente religiosa, dedicada à formação de Servidores e Discípulos e à testemunhação positiva dos ensinamentos de Jesus pela Escola de Aprendizes do Evangelho, através da Reforma Íntima compulsória, imprimida aos seus programas desde sua criação em 1950 e outras valiosas atividades.

Extraído do livro Vivência do Espiritismo Religioso - Edgard Armond
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Misticismo

Não é fácil definirmos misticismo e qualquer tentativa de uma bordagem precisa está ameaçada ao fracasso.
Em geral, o vocabulário é empregado pelo povo para designar algo correlacionado com ocultismo esotérico, mistério, alegorias e símbolos, idealismo sem fé, rituais, etc.
Os dicionários falam-nos de "atitude coletiva afetivamente baseada numa lei irracional, numa doutrina, ou num homem"(Dicionário de Psicologia, de Henri Peéron, Ed. Globo) e é o mesmo autor que nos fala também em "conjunto de práticas conducentes a um êxtase". Já no Dicionário de Psicologia, de Ganiel Valmor (Ed. Schapire), vamos encontrar: "disposição religiosa destinada a elevar o homem a Deus".
Esclarecendo:
Com respeito à primeira definição, aquela proveniente da sabedoria popular, manifestamos-nos frontalmente contrários, pois seria um absurdo admitirmos em nossos meios os mistérios, símbolos ou alegorias. O Espiritismo é uma doutrina de culto interior, onde os formalismos não têm lugar, sob hipótese ou pretexto algum!
Sobre a segunda, que nos diz de uma atitude baseada em lei irracional, dispensamos qualquer comentário pelo próprio absurdo que encerra.
A terceira, desde que entendamos por êxtase a alegria espiritual que sentimos quando nos aproximamos do Criador, torna-se mais aceitável. A quarta é, para nós bastante razoável, pois devemos não só aspirar mas também envidar todos os esforços para nos aproximarmos do Criador.
Conclusão:
Após termos feito as considerações acima, concluímos que o misticismo não pode faltar ao espírita, mas um misticismo que nos leva à conscientização dos valores espirituais, em detrimento das formas físicas perecíveis. Um misticismo traduzido em profundas aspirações de atingirmos o mais alto, que se reflete numa vivência onde, apesar de estarem os nossos pés no chão, a mente se encontra voltada para outra vida, a verdadeira.
Sejamos misticos! Reconheçamos ser a encarnação um fato acidental em nossas vidas e esforcémos-nos, através do trabalho e do estudo, para acelerarmos a nossa comunidade em direção ao Criador, e assim desfrutarmos da oportunidade ímpar de experimentarmos diariamente aquela felicidade sem limites que explora em nossos corações quando sentimos que dentro de nós morre, todos os dias um velho e nasce um homem novo.
Extráido: Livro Vivência do Espiritismo Religioso - Edgard Armond

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Parábola dos Lavradores Maus ou dos Rendeiros Infiéis

"Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma cerca de varas, cavou ali um lagar ( é o local onde se pisam frutos para separar sua parte líquida da massa sólida), edificou uma torre e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para outro país. Ao aproximar o tempo dos frutos, enviou seus servos aos lavradores, para receber os frutos que lhe tocavam. Estes, agarrando os servos, feriram um, mataram outro e a outro e a outro apedrejaram. Enviou ainda outros servos em maior número; e trataram-no de mesmo modo. Por último, enviou-lhe seu filho, dizendo: Terão respeito ao meu filho. Mas, os lavradores, vendo-o, disseram entre si, este é o herdeiro, vinde, matemo-lo e apoderemos-nos da sua herança; e, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. Quando pois vier o senhor da vinha, que fará àqueles  lavradores? Responderam-lhe: Fará perecer horrivelmente e estes malvados, arrendará a vinha a outros, que lhe darão os frutos no tempo próprio. ( Mt XXI 33-42, Mc XII   1-9, Lc XX 9-16)

O sentido da parábola é este:
Nesta parábola dos lavradores maus, redeiros infiéis, quis Jesus explicar a soberania da ação divina que às vezes tarda, mas não falha; e quis ainda mostrar a seus discípulos quem são os lavradores que prejudicam a sua seara.
A seara é a Humanidade; o proprietário é Deus; a vinha que ele plantou é a religião; o lagar são os meios de purificação espiritual que ele concede; a casa que edificou é o mundo, os lavradores que arrendaram a lavoura são os sacerdotes de todos os tempos, desde os antigos que sacrificavam o sangue dos animais, até os nossos comtemporâneos.
Os primeiros servos que foram feridos, apedrejados e sacrificados, são os profetas da Antiguidade, que passaram por duras provações; Elias, Eliseu, Daniel, que foi posto na cova dos leões; o próprio Moisés, que sofreu com os sacerdotes do Faraó e com os israelitas fanatizados que chegaram fundir um bezerro de ouro para adorar, contra a lei do Senhor; depois veio João Batista, que foi degolado; e depois outros servos, que passaram pelos mesmos sofrimentos dos primeiros - apóstolos e profetas, como Estevão que foi lapidade; Paulo, Pedro, João, Tiago, que sofreram martírios, e todos os demais que não têm acompanhado as concepções sacerdotais.
O filho do proprietário, que foi morto pelos rendeiros que se apossaram  da sua herança, é Jesus Cristo, Senhor Nosso, que sofreu o martírio ignominioso da cruz. E de acordo com as previsões da parábola, os tais sacerdotes se apossaram da herança com a qual se locupletam fartamente, deixando a seara abandonada e a vinha sem frutos para o proprietário.
Na condições em que se acha a seara, poderá o senhor deixar a sua vinha entregue e essa gente, e esses rendeiros inescrupulosos e maus?
Estamos certos de que se cumprirá brevemente a última previsão da parábola: "O senhor tomará a vinha desses malvados e a arrendará a outros, que lhe darão os frutos no tempo próprio".

Extraído do livro Parábolas e Ensinos de Jesus - Caibar Schutel









Parábola dos Dois Filhos

"Um homem tinha dois filhos; chegando ao primeiro disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. ele respondeu: Irei, senhor;  e não foi.
 E chegando ao segundo, disse-lhe o mesmo. Porém, este respondeu: Não quero; mais tarde, tocado de arrependimento, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?
Responderam eles: o segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade voz digo que os publicanos e as meretrizes entrarão primeiro que vós no Reino de Deus" (Mt, XXI, 28-31).




O sentido da parábola é este:
Estas duas personalidades revelam perfeitamente as suas qualidades em suas palavras e ações. O primeiro filho, convidado pelo pai a trabalhar na sua vinha, disse que ia, mas não foi. O segundo disse que não ia, mas foi. O primeiro é a personificação da crença (credo) sem obras. O segundo é o tipo do homem inteligente que, negando-se ao trabalho espiritual, depois de haver raciocinado e tirado suas conclusões, transformou o não em sim, não com a palavra abstrata, a crença, a obediência cega, mas por um esforço intelectual e pelas obras que deliberou fazer, "trabalhando na vinha".

Ensina esta parábola que a vontade de Deus é que trabalhemos não só em proveito nosso, mas em proveito de nossos semelhantes; ao passo que não é vontade de Deus crermos sem trabalho, isto é, cegamente, sem obras.

A crença cega é a crença dos anciãos do povo, dos velhos rotineiros e dos sarcedotes, pois são estes que Jesus disse que os publicanos e as meretrizes lhes eram ainda superiores, tanto assim que os precederiam no Reino dos Céus. A parábola na parte que se refere ao filho que disse. "irei, mas não foi", entende-se também como esses anciãos e sacerdotes que, assumindo a tarefa de guiar para a verdade, os moços e os que lhes estão sujeitos, se mantém num exclusivismo condenável, apagando até das almas, algumas centelhas de fé que lhes foi doada.

Enfim, o filho que tardou, e disse que não ia, mas foi - entende-se como esses publicanos e meretrizes que demoram, como é sabido, mas, afinal, mudam de vida e se tornam, as mais das vezes, grandes obreiros da seara divina!


Extraído do livro Parábolas e Ensinos de Jesus - Caibar Schutel






Lei do Trabalho

A necessidade do trabalho é lei da Natureza? (Questão 674)         
 “O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.

Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais? (Questão 675)       
 “Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.”
“O Livro dos Espíritos” 

 Oração No Trabalho
Senhor!
Ensina-nos a trabalhar mais, produzindo mais,e a produzir mais, a fim de conquistarmos recursos maiores, para distribuir o auxílio sempre mais amplo de Tua Misericórdia.
E ensina-nos, Senhor, a descansar menos, pedindo menos, e a pedir menos, a fim de pesarmos menos em nossos semelhantes, para exigir menos, de modo a nos sentirmos menos fracos para servir em Tua Bondade.
Senhor!
Tanto quanto nos seja possível receber, concede-nos mais trabalho para sermos mais úteis e que sejamos sempre menos nós, diante de Ti, a fim de que estejamos mais  em nós, hoje e sempre.
Assim Seja.

Bezerra de Menezes


Lei do Trabalho – Livro dos Espíritos Cap. III – Livro Terceiro 


I – Necessidade do Trabalho

O trabalho é uma lei natural.
Toda a Natureza trabalha.
Toda ocupação é trabalho.
O esforço da reforma íntima é trabalho.

Os animais, as plantas, os insetos trabalham como agentes colaboradores dos desígnios de Deus (Criador). Esse trabalho é direcionado à conservação, devido à limitação da inteligência, portanto, não conduz ao progresso.

Entre os homens o trabalho tem dupla função: a conservação e o progresso, pois desenvolve a inteligência.
Nos mundos mais aperfeiçoados a natureza do trabalho é relativa à natureza das necessidades. Lembrando que jamais o ser permanece inativo ou inútil.

O homem que possui bens para assegurar sua subsistência não necessita do trabalho material, mas deve trabalhar em auxílio do irmão, aperfeiçoando sua inteligência e dos outros.

Deus fez do amor paternal e filial um sentimento natural, para que os membros de uma família se auxiliassem reciprocamente, sendo que os pais devem trabalhar para os filhos e vice versa.

II – Limite do Trabalho – Repouso

O repouso é uma necessidade, pois tem função de reparar as forças do corpo e deixar um pouco mais de liberdade à inteligência.

O limite do trabalho está no limite das forças. Mas caso superiores ousarem abusar da autoridade para impor aos seus inferiores um excesso de trabalho, responderão por isso.

O homem tem o direito de repousar na velhice. Caso necessite trabalhar para sobreviver e não tem forças; a Lei de Deus diz que o forte deve trabalhar para o fraco, na falta da família a sociedade deve amparar. É a Lei da Caridade.

Trabalhar não é sofrer, mas progredir, desenvolver-se, conquistar a felicidade. Para os espíritas, além dos proventos imediatos na Terra, o trabalho proporciona também os da evolução espiritual. Por isso não basta dar trabalho ao homem, sendo necessário dar-lhe educação, que é o conjunto de hábitos adquiridos, ou seja, dar-lhe educação moral que é a orientação espiritual para que ele possa tirar do trabalho todos os proventos que este lhe pode dar.

Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos.

Elaine Saes




A lei do trabalho – o que é e qual a sua finalidade?

 Kardec perguntou aos imortais: – Por que o trabalho se impõe ao homem? Resposta: “Por ser uma conseqüência da sua natureza corpórea. É expiação (reparação) e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade.” (O Livro dos Espíritos, 676 e seguintes.)

Genericamente, o trabalho pode ser definido como: “ocupação em alguma obra ou ministério; exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa”. É pelo trabalho que o homem forja o próprio progresso, desenvolve as possibilidades do meio ambiente em que se situa e amplia os recursos de preservação da vida.

O trabalho não se restringe aos esforços de ordem física e material, visto que abrange também a atividade intelectual que objetiva as manifestações da cultura, do conhecimento, da arte e da ciência. Existem em nosso globo o trabalho remunerado e o trabalho-abnegação. Com o primeiro, o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria as condições de conforto. Com o outro, do qual não decorre pagamento nem permuta alguma, ele se modifica a si mesmo e cresce no sentido moral e espiritual.

O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porque faculta àquele que trabalha a conquista de valores incalculáveis com que a pessoa corrige suas imperfeições e disciplina a vontade. O momento perigoso para o homem é, pois, o momento do ócio, não o do sofrimento nem o da luta áspera. Se na ociosidade pode surgir e crescer o mal, na dor e na tarefa fulguram a luz da oração e a chama da fé.

O Espiritismo considera trabalho toda ocupação útil e ensina que ele constitui fator indispensável ao progresso das criaturas e da comunidade em que vivemos, um meio de elevação e de expiação de que necessitamos para resgatar os abusos e os erros cometidos no passado. “O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e só mediante o trabalho do corpo o Espírito adquire conhecimentos”, afirmaram os imortais (O Livro dos Espíritos, Prolegômenos).

A finalidade e a importância do trabalho em nossa vida são enfatizadas pelo Codificador em diversas passagens de sua obra, e não apenas em O  Livro dos Espíritos, como mostram os textos seguintes:

  • A ciência é obra do gênio e só pelo trabalho deve ser adquirida, pois só pelo trabalho é que o homem se adianta no seu caminho. (O Livro dos Médiuns, item 294, 28a questão.)

  • O progresso nos Espíritos é o fruto do próprio trabalho. (O Céu e o Inferno, 1a Parte, cap. III, item 7.)

  • A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito: ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si.  (O Céu e o Inferno, 1a Parte, cap. III, item 8.)

  • As almas ou Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos nem consciência do bem e do mal, porém, aptos para adquirir o que lhes falta. O trabalho é o meio de aquisição, e o fim — que é a perfeição — é para todos o mesmo. (O Céu e o Inferno, cap. VIII, item 12.)

  • A máxima:  Buscai e achareis, análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará, é o princípio da  lei do trabalho  e, por conseguinte, da  lei do progresso,  porquanto o progresso é filho do trabalho. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, item 2.)

  • Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu Espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. (E.S.E., cap. XXV, item 3.)

  • Quando experimentarmos qualquer pesar, devemos resistir e fazer todo esforço para não nos abandonarmos à tristeza, lembrando que nada se obtém sem trabalho . (Revista Espírita de 1860, p. 21.)

  • A prece mais agradável a Deus é o trabalho útil, seja qual for. "Não vos contenteis em pedir a Deus que vos ajude: ajudai-vos vós mesmos, pois assim provareis a sinceridade de vossa prece." (Revista Espírita de 1860, p. 67.)

  • Segundo o Espírito de Verdade, felizes são os que tiverem trabalhado no campo do Senhor com desinteresse e sem outro móvel senão a caridade, porque seus dias de trabalho serão pagos ao cêntuplo do que esperam. (Revista Espírita de 1862, pp. 88 e 89.)

  • A depuração do Espírito só é alcançada pelo trabalho. É por isso que  as encarnações escolhidas lhe são mais penosas, porque - depois de haver dado supremacia à matéria e a seus fluidos - deve constrangê-la, lutar com ela e dominá-la. (Revista Espírita de 1864, pp. 50 a 52.)

  • “Se bastasse formular palavras para se dirigir a Deus, os inoperantes apenas teriam que tomar um livro de preces para satisfazer a obrigação de orar. O trabalho, a atividade da alma são a única boa prece que a purifica e a faz crescer.” (Revista Espírita de 1865, pp. 28 a 31.)

  • Nos Espíritos o progresso é fruto do próprio trabalho. São eles, pois, os artífices de sua situação, feliz ou infeliz, conforme o ensinamento do Cristo: “A cada um segundo as suas obras”. (Revista Espírita de 1865, p. 67.)

  • A verdadeira vida, tanto do animal, quanto do homem, não está no envoltório corporal; está no princípio inteligente que sobrevive ao corpo. Esse princípio inteligente necessita do corpo para se desenvolver pelo trabalho que deve realizar sobre a matéria bruta. O corpo se gasta nesse trabalho, mas a alma, não; ao contrário, dele sai mais forte, mais lúcida e mais capaz. (Revista Espírita de 1865, p.  95.)

  • Luís de França (Espírito) reafirma a informação de que os tempos são chegados e afirma, numa mensagem recebida em 8 de janeiro de 1866: (1) Enquanto o homem negligencia cultivar o seu espírito e fica absorvido pela busca ou a posse dos bens materiais, sua alma permanece de certo modo estacionária. (2) A bondade de Deus é, contudo, infinita e ultrapassa a indiferença de seus filhos. Eis por que lhes envia mensageiros divinos que vêm lembrar-lhes que Deus não os criou para a Terra, onde ficam apenas por algum tempo, a fim de que, pelo trabalho, desenvolvam as qualidades de sua alma. (Revista Espírita de 1867, pp.  58 e 59.)

Limites ao trabalho e necessidade de repouso

Apesar da importância do trabalho, a lei natural fixou um limite ao seu exercício, que é, segundo os ensinamentos espíritas, o limite das nossas forças, fato que deixa claro que, sendo fonte de equilíbrio físico e moral, o trabalho deve ser exercido por tanto tempo quanto nos mantenhamos válidos.

Ninguém ignora que o avançar da idade debilita o corpo físico e mesmo as faculdades intelectuais, embora a história registre casos de homens em idade avançada que muito contribuíram para o mundo em que vivemos, como Benjamim Franklin, que aos 81 anos colaborou na elaboração da Constituição americana; Miguel Ângelo, que aos 89 anos de idade ainda produzia obras de rara beleza, e marechal Cândido Rondon, que aos 92 anos ainda trabalhava intensamente nas matas do Brasil.

 

O momento do repouso é também fundamental. Todo o homem que trabalha tem direito a ele, para refazimento de suas forças e manutenção do seu ritmo de produtividade. O repouso nada mais é que um prêmio pelo esforço despendido, uma pausa necessária à continuidade das tarefas que assumimos.

Foi por isso que o Decálogo consagrou a santificação do dia do sábado, em que é clara a preocupação em proteger a saúde das pessoas, inclusive dos escravos, dos estrangeiros e até mesmo dos animais de serviço. “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro”, diz o cap. 20, versículos 9 e 10, de Êxodo.

 “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado”, esclareceu o Senhor, segundo o Evangelho de Marcos, cap. 3, versículos 1 a 6, mostrando que sua instituição representava uma medida útil, porque se destinava a proteger o corpo físico do esgotamento resultante do excesso de trabalho, mas o homem era ainda mais importante.

É indispensável, pois, reservemos um dia para o descanso do corpo, após uma semana de trabalho, mas devemos consagrá-lo de modo especial a Deus, santificando-o mais do que os demais dias, com a prática de obras que atestem o nosso amor pelo próximo e por nosso Pai Celestial. Foi com esse propósito que Jesus, em dia de sábado, alimentou, pregou e curou a obsessão que uma mulher trazia “havia dezoito anos” e a mão ressequida de um homem, entre tantos benefícios realizados, mostrando que todo dia é dia para a prática do bem, sem exceção de qualquer deles.
Astolfo O. de Oliveira Filho

Textos de  auxílio:
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O imperativo da ação - (Jesus no Lar lição 45 - Neio Lúcio - F.C.X.)

Explanavam os aprendizes, acaloradamente, sobre as necessidades de preparação para o
Reino Divino.
Filipe, circunspecto, salientava o impositivo da meditação. Tiago, o mais velho, opinava
pelo retiro espiritual; os discípulos do movimento renovador, a seu ver, deviam isolar-se em
zona inacessível ao pecado. João optava pela adoração constante, chegando ao extremo de
sugerir o abandono das atividades profissionais, por parte de cada um, a fim de poderem entoar
hosanas contínuos ao Pai Amantíssimo. Bartolomeu destacava a necessidade do jejum incessante,
com abstenção de todo contacto com as pessoas impuras.
Chamado à manifestação direta pela palavra indagadora de Simão, Jesus perguntou, nominalmente:
— Pedro, qual é a água que desprende miasmas pestilenciais?
— Sem dúvida — respondeu o apóstolo, intrigado —, é a água estagnada, sem proveito.
Sorridente, dirigiu-se ao filho de Alfeu, indagando:
— Tiago, qual é o peixe que flutua inerte na onda?
— É o peixe morto, Senhor — redargüiu o discípulo, desapontado.
— Bartolomeu, qual é a terra que se enche de matagais daninhos à plantação útil?
O interpelado pensou, pensou e esclareceu:
— Indiscutivelmente, é a terra boa desprezada, porque o solo empedrado e áspero é
quase sempre estéril.
O Mestre, evidenciando sincera satisfação, concentrou a atenção em Tadeu e inquiriu:
Tadeu, qual é a túnica que se converte em ninho da traça destruidora?
— É a túnica não usada.
Endereçando expressivo gesto a Judas, interrogou:
— Que acontece ao talento sepultado?
— Perde-se por inútil, Senhor.
Logo após, assinalou com o olhar um dos filhos de Zebedeu e falou, mais incisivo:
— Tiago, onde se acoitam as serpentes e os lobos?
— Nos lugares em ruína ou votados ao abandono.
— André — disse o Cristo, fixando o irmão de Pedro —, qual é, em verdade, a função
do fermento?
— Mestre, a missão do fermento é dar vida ao pão.
Em seguida, pousando nos companheiros o olhar penetrante e doce, acrescentou, bem humorado:
— O tempo está repleto de adoradores e a miséria rodeia Jerusalém. Se a luz não serve
para expulsar as trevas, se o pão deve fugir ao faminto e se o remédio precisa distanciar-se do
enfermo, onde encontraremos proveito no trabalho a que nos propomos? O Reino Divino
guarda o imperativo da ação por ordem fundamental. Sigamos para diante e propaguemos a
verdade salvadora, através dos pensamentos, das palavras, das obras e de nossas próprias vidas.
O Todo-Sábio criou a semente para produzir com o infinito. Desce do alto a claridade do
Sol cada dia para extinguir as sombras da Terra. Não é outro o ministério da Boa Nova. Amar,
servindo, é venerar o Pai, acima de todas as coisas; e servir, amando, é amparar o próximo
como a nós mesmos. Pautar-se por estas normas, em nosso movimento de redenção, é praticar
toda a Lei.
***

TRABALHO - (O Consolador (questão 225 a 231) Emmanuel - F.C.X.)

Salvação da alma – Os guias espirituais e a iluminação do homem 
– Graça – Auto ­iluminação – Purificação no ambiente do mundo – 
Início de esforço – Os mais necessitados de luz 

225 – Como entender a salvação da alma e como conquistá-­la?
– Dentro das claridades espirituais que o Consolador vem espalhando nos bastidores religiosos e filosóficos do mundo de si mesma, a caminho das mais elevadas aquisições e realizações no Infinito.
Considerando esse aspecto real do problema de “salvação da alma”, somos compelidos a reconhecer que, se a Providência Divina movimentou  todos os recursos indispensáveis ao progresso  material do homem físico na Terra, o Evangelho de Jesus é a dádiva suprema do Céu  para a redenção do homem espiritual, em marcha para o amor e sabedoria universais.– Jesus é o Modelo Supremo.
O Evangelho é o roteiro para a ascensão de todos os Espíritos em luta, o aprendizado na Terra para os planos superiores do Ilimitado. De sua aplicação decorre a luz do Espírito.
No turbilhão das tarefas de cada dia, lembrai a afirmativa do Senhor: – “Eu sou  o Caminho, a Verdade e a Vida”. Se vos cercam as tentações de autoridade e poder, de fortuna e inteligência, recordai ainda as suas palavras: – “Ninguém pode ir ao Pai senão por mim”. E se vos sentis tocados pelo sopro frio da adversidade e da dor, se estais sobrecarregados de trabalhos no mundo, buscai ouvi­-Lo sempre no imo d’alma: – “Quem deseje encontrar o Reino de Deus tome a sua cruz e siga os meuspassos”

226  –  Os  guias  espirituais  têm  uma  parte  ativa  na  tarefa  de  nossa iluminação pessoal?
–  Essa colaboração apenas se verifica como no caso dos irmãos mais velhos, ou dos amigos mais idosos nas experiências do mundo.
Os mentores do Além poderão apontar­vos os resultados dos seus próprios esforços na Terra ou, então, aclarar os ensinos que o homem já recebeu através da misericórdia do Cristo e da benevolência dos seus enviados, mas em hipótese alguma poderão  afastar a alma encarnada do trabalho que lhe compete, na curta permanência das lições do mundo.
Que dizer de um professor que decifrasse os problemas comuns para os alunos?
Além disso, os amigos espirituais não se encontram em estado  beatífico.
Suas atividades e deveres são maiores que os vossos. Seus problemas novos são inúmeros e cada Espírito deve buscar em si mesmo a luz necessária à visão acertada do caminho.
Trabalhai sempre. Essa é a lei para vós outros e para nós que já nos afastamos do âmbito limitado do circulo carnal. Esforcemo-­nos constantemente.
A palavra do guia é agradável e amiga, mas o trabalho de iluminação pertence a cada um. Na solução dos nossos problemas, nunca esperemos pelos outros, porque de pensamento voltado para a fonte de sabedoria e misericórdia, que é Deus, não  nos faltará, em tempo algum, a divina inspiração de sua bondade infinita. 

227 – Deus concede o favor a que chamamos graça?
– São tão grandes as expressões da misericórdia divina que nos cercam o Espírito, em qualquer plano da vida, que basta um olhar à natureza física ou invisível, para sentirmos, em torno de nós, uma aluvião de graças.
O favor divino, porém, como o homem pretende receber no  seu antropomorfismo, não se observa no caminho da vida, pois Deus não pode assemelhar-­se a um monarca humano, cheio de preferências pessoais ou subornado por motivos de ordem inferior.
A alma, aqui ou  alhures, receberá sempre de acordo com o  trabalho da edificação de si mesma. É o próprio Espírito que inventa o seu inferno ou  cria as belezas do seu  céu. E tal seja o seu  procedimento, acelerando o processo de evolução pelo esforço próprio, poderá Deus dispensar na Lei, em seu favor, pois a Lei é uma só e Deus o seu Juiz Supremo e Eterno. 

228  –  A  auto ­iluminação  pode ser  conseguida  apenas  com  a  tarefa  de uma existência na Terra?
– Uma encarnação é como um dia de trabalho. E para que as experiências se façam acompanhar  de resultados positivos e proveitosos na vida, faz-­se indispensável que os dias de observação e de esforço se sucedam uns aos outros.
No complexo das vidas diversas, o estudo prepara; todavia, somente a aplicação sincera dos ensinamentos do Cristo pode proporcionar a paz e a sabedoria, inerentes ao estado de plena iluminação dos redimidos.

229 – Como entender o trabalho de purificação nos ambientes do mundo?
– A purificação na Terra ainda é qual o lírio alvo, nascendo do lodo das amarguras e das paixões.
Todos os Espíritos encarnados, porém, devem considerar que se encontram
no planeta como em poderoso cadinho de acrisolamento  e regeneração, sendo indispensável cultivar a flor da iluminação íntima, na angústia da vida humana, no círculo da família, ou  da comunidade social, através da maior  severidade para consigo mesmo  e da maior tolerância com os outros, fazendo  cada qual, da sua existência, um apostolado de educação, onde o maior beneficiado seja o seu próprio Espírito.

230 – Como iniciar o trabalho de iluminação da nossa própria alma?
–  Esse esforço individual deve começar com o auto domínio, com a disciplina dos sentimentos egoísticos e inferiores, com o  trabalho silencioso da criatura por exterminar as próprias paixões.
Nesse particular, não podemos prescindir  do conhecimento  adquirido por outras almas que nos precederam nas lutas da Terra, com as suas experiências santificantes – água pura de consolação e de esperança, que poderemos beber nas páginas de suas memórias ou nos testemunhos de sacrifício que deixaram no mundo.
Todavia, o conhecimento é a porta amiga que nos conduzirá aos raciocínios mais puros, porquanto, na reforma definitiva de nosso íntimo, é indispensável o golpe da ação própria, no sentido  de modelarmos o  nosso santuário interior, na sagrada iluminação da vida. 
231  – Considerando  que  numerosos  agrupamentos  espíritas se formam apenas para doutrinação das entidades perturbadas, do plano invisível, quais os mais necessitados de luz: os encarnados ou os desencarnados?
– Tal necessidade é comum a uns e outros. É justo que se preste auxílio fraterno aos seres perturbados e sofredores, das esferas mais próximas da Terra; entretanto, é preciso convir que os Espíritos encarnados carecem de maior porcentagem de iluminação evangélica que os invisíveis, mesmo porque, sem ela, que auxílio poderão prestar ao irmão ignorante e infeliz? A lição do Senhor não nos fala do absurdo de um cego a conduzir outros cegos?
Por essa razão é que toda reunião de estudos sinceros, dentro da Doutrina, é um elemento precioso para estabelecer o roteiro espiritual a quantos desejem o bom caminho.
A missão da luz é revelar com verdade serena. O coração iluminado não 
necessita de muitos recursos da palavra, porque na oficina da fraternidade bastará o seu  sentimento esclarecido  no Evangelho. A grande maravilha do amor é o seu profundo e divino contágio. Por esse motivo, o Espírito encarnado, para regenerar os seus irmãos da sombra, necessita iluminar­-se primeiro.

                              *** 
Sempre Chamados - (Agenda Cristã (cap. 45) - André Luiz - F.C.X.)

O cristão é chamado a servir em toda parte. 
Na casa do sofrimento, ministrará consolação.  
Na furna da ignorância, fará esclarecimento. 
No castelo do prazer, ensinará a moderação. 
No despenhadeiro do crime, sustará quedas. 
No carro do abuso, exemplificará sobriedade.  
Na toca das trevas, acenderá luz. 
No nevoeiro do desalento, abrirá portas ao bom ânimo.  
No inferno do ódio, multiplicará bênçãos de amor. 
Na praça da maldade, dispensará o bem. 
No palácio da justiça, colocar-se-á no lugar do réu, a fim de examinar os erros dos outros.  
Em todos os ângulos do caminho, encontraremos sugestões do Senhor, desafiando-nos a servir. 


O BOM TRABALHADOR -( A Mediunidade Sem Lágrimas - Eliseu Rigonatti)

A todos nós, se tivermos realmente a vontade de ser úteis, a Terra oferece um imenso campo de trabalhos, de realizações e de progresso. Todos temos possibilidades de realizar alguma coisa: a cada um foi confiada uma tarefa.  
Sejamos bons trabalhadores.  
A mediunidade é rica de méritos para o futuro, com a condição de ser bem empregada. Se nós nos servimos dela consoante a vontade do Senhor, fácil será aos espíritos fazerem com que a humanidade se esclareça, em menor espaço de tempo. Lembremo-nos sempre de que em qualquer parte que a bondade de Deus nos colocar, por mais humilde que seja o ambiente onde exercemos nossa ação, reais serviços poderemos prestar.  
Nunca forcemos ninguém a aceitar nossas idéias; ensinemos primeiro aos que se achegarem a nós desejosos de aprender.  
Revelemos a todos as sublimes verdades do Espiritismo: a Imortalidade da alma, a Reencarnação, a Fraternidade, a paternidade comum que temos em Deus, nosso Pai.  
Seja o nosso modo de viver uma luz a iluminar os nossos irmãos mais atrasados. Seja a nossa vida um exemplo prático e palpável do Evangelho de Jesus. 
Procuremos esforçadamente socorrer os que implorarem a misericórdia do Senhor. Nunca deixemos de dar de graça o que de graça recebemos.  
Desempenhemos devotadamente nossos deveres humanos: sejamos bons patrões, bons chefes, bons empregados, bons amigos, bons irmãos, bons filhos, bons esposos e bons pais. Seja a nossa família um modelo de virtudes. Sejam nossas relações sociais impregnadas da mais alta moralidade. 
Cuidemos de nossa mediunidade com amor e carinho. Ela nos dará a felicidade futura.  
Evangelizemo-nos a nós próprios. Nós também somos espíritos em doutrinação aqui na terra.  
Não ambicionemos excessivamente as coisas da Terra e não as desprezemos levianamente. Saibamos dar a cada coisa o seu justo valor. 
Confiemos no Senhor. Ele nos dará o necessário. Digno é o trabalhador de seu salário. 
A mediunidade não nos dará as honras da Terra e exigirá de nós a máxima abnegação, o máximo devotamento.  
Sejamos firmes no cumprimento de nossos deveres na seara do Mestre. A 
nossa recompensa não está neste mundo. 
Não há sopro que apague uma luz que o Senhor acende no mundo. Por isso, não tenhamos medo dos incrédulos, nem dos que estão contra nós: não percamos tempo com eles; um dia, a morte os colherá e, então, verão com os próprios olhos aquilo que negavam. 
Confessemos firmes e abertamente nossa crença; não a reneguemos; sejamos fiéis até o fim. 
O Mestre declarou que não veio trazer paz à Terra, porque a maioria das criaturas não o compreenderia.
Assim é o Espiritismo: chamando a atenção da humanidade para os ensinamentos de Jesus, combatendo os preconceitos de raças, de religiões e de classes sociais; desmascarando a hipocrisia e verberando os vícios;  chamando cada um ao cumprimento de seus deveres e à responsabilidade de seus mínimos atos, é natural e lógico que  tenha granjeado inúmeros 
inimigos e detratores. O Espiritismo trará a paz e a união ao mundo, mas, por enquanto, será motivo de escândalo. 
Lembremo-nos de que por pequenina que seja nossa mediunidade, se com ela conseguirmos enxugar uma única lágrima, não perderemos nossa recompensa e seremos contatados no número dos bons trabalhadores
***   
A BÊNÇÃO DO TRABALHO  -( Leis Morais da Vida, cap. 7 a 12 - Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco)

          Sob pretexto algum te permitas a hora vazia. 
          Justificando cansaço ou desengano, irritabilidade ou enfado, desespero íntimo ou falta de estímulo, evita cair no desânimo que abre claros na ação do bem, favorecendo a inutilidade e inspirando as idéias perniciosas. 
          Se supões que todos se voltam contra os teus propósitos superiores, insiste na atividade, que falará com mais eficiência do que tuas palavras. 
          Coagido pela estafa, muda de atitude mental e renova a tarefa, surpreendendo-te com motivação nova para o prosseguimento do ideal. 
          Vitimado por injunções íntimas, perturbadoras, que se enraízam no teu passado espiritual, redobra esforços e atua confiante. 
          O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porqüanto conquista valores incalculáveis com que o espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade. 
          O momento perigoso para o cristão decidido é o do ócio, não o do sofrimento nem o da luta áspera. 
          Na ociosidade surge e cresce o mal. Na dor e na tarefa fulguram a luz da oração e a chama da fé. 
          Maledicências e intrigas, vaidades e presunções, calúnias e boatos, despeito e descrédito, inquietação e medo, pensamentos deprimentes e tentações nascem e se alimentam durante a hora vazia. 
          Os germes criminógenos de muitos males que pesam negativamente sobre a economia da sociedade se desenvolvem durante os minutos de desocupação e ociosidade. 
          Os desocupados jamais dispõem de tempo para o próximo, atarantados pela indolência e pela inutilidade que fomentam o egoísmo e desenvolvem a indiferença. 

          O trabalho se alicerça nas leis de Amor que regem o Universo. 
          Trabalha o verme no solo, o homem na Terra e o Pai nas Galáxias. 
          A vida é um hino à dinâmica do trabalho. 
          Não há na Natureza o ocio. 
          O aparente repouso das coisas traduz a pobreza dos sentidos humanos. 
          A vida se agita em toda parte. 
          O movimento é lei universal em tudo presente. 

          Não te detenhas a falar sobre o mal. Atua no bem. 
          Não te escuses à glória de trabalhar pelo progresso de todos, do que resultará a tua própria evolução. 
          Cada momento sabiamente aproveitado adiciona produtividade na tua sementeira de esperança. 
          O trabalho de boa procedência em qualquer direção produz felicidade e paz. 
          Dele jamais te arrependerás. 
          Não esperes recompensa pela sua execução.
          Produze pela alegria de ser útil e ativo, içando o coração a Jesus, que sem desfalecimento trabalha por todos nós, como o Pai Celeste que até hoje também trabalha.
 ***
TRABALHO DE ÚLTIMA HORA( Leis Morais da Vida, cap. 7 a 12 - Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco)

          A pretexto de cansaço ou necessidade urgente de repouso, não postergues a ensancha abençoada do trabalho que agora te chega, na Vinha do Senhor. 
          O trabalho do bem não apenas engendra o progresso, mas estatui a paz. 
          Dínamo gerador do desenvolvimento e estímulo da ordem, o trabalho é manifestação de sabedoria, desde que o esforço encetado se dirija à execução superior. 
          Sejam quais forem as circunstâncias, reverencia o trabalho como meio e meta para a harmonia íntima e o equilíbrio externo.
          Enquanto trabalhas, olvidas problemas e superas limitações, consubstancializas ideais e incrementas a felicidade. Em retribuição, a atividade ordeira te proporciona esperanças, modificando as paisagens por mais complexas e pressagas se te apresentem. 
* 
          Convidado à Seara do Senhor não examines dificuldades nem recalcitres ante as necessidades urgentes com que depares. 
          Mediante a operação socorrista na lavoura dos corações, lograrás vantajosas conquistas contra os contumazes verdugos do espírito: egoísmo, paixão, ódio que dormem ou que se agitam nos dédalos da vida mental. 
          Quase sempre ajudas com a esperança de imediata retribuição e reages porque não recebes em seguida... 
          Consideras as circunstâncias em que os outros atuam e conferes resultados, arbitrando com a visão distorcida do que supões merecer. 
          A honra do trabalhador, no entanto, se exterioriza pela satisfação do labor executado. 

          O serviço de Deus é comum para todos, facultando operações incessantes com que se pode desenvolver a felicidade na Terra. 
          Pouco importa a hora que se haja compreendido a significação do divino chamado. 
          Assim, não te deixes perturbar ante os que estão à frente, nem lamentes os que seguem à retaguarda. 
          Importa-te em proceder com dedicação desde hoje, aqui e agora. 
          Descobre uma dentre as mil maneiras de atuar edificando e serve, atendendo o chamado do Senhor, que prossegue aguardando os que desejam trabalhar na Sua vinha. 
          Nenhum olhar para trás, nenhuma medida de distância à frente. 
          Os últimos chamados, qual o que ocorre contigo, receberão a recompensa prometida, não obstante o pouco tempo de que disponham para trabalhar com Jesus e por Jesus. 

BENS MATERIAIS(Leis Morais da Vida, cap. 7 a 12 - Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco)

          A riqueza, sob qualquer aspecto considerada, é bênção que Deus concede ao homem para sua felicidade e que lhe compete bem utilizar, multiplicando-a em dons de misericórdia e progresso a benefício do próximo. 
          Torná-la oásis reduzido para o próprio prazer, em pleno deserto de recursos onde medram a dor e a miséria de todo porte, é fraqueza moral que se converte em algema de demorada escravidão. 
          Todas as concessões da Vida rendem juros  conforme a direção e a aplicação que se lhes dêem. 
          Os bens materiais ensejam o progresso e devem fomentá-lo, porqüanto a própria evolução humana impõe necessidades que os homens primitivos desconheciam. 
          As exigências da higiene e do conforto, da preservação da saúde e das experiências de evolução, facultam a aplicação de valores que, simultaneamente, organizam o sistema de crescimento e desenvolvimento do indivíduo como do grupo onde vive. 
          Não cabe, porém, a ninguém o direito de usufruir, seja o que for, em detrimento das possibilidades do próximo. 
          Criminosa a exploração que exaure as forças naturais e entenebrece o 
caráter humano. 
          Desse modo, a direção que o homem dá aos  recursos materiais, mediante a aplicação egoísta ou a utilização benéfica, faz que tal se transforme em liberdade ou grilhão, dita ou desgraça. 
          Administradores, que todos somos, transitoriamente, dos haveres, enquanto na vilegiatura carnal, seremos convocados a contas para relatórios, apresentando o que fizemos das concessões divinas que passaram pelas nossas mãos. 
          O dinheiro, a propriedade, a posição social relevante, a saúde, a inteligência, a mobilidade, a lucidez são bens que  o espírito recebe como empréstimo divino para edificar-se e construir a ventura. 
          Qualquer emprego malsão engendra escassez e limitação que se transformam em aflição e desespero. 
          O mordomo infiel dos bens retorna à Terra na sujeição escravizadora, que lhe cobra o desperdício ou a usura de que se fez vítima inerme. 
* 
Multiplica pelo trabalho e pela ação benéfica todos os bens de que disponhas: do corpo, da mente, do espírito. 
          Aquinhoado com os valores perecíveis que dormem ou se movimentam 
nas tuas mãos, recorda os filhos da agonia ao teu lado, nas tábuas da miséria e do abandono... 
          Um dia, sem que o queiras, deixarás todas as coisas e valores, ante o impositivo da desencarnação, seguindo contigo, apenas, os valores morais legítimos, decorrentes dos bens materiais que converteste em esperança, alegria, progresso e paz, qual semeador de estrelas que, após transitar por um caminho de sombras, conseguiu transformá-lo numa via-láctea de brilhantes celestes.

FRACASSO E RESPONSABILIDADE( Leis Morais da Vida, cap. 7 a 12 - Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco)

          Muito cômodo atribuir-se o insucesso das  realizações a outrem, transferindo responsabilidades. 
          Incapaz de encarar o fracasso do verdadeiro ângulo pelo qual deve ser examinado, o homem que faliu acusa os outros e exculpa-se, anestesiando os centros do discernimento, mediante o que espera evadir-se do desastre. 
          Há fatores de vária ordem que contribuem  poderosamente em todo e qualquer cometimento humano. O homem de ação, porém, graças aos seus valores intrínsecos reais, responderá sempre pela forma como conduz o programa que tem em mãos para executar. Assim, portanto, pelos resultados do empreendimento; 
          Pessoas asseveram em face dos desequilíbrios que se permitem: “Não tinha outra alternativa. Fui induzido pelos maus amigos.” 
          Outras criaturas afirmam após a queda: “Os Espíritos Infelizes ganharam a batalha, após a insistência e a perseguição que eu não mais agüentava. 
          Diversos justificam a negligência, sob o amparo do desculpismo piegas e da desfaçatez indébita. 

          Luta sem desfalecimento e perseverança no posto em qualquer circunstância são as honras que se reservam ao candidato interessado na redenção. 
          O vinho capitoso flui da uva esmagada. 
          O pão nutriente surge do trigo triturado.
          A água purificada aparece após vencer o filtro sensível. 
          Os dons da vida se multiplicam mediante as contribuições poderosas da transformação, da renovação, do trabalho. 
          Não te escuses dos dissabores e desditas, acusando o teu irmão. 
Mesmo que ele haja contribuído para a tua ruína, és o responsável. Porque agiste de boa-fé com leviandade, ou tutelado pela invigilância, não te deves acreditar inocente. 
          Cada um sintoniza com o que lhe apraz e afina. 
          O Evangelho na sua beleza e candidez de linguagem, registra e nos recorda a incisa e concisa lição do Mestre: “Sede mansos como as pombas e prudentes como as serpentes.” 
          Sem que estejas em posição belicosa, colocado em situação contrária, abre a alma ao amor para com todos, porém vigia “o coração porque dele procedem as nascentes da vida”. 
          Diante de qualquer fracasso, refaze as forças, assume responsabilidades e tenta outra vez. Quiçá seja esse o feliz instante de acertares logrando êxito. 

CONSIDERANDO O ARREPENDIMENTO( Leis Morais da Vida, cap. 7 a 12 - Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco)

          Por mais anestesiados se encontrem os centros do discernimento intelectual, dia chega em que ele se instala. 
          Passe o tempo sob a aflicão do tóxico que perturba a faculdade da razão, momento surge em que se reajustam os núcleos da atividade do pensamento e ele brota. 
          Apesar da intensidade clamorosa dos fatores perturbantes que destroem os sentimentos superiores da vida, ao impacto dos projéteis da ira alucinada, do ódio avassalador, do ciúme desequilibrante ou do amor próprio enlouquecido, levando a criatura a atitudes infelizes, chega a oportunidade em que aparecem os pródromos da sua presença.. 

          O arrependimento sempre se manifesta na consciência em débito para com a vida. 
          A princípio, ei-lo como lembrança da falta cometida de que já se não supunha existir qualquer sinal; posteriormente, a recordação do momento infeliz que se estabelece; mais tarde, a idéia rediviva dominante e por fim a obsessão do remorso, avassaladora. 
          Insidioso e maleável, o arrependimento é  câncer que se apropria do homem que se deixou colher em falta, pela vindita ou pelo desforço. 

          Há pessoas que dizem: “Arrependo-me de me não ter vingado.” 
          Algumas exclamam: “Arrependo-me de não ter expulso o inimigo à minha porta.” 
          Outros proferem: “Arrependo-me do bem que fiz.” 
          Algumas contraditam: “Amarguro-me, sim, porque fui eu quem o ajudou e arrependo-me da hora inditosa em que nutri a víbora que hoje me picou... 
          Em verdade devemos arrepender-nos das más ações que cometemos, louvando sem cessar os momentos briosos do auxílio  que dispensamos e agradecendo a Deus a oportunidade em que poderíamos ter ferido mas não o fizemos, o ensejo de vingança, sem havermos descido a rampa da desgraça, a ocasião de negarmos o bem, tendo distendido a escudela da generosidade, 
          O arrependimento que enseja reabilitação  do gravame é convite da consciência ao refazimento da obra mal sucedida. Se, todavia, a vítima transitou e a perdeste de vista, o acúleo do arrependimento se converte em cravo que se fixa no cerne do espírito, qual presença da dor que infligiste, até que se te depurem os fatores negativos que causaste. 
          Não te permitas, portanto, trair, enganar, acusar, ferir, mesmo que tenhas razão. Se a tens, obviamente não se faz necessário descartar-te de quem te prejudica, porqüanto estás melhor do que ele. Se não a tens, não te compete a tarefa do desforço, desde que o teu padecimento é o corretivo para as tuas imperfeições. 
          Em qualquer circunstância, poupa-te desde hoje ao impositivo 
escravízante que te surpreenderá amanhã.
          Arrependimento sadio das faltas cometidas é compromisso assumido com as tarefas a executar. 
          Arrependimento perturbador que ultraja a consciência torna-se problema que se afigura de difícil solução. 
          Caso não te disponhas a tudo recomeçar sob o beneplácito da Misericórdia Divina que nos colocou no mundo para amar e amar, servir e servir porque é da Lei que “somente pelo amor os homens serão salvos”, padecerás do arrependimento perturbador, que nada edifica. 

TRANQÜILIDADE( Leis Morais da Vida, cap. 7 a 12 - Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco)

          Conceituas tranqüilidade qual se fora inércia ou indolência, dever ausente, lazer demorado.
          Face a isso pensas em férias, recreação, letargo, com que supões lenir aflições íntimas, solucionar problemas e complexidades do cotidiano. 
          Talvez consigas, em misteres de tal natureza, renovar forças, catalisar energias, predispor-te. Sem e esforço interno, intransferível com que te defrontarás, assumindo posição decisiva para os embates de reeducação, dificilmente lograrás êxito. 
          A tranqüilidade independe de paisagens, circunstáncias e ocasiões. 
Estabelece-se no espírito conto resultado de uma consciência pacificada, que decorre, a seu turno, de uma vivência moral e social concorde com os postulados de enobrecimento espiritual. 
          Fatores externos criam, às vezes, possibilidades, circunstâncias para as aquisições do espírito. É, porém, nas refregas da evolução, lapidando imperfeições e arestas, que o homem se auto-descobre, conhece-se e premia-se com a ação libertadora. 
          O cansaço, o desaire, a perseguição, a dor não obstante aflijam, jamais logram romper a armadura da tranqüilidade real. 
          Quando existe harmonia interior os ruídos de fora não ecoam perturbadoramente. 

          Se condicionas a tua tranqüilidade a lugares, pessoas e fatores externos, submetes-te, apenas, ao anestésico condicionante para o lazer dos sentidos. 
          Se necessitas de silêncio, melodias, ginásticas para a tranqüilidade, apenas estás no rumo. Sem que te possas manter sereno no retiro da natureza ou na atividade das ruas, entre sons harmoniosos e a poluição sonora, ritmos ginastas e a esfalfa das correrias nas leiras da caridade junto ao próximo, a tua aquisição ainda é miragem diletante, que facilmente se diluirá. 
          Se te enerva a espera ou te desagradam o  cansaço e o medo, fruis, somente, comodidades, encontrando-te longe da tranqüilidade real. 
          Um espírito tranqüilo não se atemoriza nem se enfada, não se desarranja nem se rebela, porqüanto, pacificado pela consciência reta, vibram nele as energias da renovação constante e do otimismo perene. 
* 
          Jesus, no Sermão da Montanha ou no Gólgota, manteve-se o mesmo. 
          Estatuindo a carta magna para a Humanidade, louvou Deus e padecendo a injustiça humana agradeceu ao Pai, enquanto perdoou os homens. 
          Íntegro, confiante, demonstrou até o momento último que a tranqüilidade é preciosa aquisição com que a vitória da vida coroa as lutas nas incessantes batalhas do existir. 


***
A Lei de Trabalho (As Leis Divinas, cap, 13 a 15 - Rodolfo Calligaris)

O trabalho é uma lei da natureza a que ninguém se pode esquivar, sem prejudicar-se, pois é por meio dele que o homem desenvolve sua inteligência e aperfeiçoa suas faculdades. 
O trabalho honesto fortalece-lhe o sentimento de dignidade pessoal, fá-lo respeitado pela comunidade em que vive, e, quando bem realizado, contribui para dar-lhe a sensação de segurança, três coisas fundamentais que todos buscamos. 
Para que o homem tenha êxito no trabalho, e como tal deve entender-se não necessariamente o ganho de muito dinheiro, mas uma constante satisfação Íntima, faz-se mister que cada qual se dedique a um tipo de atividade de acordo com suas aptidões e preferências, sem se deixar influenciar pela vitória de outrem nesta ou naquela carreira, porqüanto cada arte, ofício ou profissão exige determinadas qualidades que nem todos possuem. 
Quem não consiga uma ocupação condizente com o que desejaria, deve, para não ser infeliz, adaptar-se ao trabalho que lhe tenha sido dado, esforçando-se,  por fazê-lo cada vez melhor, mesmo que seja extremamente fácil. Isso ajudará a gostar dele. Quando se trate de algo automatizado que não permita qualquer mudança, Como acontece em muitas fábricas modernas, o remédio é compenetrar-se de que sua função na empresa também é 
importante, assumindo a atitude daquele modesto operário cujo serviço era quebrar pedras e que, interrogado sobre o que fazia, respondeu com entusiasmo: “:Estou ajudando a construir uma catedral”.
Importa, igualmente se adquira a convicção de que embora apenas alguns poucos possam ser professores, médicos, engenheiros, advogados ou administradores todos, indistintamente, desde que desenvolvam um trabalho prestadio, estão dando o melhor de si, concorrendo, assim, para o progresso e o bem-estar social, como lhes compete. 
De outro lado, pelo fato de ser uma lei natural, o trabalho deve ser assegurado a todos os homens válidos que o solicitem para que, em contrapartida lhes seja exigido que provejam às necessidades próprias e da família, sem precisarem pedir nem aceitar esmolas. 
O desemprego, e conseqüentemente a fome, a nudez, o desabrigo, a enfermidade, a prostituição, o crime, etc, constituem provas de que a sociedade se acha mal organizada, carecendo de reformas radicais que melhor atendam à Justiça Social. 
Como acertadamente disse Constâncio C. Vigil, “constitui dolorosa anomalia deixar-se o ser humano em situação de não  poder defender-se da miséria, até delinqüir ou morrer. O desempregado tem direito à vida. Por conseguinte, o Estado só pode castigá-lo pelo roubo se lhe proporciona meios para assegurar a subsistência através do trabalho.” 
Sujeitar, portanto, irmãos nossos à condição de párias, enquanto incontáveis hectares de terra permanecem inexplorados, nas mãos do Estado ou de uns poucos ambiciosos que os foram acumulando, como se fôssem títulos negociáveis, é um crime de lesa-humanidade.
Os governos devem fazer que as terras devolutas ou  mal aproveitadas sejam devidamente cultivadas. 
Uma distribuição pura e simples de pequenos lotes a homens desprovidos de conhecimentos e de recursos pecuniários para o seu trato não será, entretanto, suficiente para a colimação desse objetivo. Ë indispensável prestarse-lhes, também, assistência técnica e ajuda financeira, de modo que, conjugando-se, capital e trabalho bem orientados, tornem viável a fecundação do solo e a erradicação da indigência que assola tão vastas áreas do mundo. 

Os que supôem seja o trabalho apenas um “ganhão pão”, sem outra finalidade que não a de facultar os meios necessários à existência, laboram em erro. Se o fosse, então todos aqueles que possuíssem tais meios, em abundância, poderiam julgar-se desobrigados de trabalhar. 
Em verdade, porém, a lei de trabalho não isenta ninguém da obrigação de ser útil. Ao contrário quando Deus nos favorece, de maneira que possamos 
alimentar-nos sem verter o suor do próprio rosto, evidentemente não é para que 
nos entreguemos ao hedonísmo, mas para que movimentemos na prática do bem, os “talentos” que nos haja confiado. 
Isso Constitui uma forma de trabalho que engrandece e enobrece nossa alma, tornando-a rica daqueles tesouros que “a ferrugem e a traça não corroem, nem os ladrões podem roubar.” 
(Capítulo 3º, questão 674 e seguintes)
***   
Limite do Trabalho (As Leis Divinas, cap, 13 a 15 - Rodolfo Calligaris)

À pergunta (nº 683) do Codificador: “qual o limite do trabalho?”, 
responderam os mentores espirituais incumbidos de lhe ditarem os fundamentos da nova Revelação:
“o das forças”. 
Isso deixa claro que, sendo, como é, fonte de equilíbrio físico e moral, o trabalho deve ser exercido por tanto tempo quanto nos mantenhamos válidos. 
Nações existem, inclusive o Brasil, onde se considera uma conquista social a promulgação de leis previdenciárias que permitem ao homem cruzar os braços com menos de cinqüenta anos de idade. 
Cremos se trate de erro clamoroso, pois não há sistema econômico que resista a essa aberração de milhões e milhões de homens, cheios de vitalidade, ganharem sem produzir. Mais cedo ou mais tarde, todos haveremos de pagar por isso, se é que já não o estamos. 
Seria mais justo, quer-nos parecer, que os beneficiários dessa legislação se mantivessem um pouco mais na ativa, para que boa parte do numerário atualmente despendido no pagamento de aposentadorias pudesse ser aplicado em favor da coletividade, através da socialização dos serviços médicos, odontológicos e correlatos, como acontece, por  exemplo, na Inglaterra, pois cá entre nós está-se tornando cada vez mais difícil, mesmo às classes médias, suportarem os gastos pertinentes a tais serviços. 
Que dizer-se, então, das camadas inferiores, que constituem a maioria de nossa população? 
Não é só por esse lado, entretanto, que o afastamento do trabalho de homens prestativos se patenteia danoso. 
A natureza exige o emprego de nossas energias e aqueles que se aposentam, sentindo-se ainda em pleno gozo de suas forças físicas e mentais, depressa caem no fastio, tornando-se desassossegados, irritadiços ou hipocondríacos. 
Alguns tentam eliminar o vazio de suas horas em viagens; outros, em diversões; quase todos, porém, se cansam de uma coisa e outra, entregando-se, por fim, ao alcoolismo, à jogatina e a outros vícios que lhes arruínam, de vez, tanto a saúde como a paz íntima. 
Abalizados psiquiatras e psicanalistas afirmam, com exato conhecimento de causa, que “todos os seres humanos precisam encontrar alguma coisa que possam fazer”, pois “ninguém consegue ser feliz sem que se sinta útil ou necessário a alguém.” 
Frank C. Cáprio (Ajuda-te pela Psiquiatria) chega a. dizer: “Tal como o amor, o trabalho é medicinal. Alivia os males da alma.” 
Isto posto, se formos homens de negócios, ao invés de os interrompermos bruscamente, convém que, ao atingirmos certa idade, diminuamos o ritmo de nossas ocupações ou o peso de nossas responsabilidades, repartindo-as gradativamente com nossos auxiliares ou com aqueles que devam sucedernos, adquirindo, ao mesmo tempo, algum outro interesse que mantenha ocupado o nosso intelecto. 
Se assalariados, que encontremos, ao aposentar-nos, uma ocupação leve, porém proveitosa, com que preencher saudavelmente nossa vida. 
Jamais, em hipótese alguma, condenar-nos à completa ociosidade, a pior coisa que pode acontecer a alguém. 
Benjamim Franklin tinha 81 anos quando foi chamado  a colaborar na elaboração da Carta Magna dos Estados Unidos. 
Goethe acabou de escrever “Fausto”, a mais famosa de suas produções literárias, nessa mesma idade. 
Edison, tendo começado a trabalhar quando era ainda uma criança, manteve-se operoso durante cerca de 75 anos, sem nunca ter estado doente. 
Morreu aos 84, deixando patenteadas mais de um milhar de invenções. 
Miguel Ângelo, o fabuloso artista italiano, aos 89 anos ainda continuava produzindo obras de arte. 
O marechal Rondon, notabilíssimo sertanista brasileiro e um dos grandes benfeitores da Humanidade falecido em 1958, aos 92 anos de idade, trabalhou intensamente até à decrepitude, malgrado a rudeza do meio em que passou a quase totalidade de sua fecunda existência. 
Rockefeller ao completar 90 anos, declarou: “Sou o homem mais feliz do mundo. Parece-me começar a viver agora. Sou feliz porque posso trabalhar. 
Os dias não são suficientemente longos para que eu possa fazer tudo que desejo. Indubitavelmente o trabalho é o segredo da felicidade.” 
E é mesmo.
  
O Repouso (As Leis Divinas, cap, 13 a 15 - Rodolfo Calligaris)
Nas respostas que deram às questões de ns. 682 e 684, formuladas por Kardec, nossos amigos espirituais nos esclarecem que “o repouso é uma lei da natureza, sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha”, e mais: que “oprimir alguém com trabalho excessivo é uma das piores ações”, constituindo-se, mesmo, grave transgressão do Código Divino. 
Com efeito, o 4º mandamento preceitua: 
“Lembra-te do dia de sábado, para o santificares. Seis dias trabalharás e farás todas as tuas obras, mas o sétimo dia é o sábado, isto é, o dia de descanso do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás obra alguma, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua  escrava, nem teu animal, nem o peregrino que vive de tuas portas para dentro.” 
Julgamos interessante elucidar, nesta oportunidade, que a substituição do repouso no sábado, como era observado entre os judeus, pelo domingo, como atualmente é de uso entre nós, carece de importância. Isso começou com os primeiros cristãos. Eles continuavam a frequentar as sinagogas aos sábados, mas, a par disso, tomaram o hábito de reunir-se também no primeiro dia da semana judaica (domingo), a fim de celebrarem a ressurreição de Jesus. Com o decorrer do tempo, foram deixando de comparecer às sinagogas e, consequentemente, apenas o domingo passou a ser observado por eles. 
Os que advogam a observância do sábado, talvez se apóiem nas razões anexas do referido mandamento, conforme o Êxodo: “Porque o Senhor fêz em seis dias o céu, a terra, o mar, e tudo o que neles há, e descansou no sétimo dia: por isso o Senhor abençoou o dia sétimo, e o santificou.” 
Sabe-se, agora, entretanto, que os seis “dias” da criação não foram dias de 24 horas, como alguns ainda. supõem, mas sim longos períodos milenares. 
Além disso, em Deuteronômio, as reflexões aduzidas  para recomendar esse mandamento são outras, bem diferentes: “Para que descanse o teu escravo, e a tua escrava, como tu também descansas. Lembra-te de que também serviste no Egito, e que de lá te tirou o Senhor teu Deus.” 
Como se vê, aqui não se alude ao sábado como sendo  o dia em que o Criador teria descansado de Sua obra; apela-se, simplesmente, para os sentimentos de caridade dos judeus, para que, nesse dia, concedam o merecido descanso igualmente ao elemento servil, inclusive aos animais, porqüanto todos precisãm de repouso para o refazimento de suas energias. 
O Decálogo, ninguém o ignora, baseia-se na lei natural, e a folga semanal não é mais que uma questão de higiene. 
Assim sendo, quer guardemos o sábado (sábado significa descanso), ou o domingo, o que importa é que o façamos segundo o espírito da Lei, e esta o que recomenda é que após seis dias de trabalho, dedicados ao provimento do indispensável ao nosso bem-estar corporal, reservemos pelo menos um dia para o repouso, consagrando-o ao cultivo dos valores espirituais. 
Isto, aliás, era o máximo que, naquela época, podia obter-se de homens embrutecidos e materializados cujos ideais se concentravam unicamente na conquista de bens terrenos e que, para consegui-los, não hesitavam em sobrecarregar familiares, servos e animais, obrigando-os a penosas jornadas de trabalho, de sol a sol, nos 365 dias do ano. 
Por incrível que pareça, muitos homens, em pleno século 20, dominados pela ambição, continuam a impor-se tal regime (estendendo-o a outrem, sempre que lhes permitam dar largas ao seu poder de mando), e ainda se jactam disso, como se fôssem heróis dignos dos maiores aplausos, quando, ao revés, só merecem lástima. 
Sim, porque hoje que a vida urbana se caracteriza por uma agitação contínua, exigindo-nos um gasto excessivo de energias físicas e mentais, a necessidade que todos temos de repousar periodicamente tornou-se. maior, e, daí, o estar-se generalizando a chamada “semana inglesa”, com cinco dias de trabalho e dois de descanso além das férias anuais, que lia alguns decênios já se constitui um direito universal. 
Trabalhemos, pois, “até o limite de nossas forças”, já que o trabalho é uma bênção; cuidemos porém, de evitar a exaustão e a estafa, antes que esses males nos conduzam à neurastenia ou ao esgotamento nervoso.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 674 a 678, 682 e 683.
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. 3, itens 8, 9 e 12.
Estudos Espíritas, de Joanna de Ângelis, págs. 91 a 96.
Leis Morais da Vida, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco, págs. 31 e 32.
Elucidações Evangélicas, de Antônio Luiz Sayão, págs. 152, 273 e 274.
A Bíblia Sagrada, Êxodo, 20:9 e 10.
Novo Testamento, Marcos, 2:27; Marcos, 3:1 a 6; Lucas, 13:11 a 17.
Revista Espírita: 1860,  p. 21 e 67; 1863, p. 94; 1864, p. 50; 1865, p. 31, 67 e 95; 1866, p. 89 e 92; 1867, p. 58.
Texto do Esde-43a.
Jesus no Lar (lição 45) - Neio Lúcio - F.C.X.
O Consolador (questão 225 a 231) Emmanuel - F.C.X
Agenda Cristã (cap. 45) - André Luiz - F.C.X.
A Mediunidade Sem Lágrimas - Eliseu Rigonatti
Leis Morais da Vida, cap. 7 a 12 - Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco
As Leis Divinas, cap, 13 a 15 - Rodolfo Calligaris
Elaine Saes