Desenvolver
a mediunidade é aprender a usá-la. Antes de tudo, devemos procurar um Centro
Espírita que, por indicação de espíritas conhecedores da doutrina mereça nossa
confiança, aí, sob a orientação prudente do diretor dos trabalhos, iniciaremos
o nosso desenvolvimento. Não desenvolvamos nossa mediunidade em sessões espíritas
particulares ou familiares, como também chamadas; estas sessões quando não
dirigidas por pessoas de seguro conhecimento doutrinário, quase sempre
constituem terríveis focos de obsessão. É conveniente que iniciemos e
terminemos nosso desenvolvimento num mesmo Centro; depois de bem desenvolvidos,
podemos ir trabalhar em outro Centro. Só façamos nossos exercícios mediúnicos no
Centro e nos dias para isso designados; nunca em casa; fora do Centro não nos
preocupemos com nossos trabalhos espirituais.
Para que
sejamos bem sucedidos, cultivemos as seguintes virtudes: a paciência, a
perseverança, a boa vontade, a humildade e a sinceridade.
Paciência; a
mediunidade não se desenvolve de um dia para o outro; geralmente, gastam-se
meses e mesmo anos. Ninguém pode marcar um limite de tempo dentro do qual se
processe o completo desenvolvimento.
Há médiuns
que se desenvolvem em algumas semanas, outros em meses e outros levam anos. Não
nos impacientemos; não façamos conta do tempo; nosso único interesse é que
nossa mediunidade seja bem desenvolvida; e para isso tenhamos muita paciência.
Sem
perseverança nada se alcança. O desenvolvimento da mediunidade exige que
sejamos persistentes. Marquemos uma noite certa por semana para os nossos
trabalhos mediúnicos e, aconteça o que acontecer, não faltemos à reunião. Uma
mediunidade bem desenvolvida é fruto da perseverança.
À paciência e
à perseverança ajuntaremos a boa vontade. Ter boa vontade é comparecermos
alegres cheios de satisfação às sessões. É esforçarmo-nos o mais possível durante
os momentos consagrados ao nosso desenvolvimento.
A humildade
é a virtude pela qual reconhecemos que tudo vem de Deus, nosso Pai, e nós, por
nós mesmos, nada podemos fazer. Por isso, nunca nos orgulhemos de nossa
mediunidade, por mais prodigiosa que ela pareça ser.
Deus ama os humildes e abate os orgulhosos.
Para merecermos que Deus consista que bons espíritos nos auxiliem. Cultivemos a
humildade. Para sermos humildes devemos ser bondosos para com todos, porque a
bondade é a mais bela forma da humildade. E para adquirirmos essa virtude,
nutramos o ardente desejo de sermos realmente úteis e bons.
Sinceridade;
o médium sincero é aquele que transmite fielmente o que os espíritos ditam,
mesmo que a comunicação seja contrária ao seu modo de pensar, ou seja, uma
admoestação a si mesmo. Se faltarmos com a sinceridade no desempenho de nossas
funções mediúnicas, cedo ou tarde sofreremos decepções.
São estes os
cinco pontos sobre os quais refletiremos profundamente e os teremos sempre na
memória; deles depende o bom ou o mau êxito de nossa iniciação mediúnica.
Livro A Mediunidade sem Lágrimas - Eliseu Rigonatti
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