Para compreendermos onde reside a mediunidade, lembremo-nos
de que somos compostos de três elementos:
O espírito, o perispírito e o corpo.
O espírito somos nós mesmos. É a nossa individualidade. É a
parte de nós que pensa e sente. É o nosso EU imortal.
O perispírito é um véu fluídico que envolve o espírito e o
liga ao corpo durante o tempo da encarnação. É inseparável do espírito e é
tanto mais luminoso quanto maior for o adiantamento moral do espírito a que
reveste.
É invisível para nós no estado normal; porém, pode tornar-se
visível, com no caso das materializações e das aparições.
O corpo é o instrumento com o qual o espírito atua no mundo
terreno.
Por conseguinte, agora que estamos encarnados possuímos o
espírito, o perispírito e o corpo; quando estivermos desencarnados possuiremos o
espírito, e o perispírito.
O perispírito é o receptor das sensações e o transmissor
delas ao espírito.
As sensações físicas são recebidas pelo perispírito através
do sistema nervoso de que é dotado nosso corpo. As sensações espirituais
recebem-se diretamente pelo perispírito que se irradia através de nosso corpo e
o contorna como uma névoa.
Há dois gêneros de mediunidade: a mediunidade de efeitos físicos
e a mediunidade de efeitos intelectuais.
A mediunidade de efeitos físicos é a que produz
manifestações materiais, tais como: barulhos, deslocamentos de objetos, materializações,
transportes, trabalhos manuais, voz direta, etc. Conquanto a voz direta seja
uma manifestação intelectual, incluímo-la na classificação de efeitos físicos,
porque só por um médium deste gênero ela pode produzir-se.
A mediunidade de efeitos intelectuais produz manifestações
inteligentes, a saber: a palavra, a escrita, a inspiração, a intuição, etc.
O mecanismo da mediunidade de efeitos físicos é o seguinte:
o perispírito do médium projeta para o exterior uma emissão fluídica-nervosa;
os espíritos se apropriam dessa emissão e a combinam com os seus fluidos
magnéticos; adquirem desse modo a força com a qual produzem os fenômenos.
O mecanismo da mediunidade de efeitos intelectuais é o seguinte:
o espírito que se quer comunicar liga seu perispírito ao perispírito do médium
e assim influencia o médium que lhe reproduz os pensamentos pela palavra ou
pela escrita.
Na mediunidade de efeitos físicos há uma emissão
fluída-nervos da qual os espíritos se utilizam. Na mediunidade de efeitos
intelectuais o organismo do médium diretamente influenciado pelo perispírito do
espírito manifestante. À força nervosa projetada pelo médium é utilizada pelos
espíritos, nas manifestações e efeitos físicos, deu-se o nome de ectoplasma.
A causa que produz a mediunidade é orgânica-espiritual.
É orgânica porque o sistema nervoso do médium vibra muito
facilmente irradiando pelo perispírito intensa emissão fluídica-nervosa que,
combinada com os fluídos magnéticos dos espíritos manifestante, serve para a
produção dos fenômenos de efeitos físicos.
Graças também à rapidez essas vibrações, o perispírito do
médium ganha certa liberdade que lhe permite ligar-se ao perispírito do
espírito manifestante e, assim, produzir os fenômenos de efeitos intelectuais.
É espiritual porque sem o concurso dos espíritos a
mediunidade seria inútil, como seriam inúteis os olhos se não houvesse a luz.
Livro A Mediunidade sem Lágrimas - Eliseu Rigonatti
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