quinta-feira, 28 de junho de 2018

Um conceito fundamental de Allan Kardec em A Gênese foi adulterado!


A adulteração de A Gênese em sua quinta edição alterou extirpou conceitos doutrinários. Eles ficaram desconhecidos por 150 anos! Está na hora de recuperá-los. Conheça um deles agora.

Os dogmas religiosos das mais diferentes religiões ancestrais afirmam que Deus nos deu o livre-arbítrio com a condição de que devemos obedecê-lo fielmente. Quem escolher errado, será castigado, sofrerá a queda, enfrentando as dores, ignorância, medo, todo tipo de abandono e sofrimento no mundo. Depois arrependido, Deus dá como recompensa a beatitude eterna!

Allan Kardec, em A Gênese, desmontou esse raciocínio, demonstrando que o livre-arbítrio não foi uma dádiva divina, mas uma conquista progressiva do espírito, por seu esforço, em suas reencarnações. Mas onde está esse ensinamento? Procure no livro inteiro e você não vai encontrar!

Foi retirado da edição adulterada em 1872, que não foi feita por Kardec. Quem retirou o trecho certamente acreditava na queda, no castigo divino, num deus vingativo!

Vejamos uma comparação com A Gênese original de Kardec.
Capítulo 3, item 9. Em A Gênese adulterada, termina o parágrafo com a seguinte frase:
“O instinto se enfraquecer, ao contrário, à medida que a inteligência se desenvolve, porque assim domina a matéria”.
Mas não foi o que Kardec escreveu na edição original, onde completa:
“O instinto se debilita, ao contrário, à medida que a inteligência se desenvolve, porque assim domina a matéria; com a inteligência racional, nasce o livre arbítrio o qual o homem usa a seu capricho; então, exclusivamente cabe a ele a responsabilidade dos seus atos”.
Veja que ensinamento extraordinário!
Há uma transição natural da condição animal para o espírito humano. Nada é brusco na natureza!

Se por um lado a inteligência enfraquece os instintos, por outro vai conquistando a liberdade de escolher, o livre arbítrio! Ou seja, somente na medida desse progresso, vai sendo responsável pelos seus atos!

É o fim do conceito do pecado, do carma, da queda, do pecado original, do castigo divino e de todos esses dogmas da antiguidade!

O ato errado não gera castigo por uma lei implacável. A responsabilidade é progressiva, na medida da conquista do livre arbítrio. Por isso, quando o espírito sabe o que está fazendo, é inteiramente responsável pelas suas escolhas. O sofrimento é inerente à Imperfeição. E Deus, infinitamente bom, sabe que o destino de todos nós é o caminho do bem.

Esse é um novo ensinamento para os espíritas!
Precisamos restaurar A Gênese original de Allan Kardec, para que essa passagem fundamental, e as outras centenas delas adulteradas, possam ser lidas, estudadas, divulgadas, nos grupos espíritas brasileiros.

Então, quem tem alguma dúvida sobre o valor da restauração da edição original de A Gênese de Allan Kardec, sugerimos: Na dúvida, ficamos com Kardec!

(Por Paulo Henrique de Figueiredo, autor de Mesmer – A ciência negada do magnetismo animal e Revolução Espírita- A teoria esquecida de Allan Kardec)


Extraído http://revolucaoespirita.com.br/um-conceito-adulterado/

Alteração da obra A Gênese: Entenda seu processo histórico

Enviado em 25 de maio de 2018 | Publicado por Rádio Boa Nova

A Alteração da obra de Allan Kardec, A Gênese, é um assunto importante para ser entendido e debatido dentro do Movimento Espírita. No dia 26 de Maio a Fundação Espírita André Luiz lança a Primeira Publicação Brasileira da Obra Original.
Esse processo histórico é explicado pelo pesquisador Espírita, escritor e comunicador da RBN e TV Mundo Maior, Paulo Henrique de Figueiredo.
Paulo Henrique esteve engajado no processo de pesquisa e entendimento da alteração dos textos de Kardec. Entenda mais:


Como ocorreu o processo de publicação da obra A Gênese por Allan Kardec?

Allan Kardec lançou A Gênese no dia 6 de janeiro de 1868 e anunciou na Revista Espírita. Nela Kardec colocou os trechos originais, o sumário e essa primeira edição que vendeu muito rápido.
No mês seguinte ele já pediu uma segunda edição, mas o que Kardec fez foi comprar a matriz da Gênese (Sistema de impressão com placas metálicas). Quando fosse fazer as reimpressões não teria o custo de elaborar a matriz. Comprando a matriz é possível fazer várias reimpressões com um custo menor.  

Há diferenças entre as quatro primeiras edições da obra A Gênese, publicadas por Allan Kardec?

Kardec fez realmente 4 edições, porém, as 3 edições depois da primeira foram apenas novas cópias da mesma matriz. A última reimpressão ele pediu em fevereiro de 1869, segundo os registros e documentos encontrados pela diplomata Simoni Privato Goidanich, registrados em seu livro O Legado de Allan Kardec.
No Livro Simoni Privato foi atrás dos registros, depósito de obra e pedido de edição e encontrou todos os documentos originais. Então a autorização de 2000 mil exemplares da 4° Edição foi pedida em fevereiro de 1869, porém Kardec desencarnou em março do mesmo ano fazendo que essa edição não fosse anunciada na Revista Espírita. Mesmo com isso, comparando os exemplares todas as quatro edição são idênticas.   

Em quais circunstâncias ocorreu a publicação da 5° Edição?

Simoni Privato também foi atrás dos documentos da 5° Edição e encontrou o pedido de produção desta edição e o depósito legal por conta do novo conteúdo. Esse processo ocorreu em 1872, 3 anos após a morte de Kardec.
Em julho de 1869, Amélie Boudet, esposa de Allan Kardec, passou os clichês (placas de metal destinados à impressão de textos em prensa tipográficas) por documentos para a Sociedade Anônima de continuidade das obras de Allan Kardec.
Então a Sociedade Anônima recebeu os clichês da Gênese equivalentes a 4° Edição, que era a 1° Edição original. Portanto, essas alterações não foram feita nem por Kardec, nem com autorização dele. As alterações foram feita de forma deliberada em 1872 e o responsável pela edição foi o Pierre-Gaëtan Leymarie, então administrador da Sociedade Anônima, mas não se sabe a autoria da 5° Edição.

Qual a diferença da 5° Edição alterada para as publicações originais de Allan Kardec?

Essa alteração suprimiu trechos e acrescentou outros. Alguns dos acrescentados foram retirados da Revista Espírita. Porém, era material que não tinha em vista publicar e alguns trechos alteram significativamente o conteúdo da Gênese.
Leia mais: A Gênese Original: Entenda quais foram suas alterações

Quais as intenções da Sociedade Anônima com a alteração da obra?

Um trecho suprimido indicaria o porquê das alterações. Um grupo ligado à Sociedade, e o próprio administrador Leymarie, se tornaram, depois desse período, defensores de Roustaing.
Jean Baptiste Roustaing escreveu um livro chamado Os Quatro Evangelhos, que pretendia ser a versão da moral adequada e não a proposta por Allan Kardec.
Aqueles que eram ligados a Roustaing acreditavam que seria ele, e não Kardec, que daria a proposta da moral. E esse livro é o inverso do que Kardec propôs. No livro Os Quatro Evangelhos a encarnação é a culpa, sendo todos que nascem no planeta Terra são espíritos maus e estão aqui para pagar os erros cometidos por meio do sofrimento.
Leia também: Espiritismo e o Roustainguismo – Mundo Maior em Debate
Isso é absolutamente inverso e esse livro diz que o livre-arbítrio é dado ao ser humano por Deus e se ele errar tem culpa por isso, aproximando do pecado católico. Quando é retirado o trecho que explica o livre-arbítrio como uma conquista progressiva e deixa o livre-arbítrio e o senso moral como centelha divina aproxima-se mais do pensamento de Roustaing.

Qual a importância de resgatar a obra original?

É importante, pois agora podemos mergulhar num estudo profundo. A Feal está fazendo um benefício para o Movimento Espírita inigualável. Resgatando a obra original pode-se comparar e conhecer esses trechos novos e ressignificar o nosso entendimento da moral e do Espiritismo.
Justamente os trechos suprimidos tratam do que o Espiritismo se reflete em nosso dia a dia. Após o lançando do livro, no próximo dia 26, poderemos estudar e refletir  esse trabalho desenvolvido na obra original de Allan Kardec, A Gênese.
Para saber mais sobre o assunto assista ao Mundo Maior em Debate:

 Parte 1



Parte 2


Parte 3