quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Doutrina Espírita

Como nasceu a Doutrina Espírita, em que cabeça apareceu pela primeira vez? 

Dizem que foi na de Allan Kardec, mas não é verdade. O próprio Kardec nos diz o contrário. Os dados históricos nos revelam o seguinte: o Espiritismo se formou lentamente através da observação e da pesquisa científica dos fenômenos espíritas, hoje parapsicologicamente chamados de fenômenos paranormais. Os estudos científicos começaram seis anos antes de Kardec, nos Estados Unidos, com o famoso caso das irmãs Fox em Hydesville. Quando Kardec iniciou as suas pesquisas na França, em 1845, já havia uma grande bibliografia espírita, com a denominação de neo-espiritualista, nos Estados Unidos e na Europa. Mas foi Kardec quem aprofundou e ordenou essas pesquisas, levando-as às necessárias conseqüências filosóficas, morais e religiosas.
...Veremos, assim, que Kardec partiu da pesquisa científica, originando- se desta a Ciência Espírita; desenvolveu a seguir a interpretação dos resultados da pesquisa, que resultou na Filosofia Espírita; tirou, depois, as conclusões morais da concepção filosófica, que levaram naturalmente à Religião Espírita. É por isso que o Espiritismo se apresenta como doutrina de tríplice aspecto. A Ciência Espírita é o fundamento da Doutrina. Sobre ela se ergue a Filosofia Espírita. E desta resulta naturalmente a Religião Espírita. 

Extraído do livro Introdução à Filosofia Espírita Herculano Pires -pg 10

domingo, 25 de outubro de 2015

Filosofia

Filosofia surge quando se descobriu que a verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecida por todos, através da razão, que é a mesma em todos; quando se descobriu que tal conhecimento depende do uso correto da razão ou do pensamento e que, além da verdade poder ser conhecida por todos, podia, pelo mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a todos.

Trecho extraído do livro - CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chauí - pág 24

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Vontade

A vontade é a maior de todas as potencialidades da alma.

Sua ação é comparável a de um imã.
A vontade de viver desenvolve em nós a vida.
Atrai-nos novos recursos vitais.
A vontade de evoluir oportuniza-nos chances de crescimento e de progresso.
O uso persistente e tenaz dessa faculdade soberana permite-nos modificar nossa natureza, vencer todos os obstáculos.
É pela vontade que dirigimos nossos pensamentos para alvos determinados.
Na maior parte dos homens os pensamentos flutuam sem cessar.
Essa mobilidade constante impossibilita a ação eficaz da vontade.
É necessário saber concentrar-se, sintonizando com as esferas superiores e com as nobres aspirações.
A vontade pode agir tanto durante o sono quanto durante a vigília.
Isso porque a alma valorosa que, determinada, busca alcançar um objetivo na vida procura-o com tenacidade em todos os momentos da vida.
Funciona como uma correnteza poderosa e constante que mina devagar e silenciosamente todos os obstáculos que se apresentem.
Se o homem conhecesse a extensão dos recursos que nele germinam, ficaria deslumbrado.
Não mais temeria o futuro, tampouco se julgaria fraco.
Compreenderia sua força e acreditaria na possibilidade de ele próprio alterar seu presente e seu futuro.
O poder da vontade é ilimitado.
O homem consciente de si mesmo e de seus recursos latentes sente crescer suas forças na razão de seus esforços.
Sabe que tudo o que de bem e bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde, realizar-se.
É consolador e belo poder dizer: “Sou uma inteligência e uma vontade livres. Edifico lentamente minha individualidade e minha liberdade.
Conheço a grandeza e a força que existem em mim.
Hei de amparar-me nelas e elevar-me acima de todas as dificuldades.
Vencerei até mesmo o mal que existe em mim.
Hei de me desapegar de tudo que me acorrenta às coisas grosseiras e levantar vôo para realidades mais felizes.
Para frente, sempre para frente.
Tenho um guia seguro que é a compreensão das leis da vida.
Aprendi a conhecer-me, a crer em mim e a crer em Deus.
Hei de me conservar firme na vontade inabalável de enobrecer-me e elevar-me.
Atrairei, com o auxílio de minha inteligência, riquezas morais e construirei para mim uma personalidade melhor.”

É chegada a hora de despertar do pesado sono que nos envolve.
É necessário rasgar o véu da ignorância que nos prejudica o entendimento.
Cabe-nos aprender a conhecer a nós próprios e as nossas potencialidades.
Compete-nos utilizá-las.
Não nos entreguemos ao desespero.
Não nos julguemos fracos.
Basta-nos querer para sentirmos o despertar de forças até então desconhecidas.
Creiamos em nossos destinos imortais.
Creiamos em Deus.
Lembremo-nos: podemos ser o que efetivamente quisermos.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na terceira parte, item XX, do livro “O problema do ser, do destino e da dor”, de Léon Den

sábado, 10 de outubro de 2015

Egoísmo

- Lança penetrante que fere mortalmente o coração dos homens, atirando-os às trevas do malquerer e conduzindo-os ao holocausto das sensações, como se estivessem sem salvação, nem possuíssem qualquer esperança.

- Reduz-se no indivíduo pensar em si mais do que pensa nos outros, sejam estes de que relacionamento forem.

- A simplicidade da definição do egoísmo é tão singela quanto a dificuldade que as inteligências humanas têm para entendê-lo. Basta olhar para si mesmo em primeiro lugar, agir em benefício próprio acima de tudo, voltar os interesses para o epicentro do seu ‘eu’ e tudo estará girando em torno do egoísmo.

- É chaga porque vitima os bons sentimentos, afastando-os um a um conforme a intensidade da vibração egoística, conduzindo o encarnado à senda do mal.

- É base de todas as imperfeições do ser humano. Representa o princípio elementar de toda doença sentimental, emocional e psicológica. É fonte dos males que abraçam a humanidade.

- Dele todo o mal deriva.

- Suas diferentes gradações, para mais ou para menos, não invalidam seu simplificado conceito. 

Livro Fundamentos da Reforna Intima - ABEL GLASER pelo Espírito CAIRBAR SCHUTEL 

domingo, 4 de outubro de 2015

O Escravo do Escravo

REFLEXÃO
O Senhor feudal na cadeira de balanço da varanda de sua casa goza os prazeres da vida. Ele não cultiva o jardim, não cozinha seus alimentos, não conserta a fiação e nem pinta o seu muro: ele tem o escravo para isso.
O senhor não conhece mais os rigores do mundo material. Ele enxerga o seu poderio no olhar submisso de seu escravo. Aquele é livre enquanto este se submete ao poder daquele.
Esta situação vai se transformar dialeticamente porque a posição do senhor abriga uma contradição interna: ele só é senhor em função da existência do escravo. O senhor só o é porque é reconhecido como tal pela consciência do escravo e também porque vive do trabalho desse escravo.
Nesse sentido o senhor é uma espécie de escravo do seu escravo.
De repente o escravo que passa não mais temer a morte e vai encontrar uma nova forma de liberdade. Torna-se livre e independente.
O Senhor vai de uma hora para outra se encontrar numa situação de dependência e se tornará o escravo de seu afastamento do mundo? 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)