quarta-feira, 24 de outubro de 2018

- Somente a Terra possui a estrutura que denominamos de umbral ou existe algo equivalente em planetas mais adiantados?


Médium Raul pergunta a Pai João (livro Legião - Robson Pinheiro)

- A organização em planos, dimensões ou distritos, no mundo extracorpóreo, não se restringe apenas ao planeta Terra. Todo o universo, isto é, todos os mundos tem estrutura similar. Assim, tanto em nosso planeta quanto em Marte, em Júpiter ou mesmo em outra galáxia pode-se notar que há a região correspondente ao umbral, bem como ao Plano Superior. Contudo, é forçoso reconhecer que a vibração do plano astral terreno difere muitíssimo daquela que constitui o plano astral de um mundo mais adiantado. Aquilo que aqui representa algo mais sutil, talvez em outro orbe seja a expressão de materialidade. A dimensão astral terrena talvez seja algo incompreensível para habitantes de mundos mais evoluídos. Em todo caso, a estrutura é a mesma, ou seja, sempre encontraremos uma realidade mais densa e outras que lhe sucedem na escala do progresso, naturalmente mais sutis; invariavelmente, haverá um campo material e um mental, conforme nos exprimimos em nosso planeta.

Além desse aspecto, há outra questão que deve ser levada em conta. Diz respeito à densidade da matéria na Terra, que certamente não pode ser igual à de um mundo de condição evolutiva diferente. Vejamos um exemplo. Não se divisa diretamente o plano astral, seja através do desencarne. Noutro orbe, aquilo que denominamos dimensão astral é tido como a localização natural dos habitantes quando encarnados. Dito de outro modo, a matéria etérica, tal como é conhecida aqui, constitui-se na matéria mais densa e comum à vida social dos encarnados de orbes mais elevados. (10) Isso explica por que os humanos da Terra ainda não conseguem detectar, em lugar algum, vida semelhante à encontrada em seu planeta. Os instrumentos construídos na Terra que são enviados para certos globos estão estruturados em matéria densa daqui. Ocorre que lá a vida corpórea é estruturada em matéria etérica, uma dimensão material ligeiramente diferenciada, mas suficientemente mais sutil para não ser detectada pelos aparelhos terrestres. 

Trecho extraído do Livro Legião – Robson Pinheiro – cap. 2 – Zonas de deterioração




SIMBIOSE - COMENSALISMO – PARASITIMO – VAMPIRISMO - ESPIRITUAL



. Segundo a ciência dos irmãos encarnados, entende-se a simbiose como uma associação biológica duradoura entre seres vivos, considerada harmônica e às vezes necessária, com benefícios recíprocos. Ou seja, é uma espécie de parceria, na qual ambos os lados são beneficiados. A simbiose espiritual obedece ao mesmo princípio.

“Nas pesquisas de biologia, observou-se que esse caráter harmônico deriva de necessidades complementares que unem certas espécies. Pelo que se sabe primordialmente tal consórcio era um tipo de comensalismo que, mais tarde, evoluiu para a simbiose. No comensalismo, apenas um dos seres se beneficia, sem prejuízo da outra parte, contudo. Como o tempo, a relação se modificou e se disciplinou biologicamente: o hospedeiro também passou a tirar proveito da relação.”

Depois de uma breve pausa, dando- nos tempo para assimilar os conceitos que transmitia, continuou:
- Do mesmo modo que na natureza física existe a simbiose, também a verificamos entre espíritos do astral e entre encarnados e desencarnados. São associações energéticas regidas por leis análogas àquelas enunciadas pelos estudiosos da biologia. É comum ver espíritos ligados de maneira especial a certas pessoas, as quais têm atendidos com prontidão seus menores caprichos ou as evocações mentais e emocionais mais triviais.

“No entanto”, esses seres que assim procedem, acatando pedidos e servindo aos desejos de outros, recebem em troca as energias vitais de seu hospedeiro, pois que carecem de vitalidade para alimentar as sensações e impressões sobreviventes da última experiência física. A grande maioria dos indivíduos encarnados que vivem tais alianças nem suspeitam, mas seus ‘sócios’ espirituais são almas inferiores, que se juntam aos homens para roubar o tônus vital em proveito próprio ou visando potencializar a ação nefasta e os propósitos mesquinhos a que servem. Persistindo a simbiose, meus filhos, o processo pode converter-se em parasitismo, ligação que prejudica uma das partes envolvidas. Como na biologia, raramente é do interesse do parasita a morte do hospedeiro, de quem retira o sustente, o que faz perdurar o consórcio doentio.

“Dependendo da gravidade e da crueldade com que atua o obsessor, a patologia é caracterizada com vampirismo, caso em que o espírito se torna legítimo vampiro das energias alheias.”

Desta vez fui eu que perguntei curioso:
 - Esses vampiros desencarnados guarda alguma relação com as lendas de vampiros, Conde Drácula e outros mais, de quem falam certos autores terrenos? Sempre me vi fascinado por essas histórias...
- Certamente que tais narrativas são de inspiração espiritual, assim com diversas outras da literatura terrena. Escritores, desdobrados no plano astral, encontram esses seres em desequilíbrios e, ao voltar para o corpo físico, relatam em sua produção literária algo semelhante ao que presenciaram do lado de cá. De acordo com a definição corrente na literatura terrestre, os vampiros são seres que se nutrem de energias roubadas de suas vítimas. No ambiente lendário, o vampiro rouba o sangue, simbolizando vitalidade da qual falamos. Há outros elementos da ficção que também exprimem a realidade: as vampiras disfarçadas de belas mulheres, que estimulam o apetite e as fantasias sexuais para, seduzida a vítima, dar então o bote. A imortalidade e a faculdade de tais seres se tornarem invisíveis, relatadas por alguns autores; todos sugerem claramente a questão espiritual. E poderia citar vários exemplos. Entretanto, ao abordar o fato segundo a ótica da pesquisa astral, vemos espíritos profundamente ligados aos sentidos físicos, que sentem necessidade de vitalidade orgânica para perpetuar sensações de prazer e, por isso, apegam-se aos encarnados. Nesse processo, talvez incompreensível para muitos, os vampiros absorvem do duplo etérico dos homens as energias vitais e ecotplásmicas, que são essenciais para a manutenção da saúde e do vigor dos corpos matérias.

- Nesse caso, os vampiros de energias agem com um objetivo bem definido, inteirados daquilo que fazem? – perguntei.
- Nem sempre, Ângelo, nem sempre. Em sua grande maioria, esses espíritos apenas se aproximam dos encarnados e sugam de modo quase inconsciente as reservas vitais do duplo etérico de meus filhos. Mas é preciso lembrar que não somente no plano astral, como também no físico, existem ladrões de energia. Aliás, na sociedade atual, mais do que nunca, os homens estão cercados deles. E hoje não se vestem de preto, conforme os contos fantásticos dos livros de terror, nem saem mais na calada da noite em busca do pescoço de vítimas inocentes. Tanto no corpo físico quanto fora dele, os vampiros modernos são seres que, para se manter vivos, sentem a necessidade de buscar outras fontes de alimento, passando a sugar a vitalidade e absorver as emoções de outras pessoas. Portanto, é natural concluir que, quando desencarnam, os vampiros apenas transferem domicílio, encontrando um campo de atuação mais vasto, ligeiramente invisível e imperceptível aos sentidos humanos comuns.

-Pelo que entendi de sua fala – principiou Raul – tais seres não roubam apenas vitalidade. Eles sobrevivem também das emoções (11) de suas vítimas...
- Isso é certo, meu filho. Você não ignora que as emoções dão vida e colorido a toda a criação mental. Não podemos esquecer Raul, que toda troca ou intercâmbio energético tem sua base na mente, acima de tudo. Tanto nos homens como nos espíritos, a mente é que promove a renovação, o progresso ou a decadência dos seres. Sob esse prisma, você poderá concluir que, antes de usurpar energias vitais ou haver a troca de emoções, o agente do processo deverá ter obrigatoriedade acreditado em suas próprias necessidades, formando uma imagem mental delas e forjado, assim um clichê nas telas do pensamento. Mas somente isso não basta. Associadas a essa ação puramente mental, as emoções agem dando cor, vida e textura às criações do indivíduo. A partir daí é que a ação mental ganha corpo e consistência, concretizando o ato que se consuma.

- Isso quer dizer que qualquer ação para evitar o roubo das energias vitais primeiramente deve se concentrar na educação do pensamento e das emoções não é?

- Sem dúvida, meu filho – Pai João respondia aos questionamentos com carinho especial, o que nos cativava sobremaneira. – Nós diríamos que educação do pensamento é a fonte de todo o equilíbrio interior.

Depois de uma pequena pausa que nos favoreceu as reflexões, o preto-velho retomou:
- Vamos voltar às nossas observações. Esses seres que sobrevivem das emoções alheias são encontrados de um e outro lado da vida. Talvez o parente, o amigo, o irmão ou qualquer outro familiar possa ser um sugador de emoções; alguém que, mesmo sem plena consciência, venha drenando as energias de meus filhos. Usualmente, que se encontre dentro ou fora do corpo, tal criatura gosta muito de atacar pelo lado emocional e afetivo, ruindo aos poucos as defesas, imunológicas do corpo espiritual daqueles a quem dedica sua atenção. Faz de tudo para despertar comiseração e aproveita a bondade e a boa vontade dos outros para se mostrar infeliz, de modo que, de passo em passo, vai dominando emocionalmente seus alvos. Quando encarnado, lança mão de qualquer recurso, especialmente a chantagem emocional, para realçar sua aparente infelicidade.
Lágrimas provocadas e está pronto para drenar as emoções das vítimas que encontra em seu caminho e que lhe dão atenção. Ao desencarnar, integra-se à imensa legião de seres desequilibrados, muitas vezes já especializados durante a vida física na drenagem energética e no roubo de vitalidade, e são facilmente manipulados por outros espíritos mais experientes na execução de suas ideias e projetos.

- Não deixa de ser um processo obsessivo, em ambos os casos – comentei.

Como se medisse minhas palavras por um instante, Pai João acrescentou:
- Nos cultos de origem africana e nos terreiros de umbanda, nossos irmãos classificam esse tipo de ação energética e espiritual com encosto.  É na verdade um processo de obsessão simples, ainda que, diversas maneiras, prejudique os filhos encarnados.

“Muitos casos de enfermidade enfrentados pelos meus filhos na Terra guardam sua origem nesses processos de drenagem vital realizados por espíritos desprevenidos e ainda apegados aos instintos materiais. Em virtude de a maioria das doenças se iniciar nos corpos astral e etérico, pode-se deduzir que, no futuro, a humanidade dependerá de uma medicina integral, que perceberá o roubo energético, os desgastes, emocionais e a ação dessas almas desajustadas sobre os encarnados como sendo propulsores da maioria das mazelas físicas. Assim sendo, os profissionais da área da saúde poderão trabalhar ao lado de outra equipe experiente, extracorpórea, que se encarregará de orientá-los na abordagem desses processos intricados da energia e da emoção. Mas passemos a exames mais detalhados, meus filhos, que poderão exemplificar o que vimos até aqui.”

Falando assim, Pai João nos conduziu a um local na esfera física onde se reunia um grupo de pessoas, na maior parte, jovens. Era uma espécie de festa particular, na qual os presentes estavam tão envolvidos com bebidas alcoólicas e conversas sem conteúdo apreciável que o ambiente se tornara quase agressivo para nós. Embora na dimensão material houvesse certa limpeza e harmonia na decoração do lugar, além de esmero no trato com os convidados, a atmosfera exalada pelas palavras, emoções e pensamentos, externados após a ingestão das bebidas, fazia com que o aspecto astral fosse desolador. De nossa posição pudemos divisar duas populações distintas: seres encarnados – que se divertiam normalmente, como é provável diriam – ao lado de numerosos desencarnados, que iam e vinha entre as pessoas. Parecia um bando de fantasmas, que perpassava o grupo de indivíduos ou com eles se mancomunava, João Cobú meneou a cabeça, indicando um dos presentes.

- Este é Caio - falou o preto velho. – E ele está aqui com a melhor das intenções; pretende se divertir com os amigos que não vê há alguns anos e os reencontra agora para tomar cerveja e trocar experiências. No entanto, a bebida ingerida pelo nosso amigo produziu um relaxamento intenso, que fez com que seu psiquismo liberasse algumas emoções reprimidas durante muito tempo. Da perspectiva puramente humana, Caio está apenas mais leve mais solto e alegre. Vejamos o que ocorre.

Quando passamos a uma averiguação mais lenta, vimos como dois espíritos se aliavam a Caio, respirando a mesma atmosfera que ele. Era como se ambos estivessem embriagados com o hálito do rapaz, e em conluio, suas mentes se ligavam intimamente uma a outra, num claro processo de natureza mediúnica. Pai João adiantou-se nas explicações:

- Presenciamos um caso clássico de indução espiritual. Esse tipo de consórcio entre desencarnados e encarnados se faz espontaneamente, na maioria das vezes de modo casual, sem qualquer premeditação ou maldade. O espírito vê o indivíduo, isente-lhe a benéfica aura vital, que o atrai, pois lhe dá sensação de bem-estar. Por ressonância vibratória, recebe ligeiro alívio, tanto de suas emoções descontroladas quanto de algum resquício de conflito sobrevivente de seu passado como encarnado. Uma espécie de calor agradável se irradia a partir do corpo vital da vítima; nesse caso, de Caio, que automaticamente passa a sentir alguma angústia, disfarçada pela ação da bebida. Quando saírem desse ambiente e o rapaz estiver a sós – apenas aparentemente sozinho – aflorarão as emoções dele conjugadas às do espírito, que desde já drena sua vitalidade.

Um dos espíritos partiu, deixando Caio na companhia d outro. Desse instante em diante, notamos como intensificou sua ação sobre o rapaz, absorvendo-lhe diretamente do hálito e do plexo solar energias mais materializadas.

- Durante o estado de indução espiritual – continuou falando Pai João - existe a transferência da energia desarmônica do espírito para o indivíduo. Esse processo poderá agravar inúmeros fatos precedentes, fazendo, por exemplo, com que lembranças adormecidas no psiquismo de Caio venham à tona com maior intensidade do que se despertassem de forma espontânea. Isso poderá provocar flashes ideoplásticos em sua mente, acendendo antigos problemas, que ele ainda não está preparado para enfrentar.

-Essa ação aparentemente simples gera sequelas que poderão marcar de forma acentuada a vida do rapaz – acrescentei.

Pai João deu por encerrada as observações junto àquele rupo, mas antes de continuarmos nossa excursão, pediu a um guardião de nosso plano que ficasse ali, a fim de interferir positivamente no caso de Caio, assim que ele apresentasse condições. Prosseguimos a jornada, pois um dos objetivos era o de transmitir nossas considerações aos encarnados; portanto, muito havia ainda a fazer naqueles sítios.

Trecho extraído do Livro Legião – Robson Pinheiro – cap. 2 – Zonas de deterioração

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

ESTUDOS METAPSÍQUICOS E OS DEBATES “QUÂNTICOS” DA MENTE E DA VIDA HUMANA

Pode-se assegurar que a metapsíquica teve as suas raízes nas primorosas pesquisas de William Crookes, descobridor da matéria radiante, do tálio [1] e dos raios catódicos [2]. Foi um dos principais estudiosos científicos a catalogar e divulgar os transcendentes fenômenos psíquicos tais como mesas girantes, levitação de objetos, materilização, tiptologias (batidas), pneumatofonia e pneumatografias, obtidos principalmente através dos médiuns Daniel Douglas Home e Florence Cook, provocando muito interesse em face das suas manifestações em toda a Europa.

O célebre fisiologista francês Charles Richet, prêmio Nobel de medicina em 1913, fortemente motivado pela valiosa contribuição “Crookes”, trouxe a lume a obra “Tratado de metapsíquica” através da Academia francesa de ciências, em 1922. Antes disso porém, o termo “parapsicologia” é proposto em 1889 pelo psicólogo francês Max Dissoir. A expressão significa ciência que estuda os fenômenos ocultos, classificando-os em três áreas a saber: psi gama, que abrange a área mental como telepatia clariaudiência, precognição, retrocognição eclarividência; psi kappa, que estuda os fenômenos físicos como a telecinesia, a tiptologia, a levitação, o apport e poltergeister; psi theta,que pesquisa os fenômenos provocados pelos “mortos”.

Na década de 1930 o professor de psicologia da Universidade de Duke, na Carolina do norte, EUA, Joseph Banks Rhine fundou o laboratório de parapsicologia, o “Journal of Parapsychology” e a “Foundation for Research on the Nature of Man”. Após vários anos de cautelosa pesquisa científica e criteriosa avaliação estatística dos resultados, Rhine publicou em 1934 a primeira edição da obra “Percepção Extra Sensorial”, que teve várias edições e foi extensamente lida nas décadas seguintes.

No Brasil as pesquisas paranormais ainda não são acolhidas oficialmente no âmbito de uma universidade federal. Nos Estados Unidos da América do Norte o interesse por temas metapsíquicos e mediúnicos (psi theta) ainda é uma novidade. Há 15 anos os editores do médium americano James Van Praagh, autor do livro “Conversando com os espíritos”, se espantaram com a vendagem de centenas de milhares de exemplares do livro.

Sucessores de Sigmund Freud, que no final do Século XIX chamou de histeria e de múltipla personalidade o que os seus contemporâneos consideravam possessão, abriram um espaço para as novas respostas. Essa brecha pode ser observada nas atuais indicações do Instituto Nacional de Saúde nos EUA, onde se sugere a prece e os tratamentos espirituais (passes magnéticos) para complementar tratamentos médicos.

Outro exemplo é a ressalva do atual DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – espécie de bíblia da psiquiatria. Segundo o relatório, o clínico deve tomar cuidado ao diagnosticar como psicóticas as pessoas que dizem “ouvir” ou “ver” os “mortos” pois em algumas culturas religiosas isso pode não significar alucinação ou psicose. É a admissão antropológica da mediunidade, ou seja, uma ampla abertura para entendê-la como função psíquica.

A distância entre ciência e religião se reduziu. De alguns anos para cá os cientistas, mormente da área quântica, começam a falar como “místicos”, e místicos tentam agir como os “cientistas”, segundo diz o Dr. Patrick Drouot, físico francês, doutorado pela Universidade Columbia de Nova York e pesquisador do Instituto Monroe (EUA). Drouot é autor dos livros “Reencarnação e Imortalidade” e “Nós somos todos imortais”, que venderam milhões de exemplares nos últimos anos.

Na área “quântica”, o renomado cientista Robert Lanza criou o biocentrismo, uma “nova teoria do Universo”, que propõe a utilização de todos os conhecimentos que a humanidade adquiriu nos últimos séculos. A partir dessa perspectiva e com essas ferramentas, Lanza deu uma nova resposta à pergunta primordial sobre a morte: para o biocentrismo, esta é uma ilusão, já que é a vida que cria o universo e não o contrário. Dado que o espaço e o tempo não existem de forma linear, a morte não pode existir em seu “sentido real” – seria apenas uma ilusão da consciência. E é a consciência que, segundo Lanza, conecta a vida ao corpo biológico.

A prova estaria nos experimentos de física quântica, que demonstram que a matéria e a energia podem se revelar com características de ondas ou de partículas na percepção e na consciência de uma pessoa. Acrescentando-se a teoria de que existe uma infinidade de universos com diferentes variações que acontecem ao mesmo tempo, o biocentrismo comprova que tudo o que pode acontecer está ocorrendo em algum ponto do multiverso, ou seja, a morte não pode existir em “nenhum sentido real”.

Alguns cientistas importantes fizeram coro à teoria de Lanza, como Ronald Green, diretor do Instituto de Ética da Universidade de Dartmouth, que afirma que pensar a consciência de um ponto de vista quântico é coerente com as últimas descobertas da biologia e da neurociência sobre as estruturas da mente e da vida humana.

Jorge Hessen

Referências:
[1] Metal representativo localizado na penúltima posição do grupo 13 (mesma do boro e alumínio). Possui número atômico Z = 81 e massa atômica ponderada (entre os dois únicos isótopos estáveis) A = 204,4 u.
[2] Feixes de elétrons produzidos quando uma diferença de potencial elevada é estabelecida entre dois localizados no interior de um recipiente fechado contendo gás rarefeito. Uma vez que os elétrons têm carga negativa, os raios catódicos vão do eletrodo negativo – o cátodo – para o eletrodo positivo – o ânodo
http://aluznamente.com.br/estudos-metapsiquicos-e-os-debates-quanticos-da-mente-e-da-vida-humana/
A Luz na Mente - revista on-line 

sábado, 6 de outubro de 2018

Há nos animais um princípio inteligente que sobrevive ao corpo




Nossa entrevistada de hoje é Irvênia Luiza de Santis Prada (foto), Médica Veterinária pela Universidade de São Paulo; professora titular em Anatomia Animal com enfoque em Neuroanatomia; docente aposentada de graduação e de pós-graduação na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, onde recebeu o título de Professora Emérita; membro da AME – Associação Médico-Espírita de São Paulo, do Brasil e Internacional, onde atua como palestrante e escritora; membro do Fórum Nacional de Proteção e Defesa dos Animais; idealizadora e coordenadora do MEDVESP (Movimento Cultural de Medicina Veterinária e Espiritualidade); coordenadora do NUVET – AME (Núcleo de Medicina Veterinária e Espiritualidade da AME SP); autora dos livros A Alma dos Animais e A Questão Espiritual dos Animais e coautora da obra O Cérebro Triúno - A Serviço do Espírito, escrito em parceria com Décio Iandoli Júnior e Sérgio Luis da Silva Lopes.

Quando e como começou seu interesse em unir a Medicina Veterinária ao Espiritismo?

Ainda quando aluna no curso de Medicina Veterinária, já nos atendimentos ambulatoriais, fui-me surpreendendo com a diversidade e intensidade dos processos mórbidos que causam sofrimento aos animais. Como os seres humanos, eles têm infecções, parasitoses, doenças autoimunes, epilepsia, alergia, câncer e malformações, além de transtornos mentais e alterações de comportamento. Comecei então a me perguntar por que os animais sofrem assim, pois já sabia, como espírita, que para eles não existe expiação (O Livro dos Espíritos, questão 602). Passei então a buscar, nas obras básicas da codificação espírita e em outras respeitáveis como as de André Luiz e Emmanuel, respostas para essa reflexão. Ao mesmo tempo, ao me inteirar dos aspectos anatômicos e funcionais do corpo dos animais, focando particularmente a estrutura de seu sistema nervoso, pude entender que as diferenças encontradas em relação ao modelo humano são de natureza quantitativa e não qualitativa. Em outras palavras, o modelo de construção orgânica dos diferentes animais e do ser humano é único, com variações adaptativas segundo a espécie. Assim, ao longo dos estudos que fui realizando sobre os animais, com base simultaneamente na literatura espírita e na acadêmica, pude estabelecer confronto das informações entre as duas fontes, com dados muito interessantes e que constam dos meus livros A Alma dos Animais e A Questão Espiritual dos Animais.

Houve algum momento em que você se surpreendeu com algo que o Espiritismo ensina sobre os animais?

Sim, em várias ocasiões. Entre muitos exemplos, podemos lembrar que em O Livro dos Espíritos, a questão 597 é elucidativa de que os animais têm inteligência e há neles um princípio inteligente que sobrevive ao corpo, ou seja, são seres espirituais. Em A Gênese, de Allan Kardec, nos itens 15 e 16 do capítulo XI, é considerada a hipótese de que corpos de macacos teriam sido adequados à encarnação dos primeiros espíritos humanos, necessariamente pouco avançados, que vieram encarnar-se na Terra, hipótese que hoje é totalmente avalizada pela Antropologia[1]. Também nas obras de André Luiz encontramos informações preciosas que surgiram de forma pioneira em relação à ciência acadêmica, como a de que a inteligência e a mente atuam no citoplasma celular (porção gelatinosa da célula, situada entre o núcleo e a membrana externa)[2], além de importantes referências sobre a organização morfológica e funcional da glândula pineal[3]. Vale lembrar ainda, dentro desse enfoque, o conceito antecipado, em relação à comunidade acadêmica, da composição triúna[4] do cérebro, efetuado pelo mentor Calderaro, nos capítulos 3 e 4 do livro No Mundo Maior, de André Luiz[5].

Você faz parte da Associação Médico-Espírita de São Paulo (AME-SP), do Núcleo de Medicina Veterinária e Espiritualidade (NUVET) e também do Núcleo de Medicina Veterinária e Espiritualidade (NUVET).  Como começou sua participação nesses grupos? Qual é o propósito deles?

Comecei a frequentar a AME – SP na década de 1980, em que tive a oportunidade ímpar de conhecer pessoas que já se destacavam no meio espírita como, entre outras, Dra. Marlene Nobre – fundadora da AME – Br e da AME - Internacional, Dra. Maria Júlia Prieto Peres – idealizadora e fundadora do Instituto Brasileiro de Vivências Passadas, Sr. Spartaco Ghilardi – fundador do Grupo Espírita Batuíra, em São Paulo e médium através do qual o Dr. Bezerra de Menezes  ministrou continuadas orientações à Dra. Marlene e colegas para a criação das AMEs, Dr. Roberto Broglio, Dr. Antônio Ferreira, Dr. Ary Lex – que foi diretor-clínico do HC da USP, e Profa. Heloísa Pires. Todas as AMEs estaduais e regionais (no Brasil hoje são mais de 60), quanto a AME-Br e a AME – Internacional têm o propósito de divulgar o que chamam de “Paradigma Médico-Espírita”, tal seja o de “humanizar” os procedimentos de todos os profissionais da área da saúde na relação com seus pacientes, partindo do princípio de considerá-los como seres espirituais na vivência humana de suas necessidades materiais e emocionais.

Sou muito grata ao acolhimento que tive nas AMEs, o que me proporcionou  ampla oportunidade de tarefas na divulgação doutrinária, além do convívio fraterno com tantos amigos queridos, entre os quais todos nós destacamos a figura da Dra. Marlene Nobre - nossa eterna e saudosa líder.

Com a finalidade de abrir um espaço para reflexões, dentro do ambiente acadêmico, sobre a maneira como os médicos veterinários consideram os animais, tratam deles e se utilizam deles, idealizei e criei em 2010, contando com a participação de alguns alunos, o Movimento Cultural de Medicina Veterinária e Espiritualidade – MEDVESP - junto à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, com palestras mensais seguidas de debates, com livre participação de docentes, alunos, funcionários e pessoas da comunidade leiga. Nesse contexto, o termo espiritualidade sempre foi trabalhado sem nenhuma conotação religiosa, mas sinalizando proposta de aquisição de patamares éticos cada vez mais elevados no comportamento humano, cabendo neles a maneira (harmônica) como devemos nos relacionar com os animais.

Quanto ao NUVET, ele nasceu no início de 2014 a partir de convite a mim efetuado pelo então presidente da AME - SP – Dr. Mario Peres, para que eu viesse a fazer dentro dessa instituição, com visão espírita, o que eu já realizava no meio acadêmico, através do MEDVESP.  Fiquei muito grata por essa oportunidade e com outros médicos veterinários – entre os quais a Dra. Paula Andrea de Santis Bastos e o Dr. Vinicius Perez, que estão ao meu lado desde o início, realizamos este ano o V Encontro do Nuvet – SP nos próprios da Federação Espírita do Estado de São Paulo – FEESP, com participação de quase 200 pessoas que certamente serão agentes multiplicadores de tudo o que lá ouviram. O objetivo do NUVET é o de buscar conhecimentos e meios que possibilitem vivência cada vez mais harmônica entre seres humanos e animais.

A resposta da pergunta 601 d’ O Livro dos Espíritos“Os animais estão sujeitos, como o homem, a uma lei progressiva?”, nos diz que os animais evoluem assim como os seres humanos. A senhora já recebeu questionamentos sobre esse assunto?

Sim, apesar de muitas das obras espíritas serem marcadas com o conceito de um processo evolutivo, haja vista O Livro dos Espíritos - a exemplo das questões 540, 599 e 601 a 610, A Gênese, de Kardec - capítulos X (Gênese Orgânica) e XI (Gênese Espiritual), Evolução em Dois Mundos - de André Luiz, Gênese da Alma – de Cairbar Schutel, Evolução Anímica – de Gabriel Delanne e A Caminho da Luz – de Emmanuel. Penso que a resistência de algumas pessoas quanto à questão evolutiva dos animais se encontre atrelada a resíduos que ainda persistem em nossa cultura, de uma forma anacrônica de pensamento e de conduta – o antropocentrismo (do grego antropós = ser humano), que destaca a nossa espécie como especial e “melhor” do que todas as outras, cabendo nesse contexto a recomendação de que toda a natureza deve ser subjugada e explorada em nosso benefício. Por motivos religiosos, destacados cientistas e filósofos se mostraram adeptos do antropocentrismo, sendo atribuída a René Descartes (século XVII) a consideração de que sensibilidade, sendo atributo apenas da alma (humana), não poderia ser admitida para os animais. A humanidade, de modo geral, ainda trata os animais como “coisas”, haja vista a maneira como eles são criados e abatidos industrialmente para consumo de suas carnes e produtos derivados, são subjugados em deprimentes espetáculos de diversão e mesmo são utilizados em testes e pesquisas laboratoriais.

A senhora escreveu o livro A Questão Espiritual dos Animais. Qual é o objetivo do livro e de que forma ele foi elaborado?

A elaboração desse livro resultou de pesquisa que passei a efetuar, em obras espíritas, a respeito das razões pelas quais os animais sofrem como sofrem, conforme o referido na primeira questão desta entrevista. Mas, nessa busca fui encontrando também alusão a outros aspectos da vida dos animais como a evolução do princípio inteligente, desencarne, erraticidade e reencarne, mediunidade,  papel do cérebro,  interação cérebro-mente e figuras animais no plano espiritual, entre outros. Assim, ao ter em mãos significativa quantidade de informações, decidi publicá-las nessa obra, cuja primeira edição data de 1998. Portanto, neste ano de 2018 ela está completando 20 anos e, em comemoração a essa longa jornada, esta última edição (12ª) foi revista e ampliada, contendo três novos capítulos – As Emoções dos Animais, A “Humanização” dos Animais e Eutanásia em Animais. Sim ou Não? Desde a primeira edição tive o cuidado de sempre referir a fonte de todas as informações que transmito, uma vez que existem matérias ainda em discussão no trato geral da temática, razão pela qual coube o termo “questão” no título do livro.

Gostaria de dizer mais alguma coisa?

Sim, agradeço a oportunidade e sirvo-me dela para motivar os prezados leitores a se interessarem por conhecer a verdadeira natureza dos animais. Não são “coisas” utilizáveis e descartáveis. Pelo contrário, são seres espirituais em evolução (como ensina o conhecimento espírita), são seres sencientes (como reconhece a literatura acadêmica)! Com variações segundo a espécie, são sensíveis, têm capacidade de sofrimento físico e mental, agem por instinto e também por inteligência (como nós, seres humanos), têm memória, fazem associação de ideias, planejam ações futuras e exibem comportamentos por ação volitiva. Além de conhecê-los em profundidade, devemos nos propor a rever todos os atos de nossa vida em que estejam implicados, no sentido de respeitar o direito que eles têm à própria vida e a condições de bem-estar. Não somos seus “donos”, eles pertencem à mesma criação da qual fazemos parte e a harmonia que pretendemos para nossa vida está na dependência da harmonia do todo. Vamos fazer a nossa parte? Casimiro Cunha, em espírito, deixa-nos na última estrofe de seu poema “Os Animais”[6], preciosa observação:


A lei é conjunto fraterno

De deveres fraternais:

Os anjos cuidam dos homens,

Os homens, dos animais!


 


[1] Curso online – A SAGA  HUMANA   2017 Youtube.com/canalusp – Prof. Walter  Neves – IB – USP.

[2] Xavier FC. ; Vieira, W. - Evolução em dois mundos. [Ditado pelo espírito André Luiz]. 18. ed., capítulo V - pag. 45 e 46,  capítulo VII – pag. 59 e capítulo VIII – pag. 63. Copyright 1958 by FEB,  Brasília.

[3] Lucchetti G, Daher Jr. JC, Iandoli Jr D, et al.Historical and cultural aspects of the pineal gland: comparison between the theories provided by Spiritism in the 1940s and the current scientific evidence. Neuroendocrinology Letters. 2013; 34 (8) p.  745 a 755. 

[4] Composição triúna – de algo formado por três partes que interagem para que o todo se caracterize como unidade funcional

[5] Prada, I.L.S. ; Iandoli Jr. ; Lopes, S.L.S. O Cérebro Triúno a serviço do Espírito. São Paulo, AME-Brasil Editora, 2017.

[6] Xavier, FC – Cartilha da Natureza – ditado pelo espírito Casimiro Cunha – Os Animais, pg. 61. Livraria Editora da FEB, Rio de janeiro, 1944.

  

Fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano12/588/entrevista.html