segunda-feira, 27 de abril de 2015

POR QUE OS PROTETORES ESPIRITUAIS NÃO IMPEDEM QUE OS ESPÍRITOS OBSIDIEMUMA PESSOA?

Existem em nosso meio pessoas que lidam com a mesma dúvida, como há também aqueles que gostariam que fosse adotada nas instituições espíritas uma prática usual em determinados círculos, na qual o agente causador da obsessão é afastado do enfermo, às vezes até mesmo por meio de violência.

Ora, se essa prática fosse realmente eficaz, certamente Allan Kardec e outros autores a teriam proposto. OCORRE QUE OBSESSÃO NÃO SE DÁ POR ACASOe, conforme diz Kardec, sua causa mais frequente, sobretudo nos casos mais graves, é o desejo de vingança. Alguém lesou determinada pessoa e esta, incapaz de perdoar, parte para o desforço, para a desforra, para a vindita.
O objetivo da desobsessão em casos assim não poderia ser simplesmente a separação dos litigantes, fato que, ainda que fosse possível, não resolveria a pendência que deu origem ao sentimento de vingança. Trata-se, pois, de algo maior: a reconciliação dos litigantes, para que eles se acertem e resolvam, em definitivo, o problema que deu origem ao processo.
O tratamento espírita da obsessão é objeto de inúmeras obras espíritas e todas nos mostram que as pessoas envolvidas no processo – tanto o algoz como a vítima – jamais deixam de ser assistidas pelos benfeitores espirituais.
É necessário, contudo, para a real eficácia do tratamento, que a pessoa que sofre a constrição obsessiva faça a sua parte, o que é proposto com clareza por Allan Kardec no capítulo 28, itens 81 e seguintes, d’ O Evangelho segundo o Espiritismo.

Evidente que, no tocante a esse assunto e a muitos outros, não podemos restringir-nos ao que Kardec escreveu, mas todos os autores, encarnados e desencarnados, que trataram até hoje do tema confirmaram o que o Codificador estabeleceu para que a terapia desobsessiva tenha sucesso, a saber:

1.) a necessidade do tratamento magnético;
2.) a importância da chamada doutrinação;
3.) a renovação das atitudes por parte do enfermo.

Encontramos na Revista Espírita de janeiro de 1865, pp. 4 a 19, o relato de um dos fatos que levaram Kardec a semelhante conclusão. Referimo-nos ao caso de Valentine Laurent, uma jovem que residia em Marmande (França).

Com 13 anos na época, Valentine experimentava convulsões diárias. Ela ficava tão violenta que era preciso amarrá-la ao leito, providência que exigia o concurso de cinco pessoas. Exorcismos, missas, passes – nada disso resolveu o problema. O Sr. Dombre, dirigente de um grupo espírita radicado na cidade de Marmande, inicialmente utilizou os passes. 
Com a insuficiência deles, resolveu evocar a entidade que perturbava a jovem. Teve início, então, a doutrinação, que se realizou no período de 16 a 24-9-1864. A entidade afastou-se; deu-se depois a recaída e afinal o êxito.
Ao relatar na Revista Espírita a experiência de Marmande, Kardec fez as seguintes observações:
1ª.) O caso demonstrou a insuficiência do tratamento magnético.
2ª.) Era preciso, e é preciso em casos assim, remover-se a causa.
3ª.) Para removê-la é necessário o que chamamos de doutrinação
Kardec diria depois, como vemos no cap. 28, item 81, d´O Evangelho segundo o Espiritismo, acima citado, que a vontade do paciente torna mais fácil o sucesso.
Suely Caldas Schubert, reportando-se ao tema, escreveu em sua conhecida e apreciada obra "Obsessão/Desobsessão": 
1.) Esclarecer o paciente é fazê-lo sentir quanto é essencial a sua participação no tratamento; é orientá-lo, dando-lhe uma visão gradativa, cuidadosa, do que representa em sua existência aquele que é considerado o obsessor; é levantar-lhe as esperanças, se estiver deprimido; é transmitir-lhe a certeza de que existem dentro dele recursos imensos que precisam ser acionados pela vontade firme, para que venham a eclodir, revelando-lhe facetas da própria personalidade até então desconhecidas dele mesmo. 
É, enfim, ir aos poucos conscientizando-o das responsabilidades assumidas no passado e que agora são cobradas através do irmão infeliz que se erigiu em juiz, cobrador ou vingador. (Obsessão/Desobsessão, segunda parte, cap. 9, p. 114.)
2.) O obsidiado só se libertará quando ele mesmo se dispuser a promover a autodesobsessão.

O Espiritismo não pode fazer por ele o que ele não fizer por si mesmo. Muito menos ainda os médiuns, ou alguém que lhe queira operar a cura. É preciso compreender que o tratamento da obsessão não consiste na expulsão do obsessor: alcançado isso, se fosse possível, ele depois voltaria, com forças redobradas, à obra interrompida.

A terapia tem em vista a reconciliação; trata-se de uma conversão a ser feita, tarefa que requer do obsidiado uma ampla cooperação, grandes esforços e boa vontade. (Obra citada, segunda parte, cap. 2.)
3.) A RENOVAÇÃO MORAL é, como já foi dito, fator essencial ao tratamento desobsessivo. Yvonne A. Pereira, em seu livro Recordações da Mediunidade, é incisiva a tal respeito:
“O obsidiado, se não procurar renovar-se diariamente, num trabalho perseverante de autodomínio ou auto-educação, progredindo em moral e edificação espiritual, jamais deixará de se sentir obsidiado, ainda que o seu primitivo obsessor se regenere.
 Sua renovação moral, portanto, será a principal terapêutica, nos casos em que ele possa agir”. (Obra citada, segunda parte, cap. 2.)

Cremos que as explicações acima dão-nos subsídios suficientes para entendermos por que, diante da obsessão, não é suficiente afastar, por meio da violência, o agente espiritual que a provoca, fato que, por si só, demonstra a ineficácia dos exorcismos.

 
 FONTE :   -   REVISTA  O CONSOLADOR

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Critica

 "Criticar" vem do grego "krísis, -eos, é", que significa o "exame"; o "crivo"; o "julgamento"; logo, a crítica provoca uma tensão – como num julgamento, onde não sabemos para que lado penderá o nosso juízo –, um conflito e, às vezes, uma ruptura com os parâmetros já estabelecidos pelos sistemas anteriores.

Extraido - Convite à Filosofia Espírita

Joel Fernandes de Souza


sábado, 25 de abril de 2015

Alienação

O conceito de Alienação está envolvido com a perda de posse de um bem, de uma faculdade ou até mesmo da autonomia. Perder o poder de escolha, perder a compreensão do mundo. Sua vontade mingua tornando a pessoa passiva.

A alienação pode se dar no trabalho onde o individuo não produz para si e recebe em troca um salário. A alienação pode ser no consumo quando compra sem necessidade. A alienação pode ser no lazer. As indústrias do lazer vendem hoje algo que o individuo compra iludido pela propaganda.

A Ciência aliada ao Capitalismo passa a definir os paradigmas culturais, éticos e estéticos, vinculando unicamente as informações que favorecem a lógica da individualidade, do acumulo de riqueza e da satisfação dos prazeres imediatos, transformando o homem em um consumidor de produtos e serviços expostos nas prateleiras das mercadorias descartáveis facultando e até incentivando a alienação.

A Alienação consiste na prática não questionadora que torna o indivíduo passivo em qualquer esfera econômica, intelectual, artística ou política.

O indivíduo alienado, por não refletir, por não questionar, não sabe exercer seus direitos e suas obrigações diante da sociedade, é um cidadão inconsciente.

O alienado é fortemente influenciado pela propaganda e pela moda, ou seja, se torna um indivíduo manobrável. 

Senso Comum

“Todo ponto de vista nada mais é que a vista de um único ponto”

E eis que muitos homens se orgulham ao pronunciar o “seu” ponto de vista onde muitas das vezes se prostram como sendo a única visão existente de determinada temática.

Ao falarmos da Lua, via de regra, nos esquecemos de que ela possui uma face que não nos é visível, uma face oculta e a nossa opinião quase sempre é sobre aquela que vemos, considerando a invisível como não existente ou mesmo, não pensada.

Existem diferentes maneiras de se interpretar ou de se posicionar frente ao mundo. Em outras palavras, uma mesma situação pode ser vista de diferentes ângulos.

Antes de conceituar o senso comum, vamos entender cada termo. O dicionário nos diz que senso é a faculdade de julgar, de sentir, de apreciar. Está aliado a juízo, entendimento, percepção e sentimento. Logo, o senso implica tanto a óptica com o qual olhamos as coisas como quanto a maneira de como nos posicionamos diante delas. Comum seria normal, ordinário, coletivo.

O Senso Comum é, portanto o juízo feito pelo individuo com características de superficialidade, de sem reflexão e de inocência. Ele é o posicionamento formado pela união de informações pacificamente incorporadas.

Suas características são: a imprecisão (conceitos vagos e sem rigor), a incoerência (associação num mesmo raciocínio de conceitos contraditórios) e a fragmentação (conceitos soltos que não abrangem de modo sistemático o objeto estudado).

Fazem parte do senso comum as opiniões impensadas, emitidas por amigos, parentes, vizinhos, jornais, televisão e religião. Sua marca maior é a ausência de reflexão e a aceitação pacífica e inocente. O senso comum se assenta na crença, no dogma e na tradição. Ele pode até não ser falso e

conter informações verdadeiras, mas está sempre envolto com inverdades.
As implicações naturais do senso comum são: a alienação, a manipulação (não tendo

consciência crítica é facilmente manipulável) e a massificação (criação de senso globalizante). 

Alan Krambeck  

O Aquário


REFLEXÃO

Estamos há altas horas da noite sentados numa poltrona confortável em nossa sala. A rua já não apresenta barulhos e ruídos. Diante de nós, na penumbra da sala, um aquário iluminado com peixes vermelhos em seu interior.
Nossas meditações nos levam a uma relação com nossa vida cotidiana. Encontramo-nos iguais aos peixes, mergulhados em um aquário de pensamentos, de tradições, de valores e de informações. É onde vivemos. É desta água que retiramos nossos alimentos e o ar que respiramos.
Assim como o peixe, será que conseguimos visualizar esse líquido onde estamos imersos? 

Alan Krambeck

Minha reflexão 

O aquário é nossa vida, onde estamos inseridos, casa, escola, trabalho, templo religioso, laser. Sabemos e acreditamos  somente naquilo que vemos. O meio com sua rotina nos mantém.
Para alguns está bom. Para outros, assim como eu, há uma necessidade de buscar além. E conforme adquirimos conhecimento, nosso aquário se expande. Passamos a ver que há vida Além da vida.

Elaine Saes
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O sentido da vida. Por Viktor Frankl


Viktor Frankl, o eminente psiquiatra vienense, devido ao fato de ser judeu, foi perseguido e preso em campos de concentração, na Alemanha nazista. A esposa grávida, seus pais e irmãos pereceram nestes campos. Entretanto, o desafortunado homem sobreviveu e, estando em situação de completa fragilidade, buscou, acima das dores, um sentido para seu sofrimento.
Quando conseguiu a liberdade, lutou por divulgar suas percepções. Frankl passou a ensinar que o sentido da vida pode ser encontrado por uma pessoa através de três caminhos:

O primeiro diz respeito ao exercício de um trabalho que seja importante, ou a realização de um feito, uma missão, que dependa de seus conhecimentos e de sua ação, e que faça com que a pessoa se sinta responsável pelo que faz; o segundo caminho é o do amor a uma pessoa ou a uma causa, uma ideia, o que estabelece uma responsabilidade para com a pessoa amada ou à causa defendida e, por último, quando diante de um sofrimento inevitável, assumir uma postura de buscar um significado e utilidade para a dor, pois através da experiência cada pessoa pode contribuir para a vida de outras pessoas.

Afirmou ele que “dentro de cada um de nós há celeiros cheios onde nós armazenamos a colheita da nossa vida. O significado está sempre lá, como celeiros cheios de valiosas experiências. Quer sejam as ações que fizemos, ou as coisas que aprendemos, ou o amor que tivemos por alguém, ou o sofrimento que superamos com coragem e resolução, cada um destes eventos traz sentido à vida. Realmente, suportar um destino terrível com dignidade e compaixão pelos outros é algo extraordinário. Dominar seu destino e usar seu sofrimento para ajudar os outros é o mais alto de todos os significados para mim”. (FRANKL, 1985). Espírito valoroso, soube ouvir e entender a dor, retirando dela o que tinha de melhor.

Visãoespírita .com.br

sábado, 18 de abril de 2015

Espiritualidade da Alma


Toda a trajetória humana consiste em uma busca progressiva de respostas, na qual o homem procura superar a si mesmo em meio aos conflitos existenciais em direção à almejada verdade libertadora. Efetivamente, importa em um primeiro momento questionar: como se chegar a essa verdade? E ainda, o que é a verdade?
Ao se questionar qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal, Santo Agostinho responde em O Livro dos Espíritos: Um sábio da Antigüidade vos disse: ”Conhece-te a ti mesmo”.2 Tal aforismo, já inscrito no oráculo de Delfos, nos leva inicialmente a entender que a libertação e alegria do Espírito não consistem em um estado, mas em um processo de busca da verdade em si mesmo, o qual define-se, consoante a pedagogia socrática, em dois momentos: a ironia e a maiêutica
A espiritualidade da alma consiste na busca consciente da substância divina em si mesmo, em transcender os sentidos materiais em busca de um sentido espiritual: a visão interior; a luz a que se refere Agostinho consiste na graça divinal, e que incide na própria alegria do sentimento moral, do amor.

A espiritualidade da alma é, pois, confirmada pelo que ela conhece de si mesma. Quando a alma conhece a si mesma, descobre não apenas seus defeitos, mas que é uma substância divinal individuada, e que enquanto tal está em íntima relação com a verdade.

Extraído do texto  Santo Agostinho e o autoconhecimento
Astrid Sayegh 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Evolução

"A mente uma vez ampliada por uma ideia nova não mais retorna a dimensão anterior" (Einstein)

Somos parte de Deus, trazemos dentro de nós, todos os Seus atributos, que serão despertados  de maneira pessoal.
O desabrochar de nossos talentos vem acontecendo através de nossas vivências,  onde passando por experiências, a curiosidade nos tem levado a experimentos, e esses, nos impulsionado ao estudo. Expandimos assim nossa mente, começando a ter uma pálida ideia da Verdade, não há retrocesso, e da lei da evolução. Por isso, hoje somos melhores do que ontem e assim, vamos viajando, tendo como estrela guia nosso Mestre Jesus. 
Elaine Saes

terça-feira, 14 de abril de 2015

Um caminho árduo e suave na busca pela verdade

Baseada nos seus pressupostos (Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas; Espírito e matéria, os elementos constitutivos desse universo surpreendente; imortalidade da alma; reencarnação; mediunidade; livre-arbítrio; lei de causa e efeito), a Filosofia Espírita nos pintou, com as cores da fé raciocinada, a obra-prima da criação, nos revelando o roteiro de nossa incrível viagem evolutiva. 


A reflexão proporcionada pela Filosofia Espirita 
O homem começa a filosofar no momento em que contempla a vida e o universo e que fica perplexo, maravilhado com o que vê e não sabe explicar. Está aí o porquê de se dizer que a filosofia nasceu com o êxtase, a admiração.
Se a primeira noção de filosofia é de “amor à sabedoria”, a segunda definição pode ser “filosofia é uma vivência, um fazer, uma atitude dinâmica diante dos problemas do universo”. Ou ainda, conforme o professor Manuel Pelicas São Marcos, criador do curso, tão bem a definiu, “a filosofia é o caminho árduo suave na busca pela verdade”. 
Desde o seu nascimento, no berço da civilização grega, a filosofia se desenvolveu numa espiral evolutiva, tornando-se uma cidadã cosmopolita, que se aperfeiçoou em todo o mundo ocidental, até chegar a seu atual estágio.
Mãe da reflexão existencial humana, a filosofia ganhou, ao longo de sua viagem, as mais diversas características, de acordo com as mentes que, aos poucos, foram-na lapidando, como uma joia de mil faces, cada uma mostrando um lado aparentemente diferente, mas que interagiam e se completavam de uma forma admirável.
Filosofia Espirita 
Na concepção da Doutrina Espírita, a filosofia ganhou uma nova dimensão, que explica e concilia todas essas suas múltiplas faces. Conforme Herculano Pires, “a filosofia espírita representou um daqueles momentos de confluência de todas as culturas do homem para um delta comum.
Baseada nos seus pressupostos (Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas; Espírito e matéria, os elementos constitutivos desse universo surpreendente; imortalidade da alma; reencarnação; mediunidade; livre-arbítrio; lei de causa e efeito), a Filosofia Espírita nos pintou, com as cores da fé raciocinada, a obra-prima da criação, nos revelando o roteiro de nossa incrível viagem evolutiva.
Como fragmento da divindade, o princípio inteligente é lançado na realidade existencial para iniciar a escalada rumo a sua individualização. Como a causa eficiente de Aristóteles, essa centelha divina, através de sua causa formal, perispécie e perispírito, se manifesta na causa material, para atingir sua causa final: a perfectibilidade. É a fenomenologia do Espírito se apresentando aos nossos olhos.
Assim como a filosofia, somos viajantes cósmicos, passando, em nossa espiral evolutiva, por todos os reinos da natureza, desenvolvendo as potencialidades necessárias a cada estágio e adquirindo as características essenciais que nos permitiram aportar no reino hominal. 
 Nesse momento, que, segundo Kardec, “o Senhor imprimiu em nossa fronte seu cunho augusto”, somos dotados dos atributos indispensáveis à nossa individualização: a consciência de nós mesmos, a razão, o livre-arbítrio, o pensamento contínuo, a memória, que aos poucos foram construindo o que somos hoje. Nas diversas encarnações, oportunidades ilimitadas que recebe do Pai para atingir seu objetivo, o Espírito chega ao teatro da vida, tal qual um personagem,  com sua facticidade, isto é, recursos necessários para desenvolver o seu papel: como cenário, o meio social, a família; como figurino, o corpo físico; como roteiro, as disposições acertadas com o plano superior, sendo que sua “performance” dependerá exclusivamente de seu livre-arbítrio.
 Nesse evoluir, a verdade que vai se revelando pelo despertar de nossa consciência, ampliada pelo contato com o plano superior por meio da mediunidade, nos incentiva a esse desvelar contínuo do real sentido dessa vida, que nos foi dada como passaporte para empreendermos esse maravilhoso evoluir ininterrupto, no qual o passado vai construindo nosso presente, que se projetará em nosso futuro, lembrando o novelo, com o qual Bergson comparou a construção do nosso ser na duração eterna.
 Mergulhados no hausto divino do Criador, todo o universo representa uma enorme rede energética de comunicação entre as coisas da Terra e as do Céu, entre o plano físico e o espiritual, lembrando o que Paulo nos afirmou: “Em Deus vivemos, nos movemos e existimos”. Nesse mar de energias, composto de infinitas ondas de vibrações de todos os níveis, nos comunicamos de acordo com a frequência de nossos pensamentos, por meio dos quais, como pequenas lâmpadas desse imenso caleidoscópio de almas, de planetas, de sóis, atuamos como cocriadores do universo.
  É preciso participar
Para lembrar aos homens o reto caminho a ser percorrido, em todos os tempos da humanidade, o Pai tem enviado ao planeta seus mensageiros, para transmitir suas revelações: Zoroastro, Buda, Krishna e Moisés foram os construtores desse edifício moral de sabedoria, do qual Jesus Cristo é a pedra angular.
No apogeu do materialismo, essa revelação se deu por intermédio de milhares de vozes dos seres do plano espiritual, em todos os cantos do planeta. Era a espiritualidade se manifestando, como antítese ao materialismo, afirmando a síntese dualista de Espírito e matéria. 
 Mas a filosofia é o amor à sabedoria e sabedoria é o conhecimento aplicado às nossas ações perante Deus, perante nós e o nosso próximo, o que nos faz lembrar o imperativo categórico de Kant, que nos aconselha: “Age sempre de tal modo que o teu comportamento possa vir a ser princípio de uma lei universal”,  e que nos remete à máxima de Jesus: “Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles”.
Segundo Göethe: “Não basta saber, é preciso também aplicar; não basta querer, é preciso também fazer”. Assim, primordial para nossa evolução, a moral, estabelecida pelas leis divinas, nos propõe a ética a ser aplicada em nossa vida prática, promovendo o desenvolvimento das virtudes fundamentais para atingirmos a nossa ecstase, nossa perfectibilidade relativa. Mas é no equilíbrio entre a fé e a razão que o homem pode firmar sua racionalidade e sua religiosidade. A razão atuando na análise lógica do ser, que somente se completa com sua análise ontológica amparada pela fé. É a moral cristã impulsionando o homem para sua evolução.
Maria Teresa Raphaelli  
Extraído do site searabentida.org.br











 
 

A DIMENSÃO DA MENTE

REFLEXÃO
Era uma vez um mundo bidimensional que possuía largura e comprimento; ali não existia a altura. Todos em Terra Plana moviam-se livremente, como as sombras se movem sobre a Terra, totalmente inconscientes da dimensão altura.
O personagem principal da Terra Plana era o Quadrado que certa noite teve um sonho, no qual se viu transportado para a Terra Linear. Na Terra Linear, todas as coisas eram ou pontos ou série de pontos organizados em linhas retas. Todos se locomoviam livremente nessa dimensão, mas não tinham qualquer idéia da existência da largura e da altura. Nessa Terra Linear, nosso herói Quadrado tentou de todas as maneiras explicar aos seus habitantes, sem sucesso, as características da dimensão que faltava. Frustrado, foi até a linha mais longa desse local e disse: - Aqui na Terra Linear você é a linha das linhas, ou a rainha das linhas, mas na minha terra, Terra Plana, você nada seria. Comparada aos habitantes de lá, você pouco representaria, enquanto eu, comparado aos nobres de minha terra, sou apenas um quadrado.
Todas as linhas ficaram magoadas e zangadas com o que o Quadrado disse, e se alinharam, prontas para atacá-lo, quando este, de repente, despertou de seu sono, tremulo, mas feliz ao perceber que tudo não passara de um sonho.
Mais tarde, naquele mesmo dia, Quadrado explicava ao seu filho, Pentágono, algumas noções de Geometria Plana (Na Terra Plana, cada geração seguinte, na linhagem masculina, possuía um lado a mais que seu respectivo pai, até atingir tantos lados que se tornavam indistintos do circulo, a ordem sacerdotal. Mas é claro, havia uma exceção, os inferiores triângulos, que sempre serão triângulos).
À medida que o Quadrado procurava explicar ao filho como achar a área de um quadrado, através do quadrado da medida de um dos seus lados, o filho pergunta-lhe o que poderia acontecer na Geometria se alguém elevasse ao cubo esta mesma medida. O Quadrado explicou, pacientemente que não existia tal coisa de “elevado ao cubo” na Geometria.
O menino, confuso, continuou insistindo, até que o Quadrado, zangado, mandou-o para a cama, advertindo-o de que ele fosse mais sensato e se falasse menos besteira se sairia melhor em Geometria. Naquela noite, sentado lendo o jornal, o Quadrado continuou resmungando para si mesmo: “Não existe este negócio de elevado ao cubo na Geometria...”. De repente, ele ouviu uma voz às suas costas, dizendo: “Sim, existe!” Olhou assustado para os lados e viu uma esfera brilhante na sala. A
Esfera era uma visitante da Terra Espacial, quando resolveu criar para o Quadrado algo que aqui chamamos de experiência transcendental ou metafísica, isto é, ela o transportou para a Terra Espacial. O Quadrado abriu os olhos, olhou ao seu redor e disse: “Isso é uma loucura...ou então é o próprio Inferno!”. E a Esfera respondeu: “Não, não é nenhum dos dois...Isto é Conhecimento...Abra os olhos e olhe ao seu redor”.
Assim o Quadrado fez, e excitado com tudo que via começou a falar e questionar a Esfera sobre a possibilidade da existência de mundos com quatro ou até cinco dimensões. A Esfera respondeu, zangada: “Não existe tal absurdo!” e, aborrecida mandou-o rapidamente de volta a Terra Plana.
O Quadrado desde então, rodou pela Terra Plana pregando a visão mística de um mundo de três dimensões. Desacreditado, foi confinado numa instituição mental, onde, uma vez por ano, era visitado por um Circulo da classe dos sacerdotes, que o entrevistava e avaliava como ele estava indo.
E todas as vezes ele insistia em tentar explicar ao Círculo a dimensão da Terra Espacial, e todas as vezes, o Círculo, desanimado, balançava a cabeça e o deixava trancafiado por mais um ano. 
Alan Krambeck

Minha reflexão 

Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia. William Shakespeare
Diria ao quadrado que deverá aprender com suas experiências e pressentir que cada ser esta em um grau de de evolução. Tudo tem seu tempo e sua hora para acontecer. É preciso estar atento, observar, ouvir para depois ajudar.
Através das existencias, vivenciamos experiências, que nos acrescentam. Assimilando e adquirindo resistência somos levados à buscar caminhos, esses que nos levará ao encontro do que nem sabemos existir. Não há como voltar, é seguir... Somos viajores e temos Jesus como Estrela Guia. Nessa caminhada, nossa consciência  vai despertando, expandindo, e isso é pessoal.
Elaine Saes

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Otimismo



" Todavia, ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus. João 7:13


As experiências da vida têm como objetivo o aperfeiçoamento do espírito. Expandir a consciência é o fim para o qual converge toda a vida em suas várias formas de manifestação.

Para viver de maneira altruística, de forma a extrair a lição que a vida nos dá através das experimentações, é preciso ser corajoso. Antes os embates que se enfrentaram na vida social e as dificuldades íntimas, é preciso coragem.

A força capaz de impulsionar o progresso está dentro de cada um dos filhos de Deus.

Recuar ante a grandeza da vida é covardia. Recusar-se a testemunhar o bem maior é atentar contra si mesmo.

O homem é levado pelo caudal das experiências rumo a um futuro cada vez mais brilhante. É chamado a contribuir e construir um mundo melhor. Isso começa naturalmente dentro de si mesmo, através de sua postura intima.

Há necessidade de se enfrentar. Assumir a postura íntegra e digna perante si mesmo. A vida pede respostas. Os obstáculos são colocados no percurso de um atleta a fim de que ele os supere.

Assumir uma situação interior dê dignidade é ter coragem de vencer os obstáculos e alcançar a vitória sobre as próprias limitações.

O medo retrai as energias da alma, impedindo o ser humano de progredir.

Pulverizar otimismo nas experiências diárias é um convite que é feito a todo momento.

Não importa a natureza do problema ou a espécie de dificuldade.

Ninguém é incapaz de realizações superiores.

Todos têm em si mesmos os recursos necessários para vencer. Somente tenhamos cuidado para que, a pretexto de sermos vencedores, não magoemos ou firamos aqueles que se consideram vencidos. Havendo a necessidade de subir ou crescer, saibamos respeitar os que se sintonizam com aquilo que chamamos de retaguarda. Todos têm imenso caminho a percorrer, e as possibilidades de vitória ou de derrota estão dentro de cada um.

Tenhamos a coragem de assumir a vitória na vida.

Livro Serenidade - Robson Pinheiro - espírito Alex Zarthú 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Atlântida


"Com que fim Deus castiga a humanidade com flagelos destruidores?

— Para fazê-la avançar mais depressa. Não dissemos que a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, que adquirem em cada nova existência um novo grau de perfeição? É necessário ver o fim para apreciar os resultados. Só julgais essas coisas do vosso ponto de vista pessoal, e as chamais de flagelos por causa dos prejuízos que vos causam; mas esses transtornos são frequentemente necessários para fazer com que as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, realizando- se em alguns anos o que necessitaria de muitos séculos." Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, item 737

NA HISTÓRIA DAS civilizações que se ergueram na superfície do vosso mundo, a Atlântida e a Lemúria ressaltam por guardarem experiências seculares, que mais tarde influenciaram os destinos de outros povos da Terra.

Embora considerados por muitos como sendo uma lenda, os povos que habitaram essas regiões tiveram sua existência sob o mesmo céu que vos abençoa as expressões da vida na crosta planetária.

Com seus conhecimentos, ergueram uma civilização que, em muitos aspectos, sobrepujaria a vossa, não fosse o orgulho que mais tarde caracterizou a raça e marcou o início de seu declínio moral.

O conhecimento de certas leis naturais facultou-lhes a criação de uma religião comandada por certa casta de sacer- dotes, que manipulavam os elementos fluídicos do mundo oculto, enquanto as multidões eram dirigidas por estes que foram considerados sábios e poderosos.

Templos suntuosos para a época erguiam-se em vários lugares do continente e eram consagrados ao estudo das leis do mundo oculto.

Era notável a riqueza de seus rituais e o aparato com que eram disfarçadas as manifestações psíquicas de seus dirigentes e sábios.

As realizações desse povo alcançaram outros continentes, tornando-se lendária a sua existência. Ao longo de suas experiências evolutivas, tais pessoas foram abençoadas com a presença periódica de emissários do Alto, que reencarnavam em seu seio, revelando-lhes expressões da Verdade, confor- me poderiam absorver.

Com o orgulho de seus governantes, que se revelou aos poucos, a ciência e a religião, antes unidas com o objetivo de auxiliar o progresso, foram decaindo, a ponto de se transformarem num misticismo exagerado e doentio. O povo, entregue à ignorância, acabou atraindo para si um destino que lhe marcou o fim dessa etapa evolutiva.

Cientistas responsáveis e verdadeiros sábios, quando procuraram alertar a nação para o fim que estava próximo, foram ridicularizados pelas massas, instigadas pelo governo decadente. Muitos foram expatriados, ocasião em que transportaram o conhecimento adquirido em anos de lutas e atividades, pesquisas e realizações, para outras terras.

Mais tarde, vários povos seriam beneficiados com conhecimentos trazidos da Atlântida. Porém, o orgulho dos beneficiados iria impedir que reconhecessem oficialmente a origem de sua sabedoria e experiências, preferindo omitir em seus registros históricos a gênese de sua ciência e realizações.

Mas os arquivos do mundo espiritual guardam a memória de todos os acontecimentos desenvolvidos no mundo, tendo ficado impressa eternamente, na luz cósmica28, a história das civilizações humanas. Muitos dos vossos historiadores com certeza se sentiriam envergonhados ao descobrirem que cer-tos acontecimentos por eles descritos em vossos registros históricos não guardam semelhança com a verdade, por haverem sido manipulados segundo os propósitos mesquinhos dos homens e de certas nações. Muitos homens considerados heróis por vossa história, aqui, deste lado, aportam na mendicância espiritual, devido à triste realidade moral em que se encontram.

A Atlântida encontrou o fim de seu processo evolutivo em meio ao cataclismo físico, após a decadência moral e espiritual que se abateu sobre a nação. O fenômeno cósmico que provocou o seu fim foi atraído pela carga psíquica desenvolvida por seus habitantes imprudentes, que, apesar de haverem adquirido vastas experiências, conhecimentos e sabedoria, acabaram entregando-se ao império dos instintos e paixões descontroladas, atraindo, com suas vibrações, os cataclismos que lhes assinalaram o juízo final.
Emigrados daquelas terras que se afundaram nos oceanos, milhares de espíritos de antigos atlantes reencarnaram em outros continentes do planeta, enquanto outros, ainda encarnados, conseguiram escapar a tempo da destruição que se abateu sobre a sua nação. Serviram, então, de depositários e intérpretes do conhecimento adquirido, perante os países para onde se dirigiram.

O fim da Atlântida abalou profundamente a situação do planeta, após o incidente cósmico que marcou aquela época, modificando o clima e a conformação geológica do vosso mundo.

Os atlantes criaram suas próprias forças destrutivas, que foram combinadas com os recursos da natureza, como gases e outras forças naturais, que produziram a maior de todas as erupções nascidas das entranhas da Terra. A Atlântida, localizada perto do Mar de Sargaços29, encontrou a sua destruição, e, logo após, o restante do continente. O orgulho de seus habitantes atraiu para o seu paraíso terrestre os cataclismos que marcaram o seu fim.

Atrás de todos esses acontecimentos a presença augusta e soberana de Jesus velava amorosamente pelos povos do mundo. Desde outros mundos, quando as levas de espíritos vieram deportados para a Terra, o Mestre orientava os desti- nos do homem.

O fato ocorrido nessas épocas remotas leva o homem moderno a refletir quanto ao destino da civilização atual. Qual caminho estais percorrendo em vossas realizações? Poderá a história se repetir em nova etapa? Que cada um de vós possa refletir e vos posicionar conforme a vossa própria consciência o determinar.

Os tempos são outros, mas muitos espíritos daquela épo- ca continuam reencarnando através dos séculos. Hoje, os dirigentes espirituais do vosso planeta aguardam a decisão dos homens da Terra a fim de auxiliarem na entrada do próximo ciclo evolutivo. Jesus permanece o mesmo, dirigindo o leme da embarcação planetária em sua manifestação de misericórdia, até que os espíritos da Terra acordem para a vida espiritual.

O autor espiritual indicou, a propósito de suas afirmações acerca da Atlântida, o trabalho de um jornalista norte-americano, que procurou investigar vestígios arque- ológicos dessas civilizações perdidas do passado. O livro é um best-seller mundial, e foi traduzido para o português e publicado no Brasil (HANCOCK, 1999).

Nota do autor espiritual – É conhecida a referência de Platão à Atlântida em seu diálogo Timeu, no qual fala do grande continente que existia n0 oceano há "9 mil anos" — ou seja, há cerca de 11.400 anos da época atual. Ossos humanos e de animais têm sido encontrados no fundo do Mar do Norte (Europa Setentrional). Um dos maiores atestados do afogamento de terras no mundo tem sido a descoberta de grandes edifícios submersos, muralhas, estradas pavimentadas e trilhas encontradas sob as águas da costa ocidental da Europa, do sul da África e do sudeste da Améri- ca do Norte. 

29 Mar de Sargaços está localizado no Atlântico Norte (coordenadas aproximadas: 20 a 40° N e 35 a 75° W), a leste dos Estados Unidos. Não está delimitado por fronteiras físicas, mas por uma série de características peculiares observadas em suas águas, entre as quais se destaca a presença de grande quantidade de algas marinhas, razão que explica seu nome. Ocupando uma área de cerca de 5,2 milhões de quilômetros quadrado apresenta forma ovalada, e as únicas ilhas que banha são

 

28 Luz cósmica – É familiar à literatura espiritualista a referência aos chamados registros akásicos ou akáshicos. Muitos autores falam da propriedade singular que a luz possui de armazenar a memória de todos os acontecimentos, fato reconhecido por escolas de pensamento as mais diversas. Entre eles podemos citar Fritjof Kapra. Camille Flammarion, Helena Blavatsky, etc. 

Extraído do livro Gestação da Terra - Robson Pinheiro -  espírito de Alex Zarthú. Pág 52/53/54/55

Os Dragões


"Viu-se também outro sinal no céu: um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. A sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a Terra".
Apocalipse 12:3-4
"Por que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem, e outros, o do mal?
— Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não criou Espíritos maus; criou-os simples e ignorantes, ou seja, tão aptos para o bem quanto para o mal; os que são maus, assim se tornaram por sua vontade."
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, item 121
ANTES DE SEREM deportados do mundo de origem, muitos espíritos de inteligência invulgar desviaram-se da ética e da moral, enveredando por caminhos tortuosos. Quando em seu mundo natal, foram submetidos ao necessário corretivo através da reencarnação, sentiram-se injustiçados e se apegaram mais ainda às atitudes negativas e demoníacas, formando a escória espiritual daquela humanidade. Desenvolveram uma sociedade espiritual de desregramentos e abusos e, pela sua ação perniciosa e vil, mereceram o título de Dragões.
De inteligência brilhante, arguta e afiada, especializaram- se na prática do mal, tornando-se candidatos à deportação daquelas terras paradisíacas das estrelas.
Quando o vosso mundo foi escolhido para ser a morada dos párias20, esses espíritos rebeldes foram os primeiros a serem deportados para a Terra, trazendo, através das distâncias siderais, o produto de suas maquinações demoníacas.
Irados, aturdidos e sem condições de impor resistência à lei que os regia, vieram para o vosso planeta trazendo em suas almas a revolta e o desespero. Conhecedores de certas leis do mundo oculto, desenvolveram o magnetismo primário, transformando-o em magia. Almejavam dominar o novo ambiente em que estavam localizados e, embora devessem reencarnar entre as tribos do vosso planeta, planejavam aumentar o império hediondo por meio de sua ação nos dois lados da vida.
Outras levas de espíritos também vieram para a Terra, mas a ação daquelas inteligências sombrias em breve se fez notória, formando uma psicosfera pesada em torno do vosso orbe, criando as sombras umbralinas. Tais redutos das trevas a pouco e pouco foram sendo fortalecidos com os vícios e paixões mundanas, que os homens vivenciavam com seus desregramentos e abusos. Os encarnados ofereciam-lhes o elemento básico para o fortalecimento da cidadela do mal. Eram os vícios, as guerras, os conflitos e comportamentos desequilibrados que fortaleciam a ação dessas inteligências do mal.
Sua ação pôde ser sentida ao longo da história do vosso planeta, nos séculos de lutas cruentas, nas batalhas que destruíram povos e nações, nos crimes hediondos e bárbaros que foram inspirados aos médiuns das trevas — aqueles que se sintonizavam com os propósitos mesquinhos dessa turba de almas desajustadas.
Nas duas grandes guerras mundiais que a humanidade presenciou, esses espíritos belicosos tiveram papel preponderante.
Aprisionadas durante certo tempo da vossa cronologia planetária, essas almas dementes ficaram por séculos circunscritas às regiões inferiores do plano astral do vosso mundo.
Segundo o relato do livro do Apocalipse21, os espíritos 
vândalos e luciferinos seriam soltos por determinado tempo, quando então lhes seria conferida nova oportunidade de redenção espiritual. Vendo-se libertos do magnetismo que os prendia às regiões inferiores, investiram como demônios sobre as obras da civilização, espalhando o terror, a carnificina e a guerra sobre o acampamento dos filhos da Terra.
Sabem que lhes resta pouco tempo no mundo em que es- tão localizados e pressentem um novo êxodo para outras terras do espaço.22 Por isso, intentam obstruir o progresso da humanidade e utilizam-se de outros espíritos, mais maldosos do que maus, para se infiltrarem em meio às melhores realizações do gênero humano. Tentam adiar o êxodo inevitável, cuja realização marcará uma nova era na história de vossa humanidade.23
Penetram nas organizações religiosas, nos gabinetes públicos, nos conselhos dos povos, nas assembléias das nações. Planejam minuciosamente a sua intromissão nas questões humanas e tentam a todo custo deter a marcha do progresso.
O movimento espírita mundial é um dos alvos dessa turba de entidades infelizes. Almejam destruir ou macular a marcha da renovação que é patrocinada pela mensagem consoladora.
Conseguiram, ao longo dos séculos, insurgir contra a Igreja24, inspirando os seus dirigentes ao desvio dos preceitos do Cristo e dos propósitos superiores. Intentam o mesmo contra o movimento de espiritualização da Nova Era.
Já que o Espiritismo25 é o movimento libertador das consciências, e vendo que não conseguem destruir-lhe as bases seguras, começaram por inspirar aos homens religio-


sos os diversos movimentos que se multiplicaram a partir de 1960, numa pretensa revolução espiritual. Criaram idéias novas, ressuscitaram antigas e, aos poucos, lentamente, tentam solapar as bases do movimento com doutrinas e filosofias esdrúxulas, que, aos poucos, vão sendo admitidas como verdade.
Mas um novo tempo se aproxima, um novo êxodo já se processa nas imediações do vosso mundo.
A hora é grave para os habitantes do vosso planeta e requer firmeza interior, a fim de que o homem não se deixe afundar no mar dos distúrbios psicológicos ou se perca no vendaval das doutrinas estranhas que se revestem da másca- ra de espiritualidade.
É tempo de se firmar nas bases sólidas do Espiritismo e de kardequisar26 o movimento espírita, conscientizando os espíritas, nesta hora grave, a respeito das responsabilidades que eles têm para com a renovação da humanidade. Firmando-se nas bases eternas da revelação espírita, o homem fundamenta-se para resistir às investidas do mal.
Muitos espíritos que participavam das falanges dos Dragões foram sendo transformados com o passar dos séculos, através das reencarnações. Outros, formando a elite tenebrosa, continuam ainda sob o signo do mal e do terror, conturbando a atmosfera do vosso mundo.
Nas regiões umbralinas, vizinhas da crosta planetária, foi crescendo o império das sombras. Alastrando-se pelas cavernas da Terra, no interior dos vulcões, nas profundezas abissais, foram sendo erguidas cidadelas, comunidades e antros, onde foram se reunindo aqueles espíritos que se sintonizaram com o mal. A maioria deles — cientistas, magos
negros e pseudo-sábios, mestres do magnetismo27 e tantas outras inteligências voltadas para o mal — são usados pelo império draconiano, sem ao menos o suspeitarem.
Ocorre que luminoso espírito das esferas sublimes vigia entre os umbrais desses planos de dor, pois tais entidades malignas só respeitam a elevação das almas já redimidas.
Graças à interferência dessas entidades superiores, a turba de seres desajustados é mantida magneticamente aprisionada e, embora goze de certa liberdade, não ultrapassa os limites impostos pela Divina Providência. Se atuassem mais diretamente sobre a Terra, certamente investiriam contra os homens e as obras da civilização, destruindo o que a humanidade realizou nos últimos séculos. Para se ter uma pálida idéia da atuação dessas entidades do mal, basta que se veja o resultado das guerras mundiais, planejadas e levadas a termo diretamente sob sua influência perversa.
No próximo grande expurgo planejado para o vosso mundo, essas levas de espíritos serão banidas da Terra, a fim de recomeçarem, no tanque de lágrimas e sofrimentos dos mundos primitivos. Somente os séculos de dor farão com que despertem e se reajustem, nas colheitas dolorosas que os aguardam no porvir. Receberão tantas oportunidades quantas forem necessárias, para que reeduquem suas almas atormentadas. São filhos de Deus, nossos irmãos, temporariamente equivocados.
O fogo purificador que haverá de higienizar o ambiente espiritual do vosso mundo também servirá como combustí- vel etérico, para dinamizar a partida dos Dragões para outros domínios do universo.
27 Mestres do magnetismo – Em Tambores de Angola (SANTOS, 2001), o espírito Angelo Inácio mostra a atuação desses magnetizadores sobre Erasmino, o protago- nista da história, e ias perturbações por ele sofridas, já no inicio da narrativa.
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26 Kardequisar – O neologismo assinala a necessidade de não esquecer e de, em alguns casos, retomar Kardec no movimento espírita, O espírito Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, Herculano Pires e vários outros autores tem igual- mente comentado que é necessário lembrar que o Espiritismo tem um corpo doutri- nário, que define suas bases e diretrizes. Afastar-se delas é descaracterizar o pen- samento e a prática espíritas.
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21 Ver Ap 20:3; Ver Ap 20:7-8 
22 Ver Ap 12:12
23 Ver Ap 20:10
24 Igreja
Leia mais sobre a ação dos espíritos infelizes sobre a Igreja nos capítulos O poder dos papas e a Inquisição.
25 Leia mais sobre os perigos a que o Espiritismo está exposto no capítulo A Dou- trina Espírita. 
Gestação da Terra - Robson Pinheiro - pelo espírito de Alex Zarthú pg  48/49/50/51