O sistema oriental de narrar as coisas é diferente do nosso. O discurso para nós, é considerado perfeito quando possui um preâmbulo, uma ideia central e uma conclusão lógica e decorrente,com a qual se remata o assunto de forma completa. É como num soneto: expõe-se o assunto ou a ideia central e nos últimos dois versos fecha-se a exposição da ideia, com uma chamada "chave de ouro".
O oriental, pelo menos naqueles tempos remotos, em nada se preocupava com isso; não analisava a ideia fundamental logo de início, mas punha-se em evidência várias vezes durante a exposição, com digressões várias, comparando-a com outras coisas, análogas ou não, até que o que queria dizer ficasse bem claro e compreensível.
Nesse jogo de imagens é que se podia conhecer os mais sábios pregadores.
As parábolas são uma forma e um exemplo desse modo de narrar e Jesus, como é natural, empregava-as magistralmente, como recurso de imaginação para os ensinamentos que difundia entre o povo ignaro e simples, porém supersticioso.
A parábola (uma alegoria dentro da qual se disfarça uma ideia importante) servia também para tornar indelével, na memória dos rústicos que a ouviam, os substratos da doutrina que ensinava, tornando-os mais acessíveis; e os próprios discípulos, graças a elas, puderam recompor mais tarde, de memória, a maior parte dos ensinamentos que Jesus transmitiu.
Os profetas antigos e os rabis também usaram da parábola, mas nem sempre para ensinar; porém Jesus assim fazia, procurando sempre promover as transformações morais dos ouvintes, com suavidade e amor, dando esperança e alegria. Utilizando-se de motivos naturais ligados à vida do povo comum, como por exemplo; a pesca, a colheita, a semeadura; referia-se quase sempre ao passado, para obrigar os ouvintes a estabelecerem comparações com o presente em que viviam. Por isso suas palavras tinham a cor e o aspecto das regiões em que eram pronunciadas e ninguém deixava de compreender o que Ele dizia.
Dentre os rabis que também usaram as parábolas, estavam os grandes mestres Hillel, Gamaliel, Zakai e Schamai e, século e meio depois, ainda as encontramos na boca do Rabi Meir, um dos doutores da Lei que redigiram a Mischná, em Jabné, após a destruição de Jerusalém pelos romanos, em 72
Muitas foram as parábolas que Jesus pronunciou nas suas andanças missionárias pela Palestina, porém o Evangelho somente guardou algumas delas (naturalmente aquelas da quais os apóstolos se lembraram) e que podem se agrupadas em três classes, segundo o sentido;(1)
USO E COSTUMES SOCIAIS
Os dez talentos Mt 25:14-30; Lc 19:12-26
As bodas Mt 22: 1-14; Lc 14:15-24
Viúva oprimida Lc: 18:2-8
O bom samaritano Lc:10:30-37
O rico avarento Lc:12:16-21
Fariseu e publicano Lc:18:9-14
Os primeiros lugares Lc:14:7-14
O rico e o pobre Lc:16:19-31
ASSUNTOS DOMÉSTICOS E DE FAMÍLIA
Os dois filhos Mt:21:28-35
O filho pródigo Lc:15:11-32
O credor incompassivo Mt: 18:31-35
O bom e o mal servo Mt: 24:45-51; Lc 12:35-48
Mordono infiel Lc: 16:1-13
As dez virgens Mt:25:1-13
O homem previdente Lc:14:25-35
O reino dos céus Mt 13:44-53
A candeia Mc:4:21-25; Lc 8:16-18
A dracma perdida Lc:15:8-10
VIDA RURAL
O semeador Mt:13:1-23; Mc:4:1;20;Lc8:4-15
O trigo e o joio Mt:13:24-30
O grao de mostarda Mt:13:31-32
A figueira estéril Lc:13:4-15
Obreiro da vinha Mt:20:1-16
Lavradores maus Mt:21:33-41; Mc:12:1-12
A ovelha desgarrada Lc:15:3-7
A figueira que secou Mt:21:18-22; Mc:11:12-14
A semente que brota Mc:4:26-29
Edgard Armond -Livro O Redentor
VEJA MAIS...
- PARÁBOLA DA FIGUEIRA ESTÉRIL(Caibar Schuel)
- PARÁBOLA DO TRIGO E DO JOIO (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DO SEMEADOR (Caibar Schutel)
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- PARÁBOLA DO TESOURO ESCONDIDO (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DA PÉROLA (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DA REDE (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPASSIVO (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA VINHA (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DOS TALENTOS E DAS MINAS (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DA CANDEIA (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO OU DA VIÚVA INOPORTUNA (Caibar Schutel)
- PARÁBOLA DO RICO INCENSATO (Biblia Sagrada ed. Pastoral) '
- PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO ( Caibar Schutell)
- PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO (Roger Bottini Paranhos)
- PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO (Leda Maria Flaborea)
- VISÃO SUBJETIVA DAS PARÁBOLAS – Psicologia do Evangelho -AdenauerNovaes.
(1) classificação, data venia, transcrita do livro "Cristo Jesus"de Rafael House
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