segunda-feira, 30 de maio de 2016

A morte não é nada - Henry Scott Holland


"...a morte não é nada.
Eu apenas passei para o outro lado:
É como se estivesse escondido no quarto ao la
do.
Eu sou sempre eu, e tu és sempre tu.
O que éramos antes um para o outro ainda somos.
Liga-me com o nome que você sempre me deu, que te é familiar;
Fala-me da mesma forma carinhosa que tens usado sempre.
Não mude teu tom de voz, não assuma um ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que nos fazia rir,
Daquelas pequenas coisas que tanto gostávamos, quando estávamos juntos.
Reza, sorri, pensa em mim!
Que o meu nome seja sempre uma palavra familiar...
Diga-o sem o mínimo traço de sombra ou de tristeza.
A nossa vida conserva todo o significado que sempre teve:
É a mesma de antes, há uma continuidade que não se quebra.
Por que eu deveria estar fora dos teus pensamentos e da tua mente, apenas porque estou fora da tua vista?
Não estou longe, estou do outro lado, na mesma esquina.
Fica tranquilo, está tudo bem.
Vou levar o meu coração,
Daí acharás a ternura purificada.
Seca as tuas lágrimas e se me amas, não chores mais,
O teu sorriso é a minha paz"
(Henry Scott Holland)

domingo, 29 de maio de 2016

Desencarnação

Existe um padrão para analisarmos a desencarnação?

Não.
Cada Espírito é herdeiro de si mesmo e após a desencarnação estará no grupo de Espíritos com os quais mantém afinidade. Não é possível estabelecer padrões para a desencarnação, pois a situação do Espírito está de acordo com seu estado evolutivo, seu esforço em se modificar ou em permanecer na ignorância.
 
Livro em estudo: E a vida continua (Editora FEB)
 
Autor: Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier
 
Tema: Capítulo 9– Irmão Cláudio

 

Construções sólidas no plano espiritual


 Como entender uma “construção sólida” no plano espiritual?

Como “energia condensada”. A matéria existe em estados que não somos capazes de perceber com os sentidos do corpo, é maleável e pode ser modificada pela ação do pensamento e da vontade do Espírito para realizarem diferentes construções no mundo espiritual.
 
Toda matéria é derivada de um elemento único no universo, chamado de Fluido Cósmico Universal que é designado por Claudio como “luz coagulada, substância divina, que nos sugere a onipresença de Deus.”



Livro em estudo: E a vida continua (Editora FEB)
 
Autor: Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier
 
Tema: Capítulo 9– Irmão Cláudio

terça-feira, 24 de maio de 2016

Comunicação entre os espíritos

A linguagem no Mundo Espiritual

O mundo espiritual isento da matéria onde os fluidos perispirituais são os responsáveis pelas formas, os sentidos perdem o sentido.
Visão, audição, tato, olfato e paladar não tem mais o veículo sensível da matéria, mas são reminiscências arquivadas na memória. Como nesse mundo não existe a matéria como meio de propagação do som, a comunicação falada através da palavra fica inviável. A comunicação visual que utiliza os fenômenos luminosos podem ser viáveis pela existência do corpo espiritual ou períspirito.

A comunicação, portanto é feita por imagens emitidas e recebidas como num processo telepático. Ifevale

As ideias fluem com tanta ligeireza e espontaneidade que parecem tomar corpo, junto de nós”

Os Espíritos atuam na matéria pelo do pensamento e através da vontade podem “dar corpo” ao que pensam.
Por esta razão, o pensamento é criador para o Espírito, sendo importante veículo de comunicação.
Karina - CVDEE

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA LIVRO 2 - CAP 18

 A LINGUAGEM FALADA E ESCRITA – UMA FORMA DE COMUNICAÇÃO  

BIBLIOGRAFIA 
 CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chauí – Edit Àtica  

REFLEXÃO  LINGUAGEM É FORMA OU CONTEÚDO? 
 Um ser necessita transmitir informações, ideias, pensamentos ou conhecimentos a outro ser. O ideal é que dessa informação, ideia, pensamento ou conhecimento não se perca nada durante a transmissão.

 Só assim o receptor capta integralmente aquilo que o emissor quer transmitir.  Muitos problemas de relacionamentos humanos podem ter sua origem na falha da transmissão.  A linguagem escrita ou falada seria a forma da transmissão?  Os símbolos, as palavras, os sons são o conteúdo das mensagens a serem transmitidas?  Enfim, a palavra ou símbolo é a origem ou a causa da mensagem ou ela é o efeito ou o meio do qual se utiliza a ideia?  Se não dispuséssemos das palavras como elaboraríamos os conceitos?  Conseguimos transmitir ideias sem o uso de palavras ou símbolos? 

1ª PARTE:  OBJETIVO DESTA AULA 
 Esta aula tem a finalidade de investigar a importância da linguagem, sua origem, suas diferentes formas, sua representação das ideias. Também será tratada a associação dos pensamentos com os sons, com figuras e caracteres.  A linguagem sendo o principal veículo de transmissão das ideias, a aula tem como objetivo maior, a iniciação a um processo de pesquisa sobre a comunicação no mundo espiritual.
 
2ª PARTE:  O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
Vamos chamar de emissor aquele que formula um pensamento e dispara todo o processo de emissão.

Vamos chamar de receptor aquele que recebe o pensamento formulado pelo emissor. A linguagem é o meio utilizado pelo emissor para fazer chegar suas ideias, seus pensamentos ao receptor.
 
3ª PARTE: A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM 
 Aristóteles em sua obra, a Política afirma que somente o homem é um animal político porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais possuem voz e com ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra e com ela exprime o bom e o mau, o justo e o injusto.

 Em Fedro, Platão diz que a linguagem é um phármakon (farmácia), pois apresenta três sentidos:
Remédio, veneno e cosmético.
Ele considerava que a linguagem podia nos curar de nossa ignorância. Pelo diálogo e pela comunicação poderíamos aprender com os outros. Seria um veneno quando pela sedução das palavras fazia-nos aceitar, sem indagações, se o conteúdo era verdadeiro ou falso.

Finalmente seria um cosmético ou máscara no sentido de ocultar a verdade. Assim a linguagem pode ser o conhecimento-comunicação ou o encantamento-sedução.  As sagradas escrituras, no episódio da Torre de Babel, mostra a vingança do Senhor no sentido de promover confusão e desentendimento entre os homens quando ousaram construir uma torre que alcançasse o Céu.
  
4ª PARTE: A FORÇA DA LINGUAGEM 
 A linguagem tem um poder encantatório, isto é, tem a capacidade de reunir o sagrado e o profano, trazer os deuses e as forças cósmicas para o meio do mundo ou como acontece com os místicos em oração, levar os humanos até o interior do sagrado.  Na Bíblia judaico-cristã, Deus cria o mundo do nada apenas usando a linguagem: faça-se! E foi feito. A palavra divina é uma força criadora.  Na missa cristã, o celebrante pronunciando as palavras: “este é o meu corpo” e “este é o meu sangue” realiza o mistério da Eucaristia, ou seja, a encarnação de Deus no pão e no vinho.  Outro aspecto são as palavras-tabus. Nos contextos religiosos quando em vez de demônio ou diabo usam-se os termos cão, demo, tinhoso, maligno ou inimigo. Da mesma forma, na vida social, quando ocorre uma resistência natural ao falar palavras como: masturbação, sexo oral, relação sexual, virgem, homossexual.  Independente de acreditarmos ou não em palavras místicas a sua existência revela o poder que atribuímos a linguagem.  No passado ensinava-se a retórica para praticar a influenciação.  

5ª PARTE: MYTHOS E LOGOS 
 Os gregos possuíam duas palavras para se referir à linguagem: mythos e logos. Enquanto mythos é a palavra mágica, encantatória, logos é a palavra racional em que se exprime o pensamento que conhece o real. É o discurso, o pensamento, a realidade. É a palavra verdadeira. As palavras são conceitos ou ideias estando referidas ao pensamento, à razão e à verdade.  Para os filósofos, uma ciência nasce quando uma explicação que era religiosa, mítica, mágica cede lugar a uma explicação conceitual, metódica, racional. Quando se passa do mythos ao logos.  

6ª PARTE: A ORIGEM DA LINGUAGEM 
 A linguagem como capacidade de expressão dos seres humanos é natural, isto é, os humanos nascem com uma aparelhagem física, anatômica e fisiológica que lhes permite expressarem-se pela palavra (lembrar-se do preparo perispiritual na passagem do reino animal para o reino hominal).  As línguas, entretanto, são convencionais, são fatos culturais. Uma vez constituída ela se torna uma estrutura, com leis, regras e princípios. São quatro as suposições da origem da linguagem:  1- a linguagem nasce por imitação dos sons da natureza  2 - a linguagem nasce por imitação dos gestos  3 - a linguagem nasce da necessidade  4 - a linguagem nasce das emoções 
 Essas teorias não são excludentes. A criança se vale de todos os meios para procurar se exprimir. Em seguida, passa aos meios de significação, aí se inicia a dissimulação, o engano e o duplo significado.
 
7ª PARTE: O QUE É A LINGUAGEM 
 A linguagem é um sistema de signos usados para indicar as coisas e para exprimir as ideias, valores e sentimentos.  Essa definição requer um melhor detalhamento:  1- uma linguagem é um sistema, ou seja, uma totalidade estruturada (sujeito, predicado, verbos, conjunções, interjeições, pronomes).
 2 - uma linguagem é um sistema de signos, ou seja, letras, algarismos e caracteres. A união destes signos formam palavras e os signos representam os diferentes sons.  3 - a linguagem indica coisas – as palavras possuem uma função indicativa ou denotativa.  4 - a linguagem estabelece comunicação, ou seja, função comunicativa.  5 - a linguagem exprime pensamentos, sentimentos e valores, possui uma função conotativa.    Assim, a linguagem é um sistema de signos com função indicativa, comunicativa e conotativa. 

8ª PARTE: A LINGUAGEM NA CONCEPÇÃO EMPIRISTA E INTELECTUALISTA 
 Novamente empiristas e intelectualistas se colocam em campos opostos desta vez no tocante a linguagem.  Para os empiristas as imagens sensoriais são adquiridas através dos sentidos. A palavra ou imagem verbal é uma síntese de imagens motoras e sensoriais armazenadas em nosso cérebro.  Já os intelectualistas admitem que a palavra é a produção auditiva, oral e gráfica ou visível de nosso pensamento e de nossos sentimentos.  

9ª PARTE: AS EMOÇÕES E AS PALAVRAS 
 A palavra como veículo entre um emissor e um receptor vem acompanhada de uma série de adicionais como expressões do corpo (dos braços, das mãos, da face, da cabeça, do abdome), expressões da voz (volume, harmonia).  Estes acompanhamentos são oriundos das emoções resultantes da convicção, do envolvimento que o conteúdo apresenta. Portanto, a palavra falada tem forte componente do emissor enquanto a palavra escrita desperta reações no receptor (pois o emissor não conta com os adicionais físicos do corpo e emocionais da voz). 

10ª PARTE: PALAVRAS FLUIDAS E PALAVRAS CONCRETAS   As palavras concretas se mantem para a posteridade, são as que são utilizadas pela Historia são as palavras escritas ou gravadas.  As palavras fluidas são aquelas que são faladas e não ficam escritas ou gravadas. Essas ficam  sujeitas a serem manipuladas com boas ou más intenções. É aquela que foi escrito posteriormente, por alguém que contou aquilo que outro disse.
 
11ª PARTE: O VOCABULÁRIO REVELA O INDIVIDUO 
 O vocabulário utilizado pelo emissor é um forte revelador de sua intelectualidade, de sua cultura, de sua sabedoria e até de sua convicção sobre o assunto. Portanto, assim como o corpo revela a beleza de suas formas e de seus traços, o espírito revela sua beleza pela postura de seu corpo e por suas palavras. 

12ª PARTE: A LINGUAGEM NO MUNDO ESPIRITUAL 
 O mundo espiritual isento da matéria onde os fluidos perispirituais são os responsáveis pelas formas, os sentidos perdem o sentido. Visão, audição, tato, olfato e paladar não têm mais o veiculo sensível da matéria, mas são reminiscências arquivadas na memória. Como nesse mundo não existe a matéria como meio de propagação do som, a comunicação falada através da palavra fica inviável.  A comunicação visual que utiliza os fenômenos luminosos podem ser viáveis pela existência do corpo espiritual ou perispírito.  A comunicação, portanto é feita por imagens emitidas e recebidas como num processo telepático.
 
13ª PARTE: CONCLUSÃO
  Após as investigações feitas sobre a linguagem, podemos notar quão importante é a comunicação entre os seres.  Independente do conteúdo concluímos que ela é um meio que fica sujeito a ruídos, ou interferências quando se necessita transferir uma ideia de um emissor a um receptor.  Deixamos ao aluno fazer uma reflexão sobre a comunicação no mundo espiritual o qual será tema de nossa próxima aula. 
Alan Krambeck  

14ª PARTE – MÁXIMA / LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA PRÓXIMA AULA 
Próxima aula:  
Livro 2 – Capítulo 19 - A Mediunidade no Contexto da Comunicação
  Leitura:  O LIVRO DOS MÉDIUNS – Allan Kardec – Ed FEESP  FILOSOFIA ESPÍRITA E SEUS TEMAS – Manoel P São Marcos – Ed. FEESP  MEDIUNIDADE – J Herculano Pires – Ed Paidéia  A MEDIUNIDADE NA BIBLIA – Henrique H Gimênes – Ed FEESP  

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Realizações



“Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.”

As realizações realmente proveitosas se perdem diante daquelas que brilham, escondendo a realidade de cada um.

Desenvolvem-se conceitos preciosos, opiniões respeitáveis, deduções que desafiam a lógica. Projetos são traçados, estudos são feitos a fim de concretizá-los. Reuniões são realizadas, e as discusões alteram os ânimos à medida que as propostas de renovação são apresentadas.

Mas e as realizações?

É difícil a movimentação em torno de uma ideia ou de algum ideal. Mas movimento nem sempre significa consrução.

É bom levantar a poeira da acomodação, mas isso não significa realizar.

Trabalhemos nos conceitos, estudemos as opiniões, façamos projetos, mas tenhamos o cuidade de não permanecer com a cabeça cheia de boas ideias e conservar as mãos vazias.


Livro Serenidade – Robson Pinheiro pelo espírito de Alex Zarthú

 

 

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




 

 

 

 

 

 

 

 

 

Filhos de Deus



“Como também está escrito no salmo segundo: “Meu filho és tu, hoje te gerei.” Atos dos Apóstolos 13:33

 

O homem prossegue a sua marcha evolutiva rumo ao porto muitas vezes ignorado da perfeição.

Diante de si, o futuro desdobra-se, refulgindo pelas realizações sublimes. Embora o passado de ignorância, em que assumiu posturas equivocadas, abre-se um caminho luminoso no porvir.

Com o desenvolvimento da teologia, dos meios de comunicação e da ciência de forma geral, os sentidos humanos se encontram ocupados em digerir as informações, que vêm velozes e que passam igualmente, em meio às novidades do dia seguinte.

O verniz da cultura substitui pouco a pouco as aquisições íntimas que formam os valores. A educação oferecida nas escolas toma o lugar das virtudes, da sensibilidade da alma. Usam-se então as máscaras da personalidade, que impedem o desenvolvimento da visão interior.

O homem se esquece, aos poucos, da divina progenitura. Sua origem e sua condição de filho de Deus são muitas vezes ofuscadas pela velocidade das conquistas materiais.

Ó homens, nossos irmãos! Sois chamados a despertar o divino que eleva a vossa humanidade. Sois conclamados a conscientizar-vos de vossa condição de filhos de Deus. Sóis príncipes de um reino que transcende os limites dos vossos sentidos.

A necessidade do momento é de reeducar os sentimentos, a fim de que iluminem a razão. Dessa forma, poder-se-á perceber melhor a condição íntima de filho de Deus.

Entretanto, não basta saber. É urgente a conscientização dessa realidade.

É preciso que o homem aprenda a andar no mundo, viver no mundo e trabalhar pelo progresso do mundo com a dignidade de um filho de Deus.

O ser, cuja origem remonta ao amor que gerou todas as coisas, no passado que se perde na eternidade, deve despertar a chama divina que arde em seu interior.

Sois luzes eternas. Conscientizai-vos disso e assumi a vossa condição de filhos, de herdeiros da grande família universal.

Livro Serenidade – Robson Pinheiro pelo espírito de Alex Zarthú

 

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA LIVRO 2 - CAP 17


DAS ARTES - A ESTÉTICA  – A HARMONIA – O BELO 
BIBLIOGRAFIA 
CONVITE Á FILOSOFIA – Marilena Chauí – Edit Ática 
TEMAS DA FILOSOFIA – M. Lucia A Aranha – Edit. Moderna 
 
REFLEXÃO
O ESPÍRITO É BELO?   Sendo a arte e, por conseguinte o Belo um componente sensível e impressionável aos sentidos, como se pode apreciar a beleza de um espírito?  Tem sentido em falar de beleza de algo imaterial?  Teriam outros parâmetros a serem contemplados?  Neste caso a Beleza seria traduzido pelas virtudes, pelo “beau geste”, ou mesmo pelas mensagens através das comunicações?  O espírito belo é o espírito bom?  É o espírito de grande conhecimento? 
 
1ª PARTE: OBJETIVO DESTA AULA 
 Esta aula tem por objetivo a investigação e a reflexão de mais alguns temas filosóficos entre eles o belo, a beleza, a harmonia e a estética. A investigação filosófica se encaminha no sentido de buscar um possível relacionamento da obra da creação com a própria divindade. 
 
2ª PARTE: INTRODUÇÃO 
 O estudo desta parte da filosofia procura encontrar uma relação com o divino. Podemos ousar em dizer que o belo, o harmônico e o estético compõem o dinamismo da Creação. As leis divinas trabalham no sentido de fazer o caos que é temporário se encaminhar ao Perfeito. Tudo que é feio, caótico, antiestético são coisas passageiras e efêmeras, pois tudo tende a perfeição e a harmonia, ou seja, tudo se encaminha para Deus. 

3ª PARTE: O QUE É A ARTE 
 Podemos iniciar este assunto dizendo que a arte é a forma de como o homem pode marcar sua presença, criando objetos (quadros, filmes, musicas, esculturas, vídeos e outros) que oferecem uma interpretação do mundo.  Em vez de dizer como as coisas são, ele mostra através de sua criação, de como as coisas poderiam ser.  Pode-se dizer que é a manifestação da fagulha criadora do grande Criador divino.  Não existe mentira em arte porque a arte não existe para mostrar como a realidade é, mas como ela poderia ser.  A arte é uma atividade humana autônoma, isto é, não se subordina a política, a religião ou qualquer espécie de poder. Não está a serviço nem mesmo da prática moral.
Não está destinada a produzir objetos de consumo.  A arte é produto da experiência sensorial (visão, audição, paladar, olfato ou tato) ou perceptiva, da imaginação e da inspiração do artista como criador autônomo e livre.  A arte não é o objeto. Ao pintarmos um vaso de flor, por mais perfeito que seja, não é o vaso de flor. 

 A primeira e mais antiga relação entre a arte e a natureza foi a mímesis, termo grego que significa imitação. A obra de arte resultava da atividade do artista ao imitar os seres reais e suas ações por meio de palavras, movimentos gestos, sentimentos, sons, cores, formas e volumes. 

4ª PARTE: FUNÇÕES DA ARTE 
 A finalidade da arte é desinteressada (não utilitária) ou contemplativa. E a busca do belo por parte do artista e da avaliação ou o julgamento da beleza por parte do público.  Dentre as funções destacamos as mais importantes como sendo: a função pragmática ou utilitarista, a função naturalista e a função formalista.  A função utilitarista seria aquela em que a arte tem por fim alcançar um fim não artístico. No Egito Antigo a arte tinha por fim servir a religião. Era um fim educativo no sentido de divulgar e atingir o grande público. Os Leilões de Arte de hoje em dia busca-se muito mais auferir ganhos com os objetos de arte do que aprecia-las propriamente dito.  A função naturalista visava em ultima instancia fazer retratos e autorretratos ou retratar paisagens. Com o advento da câmara fotográfica essa função perdeu o sentido. Ela esta mais voltada ao conteúdo do que seu modo de apresentação.  Finalmente a função formalista procura destacar como o nome mesmo diz mais a forma de apresentação. Assim a Monalisa sendo uma figura desconhecida analisa-se então, o tamanho do quadro, ela estar centralizada a meio corpo, ligeiramente inclinada, destaque para primeiro plano, outros objetos em segundo plano, sorriso enigmático, cores usadas. Enfim, essa função formalista tem foco sobre a forma da obra.
 
5ª PARTE:  O GOSTO - O BELO E O FEIO 
 O Belo é diferente do Bom e do Verdadeiro. O Bem é objeto da Ética. A Verdade é objeto da Ciência e da Metafísica. E a Beleza é o objeto da Estética.  A Estética afirma a autonomia das artes pela distinção entre beleza, bondade e verdade.  A Beleza é um valor objetivo, que pertence ao objeto e que pode ser medido ou é subjetivo que pertence ao sujeito e que, portanto poderá mudar de indivíduo para indivíduo?  Para Kant, o Belo é aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justifica-lo intelectualmente. Para ele, o objeto belo é uma ocasião de prazer, cuja causa reside no sujeito. Neste aspecto, o Belo não se reduz a um único indivíduo uma vez que todos os homens têm as mesmas condições subjetivas da faculdade de julgar o belo. O que um crítico de arte tem a mais é o seu conhecimento de história e a sensibilidade educada.  Podemos definir o Belo como sendo uma qualidade que atribuímos aos objetos para exprimir um certo estado da nossa subjetividade, não havendo, portanto, uma idéia de belo nem regras para produzi-lo. Hegel diz que a beleza muda com o tempo e essa mudança depende mais da cultura e da visão de mundo.  Os empiristas participam do conceito de belo reduzindo-o ao gosto de cada um. E aquilo que depende do gosto e da opinião de cada um não pode ser discutido racionalmente.  O Feio não pode ser objeto de arte. Entretanto a arte poderá representar o feio. Ou ter uma forma de representação feia. O problema do Belo e do Feio é deslocado do assunto para o modo de representação. Só haverá obras feias se forem malfeitas.  O gosto não é uma preferência arbitrária e imperiosa de nossa subjetividade. Se quisermos educar o nosso gosto frente a um objeto estético, a subjetividade precisa estar mais interessada em conhecer do que em preferir.   Assim, ter gosto é ter capacidade de julgamento sem preconceitos. A educação do gosto se dá dentro da experiência estética, que é a experiência da presença tanto do objeto estético como do sujeito que o percebe.  Precisamos começar com obras que nos estejam mais próximas, no sentido de serem mais fáceis de aceitar e dar um passo de cada vez. O universo das artes é muito rico e enriquecedor. Através dele descobrimos o que o mundo pode ser e o que nós podemos ser e conhecer. 

6ª PARTE:  BELEZA E SUA DEFINIÇÃO    Será que podemos definir claramente o que é a beleza, ou será que esse é um conceito relativo, que vai depender da época, do país, da pessoa, enfim? Em outros termos, a beleza é um valor objetivo, que pertence ao objeto e pode ser medido, ou subjetivo, que pertence ao sujeito e que, portanto, poderá mudar de indivíduo para indivíduo?
 De um lado, dentro de uma tradição iniciada por Platão há os filósofos que defendem a existência do “belo em si”, de uma essência ideal, objetiva, independente das obras individuais, para as quais serve de modelo e de critério de julgamento. Existiria, então, um ideal universal de beleza que seria o padrão a ser seguido. As qualidades que tornam um objeto belo estão no próprio objeto e independem do sujeito que as percebe.  De outro lado, temos os empiristas, como David Hume (séc. XVIII), que relativizam a beleza, reduzindo-a ao gosto de cada um. Aquilo que depende do gosto e da opinião pessoal não pode ser discutido racionalmente, donde o ditado: “gosto não se discute”. O belo, dentro dessa perspectiva, não está mais no objeto, mas nas condições de recepção do sujeito.  Kant, ainda no século XVIII, tentando resolver esse impasse entre objetividade e subjetividade, afirma que o belo é “aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente”. Para ele, o objeto belo é uma ocasião de prazer, cuja causa reside no sujeito. O princípio do juízo estético, portanto, é o sentimento do sujeito e não o conceito do objeto.  Hegel, no século seguinte, introduz o conceito de história. A beleza muda de face e de aspecto através dos tempos. E essa mudança (chamada devir), que se reflete na arte, depende mais da cultura e da visão de mundo presentes em determinada época do que de uma exigência interna do belo. 

7ª PARTE:  ARTE DE ELITE – ARTE POPULAR – ARTE DE MASSA 
 A elite pode ser definida como uma minoria social dominante em termos culturais em virtude do conhecimento e domínio de vários códigos no campo das artes. Essa Arte de Elite é conservada em museus e nas grandes coleções particulares. Ela se caracteriza por implicar num esforço para captar o seu significado. Exige do público uma mudança no seu modo de ver o mundo. Envolve a expressão pessoal do artista.  Outro tipo de arte é a Arte Popular ou Folclórica que é anônima, traduz uma visão de mundo e os sentimentos coletivos do grupo ao qual tem origem. Tem como público o próprio grupo que o criou. Não pode ser inspirado nem influenciado por moda. O povo é a origem e o fim da produção artística e através dela que o grupo pode manifestar sua expressão cultural.  A Arte de Massa é constituída por aqueles produtos da indústria cultural que se destinam à sociedade de consumo. Essa arte se caracteriza por ser produzida por um grupo de profissionais que pertence a uma classe social diferente do público. A arte é dirigida pela demanda, portanto, sujeito a modismos. Ela deve ser feita para um público semiculto e passivo. O “povo” neste caso é só o alvo da produção e não sua origem.  Sob o efeito da massificação oferecida pela indústria e pelo consumo cultural, as artes tendem a se tornar reprodutivas e repetitivas. Com isso, por vezes, seu destino é o lixo. Esta arte deixa de ser um trabalho de criação e tende a tornar-se um produto que atende a eventos para consumo, a exemplo de livros produzidos para grandes tiragens. A arte passa de experimentação e invenção do novo, tende a se tornar consagração do consagrado, pela moda, a exemplo da música rancheira, passando a música country. A arte passa de duradoura para efêmera. E finalmente o que é pior de tudo, passa daquilo que desvenda a realidade, para aquilo que dissimula a realidade, verdadeiras fábricas de ilusão. 

8ª PARTE:  A ESTÉTICA 
 A Estética é um ramo da Filosofia que se ocupa das questões tradicionalmente ligadas as artes, como o Belo, o Feio, o Gosto, os Estilos e as teorias da criação e da percepção artística. Do ponto de vista estritamente filosófico, a estética estuda racionalmente o belo e o sentimento que este desperta nos homens. Dessa forma, surge o uso corrente, comum, de estética como sinônimo de beleza. É esse o sentido dos vários institutos de estética: institutos de beleza que podem abranger do salão de cabeleireiro à academia de ginástica.  A palavra estética vem do grego “aisthesis” que significa faculdade de sentir, compreensão pelos sentidos, percepção totalizante.  Foi, porém, na Alemanha que surgiu a estética, a começar pelo nome: Aesthetica que significa “faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos”, “percepção totalizante”. O termo “aesthetica” foi criado por Alexander G. Baumgarten. Ele aborda a arte apenas no que se refere as formas do conhecimento. O desenvolvimento da estética como reflexão sobre a arte propriamente dita cabe a Johan J. Winckelmann, aluno de Baumgarten que posteriormente transferiu-se para Roma, a capital da arte clássica.  A arte relaciona-se com a história de um povo, de uma civilização, de uma época. Por isso, ela também tem sua história, que partilha com a do povo de que é expressão. Para Winckelmann, ao contrário de vários iluministas que conceberam a história sempre progressiva da razão, tal história
apresenta começo, desenvolvimento, apogeu, decadência e fim, como aconteceu com a civilização grega da Antiguidade e com seus sucessivos estilos artísticos. O belo artístico, nessa medida, só pode surgir quando a civilização a que corresponde está no apogeu.  Na decadência – e o exemplo, sempre grego, corresponde ao período helenístico – os valores se corrompem. A virtude da polis e a cidadania se perdeu, e os homens se recolheram na sua individualidade e em assuntos privados. 
 
9ª PARTE: A HARMONIA.    Palavra de origem grega querendo significar ajustamento ou ordem de elementos, encaixe, articulação, proporção. Alguns como Heráclito (540 – 470 AC.) proclamam mesmo que a bela harmonia nasce das coisas contrárias e tudo brota da oposição. É desta idéia de tecer os contrários que nasce a própria reflexão da política, nomeadamente em Platão. Com efeito, as coisas políticas, as coisas da religião e as coisas do direito, todas procuram uma ordem comum, a ordem que se opõe ao caos, um equilíbrio que sempre precisou de uma espada e de um fiel, para poder ser harmonia ou mistura de contrários. Porque nunca houve nenhuma sociedade em que todas as regras fossem espontaneamente cumpridas.  Como salientava Platão, a tarefa principal do homem político é como a do tecelão, dado caber- lhe transformar a tensão em harmonia, fazer com que cada uma das partes da virtude estejam de acordo com as outras. Por exemplo, a tensão entre a coragem e a moderação, entre a bravura e a doçura. A política é, pois, a arte de conciliar contrários.   A polis é a harmonia na diversidade, unidade na multiplicidade, não podendo ser grande demais nem pequena demais. A polis tem de ser suficientemente grande para poder atingir a auto-suficiência, para conseguir um poder de governança, mas também tem de ser suficientemente pequena para permitir a liberdade e a participação. Tem de ser harmonia.  A polis só pode ser entendida como o espaço de diálogo entre a decisão e a participação, entre a governança e a cidadania, como a exigência de unidade na diversidade, como a harmonia dos discordes. 

10ª PARTE: CONCLUSÃO 
 Muitos foram os filósofos que se dedicaram a esse tema como também os artistas de todas as artes, buscando e fazendo apologia ao Belo, ao Harmônico, ao Estético.  Após estas reflexões podemos afirmar que todos os que buscam consciente ou inconscientemente, a essas qualidades estão na busca do divino. O Reino com certeza nos deve apresentar o belo, o harmônico e o estético em todos seus mínimos detalhes. 
Alan Krambeck  
11ª PARTE – MÁXIMA / LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA PRÓXIMA AULA 
Próxima aula:   Livro 2 – Capítulo 18 - Processos de Comunicação – Linguagem Escrita e Falada 
Leitura: TEMAS DE FILOSOFIA – M Lucia A Aranha – Ed. Moderna. CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chauí – Edit. Ática

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA - LIVRO 2 - CAP 16

O AMOR ESPIRITUAL – A LEI DO AMOR – A CARIDADE

Bibliografia
DICIONÁRIO DE FILOSOFIA – Nicola Abbagnano – Edit Martins Fontes
RENOVANDO ATITUDES – Francisco do Espírito Santo Neto – Edit Boa Nova
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO -  Allan Kardec – Ed.
FEESP SER PARA CONHECER....CONHECER PARA SER -  Astrid Sayegh – Ed FEESP
AMOR IMBATÍVEL AMOR – Joana de Angelis

REFLEXÃO
O  AMOR É LIBERTAÇÃO OU PRISÃO? Sartre demonstra nas suas especulações filosóficas que o amor leva ao conflito e a frustração. Já Jesus por outro lado afirma que o amor liberta Seria o amor-possessão o amor prisão? E por outro lado, seria o amor-entrega o amor libertação? Novamente a objetividade e a subjetividade se enfrentando. A objetividade pelo mundo da matéria e a subjetividade pelo mundo espiritual?

1ª Parte: OBJETIVO DESTA AULA
“Amar a Deus e ao próximo” – Jesus
 “Amai-vos e instrui-vos” – Kardec
 “Instrui-vos para entender o amai-vos” – Curso Filosofia Espírita
 Esta aula tem por finalidade dar um dos maiores passos naquilo que se propõe o objetivo do curso de Filosofia Espírita. Qual seja, acompanhar no decorrer da História da Filosofia e mesmo da Religião os momentos onde o assunto teve a sua maior discussão e contemplação. A Filosofia Espírita deve ser entendida como a investigação e a compreensão do mundo espiritual. Em particular, o significado mais profundo do que vem a ser o Amor.

2ª Parte:  OS MUITOS SIGNIFICADOS DE AMOR
Os significados que o termo Amor adquire na linguagem comum são inúmeros, díspares e até contrastantes. Vamos nesta introdução, sintetizar os seus empregos mais comuns:
1º ) a mais usada é aquela com sentido de relação intersexual, ou seja, o “fazer amor”.
2º ) a palavra amor pode significar uma vasta gama de relações interpessoais, assim amor filial, amor maternal, amor paterno, amor entre amigos no sentido de amizade, amor matrimonial.
3º ) o amor por coisas e animais - ao dinheiro, às obras de arte, aos animais e objetos de estimação, aos livros.
 4º ) amor aos objetos ideais – à justiça, ao bem, ao belo, à glória, a dignidade.
 5º ) amor as atividades ou formas de vida – ao trabalho, a profissão, ao jogo, ao luxo, ao divertimento, aos hobbies.
6º ) amor aos entes coletivos – à pátria, ao partido, ao bairro, à cidade, ao estado.
 7º ) amor ao próximo e amor a Deus Nesta exposição fica claro o vasto emprego da palavra amor, mas no fundo traduz, junção, coesão, aproximação. Contrariamente, o termo ódio significando afastamento, separação, discórdia.

3ª Parte:  O AMOR NA FILOSOFIA ANTIGA
Os gregos viram no amor, sobretudo uma força unificadora e harmonizadora que entenderam ser baseada no amor sexual, na concórdia política e na amizade. Hesíodo e Parmênides foram os primeiros a sugerir que o Amor é uma força que move as coisas, que une e que as mantém juntas.

 Platão nos deu o primeiro tratado filosófico do Amor. Podemos ler em Banquete e em Fédon através dos diálogos lá descritos. Em resumo, ele nos diz que o Amor é falta, insuficiência e necessidade. Ao mesmo tempo é desejo de conquista e de obter e conservar o que não se possui. O Amor se dirige para a Beleza que outra coisa não é senão a aparência do Bem. O Amor é o desejo de vencer a Morte demonstrado pelo instinto de gerar. Finalmente, o Amor apresenta tantas variantes desde o amor sensível até o amor pela sabedoria (Filosofia). O amor platônico seria o amor ideal, o amor perfeito do Mundo das Ideias. Aristóteles se detém na consideração positiva e concreta do amor. Como sempre, ao contrário de Platão, que se dirige ao Mundo das Ideias. Aristóteles vê o amor como o amor sexual, o afeto aos consangüíneos ou entre pessoas, pela amizade. Considera que tanto o amor como o ódio não pertencem à alma, mas ao homem enquanto composto de alma e corpo. A Mitologia grega tem lugar especial para o amor através de seus deuses e contos.

4ª Parte:  O AMOR na óptica cristã
Com o advento do cristianismo a noção de amor sofre uma profunda transformação. De um lado é entendido como um tipo de relação que deve estender-se a todo “próximo”. De outro lado transforma-se em um mandamento que não tem conexões com as situações de fato, mas que deverá irmanar todos os homens. Todos os outros dons como a profecia, a ciência e a fé nada são sem o amor. Em outras palavras, a doutrina do Cristo como sendo essencialmente amor, vem expandir enormemente o conceito levando a subjetividade com implicações objetivas em relação ao próximo e a Deus através de Sua Creação.

5ª Parte:  O AMOR NA FILOSOFIA PATRISTICA - AGOSTINHO
A concepção agostiniana da Santíssima Trindade é a de que o Espírito Santo se identifica ao amor enquanto o Deus-Pai é o Criador e o Deus-Filho identifica-se com a Verdade. Eis a Trindade Católica. Ainda em Agostinho, o homem não pode amar a Deus se não amar outro homem. O amor fraterno entre os homens não só deriva de Deus, mas é Deus mesmo. É a revelação de Deus em um de seus aspectos essenciais, a consciência do homem. Influencias neo-platonicas ainda se fazem presentes em Agostinho na noção de Amor. Uma espécie de união ou vínculo que liga um ser a outro.

6ª Parte:  O AMOR NA FILOSOFIA MODERNA – O ROMANTISMO
O Romantismo é um movimento filosófico, literário e artístico que surgiu nos últimos anos do século XVIII e que floresceu na primeira metade do século XIX. Em oposição ao iluminismo que valoriza extremamente a Razão, o Romantismo valoriza o sentimento cujo objetivo, através do místico e da fé é superar os limites da razão humana. Espinosa apresenta dois conceitos de Amor. No primeiro, o Amor como qualquer outra emoção é uma afecção da alma e consiste na alegria acompanhada pela idéia de uma causa externa. Esta é própria dos homens e deu base ao Romantismo. Neste sentido, Deus não ama ninguém, pois não está sujeito a nenhuma afecção. Existe um “amor intelectual” de Deus que é a visão de todas as coisas na sua ordem necessária. Esse “amor intelectual” é o único eterno. Aquele em que Deus ama a si mesmo e amando a si ama aos homens. Logo, o amor que serve de base ao Romantismo é o amor humano, das afecções e das almas.
Neste sentido, os românticos elaboram uma teoria do amor que mesmo voltando-se para as coisas ou para as criaturas finitas, vê ou colhe nelas, as expressões ou símbolos do infinito, isto é, do absoluto, ou Deus. No amor à mulher, à poesia, e às artes se concretiza a união do finito com o infinito e o sentimento dessa unidade vem a ser o Amor, para os românticos. Neste movimento destacam-se Hegel, Fichte, Schelling e se desenvolveu, sobretudo, na Alemanha. Hegel diz que a morte de Cristo exprime a identidade do divino com o humano. É a renuncia a si mesmo para identificar-se com o outro, esse abandono no qual o sujeito reencontra, porém, a plenitude do seu ser é que constitui o caráter infinito do Amor. Eduard Von Hartmann, afirma que o Amor é a identificação entre amante e amado, uma espécie de ampliação do egoísmo por meio da absorção de um eu por outro eu donde o sentido mais profundo do amor consiste em tratar o objeto amado como se fosse a sua essência idêntico ao eu que ama.

7ª Parte:  O AMOR NA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
A Filosofia Contemporânea busca desvincular a noção de Amor do ideal romântico da absoluta
unidade.
Duas doutrinas contemporâneas mostram isso, a do amor místico de Bérgson e a do amor sexual de Sartre. No amor místico de Bérgson Deus oferece ao homem que O ama, a salvação, a bem- aventurança e a participação na sua glória. Bérgson pretende dizer que o arrebatamento místico se realiza como unidade entre o homem e Deus. “Não mais separação completa entre quem ama e quem é amado: Deus está presente e a alegria é sem limites”. Já em Sartre em sendo ateu e materialista, a visão de amor é a do projeto de realizar a unidade ou a assimilação entre o eu e o outro. O amor é, fundamentalmente, um querer ser amado. Isto quer dizer, o amante tem o desejo de ser supremo na escala de valores do seu amado. A posse física do outro é insuficiente e frustrante. Eis o conflito e o fracasso inevitáveis do amor, pois de um lado o outro exige de mim a mesma coisa que eu exijo dele: ser amado e valer como a totalidade infinita do mundo. Cada um, no amor, quer ser para o outro o objeto absoluto, o mundo, a totalidade infinita. Ao desejar ser o topo da escala de valores do outro já é uma fonte de submissão do outro. É o cerceamento da liberdade do outro. Como ambos querem exatamente a mesma coisa, o único resultado do amor é um conflito necessário e um fracasso inevitável.

8ª Parte:  o amor na visão filosófico espirita - A LEI DO AMOR
O amor é traduzido como o dinamismo de coesão entre os seres e a integração ao Creador. É a força que impulsiona todos no sentido da re-ligação. Sendo Ele a infinita felicidade, o homem dentro de sua perfectibilidade caminha na Sua direção buscando esse re-ligare. A nossa gênese partiu Dele, onde nós somos os Seus germens. É a unidade que espargiu a multiplicidade e esta caminha no sentido da unidade novamente. O re-ligare é o retorno a aquela presença pela conquista de si mesmo. Portanto, esse dinamismo de coesão é mais uma das leis divinas que trabalha na direção e no sentido de obter a harmonia perfeita no final do processo. À medida que ampliamos o nosso entendimento sobre o Creador e sua obra maior se torna o nosso amor e admiração por Ele. Por conseqüência todo o que ama aquele que o gerou, ama também aquele que por ele foi gerado.

9ª Parte:  A CARIDADE
Para muitos a imagem da caridade é o ato de dar uma esmola. E aí se iniciam as polemicas. E o assunto é tão polemico que doutrinas religiosas se posicionam contra e a favor, influenciando os seus adeptos. Mas quantos destes já pararam para refletir e se aprofundar no que defende? É a noção da esmola que se encontra no senso comum trazido até nós pela Igreja um ato que nasceu na civilização hebraica. A Reforma Protestante trás em sua tradição que a caridade não salva ninguém. Que a caridade esta mais para uma barganha com Deus.
Pois bem, não é essa “caridade” que se encontra no dicionário espírita. A caridade entendida pela doutrina espírita é o ato de vivenciar as atribulações, os percalços, as dificuldades, as alegrias e os sucessos do nosso próximo (este próximo entendido como sendo qualquer ser do mundo material e espiritual). O que é, então, essa tão polemica caridade? Primeiramente, se traduz na concretização da fé que temos na existência do Creador e que o próximo, assim como nós, faz parte da Creação. Em segundo lugar que o amor se concretiza nos atos de fazer ao próximo tudo aquilo que desejaríamos que fosse feito a nós próprios. Finalmente, entendemos que a caridade se traduz como o laboratório onde praticamos tudo aquilo que acreditamos de forma consciente aprimorando e lapidando a pedra bruta do nosso ser como viajor da existência.

10ª Parte:  CONCLUSÃO
Um estudo mais aprofundado e refletido sobre o Amor nos remete a duas correntes de pensamento. A primeira nos moldes sartreanos com bases empíricas, no sensível e na matéria a qual fatalmente nos leva ao campo das sensações, do amor sexual e dos prazeres transitórios. Seus fundamentos são o desejo de posse e a satisfação egoística. A segunda corrente, nos moldes bergsonianos, com fundamentos místicos, abstratos e subjetivos. Este nos encaminha ao conceito de divino, cujas raízes vão além do mundo platônico das ideias se estendendo a integração com os demais seres, condensando-os em torno da unidade cósmica. Revela assim o nosso destino último que seria o estado supremo da bem-aventurança, da serenidade e da felicidade, válido para TODOS os seres da Creação. Alan Krambeck

11ª Parte – máxima / leituras e preparação para próxima aula
Próxima aula:
Livro 2 – Capítulo 17 - O Universo das Artes – A Estética – A Harmonia – O Belo
Leitura: TEMAS DE FILOSOFIA – M Lucia A Aranha – Ed. Moderna HISTÓRIA DA FILOSOFIA -  Os Pensadores – Ed Nova Cultural HISTORIA GERAL DA ARTE – Ed. Del Prado

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA - LIVRO 2 - CAP 15

 AMOR CARNAL – O EROTISMO – A LEI DA REPRODUÇÃO

BIBLIOGRAFIA
FILOSOFANDO - INTRODUÇÃO A FILOSOFIA - Maria Lucia Arruda Aranha – Ed Moderna Temas da filosofia – Maria Lucia Arruda Aranha – Ed Moderna
O BANQUETE - Platão

REFLEXÃO
O AMOR EROS É A BASE DO AMOR CRISTÃO? É possível uma pessoa se entregar ao mundo se ela não se entregou a uma outra pessoa? Seria a entrega individual um aprendizado da sua entrega ao mundo? E aqueles que nunca se entregaram a um escolhido estariam em condições de se entregar em benefício do próximo? O assunto é muito polemico e muitos se escandalizam com o conhecimento desse caminho. E nós? Como pensamos ao se desprender do senso comum?

1ª Parte:  OBJETIVO DESTA AULA
Esta aula tem por finalidade fazer um estudo mais aprofundado sobre o amor físico, o amor Eros, o amor conjugal, o amor sentimento, o amor carnal, o amor platônico. Trata também da dualidade puritanismo e permissividade.

2ª Parte:  INTRODUÇÃO
Os gregos souberam representar através de sua Mitologia a questão do Amor. Conseguiram por meio de seus deuses traduzir os sentimentos humanos envolvidos através do amor. O tema em questão nos levará ao longo da historia da Humanidade analisando como esse assunto tomou diferentes formas nas diferentes épocas e locais. As relações entre os homens e mais especificamente entre homem e mulher sofrem uma evolução constante no decorrer do tempo. Como as sociedades lidam com um assunto sempre atual e de cunho quase sempre conflitante.

3ª Parte: EROS NA MITOLOGIA GREGA
Na mitologia grega, o amor representa a força da natureza espiritual que preside à coesão, a ordem e a harmonia do universo. Filho de Afrodite e de Ares, Eros foi uma criança travessa, ocupada em flechar corações para torná-los apaixonados. Ao crescer Eros se apaixona por Psique (alma).

Afrodite, sua mãe, invejosa da beleza de Psique, afasta-a do filho e submete-o às mais difíceis provas e sofrimentos. Dá-lhe como companheiras a Inquietude e a Tristeza. Zeus atendendo aos apelos de Eros liberta-o para que se una a Psique novamente. Entre os filósofos gregos, persiste essa imagem mítica para tanto basta ler o Banquete de Platão.

4ª Parte: DESEJO
Qualquer ação humana se explica por ser motivada: o ser humano sente falta, precisa de alguma coisa e deseja alcançá-la, por isso sai à procura. Nesta busca tenta evitar a dor, o sofrimento, o desconforto, a solidão e a morte. O desejo surge, portanto, à medida que os seres humanos estabelecem relações entre si e com a natureza, ocasião em que vivenciam emoções e sentimentos isto é, reagem afetivamente aos acontecimentos. Eros é predominantemente desejo, mas não somente o desejo carnal como podemos pensar, mas, o que leva o homem a sair de si p/ que na relação com o outro, realize o "encontro". O homem é fundamentalmente um "ser desejante" e não como Descartes o conceituava um "ser pensante". O Desejo no amor Eros, não nos impulsiona apenas para encontrar o outro enquanto objeto. O Desejo exige relação em que se busca, sobretudo o reconhecimento do outro. A relação amorosa se funda na reciprocidade. Amar é desejar o desejo do outro. O amor Eros é um convite para sair de si mesmo. Quando a pessoa esta muito centrada em si mesmo não será capaz de ouvir o apelo do outro.

5ª Parte:  PAIXÃO
Paixão conforme a etimologia da palavra vem de “pathos”, que em grego tem a mesma raiz de: sofrer, suportar, deixar-se levar por. Existe uma antiga tradição segundo a qual, a paixão é associada somente ao amor, (principalmente ao amor intenso, fulminante e perturbador da alma), que não percebe os acontecimentos com clareza. Esta concepção negativa, vê a paixão como uma espécie de fraqueza e, portanto perigosa, pois quem é "arrebatado" por ela, perde o controle de si. Não há porque se envergonhar das paixões, elas surgem independente de nossa vontade, isto é, não podemos ter ou deixar de ter paixões, por isso a paixão não é alguma coisa que possa ser negada. Mas não podemos concluir que, se não há como negar as paixões podemos vivenciá-las todas tal como se impõe. Se isso ocorre, a vida em comum seria impossível, além do que seria impossível uma vida propriamente moral.

6ª Parte:  PAIXÃO X RAZÃO
Nada se faz sem paixão, também é verdade que, paixão e razão são inseparáveis. A relação que se estabelece entre esses polos, porém, seriam de acordo com as diferentes correntes filosóficas. Para Platão, somos constituídos por três almas; uma pela qual compreendemos (racional), outra pela qual nos irritamos (irascível) e outra pela qual desejamos os prazeres da comida, da reprodução e de todos os outros da mesma família (concupiscível). O sábio seria aquele que fortalece a razão alma superior e não se deixa arrastar pelas forças das paixões. Já o holandês Espinosa pensa que a razão não é superior aos afetos, nem cabe a ela controlá- los. As afecções do corpo e o sentimento da alma são forças do existir e agir, e jamais serão vencidas por uma ideia e por uma vontade, mas apenas por outros afetos, mais fortes e mais poderosos que ele.

7ª Parte:  A CIÊNCIA DO AMOR
A ciência moderna afirma que o Amor Romântico causa reações químicas.
Quando a pessoa fica apaixonada, seu organismo produz grandes doses de três substâncias: dopamina, norepinefrina e feniletilamina. São anfetaminas naturais que provocam euforia e podem causar dependência. Isso explicaria o comportamento das pessoas incapazes de relacionamentos duradouros, sempre a procura de novas aventuras, elas seriam viciadas em paixão. Se o relacionamento vinga, passados dois ou três anos os amantes começam a produzir endorfina, substância que dá sensação de segurança, calma e tranquilidade. Uma das mais recentes novidades na química do amor é a oxitocina. Além de ajudar as mulheres nas contrações do parto, cientistas acreditam que a substância também pode ser responsável por orgasmos mais poderosos, seguidos de relaxante sensação de bem estar.

8ª Parte:  EROTISMO – A CULTURA E A LEI
Para que a civilização pudesse existir foi necessário o controle do instinto humano e foi necessário o estabelecimento de regras, ou seja, a instauração de leis. Dentre estas estavam as que controlam o sexo e a agressividade a fim de tornar possível a vida comum. Afinal, que forças são estas que o homem precisa controlar, desviar, inibir ou canalizar para outros seres? Freud chama de Libido essa força primária, a energia de natureza sexual orientada pelo princípio do prazer que se encontra na instancia chamada ID. A instalação das regras de convivência determinou a formação do Superego. O conflito entre as duas forças antagônicas é resolvido pelo Ego. Assim, Freud considera como formas sublimadas da utilização da libido as diversas atividades como o trabalho, o jogo, a investigação intelectual, a produção artística e a religião entre outras. Portanto, a civilização só se tornou possível pelo controle dos impulsos primários. Mas nem sempre o controle da sexualidade é saudável e consciente. A repressão ocorre quando o Ego sob o comando do Superego não toma conhecimento das exigências do ID. A energia não canalizada não permanece contida, e se manifesta sob a forma de sintomas muitas vezes neuróticos. A sexualidade humana não pode ser considerada como simples expressão biológica. Embora a atividade sexual seja comum aos animais e aos homens apenas estes a transformam em atividade erótica. Essa é tida como o encontro e a busca da satisfação mútua. Mesmo quando busca seus fins primários, a sexualidade é uma força agregadora de pessoas. A repressão da sexualidade produz o sentimento ambíguo de desejo e culpa. Tal ambiguidade gera também tendências opostas de comportamento o Puritanismo e a Permissividade.

9ª Parte:  O PURITANISMO
O discurso moralista e puritano é herdado das tendências platônico-cristãs, que desvalorizam o corpo (diferentemente da Grécia Antiga) e consideram que o caminho da humanização está na purificação dos sentidos "mais baixos". Nessa perspectiva a sexualidade é desvalorizada. A visão platônico-cristã dissocia o amor espiritual do amor carnal e associa sexo ao pecado, a não ser quando tem por finalidade a reprodução. São Paulo defende o celibato, mas em caso de "abrasamento" sugere o casamento. Santo Agostinho teve vida devassa antes da conversão e deixa transparecer após sua conversão nos seus escritos toda sua sensualidade interior. A Reforma Protestante retorna essa temática e o trabalho surge como ocasião de purificação. "A ociosidade é a mãe dos vícios" e o principal pecado é a preguiça. Eis a moral burguesa. A deserotização do corpo inicia com a Revolução Industrial onde a jornada de trabalho é de 14 a 16 horas por dia. O sexo fica reduzido a genitalidade. Mais ainda, é controlado para que não se desvie da função de procriação. Na família burguesa vai se tecendo os papéis de cada membro. A consequência disto é a dupla moral, ou seja, uma moral para a mulher e uma moral para o homem. Este comportamento dicotomiza a figura feminina em santa ou prostituta.

10ª Parte:  A PERMISSIVIDADE
Nas últimas décadas do séc. XX a repressão sexual vem sendo substituída pela valorização da sexualidade, por muitos já denominada de liberação. A dupla moral foi duramente criticada na década de 60 e seguinte. Assim como todas as formas hipócritas de relacionamento. O anticoncepcional, o feminismo, o preservativo, o divórcio, o aborto, o bebe de proveta, a barriga de aluguel, os movimentos homossexuais. O casamento entre pessoas do mesmo sexo, a aids são temas amplamente debatidos pela sociedade e que está invertendo a situação anterior. Os conservadores denominam de Permissividade e a população de modo geral a classifica como sendo uma revolução sexual e até cultural. Como não podia deixar de ser, o capitalismo agora travestido de globalização não podia deixar a margem um assunto que vem sendo tratado como o novo filão da economia individualista-consumista qual seja: a industria do erotismo. Nesse mercado cresce a industria cinematográfica através dos filmes pornográficos, o turismo sexual, o gráfico através das revistas e livros, do comércio com os objetos eróticos, a prostituição com a forma aceita legalmente através dos motéis, casas noturnas e acompanhantes para citar alguns e por fim o mais recente meio de comunicação, a internet. O combate à repressão sexual deu origem a um mercado até então acatado, mas não tão bem trabalhado como o vem sendo feito, visando logicamente ganhos financeiros. Novamente o Eros sendo usado de maneira inadequada. De qualquer forma podemos concluir que a repressão sexual sempre vai existir em sociedade onde persistem relações de poder baseada na exploração. Eros é o domínio da democracia e do saber. Quando o homem domar e entender os seus instintos, o Eros se fará em sua plenitude sem necessidade da repressão e abolindo seu uso em benefício de uma sociedade permissiva com fins consumistas.

11ª Parte: A LEI DA REPRODUÇÃO
Questão Livro dos Espíritos:
686- A reprodução dos seres vivos é uma lei natural? R: Isso é evidente; sem a reprodução o mundo corpóreo pereceria.
694- Que pensar dos usos que tem por fim deter a reprodução com vistas à satisfação da sensualidade? R: Isso prova a predominância do corpo sobre a alma e quanto o homem está imerso na matéria.
698- O celibato voluntário é um estado de perfeição, meritório aos olhos de Deus? R: Não, os que vivem assim, por egoísmo desagradam a Deus e enganam a todos.
699- O celibato não é um sacrifício para algumas pessoas que desejam devotar-se mais inteiramente ao serviço da humanidade? R: Isso é bem diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório quando feito para o bem, quanto maior o sacrifício, maior o mérito.

12ª Parte – CONCLUSÃO
              Eros é desejo, paixão e encontro. Para Hegel ele é a fusão para o estabelecimento da unidade. Para Sócrates em seu diálogo imaginário com Diotima é a busca da Imortalidade. Seria muito compará- lo ao Amor Cristão, mas podemos concluir que Eros é um dos caminhos que devemos percorrer para alcançar esta forma mais sublime de expressão do Amor que é o Amor Cristão. Alan Krambeck

13ª Parte – máxima / leituras e preparação para próxima aula
Próxima aula:
Livro 2 – Capítulo 16 – O Amor Espiritual – A Lei do Amor – A Caridade Leitura: O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec – Edit FEB FILOSOFANDO – Introdução a Filosofia – Maria Lucia A Aranha CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chaui          SER PARA CONHECER...CONHECER PARA SER – Astrid Sayegh – Ed

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA - LIVRO 2 - CAP 14


OS COSTUMES – A MORAL – A ÉTICA – A ÉTICA ESPÍRITA

BIBLIOGRAFIA
CONVITE Á FILOSOFIA – Marilena Chauí – Edit Ática
FILOSOFIA ESPÍRITA E SEUS TEMAS – Manoel P. São Marcos – Ed. FEESP

REFLEXÃO QUAL A MORAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA ATUAL?
A nação brasileira é um conglomerado de grupos étnicos e sociedades diversas convivendo num verdadeiro caldeirão cultural. Esses agrupamentos possuem seus costumes e seus valores. A mobilização facultada pelos modernos meios de transporte coloca essas diferentes culturas em contato. Os meios de comunicação também facultam essas aproximações. O que esta ocorrendo com a cultura brasileira, com seus costumes, com seus valores morais? Dessa mescla cultural poderá surgir uma nova cultura? Novos costumes? Novos valores? Nova moral? Quais seriam esses valores? As religiões têm algum papel nessa nova formação da escala de valores?

1ª Parte: OBJETIVO DESTA AULA
A finalidade desta aula é despertar a consciência sobre os conceitos de costumes, moral e ética. Este campo da filosofia em todos os tempos sempre foi objeto dos filósofos. É senso comum entre eles que as virtudes proporcionam harmonia e felicidade aos homens de todas as culturas e como conciliar aos desejos, vontades e paixões sem perder a tal harmonia do conjunto. Esse varrer histórico-filosófico nos mostrará como se alternam os pensamentos em torno da feliz convivência do individuo na coletividade.

2ª Parte: O SENSO MORAL E A CONSCIENCIA MORAL
Sentimos indignação e penúria quando vemos milhares de pessoas principalmente idosos e crianças com fome e morrendo de inanição. Movidos pela solidariedade chegamos a participar de campanhas contra a fome. Esse e outros exemplos expressam o nosso senso moral, isto é, a maneira como avaliamos nossa situação e de nossos semelhantes segundo ideias como as de justiça e injustiça. O mesmo para o certo e o errado, o bem e o mal. A consciência moral é o que nos orienta a tomar decisões de conduta conforme nossas avaliações daquelas dualidades. O senso moral e a consciência moral dizem respeito a valores, sentimentos, intenções, decisões e ações referidas ao bem e ao mal.

3ª Parte:  OS COSTUMES – A CULTURA E A MORAL
Os costumes formam a cultura de cada povo. É a cultura ou a sociedade que institui a moral, isto é, valores concernentes ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido, à conduta correta e a incorreta, válido para todos seus membros. Culturas e sociedades fortemente hierarquizadas e com diferenças de classes ou castas podem ter várias morais, uma para cada classe ou casta. Toda sociedade tende a naturalizar a moral de maneira a perpetuá-la através dos tempos. A existência da moral não significa a presença de uma ética, isto é, de uma reflexão que discuta, problematize e interprete os valores morais. Assim, os costumes são anteriores ao nosso nascimento de modo que acabam sendo inquestionáveis. Muitas sociedades tendem a sacralizá-los.

4ª Parte:  A FILOSOFIA MORAL OU ÉTICA
A Filosofia Moral ou a disciplina denominada Ética nasce quando se passa a indagar o que são, de onde vem e o que valem os costumes. Etimologicamente, ética vem do grego ethos que pode ser escrita com a vogal breve épsilon ( ε ) ou com a vogal longa eta ( η ). Com a vogal longa (eta) significa costume e com a vogal breve significa caráter, índole, temperamento. A Ética, portanto, é a parte da Filosofia que investiga os costumes e a moral de cada povo. Enquanto a moral é natural, nascendo no seio da cultura, a ética é a crítica refletida e discutida desses valores morais.

5ª Parte:  A ÉTICA SOCRÁTICA
Sócrates perguntava a sociedade ateniense qual o sentido dos costumes estabelecidos e também indagava quais as disposições de caráter que levava alguém a respeitar ou a transgredir os valores da cidade e por que. A indagação ética socrática dirige-se, portanto à sociedade e ao indivíduo. Sócrates admitia que somente a vivência virtuosa leva o homem ao estado de felicidade.

6ª Parte:  A ÉTICA ARISTOTÉLICA
A obra de Aristóteles Ética à Nicômaco é a sua síntese e a sua concepção sobre a ética. Nela encontramos a síntese das virtudes que constituíam a excelência e a moralidade da Grécia Clássica. Aristóteles distingue vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação. Um vício é um sentimento ou uma conduta excessiva ou deficiente. Uma virtude é um sentimento ou uma conduta moderada. O quadro abaixo esclarece melhor as virtudes e os vícios segundo Aristóteles       VIRTUDE                               VICIO POR EXCESSO                    VICIO POR FALTA
CORAGEM                                 TEMERIDADE                          COVARDIA AMIZADE AMIZADE                             CONDECENDENCIA                                   TÉDIO 
 RESPEITO PRÓPRIO                    VILEZA                                    VULGARIDADE                           LIBERALIDADE                       PRODIGALIDADE                        AVAREZA                                    TEMPERANÇA                           LIBERTINAGEM                         INSENSIBILIDADE                       VERACIDADE                                  ORGULHO                          DESCREDITO PRÓPRIO

Se Sócrates inaugura a ética na filosofia foi Aristóteles que inaugurou a práxis ou a vontade guiada pela razão.

7ª Parte:  A ÉTICA CRISTÃ
A vida ética do cristão não é definida por sua relação com a sociedade, mas por sua relação espiritual e interior com Deus. A virtude, portanto, se define por nossa relação com Deus. O segundo aspecto da ética cristã trata do Pecado Original. A fraqueza de Adão deixou um legado pesaroso. Faz com ele se dirija espontaneamente ao mal e para o pecado. O cristianismo considera que o ser humano é de uma natureza fraca. Precisa de auxílio divino. Esse auxílio foi trazido pela revelação bíblica. Assim a concepção cristã introduz uma nova ideia de que a virtude é a obrigação em cumprir o que é ordenado pela lei divina (Bíblia). Juntamente com a ideia do dever, a moral cristã introduziu a ideia de intenção. Até então julgava- se ética as ações e atitudes visíveis. O cristianismo, sendo uma religião de interioridade diz que as leis divinas estão escritas e gravadas no coração dos seres humanos.
8ª Parte:  A ÉTICA DE ROUSSEAU – DE KANT – DE HEGEL – DE BERGSSON
A ética de Rosseau afirma que a natureza do homem é boa, pois Deus não criaria um ser defeituoso. Se ele é mau é porque a sociedade o perverte. Obedecendo ao dever (lei divina inscrita na natureza e nos nossos corações) estamos obedecendo a nós mesmos, ao nosso coração e não à razão. Dizia ele que a razão é a causadora de uma sociedade egoísta, perversa e injusta. Kant já afirma que por natureza somos egoístas, ambiciosos, destrutivos, agressivos, cruéis e ávidos de prazer que nunca os saciamos e pelos quais matamos, mentimos e roubamos. É justamente por isso que precisamos da razão para nos tornarmos seres morais. Contrariamente a Rosseau e Kant, que dão mais atenção a relação do ser humano com a sua natureza (relação entre paixões e razão), Hegel prioriza a relação do individuo com a cultura. Este toma como base os laços fortes das relações sociais fixadas pelas instituições família, sociedade civil e estado. São estas, para Hegel, que determinam a vida ética ou moral do ser humano. Bérgson já dá outro enfoque também muito significativo. Ele distingue duas morais: a moral fechada e a moral aberta. A moral fechada é a moral repetitiva, sem consciência, habitual, aparente respeitada automaticamente aquela que recebemos da tradição, da cultura. Já a moral aberta é uma criação de novos valores, novas condutas, uma ventilação dos costumes e das tradições e ela instaura uma nova ética sempre dinâmica e atual. Os criadores éticos são, para Bérgson, indivíduos excepcionais como os heróis, os santos, os profetas e os artistas. Estes colocam suas vidas em função de um tempo novo e de novos valores.

9ª Parte:  A ÉTICA DE ESPINOSA
A ética espinosiana se assenta sobre o fato de a virtude não se afirmar sobre cumprimento de deveres e obrigações, mas em ser a causa interna de nossos sentimentos, atos e pensamentos. Ou seja, ser livre é ter força interior para passar da passividade afetiva (submissão às causas externas) à atividade afetiva (ser a causa interna dos afetos, dos pensamentos e das condutas). Uma de suas máximas é: “se a servidão é paixão, a virtude é a ação”. Ser virtuoso ou ser livre é passar da paixão à ação. Tornar-se causa ativa interna de nossos afetos e pensamentos. A vida ética se inicia quando procuramos aumentar paixões e desejos alegres e afastar paixões e desejos tristes.

10ª Parte:  NIETZSCHE E A GENEALOGIA DA MORAL
Nietzsche em sua obra Genealogia da Moral afirma que a razão não tem o direito de intervir sobre os desejos e as paixões. Ele identifica a liberdade com a plena manifestação do desejante e do passional e afirma que a moral racionalista foi erguida com a finalidade repressora. Ela transformou tudo que é natural e espontâneo em vício, falta e culpa. Afirma também que as paixões, desejos e vontades são de nossa força vital e nada tem a ver com o Bem e o Mal. Nietzsche diz que a moral racionalista foi inventada pelos fracos para controlar e dominar os fortes.

11ª Parte:  A ÉTICA ESPÍRITA
O comportamento ético-espírita não consiste exclusivamente em fazer o bem a outrem, mas em exemplificar, em si mesmo uma vida laboriosa que se expanda e se eleve na hierarquia da justiça social. A ética espírita tem suas raízes fincadas em duas leis soberanas que se completam recíproca e mutuamente: a lei da evolução progressiva e a lei da justiça. Pela evolução progressiva o ser realiza em si a noção da necessidade imperiosa de atualizar suas potencialidades e ampliar e refinar a condição perceptiva do mundo no constante devir. A lei da justiça fundamenta a escala axiológica, a nossa escala de valores. A prática sincera da auto-atuação pode dar-nos a medida exata para cada ato, basta nos auscultarmos com olhos de verdade e não de comodidade.

12ª Parte:  CONCLUSÃO
Vemos em todas as épocas os filósofos empenhados em estabelecer suas visões sobre qual o comportamento humano que alia as satisfações materiais, passionais agradáveis ao corpo com as satisfações espirituais agradáveis a alma. Essa conjunção de objetivos é que alimentam a fogueira filosófica da busca da verdade tendo como fim o estado de felicidade individual e coletiva dos seres humanos. Alan Krambeck

13ª Parte – máxima / leituras e preparação para próxima aula
Próxima aula: Livro 2 – Capítulo 15 - O Amor Carnal – O Erotismo - A Lei da Reprodução Leitura: TEMAS DE FILOSOFIA – M Lucia A Aranha – M Helena P Martins FILOSOFANDO – Introdução a Filosofia – Maria Lucia A Aranha CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chauí

domingo, 15 de maio de 2016

Você energiza tudo aquilo que dá atenção


Somos criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo o que pensamos e sentimos!

O funcionamento de nossas células está diretamente ligado aos pensamentos que criamos, sendo constantemente modificados por eles.

A qualidade do funcionamento de nossas células é diretamente proporcional a qualidade das ondas de pensamentos que criamos.

E a qualidade das ondas de pensamentos que criamos está ligado a eles se forem produzidos baseados no medo, ou no amor.

Se foi produzida baseada no medo, foi produzida pelo ego; suas ondas são baixas e distorcem as ondas harmônicas que entram em contato.
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Se foi produzida baseada no amor, então foi produzida por um ego subjugado pela auto-aceitação divina, alinhado à produção de energia magnética do coração, servindo somente à essas ondas cardíacas e sendo instruído pela consciência superior.

Um surto de depressão, por exemplo, pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.

A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.

Quem está deprimido por causa da perda de um emprego, projeta tristeza por toda parte no corpo – a produção de neurotransmissores por parte do cérebro é reduzido, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.

A boa notícia é que todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa mudar o seu foco de atenção e a fonte de produção de suas ondas de pensamento, permitindo que sua consciência superior opere em seu sistema através do amor, usando o ego somente como o seu instrumento de apoio.

Acessar a consciência superior e alia-la às ondas de energia cardíaca, para manifestar o funcionamento e a imunidade biológica que realmente você deseja ter, é o primeiro passo para começar a refinar e purificar a saúde em todos os seus 4 corpos.

Você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se então do que pensou ontem!

Quer saber como estará seu corpo amanhã? Então olhe seus pensamentos hoje!

Lembre-se:
Ou você abre seu coração agora, ou algum cardiologista o fará por você!

Deepak Chopra

Pluralidade dos mundos habitados

 




Reunião pública de 6/11/59

Questão nº 55 de "O Livro dos Espíritos"




Enquanto o homem se encaminha para a Lua, estudando-a de perto, comove-nos pensar que a Doutrina Espírita se referia à pluralidade dos mundos habitados, precisamente há mais de um século.

Acresce notar, ainda, que os veneráveis orientadores da Nova Revelação, guiando o pensamento de Allan Kardec, fizeram-no escrever a sábia declaração: “Deus povoou de seres vivos todos os mundos, concorrendo esses seres ao objetivo final da Providência.”

Sabemos hoje que moramos na Via-Láctea — a galáxia comparável a imensa cidade nos domínios universais. Essa cidade possui mais de duzentos milhões de sóis, transportando consigo planetas, asteroides, cometas, meteoros, aluviões de poeira e toda uma infinidade de turbilhões energéticos.

Entre esses sóis está o nosso, modestíssimo foco de luz, considerando-se que Sirius, um de seus vizinhos, apresenta brilho quarenta vezes maior. E, acompanhando-o, a nossa Terra, com todo o cortejo de suas orgulhosas nações, tem a importância de uma “casa nos fundos”, visto que, se a Lua é satélite nosso, o Globo que nos asila é satélite pequenino desse mesmo Sol que nos sustenta.

Viajando a luz com a velocidade de trezentos mil quilômetros por segundo, gasta milhares de anos para atravessar, de um ponto a outro, o continente galáctico em que residimos.

Mas os espelhos telescópicos do homem já conseguem assinalar a existência de milhões e milhões de outras galáxias, mais ou menos semelhantes à nossa, a se espraiarem na vastidão do Universo.

Até agora, neste breve lembrete, nos reportamos simplesmente, ao campo físico observável pelos homens encarnados, atreitos, como é natural, ao raio reduzido da percepção que lhes é própria, sem nos referirmos às esferas espirituais mais complexas que rodeiam cada planeta, quanto cada sistema.

Nesse critério, vamos facilmente encontrar, em todos os círculos cósmicos, os seres vivos da asserção de Kardec, embora a instrumentação do homem não os divise a todos. Eles se desenvolvem através de inimagináveis graus evolutivos, cabendo-nos reconhecer que, em aludindo à pluralidade dos mundos habitados, não se deverá olvidar a gama infinita das vibrações e os estados múltiplos da matéria.

Temos, assim, no Espaço Incomensurável, mundos-berços e mundos experiências, mundos-universidades e mundos-templos, mundos-oficinas e mundos-reformatórios, mundos-hospitais e mundos-prisões.

Saudamos, pois, o advento da nova era, em que o homem físico, valendo-se principalmente do rádio e do radar, do foguete e do cérebro eletrônico, pode incursionar além da Lua, auscultando, em regime de limitação.

É compreensível, as faixas de matéria em que psiquicamente se entrosa. E desejando-lhe paz, a fim de que prossiga em suas arrojadas e preciosas perquirições, podemos assegurar que em todos os planos a consciência acordada à luz da razão e da responsabilidade surpreenderá sempre, por base de todo aperfeiçoamento moral, o preceito do Cristo que coloca “o amor a Deus e ao próximo» como sendo o coração da vida, pulsando, invariável, no peito da Justiça Divina que manda, em toda parte, conferir a cada um segundo as próprias obras.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Mãe

Honrarás pai e mãe - a Lei determina . Não te esqueças, porém, de que nove meses antes que os outros te vissem a face, a tua presença na Terra era o segredo da vida, entre o devotamento materno e o Mundo Espiritual.

Na juventude ou na madureza, lembrar-te-ás da mulher frágil que, sendo moça, envelheceu, de repente, para que desabrochasses à luz, e, trazendo o ideal da felicidade como sendo uma taça transbordante de sonhos, preferiu trocá-lo por lágrimas de sofrimento, para que tivesses segurança no berço.

Agradecerás a todos os benfeitores do caminho, mas particularmente a ela, que transfigurou em força a própria fraqueza, a fim de preservar-te.

Quando o mundo te aclame a cultura ou o poder, o renome ou a fortuna, recorda aquela que não apenas te assegurou o equilíbrio, ensinando-te a caminhar, mas também atravessou longos meses de vigília, esperando que viesses a pronunciar as palavras primeiras para melhor escravizar- se à 
execução de teus desejos.

muitos disseram que ela estava em delírio, cega de amor, que nada via senão a ti, entretanto compreenderás que ela precisava de uma ternura assim sobre-humana, de modo a esquecer-se e suportar- te as necessidades, até que lhe pudesses dispensar, de todo, o carinho.

Se motivos humanos a distanciam hoje de ti, que isso aconteça tão-só na superfície das circunstâncias, nunca nos domínios da alma, porque através dos fios ocultos do pensamento sentir-lhe-ás os braços sustentando-te as esperanças e abençoando-te as horas.

Nunca ferirás tua mãe. Ainda quando o discernimento te coloque em posição diversa, em matéria de opnião, porque ela se tenha habituado a interpretação diferente do mundo, não lhe dilaceres a confiança com apontamentos intempestivos e espera, com paciência, que o tempo lhe descortine novos horizontes, relativamente à verdade.

"Honrarás pai e mãe"- a Lei determina. Não te esquecerás, porém, de que se teu pai é o companheiro generoso que te descerrou o caminho para a romagem terrestre, tua mãe é o gênio tutelar que te acompanha os passos, em toda a vida, a iluminar-te o coração por dentro, com a bondade e a perseverança da luz de uma estrela.

Emmanuel

extraído do livro MÃE -  Espíritos diversos - Francisco Cândido Xavier.