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quinta-feira, 19 de maio de 2016
CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA - LIVRO 2 - CAP 14
OS COSTUMES – A MORAL – A ÉTICA – A ÉTICA ESPÍRITA
BIBLIOGRAFIA
CONVITE Á FILOSOFIA – Marilena Chauí – Edit Ática
FILOSOFIA ESPÍRITA E SEUS TEMAS – Manoel P. São Marcos – Ed. FEESP
REFLEXÃO QUAL A MORAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA ATUAL?
A nação brasileira é um conglomerado de grupos étnicos e sociedades diversas convivendo num verdadeiro caldeirão cultural. Esses agrupamentos possuem seus costumes e seus valores. A mobilização facultada pelos modernos meios de transporte coloca essas diferentes culturas em contato. Os meios de comunicação também facultam essas aproximações. O que esta ocorrendo com a cultura brasileira, com seus costumes, com seus valores morais? Dessa mescla cultural poderá surgir uma nova cultura? Novos costumes? Novos valores? Nova moral? Quais seriam esses valores? As religiões têm algum papel nessa nova formação da escala de valores?
1ª Parte: OBJETIVO DESTA AULA
A finalidade desta aula é despertar a consciência sobre os conceitos de costumes, moral e ética. Este campo da filosofia em todos os tempos sempre foi objeto dos filósofos. É senso comum entre eles que as virtudes proporcionam harmonia e felicidade aos homens de todas as culturas e como conciliar aos desejos, vontades e paixões sem perder a tal harmonia do conjunto. Esse varrer histórico-filosófico nos mostrará como se alternam os pensamentos em torno da feliz convivência do individuo na coletividade.
2ª Parte: O SENSO MORAL E A CONSCIENCIA MORAL
Sentimos indignação e penúria quando vemos milhares de pessoas principalmente idosos e crianças com fome e morrendo de inanição. Movidos pela solidariedade chegamos a participar de campanhas contra a fome. Esse e outros exemplos expressam o nosso senso moral, isto é, a maneira como avaliamos nossa situação e de nossos semelhantes segundo ideias como as de justiça e injustiça. O mesmo para o certo e o errado, o bem e o mal. A consciência moral é o que nos orienta a tomar decisões de conduta conforme nossas avaliações daquelas dualidades. O senso moral e a consciência moral dizem respeito a valores, sentimentos, intenções, decisões e ações referidas ao bem e ao mal.
3ª Parte: OS COSTUMES – A CULTURA E A MORAL
Os costumes formam a cultura de cada povo. É a cultura ou a sociedade que institui a moral, isto é, valores concernentes ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido, à conduta correta e a incorreta, válido para todos seus membros. Culturas e sociedades fortemente hierarquizadas e com diferenças de classes ou castas podem ter várias morais, uma para cada classe ou casta. Toda sociedade tende a naturalizar a moral de maneira a perpetuá-la através dos tempos. A existência da moral não significa a presença de uma ética, isto é, de uma reflexão que discuta, problematize e interprete os valores morais. Assim, os costumes são anteriores ao nosso nascimento de modo que acabam sendo inquestionáveis. Muitas sociedades tendem a sacralizá-los.
4ª Parte: A FILOSOFIA MORAL OU ÉTICA
A Filosofia Moral ou a disciplina denominada Ética nasce quando se passa a indagar o que são, de onde vem e o que valem os costumes. Etimologicamente, ética vem do grego ethos que pode ser escrita com a vogal breve épsilon ( ε ) ou com a vogal longa eta ( η ). Com a vogal longa (eta) significa costume e com a vogal breve significa caráter, índole, temperamento. A Ética, portanto, é a parte da Filosofia que investiga os costumes e a moral de cada povo. Enquanto a moral é natural, nascendo no seio da cultura, a ética é a crítica refletida e discutida desses valores morais.
5ª Parte: A ÉTICA SOCRÁTICA
Sócrates perguntava a sociedade ateniense qual o sentido dos costumes estabelecidos e também indagava quais as disposições de caráter que levava alguém a respeitar ou a transgredir os valores da cidade e por que. A indagação ética socrática dirige-se, portanto à sociedade e ao indivíduo. Sócrates admitia que somente a vivência virtuosa leva o homem ao estado de felicidade.
6ª Parte: A ÉTICA ARISTOTÉLICA
A obra de Aristóteles Ética à Nicômaco é a sua síntese e a sua concepção sobre a ética. Nela encontramos a síntese das virtudes que constituíam a excelência e a moralidade da Grécia Clássica. Aristóteles distingue vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação. Um vício é um sentimento ou uma conduta excessiva ou deficiente. Uma virtude é um sentimento ou uma conduta moderada. O quadro abaixo esclarece melhor as virtudes e os vícios segundo Aristóteles VIRTUDE VICIO POR EXCESSO VICIO POR FALTA
CORAGEM TEMERIDADE COVARDIA AMIZADE AMIZADE CONDECENDENCIA TÉDIO
RESPEITO PRÓPRIO VILEZA VULGARIDADE LIBERALIDADE PRODIGALIDADE AVAREZA TEMPERANÇA LIBERTINAGEM INSENSIBILIDADE VERACIDADE ORGULHO DESCREDITO PRÓPRIO
Se Sócrates inaugura a ética na filosofia foi Aristóteles que inaugurou a práxis ou a vontade guiada pela razão.
7ª Parte: A ÉTICA CRISTÃ
A vida ética do cristão não é definida por sua relação com a sociedade, mas por sua relação espiritual e interior com Deus. A virtude, portanto, se define por nossa relação com Deus. O segundo aspecto da ética cristã trata do Pecado Original. A fraqueza de Adão deixou um legado pesaroso. Faz com ele se dirija espontaneamente ao mal e para o pecado. O cristianismo considera que o ser humano é de uma natureza fraca. Precisa de auxílio divino. Esse auxílio foi trazido pela revelação bíblica. Assim a concepção cristã introduz uma nova ideia de que a virtude é a obrigação em cumprir o que é ordenado pela lei divina (Bíblia). Juntamente com a ideia do dever, a moral cristã introduziu a ideia de intenção. Até então julgava- se ética as ações e atitudes visíveis. O cristianismo, sendo uma religião de interioridade diz que as leis divinas estão escritas e gravadas no coração dos seres humanos.
8ª Parte: A ÉTICA DE ROUSSEAU – DE KANT – DE HEGEL – DE BERGSSON
A ética de Rosseau afirma que a natureza do homem é boa, pois Deus não criaria um ser defeituoso. Se ele é mau é porque a sociedade o perverte. Obedecendo ao dever (lei divina inscrita na natureza e nos nossos corações) estamos obedecendo a nós mesmos, ao nosso coração e não à razão. Dizia ele que a razão é a causadora de uma sociedade egoísta, perversa e injusta. Kant já afirma que por natureza somos egoístas, ambiciosos, destrutivos, agressivos, cruéis e ávidos de prazer que nunca os saciamos e pelos quais matamos, mentimos e roubamos. É justamente por isso que precisamos da razão para nos tornarmos seres morais. Contrariamente a Rosseau e Kant, que dão mais atenção a relação do ser humano com a sua natureza (relação entre paixões e razão), Hegel prioriza a relação do individuo com a cultura. Este toma como base os laços fortes das relações sociais fixadas pelas instituições família, sociedade civil e estado. São estas, para Hegel, que determinam a vida ética ou moral do ser humano. Bérgson já dá outro enfoque também muito significativo. Ele distingue duas morais: a moral fechada e a moral aberta. A moral fechada é a moral repetitiva, sem consciência, habitual, aparente respeitada automaticamente aquela que recebemos da tradição, da cultura. Já a moral aberta é uma criação de novos valores, novas condutas, uma ventilação dos costumes e das tradições e ela instaura uma nova ética sempre dinâmica e atual. Os criadores éticos são, para Bérgson, indivíduos excepcionais como os heróis, os santos, os profetas e os artistas. Estes colocam suas vidas em função de um tempo novo e de novos valores.
9ª Parte: A ÉTICA DE ESPINOSA
A ética espinosiana se assenta sobre o fato de a virtude não se afirmar sobre cumprimento de deveres e obrigações, mas em ser a causa interna de nossos sentimentos, atos e pensamentos. Ou seja, ser livre é ter força interior para passar da passividade afetiva (submissão às causas externas) à atividade afetiva (ser a causa interna dos afetos, dos pensamentos e das condutas). Uma de suas máximas é: “se a servidão é paixão, a virtude é a ação”. Ser virtuoso ou ser livre é passar da paixão à ação. Tornar-se causa ativa interna de nossos afetos e pensamentos. A vida ética se inicia quando procuramos aumentar paixões e desejos alegres e afastar paixões e desejos tristes.
10ª Parte: NIETZSCHE E A GENEALOGIA DA MORAL
Nietzsche em sua obra Genealogia da Moral afirma que a razão não tem o direito de intervir sobre os desejos e as paixões. Ele identifica a liberdade com a plena manifestação do desejante e do passional e afirma que a moral racionalista foi erguida com a finalidade repressora. Ela transformou tudo que é natural e espontâneo em vício, falta e culpa. Afirma também que as paixões, desejos e vontades são de nossa força vital e nada tem a ver com o Bem e o Mal. Nietzsche diz que a moral racionalista foi inventada pelos fracos para controlar e dominar os fortes.
11ª Parte: A ÉTICA ESPÍRITA
O comportamento ético-espírita não consiste exclusivamente em fazer o bem a outrem, mas em exemplificar, em si mesmo uma vida laboriosa que se expanda e se eleve na hierarquia da justiça social. A ética espírita tem suas raízes fincadas em duas leis soberanas que se completam recíproca e mutuamente: a lei da evolução progressiva e a lei da justiça. Pela evolução progressiva o ser realiza em si a noção da necessidade imperiosa de atualizar suas potencialidades e ampliar e refinar a condição perceptiva do mundo no constante devir. A lei da justiça fundamenta a escala axiológica, a nossa escala de valores. A prática sincera da auto-atuação pode dar-nos a medida exata para cada ato, basta nos auscultarmos com olhos de verdade e não de comodidade.
12ª Parte: CONCLUSÃO
Vemos em todas as épocas os filósofos empenhados em estabelecer suas visões sobre qual o comportamento humano que alia as satisfações materiais, passionais agradáveis ao corpo com as satisfações espirituais agradáveis a alma. Essa conjunção de objetivos é que alimentam a fogueira filosófica da busca da verdade tendo como fim o estado de felicidade individual e coletiva dos seres humanos. Alan Krambeck
13ª Parte – máxima / leituras e preparação para próxima aula
Próxima aula: Livro 2 – Capítulo 15 - O Amor Carnal – O Erotismo - A Lei da Reprodução Leitura: TEMAS DE FILOSOFIA – M Lucia A Aranha – M Helena P Martins FILOSOFANDO – Introdução a Filosofia – Maria Lucia A Aranha CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chauí
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