terça-feira, 24 de maio de 2016

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA LIVRO 2 - CAP 18

 A LINGUAGEM FALADA E ESCRITA – UMA FORMA DE COMUNICAÇÃO  

BIBLIOGRAFIA 
 CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chauí – Edit Àtica  

REFLEXÃO  LINGUAGEM É FORMA OU CONTEÚDO? 
 Um ser necessita transmitir informações, ideias, pensamentos ou conhecimentos a outro ser. O ideal é que dessa informação, ideia, pensamento ou conhecimento não se perca nada durante a transmissão.

 Só assim o receptor capta integralmente aquilo que o emissor quer transmitir.  Muitos problemas de relacionamentos humanos podem ter sua origem na falha da transmissão.  A linguagem escrita ou falada seria a forma da transmissão?  Os símbolos, as palavras, os sons são o conteúdo das mensagens a serem transmitidas?  Enfim, a palavra ou símbolo é a origem ou a causa da mensagem ou ela é o efeito ou o meio do qual se utiliza a ideia?  Se não dispuséssemos das palavras como elaboraríamos os conceitos?  Conseguimos transmitir ideias sem o uso de palavras ou símbolos? 

1ª PARTE:  OBJETIVO DESTA AULA 
 Esta aula tem a finalidade de investigar a importância da linguagem, sua origem, suas diferentes formas, sua representação das ideias. Também será tratada a associação dos pensamentos com os sons, com figuras e caracteres.  A linguagem sendo o principal veículo de transmissão das ideias, a aula tem como objetivo maior, a iniciação a um processo de pesquisa sobre a comunicação no mundo espiritual.
 
2ª PARTE:  O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
Vamos chamar de emissor aquele que formula um pensamento e dispara todo o processo de emissão.

Vamos chamar de receptor aquele que recebe o pensamento formulado pelo emissor. A linguagem é o meio utilizado pelo emissor para fazer chegar suas ideias, seus pensamentos ao receptor.
 
3ª PARTE: A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM 
 Aristóteles em sua obra, a Política afirma que somente o homem é um animal político porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais possuem voz e com ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra e com ela exprime o bom e o mau, o justo e o injusto.

 Em Fedro, Platão diz que a linguagem é um phármakon (farmácia), pois apresenta três sentidos:
Remédio, veneno e cosmético.
Ele considerava que a linguagem podia nos curar de nossa ignorância. Pelo diálogo e pela comunicação poderíamos aprender com os outros. Seria um veneno quando pela sedução das palavras fazia-nos aceitar, sem indagações, se o conteúdo era verdadeiro ou falso.

Finalmente seria um cosmético ou máscara no sentido de ocultar a verdade. Assim a linguagem pode ser o conhecimento-comunicação ou o encantamento-sedução.  As sagradas escrituras, no episódio da Torre de Babel, mostra a vingança do Senhor no sentido de promover confusão e desentendimento entre os homens quando ousaram construir uma torre que alcançasse o Céu.
  
4ª PARTE: A FORÇA DA LINGUAGEM 
 A linguagem tem um poder encantatório, isto é, tem a capacidade de reunir o sagrado e o profano, trazer os deuses e as forças cósmicas para o meio do mundo ou como acontece com os místicos em oração, levar os humanos até o interior do sagrado.  Na Bíblia judaico-cristã, Deus cria o mundo do nada apenas usando a linguagem: faça-se! E foi feito. A palavra divina é uma força criadora.  Na missa cristã, o celebrante pronunciando as palavras: “este é o meu corpo” e “este é o meu sangue” realiza o mistério da Eucaristia, ou seja, a encarnação de Deus no pão e no vinho.  Outro aspecto são as palavras-tabus. Nos contextos religiosos quando em vez de demônio ou diabo usam-se os termos cão, demo, tinhoso, maligno ou inimigo. Da mesma forma, na vida social, quando ocorre uma resistência natural ao falar palavras como: masturbação, sexo oral, relação sexual, virgem, homossexual.  Independente de acreditarmos ou não em palavras místicas a sua existência revela o poder que atribuímos a linguagem.  No passado ensinava-se a retórica para praticar a influenciação.  

5ª PARTE: MYTHOS E LOGOS 
 Os gregos possuíam duas palavras para se referir à linguagem: mythos e logos. Enquanto mythos é a palavra mágica, encantatória, logos é a palavra racional em que se exprime o pensamento que conhece o real. É o discurso, o pensamento, a realidade. É a palavra verdadeira. As palavras são conceitos ou ideias estando referidas ao pensamento, à razão e à verdade.  Para os filósofos, uma ciência nasce quando uma explicação que era religiosa, mítica, mágica cede lugar a uma explicação conceitual, metódica, racional. Quando se passa do mythos ao logos.  

6ª PARTE: A ORIGEM DA LINGUAGEM 
 A linguagem como capacidade de expressão dos seres humanos é natural, isto é, os humanos nascem com uma aparelhagem física, anatômica e fisiológica que lhes permite expressarem-se pela palavra (lembrar-se do preparo perispiritual na passagem do reino animal para o reino hominal).  As línguas, entretanto, são convencionais, são fatos culturais. Uma vez constituída ela se torna uma estrutura, com leis, regras e princípios. São quatro as suposições da origem da linguagem:  1- a linguagem nasce por imitação dos sons da natureza  2 - a linguagem nasce por imitação dos gestos  3 - a linguagem nasce da necessidade  4 - a linguagem nasce das emoções 
 Essas teorias não são excludentes. A criança se vale de todos os meios para procurar se exprimir. Em seguida, passa aos meios de significação, aí se inicia a dissimulação, o engano e o duplo significado.
 
7ª PARTE: O QUE É A LINGUAGEM 
 A linguagem é um sistema de signos usados para indicar as coisas e para exprimir as ideias, valores e sentimentos.  Essa definição requer um melhor detalhamento:  1- uma linguagem é um sistema, ou seja, uma totalidade estruturada (sujeito, predicado, verbos, conjunções, interjeições, pronomes).
 2 - uma linguagem é um sistema de signos, ou seja, letras, algarismos e caracteres. A união destes signos formam palavras e os signos representam os diferentes sons.  3 - a linguagem indica coisas – as palavras possuem uma função indicativa ou denotativa.  4 - a linguagem estabelece comunicação, ou seja, função comunicativa.  5 - a linguagem exprime pensamentos, sentimentos e valores, possui uma função conotativa.    Assim, a linguagem é um sistema de signos com função indicativa, comunicativa e conotativa. 

8ª PARTE: A LINGUAGEM NA CONCEPÇÃO EMPIRISTA E INTELECTUALISTA 
 Novamente empiristas e intelectualistas se colocam em campos opostos desta vez no tocante a linguagem.  Para os empiristas as imagens sensoriais são adquiridas através dos sentidos. A palavra ou imagem verbal é uma síntese de imagens motoras e sensoriais armazenadas em nosso cérebro.  Já os intelectualistas admitem que a palavra é a produção auditiva, oral e gráfica ou visível de nosso pensamento e de nossos sentimentos.  

9ª PARTE: AS EMOÇÕES E AS PALAVRAS 
 A palavra como veículo entre um emissor e um receptor vem acompanhada de uma série de adicionais como expressões do corpo (dos braços, das mãos, da face, da cabeça, do abdome), expressões da voz (volume, harmonia).  Estes acompanhamentos são oriundos das emoções resultantes da convicção, do envolvimento que o conteúdo apresenta. Portanto, a palavra falada tem forte componente do emissor enquanto a palavra escrita desperta reações no receptor (pois o emissor não conta com os adicionais físicos do corpo e emocionais da voz). 

10ª PARTE: PALAVRAS FLUIDAS E PALAVRAS CONCRETAS   As palavras concretas se mantem para a posteridade, são as que são utilizadas pela Historia são as palavras escritas ou gravadas.  As palavras fluidas são aquelas que são faladas e não ficam escritas ou gravadas. Essas ficam  sujeitas a serem manipuladas com boas ou más intenções. É aquela que foi escrito posteriormente, por alguém que contou aquilo que outro disse.
 
11ª PARTE: O VOCABULÁRIO REVELA O INDIVIDUO 
 O vocabulário utilizado pelo emissor é um forte revelador de sua intelectualidade, de sua cultura, de sua sabedoria e até de sua convicção sobre o assunto. Portanto, assim como o corpo revela a beleza de suas formas e de seus traços, o espírito revela sua beleza pela postura de seu corpo e por suas palavras. 

12ª PARTE: A LINGUAGEM NO MUNDO ESPIRITUAL 
 O mundo espiritual isento da matéria onde os fluidos perispirituais são os responsáveis pelas formas, os sentidos perdem o sentido. Visão, audição, tato, olfato e paladar não têm mais o veiculo sensível da matéria, mas são reminiscências arquivadas na memória. Como nesse mundo não existe a matéria como meio de propagação do som, a comunicação falada através da palavra fica inviável.  A comunicação visual que utiliza os fenômenos luminosos podem ser viáveis pela existência do corpo espiritual ou perispírito.  A comunicação, portanto é feita por imagens emitidas e recebidas como num processo telepático.
 
13ª PARTE: CONCLUSÃO
  Após as investigações feitas sobre a linguagem, podemos notar quão importante é a comunicação entre os seres.  Independente do conteúdo concluímos que ela é um meio que fica sujeito a ruídos, ou interferências quando se necessita transferir uma ideia de um emissor a um receptor.  Deixamos ao aluno fazer uma reflexão sobre a comunicação no mundo espiritual o qual será tema de nossa próxima aula. 
Alan Krambeck  

14ª PARTE – MÁXIMA / LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA PRÓXIMA AULA 
Próxima aula:  
Livro 2 – Capítulo 19 - A Mediunidade no Contexto da Comunicação
  Leitura:  O LIVRO DOS MÉDIUNS – Allan Kardec – Ed FEESP  FILOSOFIA ESPÍRITA E SEUS TEMAS – Manoel P São Marcos – Ed. FEESP  MEDIUNIDADE – J Herculano Pires – Ed Paidéia  A MEDIUNIDADE NA BIBLIA – Henrique H Gimênes – Ed FEESP  

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