quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

O ESPIRITISMO NAS PRISÕES




Na revista de novembro de 1863, pag. 350, publicamos uma carta de um condenado detido numa casa central, como prova da influencia moralizadora do Espiritismo. A carta seguinte, de um condenado numa outra prisão, é um exemplo a mais dessa poderosa influência. Ela é de 27 de dezembro de 1863; nós a transcrevemos textualmente quanto ao estilo; dela não corrigimos senão as faltas de ortografia.


“Senhor,
“Há poucos dias, quando se me falou pela primeira vez do Espiritismo e da revelação de além-túmulo, eu ri, e disse que isso não era possível; falava como um ignorante que sou. Alguns dias depois, teve-se a bondade de me confiar, na minha terrível posição onde me encontro agora, vosso bom e excelente O Livro dos Espíritos; de início li algumas páginas com incredulidade, não querendo, ou antes não crendo nessa ciência; enfim, pouco a pouco e sem disso me aperceber, tomei gosto por ele; depois tomei a coisa a sério; depois reli pela segunda vez vosso livro, mas então com um outro espírito, quer dizer, com calma, e com toda a pouca inteligência que Deus me deu. Senti, então, despertar essa velha fé que minha mãe havia me posto no coração e que dormia há muito tempo; senti o desejo e me esclarecer sobre o Espiritismo. A partir desse momento, tive um pensamento muito firme, o de me dar conta, de aprender, de ver, e depois de julgar.
Coloquei-me à obra com toda a crença que ter e que é preciso crer em Deus e seu poder; desejava ver a verdade, pedia com fervor, e recomecei as experiências; as primeiras foram nulas, sem nenhum resultado.

“Não me desencorajei, perseverei em minhas experiências e em minha fé, redobrei minhas preces, que talvez não eram bastantes fervorosas, e me entreguei ao trabalho com toda a convicção de uma alma crente e que espera. Ao cabo de algumas noites, porque não posso fazer minhas experiências senão à noite, senti, em torno de dez minutos, estremecimento na ponta dos dedos e uma pequena sensação sobre o braço com se tivesse sentido correr um pequeno riacho de água tépida, que parava no punho. Estava então todo recolhido, todo atenção, e cheio de fé. Meu lápis traçou algumas linhas perfeitamente legíveis, mas não bastante corretas para não crer que estavam sob o peso de uma alucinação. Esperei, pois com paciência a note seguinte para recomeçar minhas experiências, e esta vez agradeci a Deus de todo o coração, tinha obtido mais do que no ousava esperar.

“Depois, todas as duas noites, me entretenho com os Espíritos que são bastantes bons para responderem ao meu chamado, e, em menos de dez minutos, me respondem sempre com caridade; escrevo meias-páginas, páginas inteiras que minha inteligência não poderia fazer sozinha, porque, frequentemente, são tratados filosóficos-religiosos, que jamais sonhei e com mais forte razão coloquei em prática; porque eu me dizia, nos primeiros resultados; Não serias o joguete de uma alucinação ou de tua vontade? E a reflexão e  o exame me provavam que estava muito longe dessa inteligência que havia traçado essas linhas. Abaixei a cabeça, acreditei, não podia ir conta a evidência, a menos estar inteiramente louco.

“Remeti duas ou três entrevistas à pessoa que tivera a caridade de me confiar vosso bom livro para que elas sancionasse se estou na verdade. Venho vos pedir, senhor, vós que sois a alma do Espiritismo, consentir me permitir vos enviar o que obtiver de sério em minhas conversas com o além-túmulo, se, no entanto, achares bom. Se isto vos pode ser agradável, enviarei as comunicações de Verger, que feriu o arcebispo de Paris; para bem me assegurar se era bem ele que se manifestava, evoquei São Luis, que me respondeu afirmativamente, assim com um outro Espírito em quem tenho muita confiança, etc......”


Extraído do Revista Espírita ano 1864 - sétimo ano

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