sexta-feira, 17 de junho de 2016

DEDUÇÕES FILOSÓFICAS DA RELIGIÃO



a Religião, que ensina e conduz à caridade, tem o seu ponto de apoio no Evangelho de Jesus, porque foi este o maior Espírito que baixou a Terra, e soube, como nenhum outro, praticar a caridade em sua plenitude.
Eis, pois, o Código Religioso, em sua mais simples expressão: EVANGELHO DE MATEUS
Capítulo V (43 a 48) - "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos do vosso Pai que está nos céus, o qual faz nascer o sol sobre bons e maus e vir chuvas sobre justos e injustos. Por que, se vós não amais senão os que vos amam, que recompensa haveis de ter? não fazem os publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? não fazem também assim os gentios?"
Capítulo VII (12): "Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o, assim, também, vós a eles; porque esta é a Lei e os Profetas."
Capítulo XXII (37 a 40): "Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de todo o teu entendimento e de toda a tua alma. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante ao primeiro, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem 

toda a Lei e os Profetas.
Esses artigos e parágrafos do Código Divino resumem todas as virtudes

que o homem pode praticar para obter a sua "perfeição espiritual". É, portanto, na obediência ativa dessa Lei que consiste a religiosidade. 
A idéia religiosa traz, como conseqüência, a sobrevivência do Espírito à morte do corpo, e deste axioma derivam as condições físicas e morais do homem depois da morte. De onde se conclui que, para ser religioso, é preciso que o homem tenha fé nos seus destinos. Parece claro que ninguém pode ter "fé na vida futura", sem que dela tenha noção; e, para que dela tenha noção, é preciso que estude, investigue, compreenda.
Ninguém pode, pois, ser religioso sem que estude a Religião sob os seus vários aspectos.
E o Apóstolo das gentes, interpretando a Religião pela caridade, diz em uma de suas epístolas: "Que a vossa caridade abunde em todos os conhecimentos para que aproveis o melhor e não tenhais tropeços no dia do Cristo".
A Religião não dispensa os seus dois atributos: pureza e simplicidade. Estas condições, entretanto, que revestem a Religião, não a impedem de ser racional e experimental. E nesse sentido que a Religião manifesta, nas almas, o seu caráter verdadeiramente moral, pois representa a fé ativa e não a "fé cega", obcecada, filha do fanatismo.
CAIRBAR SCHUTEL
INTERPRETAÇÃO SINTÉTICA DO APOCALIPSE
BRASIL (1918)

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