É de grande importância nos preparamos para a desencarnação, colaborando
com a Espiritualidade amiga que auxilia neste processo de transição. Ao ter
conhecimentos da vida espiritual, o Espírito compreende melhor o
processo da desencarnação, aprende que só leva para o mundo espiritual suas
conquistas morais e intelectuais.
O Estudo do Espiritismo, a
busca por boas ações, a prece e o exercício do desapego aos bens materiais contribuem
perante o processo de desencarnação.
No livro: “Obreiros da
Vida Eterna” de André Luiz, encontraremos Espíritos de diferentes
religiões que recebem ampla assistência na desencarnação por terem buscado uma
boa conduta durante a encarnação, praticando boas ações.
Recomendação de Leitura em ‘O Livro dos Espíritos’, que
trata do estado de Perturbação espiritual do Espírito após a desencarnação:
165. O
conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração, mais ou
menos longa, da perturbação?
“Influência muito
grande, por isso que o Espírito já antecipadamente compreendia a sua situação. Mas,
a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência exercem.”
Por ocasião da morte,
tudo, a princípio, é confuso. De algum tempo precisa a alma para entrar no
conhecimento de si mesma.
Ela se acha como que
aturdida, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura
orientar-se sobre a sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado
lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria que ela acaba de
abandonar, e à medida que se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os
pensamentos.
Muito variável é o
tempo que dura a perturbação que se segue à morte. Pode ser de algumas horas,
como também de muitos meses e até de muitos anos. Aqueles que, desde quando
ainda viviam na Terra, se identificaram com o estado futuro que os aguardava,
são os em quem menos longa ela é, porque esses compreendem imediatamente a
posição em que se encontram.
Aquela perturbação
apresenta circunstâncias especiais, de acordo com os caracteres dos indivíduos
e, principalmente, com o gênero de morte. Nos casos de morte violenta, por
suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito fica
surpreendido, espantado e não acredita estar morto. Obstinadamente sustenta que
não o está. No entanto, vê o seu próprio corpo, reconhece que esse corpo é seu,
mas não compreende que se ache separado dele.
Acerca-se das pessoas
a quem estima, fala-lhes e não percebe por que elas não o ouvem. Semelhante
ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito. Só então o
Espírito se reconhece como tal e compreende que não pertence mais ao número dos
vivos. Este fenômeno se explica facilmente.
Surpreendido de
improviso pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que nele
se operou; considera ainda a morte como sinônimo de destruição, de
aniquilamento.
Ora, porque pensa,
vê, ouve, tem a sensação de não estar morto.
Mais lhe aumenta a
ilusão o fato de se ver com um corpo semelhante, na forma, ao precedente, mas
cuja natureza etérea ainda não teve tempo de estudar. Julga-o sólido e compacto
como o primeiro e, quando se lhe chama a atenção para esse ponto, admira-se de
não poder palpá-lo. Esse fenômeno é análogo ao que ocorre com alguns sonâmbulos
inexperientes, que não crêem dormir.
É que têm o sono por
sinônimo de suspensão das faculdades.
Ora, como pensam
livremente e vêem, julgam naturalmente que não dormem. Certos Espíritos revelam
essa particularidade, se bem que a morte não lhes tenha sobrevindo
inopinadamente.
Todavia, sempre mais
generalizada se apresenta entre os que, embora doentes, não pensavam em morrer.
Observa-se então o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu próprio
enterramento como se fora o de um estranho, falando desse ato como de coisa que
lhe não diz respeito, até ao momento em que compreende a verdade.
A perturbação que se
segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem, que se conserva calmo,
semelhante em tudo a quem acompanha as fases de um tranquilo despertar. Para
aquele cuja consciência ainda não está pura, a perturbação é cheia de ansiedade
e de angústias, que aumentam à proporção que ele da sua situação se compenetra.
Nos casos de morte
coletiva, tem sido observado que todos os que perecem ao mesmo tempo nem sempre
tornam a ver-se logo.
Presas da perturbação
que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou só se preocupa com os que
lhe interessam. (Karina - equipe CVDEE)
Trago trechos de um texto budista (As cinco lembranças) para complementar a importância do preparado para o desencarne.
Ele nos diz que a grande dificulta está no sentimento de medo que trazemos dentro de nós e nos orienta como tratar-lo. Aconselho a ler o texto na integra.
https://autoamorblog.wordpress.com/2016/06/17/as-cinco-lembrancas/
...
Quando realmente encaramos o fato de que vamos morrer um dia (e talvez mais cedo do que pensamos), não vamos nos constranger fazendo coisas ridículas, mantendo a ilusão de que viveremos para sempre.
Contemplando nossa mortalidade nos ajuda a concentrar nossa energia na prática de transformar e curar a nós mesmos e ao nosso mundo
Tudo o que é querido para mim, e todos que eu amo, têm a natureza da mudança. Não há maneira de escapar de ser separado deles. Tudo o que eu aprecio hoje eu vou ter que deixar para trás amanhã, seja a minha casa, a minha conta bancária, meus filhos, meu parceiro ou a beleza. Tudo o que eu aprecio hoje, vou ter que abandonar. Eu não posso levar nada comigo quando morrer. Esta é uma verdade científica. O que nós prezamos, o que pertence a nós, hoje, não estará lá amanhã, vamos ter que deixar não só de nossos objetos mais queridos, mas também as pessoas que amamos.
Se praticarmos e formos capazes de soltar, poderemos ser livres e felizes agora, hoje. Se não pudermos deixar ir, vamos sofrer não apenas no dia em que finalmente estivermos obrigados a fazê-lo, mas agora, hoje e todos os dias no meio, porque o medo estará constantemente nos perseguindo. Há pessoas idosas que ainda são muito gananciosas e avarentas continuando a guardar tudo. Isto é uma vergonha. Não é porque eles não sejam inteligentes o suficiente para ver que, em breve, talvez em poucos meses, eles terão de abrir mão de tudo. É porque a cobiça se tornou um hábito, ao longo de suas vidas eles foram buscar a felicidade no acúmulo coisas. Mesmo apenas três meses antes de morrer, o hábito é ainda forte e os impede de soltar.
Elaine Saes
Bibliografia:
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - livro E a vida continua - André Luiz - F.C.X. cap 10
O termo mediunismo já era usado por Aksakov em 1890 na sua obra Animismo e Espiritismo.
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