citação do livro Mediunidade de Terreiro |
Deus é único apesar de todos os rituais, normas, procedimentos e cerimoniais instituídos pelas diversas doutrinas espiritualistas. E não se modifica somente porque os homens O imaginam desta ou daquela maneira, aqui ou ali, pois as formas de concebê-Lo em livros “sagrados” nada mais são que o jugo sufocante da intelectualidade expressando-se sob aspectos pessoais limitados à transitoriedade da existência carnal. A verdadeira realidade não é fruto de tradições e costumes admissíveis à compreensão humana de uma época em particular, mas exatamente o contrário, do mesmo modo como uma carroça não se põe à frente dos bois.
Refletindo que Deus é Deus, em todas as localidades cósmicas, quer
represente o Jeová sentencioso dos Judeus, o Tupã dos silvícolas guaranis e
tupinambás brasileiros, o Brahma dos hinduístas, o Sucellus dos celtas, o
Grande Arquiteto do Universo dos maços, o velho cansado dos céus católicos, o
Zambi ou Oludumaré dos africanos, o Rá dos egípcios, o Eterno Absoluto dos
ocultistas, a Lei Eterna para os iniciados cabalistas, a Suprema lei dos
espíritas ou Oxalá dos umbandistas. O que importa é que Ele seja percebido
conforme a capacidade de entendimento de cada povo, cultura, religião, etnia ou
nação.
Sendo um Deus único, mantenedor do Universo, os conflitos ocorrem
quando diferentes religiões impõe, reciprocamente, partes percebidas do
Criador, como verdade absoluta para as demais. Mesmo o ateu, respeitoso com a
fé alheia e que desacredita de um Deus das religiões terrenas, tem-No dentro de
si em estado latente, e muitas vezes até mais do que os sacerdotes fanáticos
das portentosas catedrais da atualidade.
Os espíritos mandatários da umbanda atuantes no Espaço entendem
perfeitamente a necessidade das experiências e conclusões de cada cidadão, obtidas
pelo intercâmbio “psicofísico” com o mundo oculto, sob os auspícios da
mediunidade de terreiro. Gradativamente, os homens se apercebem da Inteligência
Suprema causadora e disciplinadora de todos os fenômenos imagináveis, fonte
sublime e infinitamente amorosa e sábia que cria, criou e continuará criando e
governando o Universo.
Antigamente, as leis divinas eram compreendidas rudemente pela
intimidade instintiva das criaturas. Por isso, os “deuses” eram percebidos como
eivados de ira, senhores dos elementos da natureza, entre raios, trovões,
tempestades raivosas, sedentos de sacrifícios, e a eles depositavam-se oferendas
diversas em troca de suas dádivas. “Hoje, são representados pela sabedoria das
entidades da umbanda, que reinterpretam a luz do Evangelho tradições do passado
e seus fundamentos de orixás” punitivos, de velhos homens das tribos,
amedrontados, querendo agradar as divindades. Fazem reluzir no campo mental o
conhecimento de que sem mudança interior não existe mais propósito para
obrigações e punições exteriores, ordenadas por “divindades” sádicas que
relembram lendas sentenciosas baseadas
em mitos que contrariam a Lei Cósmicas que estabelece a flexibilidade
libertadora da semeadura livre, no presente, para a colheita obrigatória no
futuro.
O momento atual exige união de todos os adeptos espiritualistas
encarnados. Estamos junto de vós num esforço planetários único, almejando a
mudança da consciência coletiva encarnada em diversas localidades.
Independentemente dos rótulos terreno, somente o exercício do amor minimizará
arestas ainda existentes entre vós, escoimando as diferenças de embalagens
religiosas e doutrinárias que exaltam a forma separatista em detrimento da
essência, que é a união fraternal crística.
Desejamos aos espiritistas universalistas que lerem estas letras,
organizada com o título Mediunidade de Terreiro, contendo diretrizes
esclarecedoras de acordo com as leis universais “escritas” por Jesus, em seu
Evangelho redentor, uma compreensão mais dilatada da dinâmica umbandista que,
embora não codificada, está unida pela semelhança de conhecimentos disseminados
no interior de seus terreiros.
Aos umbandistas, sugerimos uma profunda reflexão a respeito da
forma como se deve cultuar o sagrado dentro dos terreiros, não devendo ser este
um motivo para separatismos, contendas ou quizilas entre os adeptos, pois a
unidade na umbanda se dará pelos estudos continuados, aliando-se a tradição da
oralidade interna aos compêndios, a fim de compreender-se a dinâmica dos tempos
atuais, em que a diferenças devem unir a todos num mesmo propósito, que o
trabalho caritativo evangelizador, conforme nos afirmou Jesus: “Meus Pai
trabalha até agora, e eu trabalho também”.
Muita pas, muita luz!
Ramátis
LIVRO MEDIUNIDADE DE TERREIRO
Preâmbulo de Ramatís
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