"Porque onde estiverem reunidos dois ou mais em meu nome, aí eu estarei no meio deles" Jesus.
Para nos situarmos diante da condição relativa e mutável das organizações religiosas através da história, entendamos claramente que o nosso Mestre Jesus não instituiu, por assim dizer, uma nova organização religiosa que iria competir com o Judaismo reinante em Israel. Ele mesmo disse: "...não vim destruir a lei mas a ela dar cumprimento"...
Com o passar dos anos, o avanço do Cristianismo, inicialmente transmitido aos homens, granjeou os cumes no Império Romano, sendo, a partir daí, institucionalizado pelos seus seguidores na forma da Igreja Católica Apostólica Romana.
Conheceremos as lutas religiosas e as reformas sofridas em nome do Cristo no transcorrer das épocas históricas.
Surge no século passado, o Espiritismo que, assumindo o caráter de Terceira Revelação, como o Consolador prometido, virá restaurar o Cristianismo na sua pureza primitiva.
Diante dessa posição, entendamos a Doutrina dos Espíritos nas suas características universalistas, não apenas como uma instituição a mais e sim como um movimento cíclico renovador, da mais extensas amplitude em todas as direções.
Essa colocação aberta e ampla do Espiritismo nos leva a estabelecer, para nós mesmos, um comportamento distinto daquele que estamos habituados a ver: nos desprendermos da exagerada preocupação com a casa espírita, como organização de pedra e cal, com seus bens e patrimônios, para cuidarmos dos trabalhos que elevam e transformam as criaturas, sem as barreiras mesquinhas dos condicionamentos que o nosso zelo limitador possa criar.
Sabemos que o Espiritismo, como instituição, naturalmente tende a desaparecer, ou, ao contrário, não será a Terceira Revelação.
Compreendendo a nossa posição diante desse aspecto universalista da religião que abraçamos, para sermos verdadeiramente cristãos na sua mais genuína acepção, é mister que, de início, nos desapeguemos interiormente da parte transitória, mutável, para vivermos intensamente a essência dos ensinamentos de Jesus, no nosso convívio religioso, sob o mesmo teto da casa espírita que frequentamos.
Em verdade, a vivência com o Cristo independe do local que venhamos frequentar nos trabalhos doutrinários que realizamos. Organizamo-nos em grupos afins, compartilhando dos mesmos desejos de dedicação ao próximo, estreitando os nossos laços de fraternidade, num convívio familiar de maior extensão, porém, o objetivo central ainda é o de nos transformarmos de dentro para fora..
As organizações religiosas espíritas são necessárias com uma decorrência jurídica, legal, social, coerente e obediente às leis dos homens, porém vale ainda aqui lembrar as palavras do Mestre Nazareno: "... dai da César o que é de César: dai a Deus o que é de Deus".
O trabalho idealista-cristão no serviço ao próximo é sustentação e apoio sutil aos propósitos evangélicos individuais de melhorar-se.
Extraído do livro Iniciação Espírita - Ed. Aliança - Cap O CRISTÃO NO MEIO RELIGIOSO E NO MEIO PROFANO
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