sábado, 30 de março de 2019

CARACTERÍSTICAS DA MENSAGEM DO CRISTO


Sua mensagem transformadora e educativa é portadora de alegria e amorosidade. Aquele que sente a mensagem do Cristo mostra sua alegria interior nos atos mais simples da vida. Sua vivência não é uma demonstração para que o vejam, pois é dirigida para o interior de si mesmo. Ela é vivida de forma natural, espontânea, sincera e sadia. Nos seus momentos de irritação, ele não permite que alegria interior seja subtraída por muito tempo. Indigna-se, porém não perde o objetivo de seu estado de espírito natural. Permite-se contrariedade, porém logo se refaz.

Sua mensagem é preventiva e curativa. É um código de ética espiritual e de felicidade pessoal. O cristão sincero sabe que vivenciar a mensagem o prepara melhor para muitos males e aflições, com os quais naturalmente terá que aprender a viver. Pensar e sentir como um verdadeiro cristão coloca-nos em contato com o mais alto código de Vida, trazendo-nos paz e felicidade. O máximo de felicidade alcançável na Terra.

Seu exercício e sua vivência colocam o ser humano em contato com as forças superiores do universo. Os Bons Espíritos naturalmente procurarão intuir, para as mais nobres missões, aqueles que vivenciam sinceramente a mensagem do Cristo. A mediunidade intuitiva será a forma mais comum de captação das benéficas influências com o Mundo Espiritual Superior, para aqueles que sinceramente vivenciarem a mensagem do Cristo.

A mensagem do Cristo tem sido divulgada concitando as pessoas à fraternidade, à solidariedade, à comunhão, à consolação, à ajuda mútua e à assistência recíproca. Deve também ser vista como poderosa força de transformação e de vontade de mudança pessoal, Verdadeiramente alavanca para a motivação e a movimentação da energia que impulsiona o ser humano a viver, também conhecida pelo nome de energia psíquica.

Allan Kardec escreveu E.S.E. item I que a mensagem endereçada pelo Cristo é um “roteiro infalível para a felicidade.” É “uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça.” De fato, é uma regra de proceder na vida pública (norma externa) como também na vida privada (norma interna). Quando a norma interna alcança o patamar em que o indivíduo atinja espiritualidade nas suas atitudes, ela será capaz de fazê-lo viver externamente bem na sociedade.

Alcançar espiritualidade é viver consciente da imortalidade da alma, compreender as atitudes humanas, respeitando inclusive os equívocos do outro, agir com calma e equilíbrio diante de situações adversas, ter fé e esperança num mundo melhor, utilizar-se da razão e do sentimento na análise das situações, confiar na presença dos Bons Espíritos em sal vida, buscar o crescimento pessoal e ocupar-se em proporcionar que outros o façam agir para com o próximo da mesma forma que gostaria que agissem consigo, dentre outras atitudes.

A mensagem do Evangelho nos convida à busca da alegria além do prazer efêmero. Eleva-nos a alma além das circunstâncias materiais, dando um sentido (objetivo) para a Vida. Um sentido espiritual, que vale para o além, para a eternidade, para o aquém e para o presente. Como mensagem cristã, o Espiritismo traz um conteúdo que deve nos levar à felicidade, como um estado de espírito, ainda enquanto encarnados. Os princípios espíritas devem ser perseguidos para utilização aqui e não apenas no além. Vivê-los no presente, para o presente, consequentemente para o futuro.

Podemos observar que os primeiros cristãos, face ao fulgor que brotava da essência da mensagem, por muitos séculos, ante ela, permaneceram admirados e em êxtase. Buscavam vive-la sem consciência de sua transcendência e magnitude. Isso ocorreu durante os primeiros séculos depois de Cristo. Mais tarde, já refeitos do primeiro impacto, politizaram e racionalizaram a mensagem. Transformaram-na em religião do Estado, oficial e obrigatória. O que ainda perdura até hoje, porém sem obrigatoriedade inicial. Em paralelo a estes, por muitos séculos também, apareceram os sectários e inquisidores que transformaram a mensagem em instrumento de punição e terror, agindo frontalmente contra sua essência de amor e paz. Logo depois, em oposição aos anteriores, surgiram os questionadores e reformadores que buscavam depurar a mensagem, porém deixando ainda marcas que a manchavam. Protestaram, provocando reações contrárias que fomentaram guerras que ainda ocorrem em nossos dias. Com o advento do Espiritismo podemos notar o surgimento de uma quinta e última geração de cristão, preocupados em viver plenamente a mensagem. Estes
Últimos, embora, às vezes, apresentem a mesmas tendências das outras gerações, até porque são os mesmo que retornam pela reencarnação, se perseguirem o propósito de aplicarem-na a si mesmos, alcançarão a iluminação apregoada pelo Cristo.

A mensagem cristã é, portanto, a espírita, pela sua capacidade de alcançar o consciente e, principalmente, o inconsciente humano, permite que a vida seja vista de um ponto de vista mais claro e menos pesado para o Espírito. O Espiritismo é uma doutrina leve e suave que faz com que os conflitos e problemas das pessoas sejam encarados da mesma forma.

Além de outros objetivos superiores, creio que a mensagem do Evangelho contém o propósito de que o ser humano alcance espiritualidade também enquanto encarnado.
Trecho extraído do livro Psicologia do Evangelho – Adenáuer Novaes – cap. – “Jesus, psicólogo da alma”.

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