O reino de Deus e o paraíso perdido
Moisés relata no Gênesis a história de Adão e Eva, que teriam sido – segundo a interpretação literal das Escrituras – os primeiros seres humanos a habitar a Terra. Criados por Deus, eles viviam num jardim de delícias: o Éden bíblico, mas, tentados pela serpente, comeram o fruto proibido da árvore da ciência e foram expulsos do paraíso para a Terra, onde sua sobrevivência dependeria, a partir de então, do seu próprio trabalho.
Essa explicação,
adequada ao nível de
compreensão do povo
judeu da época de
Moisés, não pode ser
aceita como verdade
absoluta nos tempos
atuais, em que o
progresso intelectual e
científico é muito mais
apurado. Com efeito, as
teorias que identificam
nos seres humanos o
resultado do
aprimoramento biológico,
ao longo dos milênios,
de organismos primitivos
que povoaram
inicialmente a Terra,
são hoje amplamente
difundidas, aceitas pela
comunidade científica e
confirmadas pelo Plano
Espiritual.
As recentes
descobertas da
Antropologia e da
Arqueologia não só têm
confirmado essas teorias
como fornecido
argumentos em favor da
tese do povoamento
simultâneo de várias
regiões do planeta, por
meio de povos que,
embora oriundos de uma
única raça – a raça
humana –, apresentavam
característicos físicos
distintos, o que explica
sua origem diversificada
e seu desenvolvimento
independente.
A simbologia da
narrativa bíblica
reflete fenômeno usual
no processo de
desenvolvimento e
evolução dos orbes e dos
Espíritos que os
habitam. Os mundos
progridem através do
crescimento em
moralidade e sabedoria
dos seres que neles
vivem. Quando um planeta
atinge uma fase de
culminância em sua
transição evolutiva, os
Espíritos que não
acompanharam o progresso
geral do orbe e se
tornaram ali elementos
de perturbação do
bem-estar da
coletividade são
conduzidos a mundos
menos adiantados, onde
aplicarão sua
inteligência e a
intuição dos
conhecimentos adquiridos
em benefício do
progresso da humanidade
que os habita.
Tais Espíritos
expiarão, no contato com
as difíceis condições de
vida do seu novo
ambiente e entre povos
mais atrasados, as
faltas passadas e o
endurecimento
voluntário, sofrendo o
guante da dor que os
impulsionará à
renovação. Essas
migrações entre os
diversos mundos do
Universo são periódicas
e podem efetuar-se com
os elementos de um povo
ou de um planeta.
Os exilados de Capela exerceram na Terra um papel importante
No Gênesis, Moisés
registra as
reminiscências de um
grupo de Espíritos,
personificados por Adão
e Eva, que migrou para a
Terra, proveniente de um
planeta do sistema
orbital da estrela
chamada Cabra ou Capela,
pertencente à
constelação do Cocheiro.
Há milênios – informa
Emmanuel em seu livro “A
Caminho da Luz” – esse
planeta capelino, que
guarda muitas afinidades
com a Terra, atingira a
culminância de um dos
seus extraordinários
ciclos evolutivos.
Alguns milhões de
Espíritos rebeldes lá se
encontravam dificultando
a consolidação das
penosas conquistas de um
povo que, no geral, era
imbuído de virtudes e
fizera jus à concórdia,
para a edificação dos
seus elevados programas
de trabalho.
Na dor do seu exílio
e da separação de seus
entes queridos, foram
eles recebidos por
Jesus, que, com suas
amorosas advertências,
despertou-lhes as
esperanças de redenção
no porvir e os convidou
à cooperação fraterna
para o aprimoramento dos
povos primitivos que
habitavam nosso planeta.
A eles, Jesus prometeu a
assistência cotidiana e
sua vinda futura, para
indicar-lhes o caminho
que lhes possibilitaria
o retorno ao paraíso
perdido.
Com o auxílio
daqueles Espíritos
aflitos e endividados,
que reencarnaram nas
regiões da Terra já
habitadas pelos povos
primitivos, as falanges
de Jesus procederam ao
aperfeiçoamento dos
caracteres biológicos
dos seres humanos que
aqui encarnariam e
lançaram as bases do
progresso e da
civilização no planeta.
Vivendo entre povos
primitivos, ainda em
situação de barbárie, os
exilados de Capela
sentiram-se degredados,
conduzidos a ambiente
rude, para expiar suas
faltas; mas,
intuitivamente,
almejavam o retorno ao
paraíso perdido, cuja
lembrança na esfera da
intuição propagou-se
através das gerações e
foi relatada nas páginas
bíblicas de forma
alegórica.
A figura de Adão
deve ser compreendida,
portanto, como símbolo
da humanidade terrena.
Sua desobediência às
determinações divinas
representa a infração
das leis do bem, em que
incorreram os homens,
particularmente os
exilados do sistema
capelino, ao se deixarem
dominar pelos instintos
materiais. A árvore da
ciência é uma alegoria
relativa à possibilidade
de o homem discernir
entre o bem e o mal,
através do progresso
intelectual e do
consequente
desenvolvimento do seu
livre-arbítrio, que
acarreta a
responsabilidade por
seus atos.
Muitos exilados de Capela ainda continuam na Terra
O fruto da árvore da
ciência, que floresce no
meio do “jardim das
delícias”, corresponde
ao produto da evolução
material e se constitui
no objeto dos desejos
materiais do homem.
Comer o fruto é
deixar-se vencer pelas
sensações da matéria, em
detrimento das
conquistas espirituais
que cumpre realizar.
A árvore da vida
simboliza a vida
espiritual, é referência
às conquistas em
moralidade e demais bens
do Espírito, que o orbe
capelino efetivara e de
que os exilados já não
poderiam aproveitar por
se haverem desarmonizado
com o ambiente
espiritual daquele
planeta.
A serpente
simboliza, pelas suas
formas e modo de
locomoção, a sinuosidade
dos maus conselhos que,
contornando os
obstáculos da
consciência, conseguem
atingir o ser, ao
encontrar os resquícios
da inferioridade no
âmago do seu coração.
Bibliografia:
A Gênese,
de Allan
Kardec, cap. 11, itens
38 a 49, e cap. 12,
itens 2 a 26.
A Caminho
da Luz,
de
Emmanuel, psicografado
por Francisco Cândido
Xavier, pág. 34.
Extraído http://www.oconsolador.com.br/ano2/78/esde.html
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