Envolvendo o planeta Terra e projetando-se para
distâncias imensas existem camadas de correntes mentais,
produto do que pensam, como vivem e agem os homens,
encarnados e desencarnados: essa é a psicosfera
terrestre!
Num planeta onde o mal supera o bem, como o nosso, tais
camadas, formadas pelos turbilhões de pensamentos bons
ou maus que se entrecruzam — ora com sintonia, ora com
repulsão —, obviamente, estão eivadas de vibrações
majoritariamente deletérias, as quais tendem a
influenciar, senão toda, grande parte da humanidade.
Ocorre que extrapolando a silhueta física todos os seres
vivos possuem uma aura radiante. Nos humanos, em
particular, a intensidade vibratória e características
cromáticas são consentâneas com sua evolução moral e seu
comportamento.
Na aura humana, de ação
protetora qual “túnica eletromagnética”, (...) “halo
energético” (...) “couraça vibratória, espécie de
carapaça fluídica” (...) “à maneira de campo ovoide”,
nas expressões seguras do Espírito André Luiz[1],
que se localizam as aberturas dos centros vitais de
força (chacras), que ora captam, ora exaurem energias,
incessantemente.
Nada objeta considerar que citada aura é a psicosfera de
cada ser humano, “através da qual” (ainda segundo André
Luiz) “somos vistos e examinados pelas Inteligências
Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins”.
Dessa forma, resta verdadeiro que a influência externa,
se negativa, só acontecerá se houver desguarnecimento
psíquico, isto é, invigilância moral, de que nossa aura
dará identificação infalsificável.
A Lei Divina contempla solidamente que “a cada um
segundo suas obras”...
A soma de todas as auras, com suas projeções radiantes
entrecruzando-se, fruto dos incessantes pensamentos das
criaturas humanas (encarnadas e desencarnadas) formará a
psicosfera do mundo em que vivem, mergulhadas e
sustentando-se mentalmente nesse mar de vibrações e
ondas — correntes eletromagnéticas, enfim. No nosso
caso, a Terra.
Cada pensamento ou ação tem reflexos na psicosfera
terrestre, muito embora imperceptíveis, individualmente,
mas expressivos, no conjunto.
Algo assim como o chamado
“efeito borboleta”, referente às condições iniciais
dentro da teoria do caos[2],
que segundo a cultura popular, faz com que o bater de
asas de uma simples borboleta influencie o curso natural
das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro
lado do mundo.
Um exagero, certamente, mas provável quanto à
psicosfera.
A psicosfera terrestre é o endereço sideral para onde
vão todos os homens quando desencarnam, o que significa
dizer que, passamos muito tempo lá...
Exaustivamente os Espíritos em superior adiantamento
moral informam que, embora sem fronteiras demarcadas,
nas regiões espirituais que compõem a psicosfera
terrestre, em cada uma delas só habitam Espíritos cujo
grau evolutivo para tanto ali os credencia. E isso é
válido em todos os níveis de plataforma moral.
Daí que no espaço sideral há mesmo muitas camadas
espirituais, ou como lecionou o Mestre Jesus: “há muitas
moradas na casa do meu Pai”.
Não me objeta refletir que o Cristo assim se expressava,
referindo-se já a partir desta nossa abençoada casa
planetária.
*
Não há aqui opinião pessoal, aliás, de todo, sempre
dispensadas...
Para que os próprios leitores analisem, reflitam e
concluam observações elenquei, isto sim, pronunciamentos
de vários Espíritos, estudiosos do Espiritismo, todos
tratando desse instigante assunto: as esferas
espirituais.
Na leitura atenta desses registros percebe-se que assim
como o planeta acha-se envolvido por camadas
atmosféricas, que a ciência bem já definiu, igualmente
circundam-no, na sua parte astral, regiões espirituais.
Essas regiões têm vida intensa e em cada uma habitam
Espíritos — talvez milhões deles —, alocados pelas Leis
Divinas, invariavelmente na razão direta do merecimento
individual, isto é, os habitantes de cada região guardam
em si mesmos sintonia e nível evolutivo similar.
Assim, como a Grande Lei contempla o livre-arbítrio,
existem moradas felizes e infelizes, todas construídas e
mantidas por seus moradores.
Outro detalhe que captei: muitas são as denominações
para essas paragens astrais, mas todas convergindo para
as mesmas características: camadas espirituais,
regiões astrais, esferas espirituais, degraus
espirituais, moradas de luz, etc., são algumas das
denominações observadas. Sobre esse detalhe permito-me
grifar essas expressões, destacando assim o
enunciado.
A seguir, resumidamente, alguns detalhes que apurei das
informações existentes na literatura espírita sobre
esferas espirituais:
Começo, obviamente, por:
1. Allan Kardec
“O Céu e o Inferno”, 32ªEd., 1984, FEB, RJ/RJ
- Na 1ª Parte, cap. IV, itens 1,5,7, comentando sobre o
“Inferno”, registra que na Antiguidade o homem
acreditou, por intuição, que a vida futura (depois da
morte) seria feliz ou infeliz, conforme o bem ou o mal
praticado neste mundo.
Tanto os antigos quanto os cristãos localizaram o reino
da felicidade nas regiões superiores; nas
regiões inferiores (cavidades sombrias, terríveis,
no centro da Terra) estariam os condenados aos suplícios
eternos.
Por analogia, verifica-se que o inferno dos pagãos
tinha, de um lado, os Campos Elíseos, e do outro, o
Tártaro; no Olimpo, situado nas regiões superiores,
localizava-se a morada dos deuses e dos homens
divinizados.
No Evangelho está escrito que Jesus desceu aos infernos,
isto é, aos lugares baixos para deles tirar as
almas dos justos que lhe aguardavam a vinda.
A morada dos Anjos, assim como o Olimpo, era nos
lugares elevados, que eles colocaram-na para além do
céu estelar, então considerado limitado.
- Na 1ªParte, cap. IX, nº 13: está registrado que os
Anjos banidos, em legiões, moram nas camadas
inferiores da nossa atmosfera e percorrem todas as
partes do globo.
“A Gênese”, cap. XIV, 35ª Ed., 1992, FEB, RJ/RJ
- No item 9 Kardec reflete sobre a natureza do
envoltório fluídico (perispírito) do Espírito, que está
sempre em relação com o seu grau de adiantamento moral.
Os Espíritos inferiores não podem mudá-lo à sua vontade.
Por isso, muitos Espíritos grosseiros acreditam-se ainda
encarnados e por essa razão permanecem na superfície da
Terra.
- No item 10 vê-se: (...) “A camada de fluidos
espirituais que cerca a Terra se pode comparar às
camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais
compactas, menos puras, do que as camadas superiores”.
A constituição íntima do perispírito não é idêntica em
todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que
povoam a Terra ou o espaço circundante.
2. Léon Denis
“No Invisível”, 1ª Parte, 16ªEd., 1995, FEB, RJ/RJ
- No Item III, p. 51, relata sobre o grau de pureza das
almas: as etéreas, radiosas e de sublimes harmonias
elevam-se às “esferas divinas”; já as almas
opacas, tenebrosas, precipitam-se nas regiões
inferiores, palco de luta e sofrimento.
“Depois da morte”, 12ª Ed., 1ª Parte, 1983, FEB, RJ/RJ
- Item 3, “O Egito”: As almas inferiores e más ficam
presas à Terra por múltiplos renascimentos, porém as
almas virtuosas sobem voando para as esferas
superiores, onde recobram a vista das coisas
divinas. Impregnam-se com a lucidez da consciência
esclarecida pela dor, com a energia da vontade adquirida
pela luta. Tornam-se luminosas, porque possuem o divino
em si próprias e irradiam-no em seus atos. Reanima pois
teu coração, ó Hermes, e tranquiliza teu espírito
obscurecido pela contemplação desses voos de almas
subindo a escala das esferas que conduz ao Pai,
onde tudo se acaba, onde tudo começa eternamente. E
as sete esferas disseram juntas: Sabedoria! Amor!
Justiça! Beleza! Esplendor! Ciência! Imortalidade!
(Grifos meus.)
- Item 33: “A Vida no Espaço”: As almas colocam-se e
agrupam-se no espaço segundo o grau de pureza do seu
respectivo invólucro; a condição do Espírito está em
relação direta com a sua constituição fluídica, que é a
própria obra, a resultante do seu passado e de todos os
seus trabalhos. Determinando a sua própria situação,
acham, depois, a recompensa que merecem. Enquanto a alma
purificada percorre a vasta e fulgente amplidão, repousa
à vontade sobre os mundos e quase não vê limites ao seu
voo, o Espírito impuro não pode afastar-se da vizinhança
dos globos materiais.
3. André Luiz
“Evolução em dois mundos”, A.Luiz/F.C.Xavier-W.Vieira,
1ª Parte, “Esferas Espirituais”, 11ªEd., 1989, FEB,
RJ/RJ
- cap. 13: Muitos comunicantes da Vida Espiritual têm
afirmado, em diversos países, que o plano imediato à
residência dos homens jaz subdividido em várias
esferas. Assim é com efeito, não do ponto de vista
do espaço, mas sim sob o prisma de condições.
“Libertação”, A.Luiz/F.C.Xavier, 6ª Ed., 1974, FEB,
RJ/RJ
- cap. IV, p.52-53 e 62 e cap. V, p. 93: Equipe
socorrista faz travessia nas regiões espirituais
“em descida”. Ali: vasto domínio das sombras;
volitação impossível; vegetação sinistra e angustiosa;
apelos cortantes vindos dos charcos; equipes de
Espíritos armados, em trajes bisonhos, não registram
presença amiga. Após planalto que se quebrava em abrupto
despenhadeiro, em distância de dezenas de quilômetros,
sucediam-se furnas e abismos, onde se amontoavam
milhares de criaturas que abusaram de sagrados dons da
vida.
“Nosso Lar”, 48ª Ed., 1998, FEB, RJ/RJ
- cap. 12, p. 69-71, cap. 16, p. 90-91: o umbral é zona
obscura, começa na crosta terrestre. Ali há concentração
de legiões compactas de almas ignorantes, nem
perversas (para serem encaminhadas a colônias de
reparação mais dolorosa), nem nobres: para
merecer planos de elevação.
O Espírito André Luiz diz-nos que sua mãe reside em “esfera
elevada” e que seu pai habita “zona de trevas
compactas”; suas irmãs acham-se no umbral, agarradas
à crosta terrestre.
Obs.: No livro “Cidade no além”, de F.C.Xavier,
Heigorina Cunha e os Espíritos André Luiz e Lúcius,
24ªEd., 1983, IDE, Araras/SP, há figuras explicativas,
com esboços puramente pedagógicos: vê-se o planeta Terra
e as esferas espirituais (camadas) adjacentes.
Informações dos autores do livro dão conta de que a
cidade Nosso Lar, assinalada com uma estrela,
está localizada na 3ª esfera acima da Crosta,
sobre uma extensa região do Estado do Rio de Janeiro
(entre as cidades do Rio de Janeiro, Campos / Itaperuna),
em faixa que pode ser definida como a periferia do
Umbral).
4. O Espírito Camilo
“Memórias de um suicida”, Autor espiritual
“C.C.Botelho”, psicografia de Yvonne. A. Pereira, 5ª
Ed., 1975, FEB, RJ/RJ
- cap. I, p. 15-16: tratando das regiões do mundo
invisível descreve o panorama desolador da região
onde se viu (“vale dos suicidas”), aprisionado após
cometer o suicídio: vales profundos, cavernas sinistras,
só sombras, gargantas sinuosas; uivos de maltas de
demônios enfurecidos; ar pesadíssimo, asfixiante,
gelado, enoitado; jamais haverá ali paz, consolo,
esperança...
(Este artigo será
concluído.)
In “Evolução em Dois Mundos”, A.Luiz/F.C.Xavier-W.Vieira,
1ª Parte, cap. XVII, “Aura Humana”, 11ª Ed.,
1989, FEB, RJ/RJ.
Teoria do Caos:
para a física e a matemática é a hipótese que
explica o funcionamento de sistemas complexos e
dinâmicos. Um exemplo: na natureza, onde esses
sistemas são comuns, a formação de uma nuvem no
céu pode ser desencadeada e se desenvolver com
base em centenas de fatores que podem ser o
calor, o frio, a evaporação da água, os ventos,
o clima etc.
Fonte http://www.oconsolador.com.br/ano11/524/especial.html
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