Para a generalidade dos estudiosos, o Cristo permanece tão somente
na História, modificando o curso dos acontecimentos políticos do mundo; para a
maioria dos teólogos, é simples objeto de estudo, nas letras sagadas,
imprimindo novo rumo às interpretações da fé; para os filósofos, é o centro de
polêmicas infindáveis e, para a multidão dos crentes inertes, é o benfeitor
providencial nas crises inquietantes da vida comum.
Todavia , quando o homem percebe a grandeza da Boa Nova,
compreende que o Mestre não é apenas o reformador da civilização, o legislador
da crença, o condutor do raciocínio ou o doador de facilidades terrestres, mas
também, acima de tudo, o renovador da vida de cada um.
Atingindo esse ápice do entendimento, a criatura ama o
templo que lhe orienta o modo de ser, contudo, não se restringe às reuniões
convencionais para as manifestações adorativas, e sim traz o Amigo celeste ao
santuário familiar, onde Jesus, então, passa a controlar as paixões, a corrigir
as maneiras e a inspirar as palavras habilitando o aprendiz a traduzir-lhe os
ensinamentos eternos através de ações vivas, com as quais espera o Senhor
estender o divino reinado da paz e do amor sobre a Terra.
Quando o Evangelho penetra o lar, o coração abre mais
facilmente a porta ao Mestre Divino.
...
Hoje, que quase vinte séculos são já decorridos sobre as
primícias da Boa Nova, o domicílio de Simão se transformou no mundo inteiro...
Jesus continua falando aos companheiros de todas as
latitudes. Que a sua voz incisiva e doce possa gravar no livro de nossa alma a
lição renovadora de que carecemos à frente do porvir, convertendo-nos em
semeadores ativos de seu infinito amor, é a felicidade maior a que poderemos
aspirar.
Emmanuel
Prefácio do livro Jesus no Lar de pelo espírito de Neio
Lúcio – psicografado por Chico Xavier
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