sábado, 15 de outubro de 2016

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA – LIVRO 3 CAP 4




A Filosofia Espírita

A TRINDADE ESPÍRITA (DEUS – ESPÍRITO – MATÉRIA)

Bibliografia
DEUS , ESPIRITO E MATÉRIA – Manuele de O Portásio Filho – EdFEESP
FILOSOFIA ESPÍRITA E SEUS TEMAS _ Manoel P. São Marcos – Ed. FEESP
O PORQUÊ DA VIDA – Léon Denis – Ed FEB
ESTUDO DA FILOSOFIA ESPÍRT – Jefferson José Bui – Ed FEESP

REFLEXÃO

Uma filosofia além da filosofia?
Enquanto a Filosofia Tradicional se limita a navegar por lagos e lagoas, a Filosofia Espírita busca mares abertos, oceanos e mesmo espaços siderais para sua investigação.
Por que vou me restringir quando meus horizontes podem  ser alargados?
Enquanto muitos, por restrições colocadas por si mesmos se banham em pequenas poças, solto as amarras e entro em águas mais transparentes e profundas de um lindo oceano com mistérios ainda maiores por serem desvendados.

11- PARTE: OBJETIVO DESTA AULA

Esta aula tem por objetivo introduzir a Filosofia Espírita no nosso curso tendo como base as investigações efetuadas nas aulas anteriores sobre o os fenômenos inexplicáveis, materializações e a prova filosófica da existência do espirito do mundo espiritual.

22-   PARTE: INTRODUÇÃO

Inúmeros são os fenômenos caracterizados como espirituais, miraculosos, divinos e mesmo os denominados demoníacos. Esses fenômenos existem, são inegáveis, é de conhecimento geral, todos já tiveram oportunidade de ver ou ouvir reportagem a respeito. De alguma forma já houve um contato a respeito deles mesmos que seja através de conversas ou mesmo da TV. O que nos admira é a indiferença com que esses fenômenos são tratados ou interpretados. Muitos se conformam  com explicações extremamente infantis ou sem um mínimo de reflexão a respeito.

Esses fenômenos sempre existiram em toda historia da Humanidade, diferindo apenas em suas explicações e interpretações. No século XIX eles foram mais intensos e sofreram um interesse maior por parte da comunidade científica. Todos porem terminaram como começaram, ou seja, sem uma explicação plausível.
Tanto os fenômenos observados por Kardec como os acompanhados por outros renomados cientistas da época levam-nos a uma reflexão de suas causas.

A partir daí iniciamos uma investigação de caráter filosófico, buscamos explicações logicas e racionais, fazendo deduções, induções e inferências.

3-PARTE: A FILOSOFIA ESPÍRITA

A busca de explicações dos fenômenos culminou com as revelações trazidas a Kardec em meados do século XIX logo após suas observações com as mesas girantes. O caráter inteligente das comunicações levou de encontro àqueles questionamentos recém-observados. As respostas fornecidas pelas manifestações inteligentes às 1019 questões formuladas por Rivail apresentam um quadro novo sobre o mundo extracorpóreo e o seu intercambio com o mundo físico. Além da revelação deste novo mundo, apresenta igualmente as leis que o regem, seus princípios e seus objetivos.

A todo esse agregado de dados experimentais, provocados ou espontâneos, com as revelações apresentadas desaguam em uma filosofia de caráter transcendente e abre uma nova frente de pesquisa muito além da científica que é baseada em um empirismo objetivista e pragmático.  Estrutura-se então uma filosofia de caráter abstrato e subjetivo porem de forte conotação comportamental beneficiando o convívio coletivo e amenizando questionamentos ate então sequiosos de melhores respostas aos porquês da vida.

Toda revelação efetuada a Kardec leva a respostas coerentes, logicas e racionais aos fenômenos que batizamos de cientificamente inexplicáveis, montando assim, não uma escoa filosófica como a de Platão, Aristóteles, Descartes ou Espinosa, mas o que podemos definir como um sistema filosófico tal a sua abrangência, envolvendo quase todas as áreas do conhecimento.

Por esta razão o entendimento e a assimilação do pensamento filosófico espirita requer uma convivência e um conhecimento mesmo que básico da filosofia a qual chamamos tradicional.

As primeiras duas partes desse nosso curso de filosofia espirita procurou-se fornecer essa base primordial. Ela com certeza nos situará dentro do campo filosófico utilizando de maneira adequada os conceitos básicos e fundamentais ao entendimento completo de nossa filosofia.

4 – PARTE: PARTES DA FILOSOFIA ESPÍRITA

A Filosofia Espírita tem um caráter metafisico, ou seja, têm proposituras, princípios e arguições para fatos não cientificamente entendíveis e para um mundo além do físico onde a Ciência Acadêmica averigua através de métodos empíricos e com metodologia própria.

Os campos filosóficos aqui tratados já são de uso corrente na filosofia tradicional. A Filosofia Espirita, porem, amplia essa conceituação acrescentando todo entendimento do mundo espiritual.

Nesses termos podemos dividi-la nos seguintes campos:


  • Teologia (Teoria da Existência de Deus) – a existência do Criador é um dos pilares mestres da Doutrina Espirita por isso Kardec inicia a sua obra básica com a pergunta: O que é Deus.

  • Cosmologia (Teoria do Universo) – é a parte da Filosofia Espirita que trata da visão cientifica do Cosmos acrescentada das revelações sobre os mundos habitados bem com do estudo filosófico do principio-matéria, segunda hipótese ou substancia constitutiva da Criação.

  • Ontologia (Teoria do Ser e do Ente) – é a parte da Filosofia Espírita que estuda a primeira hipótese da Criação, ou seja, o principio-inteligente. É o estudo do Ser não só na sua existência  corpóreo mas indo além, investigando a existência não corpórea.

  • Gnosiologia (Teoria do Conhecimento) – nesta parte a Filosofia Espírita acrescenta ao conhecimento total da Filosofia Tradicional juntamente com a Ciência Acadêmica, toda a bagagem explicativa dos fenômenos cientificamente inexplicáveis.

  • Axiologia (Teoria dos Valores) – é aqui que a Filosofia Espirita rata dos objetivos da existência  e os reais valores a serem observados.

  • Antropologia (Teoria do Homem) – nesta parte a Filosofia Espirita foca a evolução antropológica aliando a evolução anímica dos seres. Enfim tratando do determinismo da evolução.

5- PARTE: A TRINDADE ESPIRITA

O ponto de partida de todos os sistemas religiosos é a trindade. Podemos afirmar que se trata dos três pontos de estabilidade. Onde o plano se faz presente e o equilíbrio se torna estável. É a segurança de qualquer doutrina.

A Doutrina Espírita não ficaria a par deste conceito. Ela é dual em sua concepção com Creador-
Creacao o qual juntamente com a dualidade da Criação: Hipóstase Inteligência e Hipóstase Matéria forma a Trindade básica do Espiritismo: Deus – Espirito (principio-inteligente) – Matéria (principio- matéria).

Assim como a matéria (ou energia) existente no Universo tem sua origem incerta ou indefinida pela Ciência Acadêmica,  a substancia (ou hipóstase) inteligência também apresenta uma nebulosidade a respeito de sua procedência. Quanto à existência desta hipóstase, poucas dúvidas restam. Duvidas podem existir quanto sua existência desagregada da matéria.

No tocante ao Criador, temos duas hipóteses: ele existe ou inexiste. Sua inexistência complica ainda mais o entendimento do surgimento das outras duas substancias.

Descartes com toda sua lógica o admite como a Res Infinita criadora das outras duas: Res Cogito e Res Extensa.

6. PARTE: Espírito e matéria

Não há efeito sem causa: o nada não o poderia produzir coisa alguma. Estão aí verdades incontestáveis. Ora, como se verifica em cada um de nós a existência de forças, de potências que não podem ser consideradas com materiais, há necessidade, para explicar a sua causa, de remontar a outra origem além da matéria, a esse principio que designamos por alma ou Espírito.

Penetrando nos recessos mais íntimos do nosso ser encontramo-nos em face de princípios augustos, sem os quais não há grandezas para a Humanidade: o amor do bem, o sentimento da justiça e do progresso. Esses princípios, que se encontram em graus diversos, no ignorante do mesmo modo que no homem de gênio, não podem proceder da matéria, que está desprovida de tais atributos.

Devemos antes considerá-lo como reflexos duma alta e pura luz que brilha em cada um de nós, do mesmo modo que o Sol se reflete sobre as águas, estejam elas turvas ou límpidas.

Sentimos, amamos, possuímos a consciência, a vontade e a razão, e precederíamos duma causa que não possui essas qualidades em nenhum grau, duma causa que não sente, não ama, sem conhecer coisa alguma, que é cega e muda! Superiores à força que nos produz, seriamos mais perfeitos e melhores do que ela.
O homem participa de duas naturezas. Pelo seu corpo, pelos seus órgãos deriva-se da matéria; pelas suas faculdades intelectuais e morais, procede do Espírito.

7- PARTE: Harmonia do Universo

Estabelecida em nós a existência de um principio inteligente e racional, e encadeamento das causas e efeitos, para explicar a sua origem mister se faz remontarmos à fonte donde ela dimana. Essa fonte, na pobre e insuficiente linguagem humana, é designada pelo nome de Deus.

Deus é o foco de que emana toda a ideia de justiça, de solidariedade, de amor, o alvo comum para o qual todos os seres se encaminham, consciente ou inconscientemente.

Para entrever essa verdade, o pensamento deve desligar-se dos preceitos acanhados, das práticas vulgares; deve rejeita as formas grosseiras com que as religiões envolveram o supremo ideal. Deve estudar Deus na majestade das suas obras.

Observe o nosso globo, contemple todos os seres vivos que o povoam: aves, insetos, animais, plantas e flores, cada um dos quais é uma obra maravilhosa, uma joia.

Observe a si mesmo, o seu corpo físico e veja o mecanismo admirável dos teus órgãos e dos teus sentidos?
Que gênio humano poderia imitar as obras-primas tão delicadas como os olhos e os ouvidos?

Considere todas essas coisa e pergunte à razão, ao discernimento:

Se tanta beleza, esplendor e harmonia, podem resultar do acaso e
Se não devemos atribuir tudo isso a uma causa inteligente presidindo à ordem do mundo e à evolução da vida.

8 – PARTE: CONCLUSÃO

A amplidão que a Filosofia Espírita confere ao homem é algo fantástico. É amplo no sentido temporal: o espírito é eterno, teve começo e não terá fim. É amplo no sentido espaço: não se restringe a Terra como centro de todas as coisas, nem mesmo o homem como figura centralizadora da Criação. O espaço é realmente infinito e nossa existência tem espaços ilimitados por conhecer.

Enfim um caminho ilimitado e infinito por percorrer.

Ao admitirmos a Filosofia Espírita em nossas conjecturas metafísicas, ampliamos nosso conceito de mundo, tanto físico com temporal e mesmo imaterial. Não ficam pontos obscuros, todos  são  abordados.
Até termos explicações mais plausíveis esta Filosofia é a que melhor se apresenta para decifrar os enigmas metafísicos mais profundos dentro de uma lógica e racionalidade cartesiana.

Alan Krambeck

9- PARTE: máxima/ leituras e preparação para próxima aula
Próxima aula:
Livro 3 – cap 5: Quem sou – De onde vim – Que faço aqui – Para onde vou
Leitura:
O LOVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec – Ede FEB













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