Estudo – O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap V - O Cristo Consolador.
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OS TEMPOS DO CONSOLADOR
A permissão de Deus para que nos manifestássemos
ostensivamente, entre os agrupamentos dos nossos irmãos encarnados, chegou,
justamente, a seu tempo, quando o espírito humano despido das vestes da
puberdade, com o juízo amadurecido para assimilar algo da Verdade, tateava
entre vacilações e incertezas, estabelecidas pela investigação da Ciência, sem
conseguir adaptar-se ao demasiado simbolismo das ideias religiosas, latentes na
alma humana, desde os tempos primevos dos trogloditas.
Justamente na época requerida, consoante as profecias do
Divino Mestre, derramou-se da sua luz sobre toda a carne, e os emissários do
Alto, segundo as suas possiblidades e os méritos individuais, tem auxiliado a
ascensão dos conhecimentos humanos para os planos elevados da espiritualidade.
A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE
Desde as eras primárias da Civilização, a ideia de um poder
superior, interferindo nas questões mundanas, vem guiando o homem através dos
seus caminhos e a Religião sempre constituiu o maior fator da moral social, se
bem que apresentasse a Divindade à semelhança do homem, em seus ensinamentos
exotéricos.
O Cristianismo, inaugurando um novo ciclo de progresso
espiritual, renovou as concepções de Deus no seio das ideias religiosas;
todavia, após a sua propagação, várias foram as interpretações escrituristas,
dando azo a que as facções sectaristas tentassem, isoladamente, ser as suas
únicas representantes; a Igreja Católica e as numerosas seitas protestantes,
nascidas do ambiente por ela formado, tem levado longe a luta religiosa,
esquecidas de que a Providência Divina é Amor.
Estabeleceram com a sua acanhada hermenêutica os dogmas de fé, nutrindo-se das fortunas iníquas a que se referem os Evangelhos, prejudicando os necessitados e os infelizes.
Estabeleceram com a sua acanhada hermenêutica os dogmas de fé, nutrindo-se das fortunas iníquas a que se referem os Evangelhos, prejudicando os necessitados e os infelizes.
A FÉ ANTE A CIÊNCIA
Mas, como o progresso não conhece obstáculos, os artigos de
fé, equivaleram a estagnação isoladas.
Se conseguiram satisfazer à Humanidade em um período mais ou menos remoto da sua evolução, caducaram desde que o laboratório obscureceu a sacristia.
Se conseguiram satisfazer à Humanidade em um período mais ou menos remoto da sua evolução, caducaram desde que o laboratório obscureceu a sacristia.
A Ciência desvendou ao espírito humano as perspectivas inconcebíveis
do Infinito; o telescópio descortinou a grandeza do Universo e os novos
conhecimentos cosmogônicos demandaram outra concepção do Criador. Desvendando,
paulatinamente, as sublimes grandiosidades da natureza invisível, a Ciência
embriagou-se com a beleza de tão lindos mistérios e estabeleceu o caminho
positivo para encontrar Deus, como descobrira o mundo microbiano, ao preço de
acuradas perquirições. É que a Divindade das religiões vigentes era defeituosa
e deformada pelos seus atributos exclusivamente humanos; as Igrejas estavam
acorrentadas ao dogmatismo e escravizadas aos interesses do mundo. A confusão
estabeleceu-se. Foi quando o Espiritismo fez sentir claramente a grandeza do
seu ensinamento, dirigindo-se não só ao coração, mas igualmente do seu mistério
e a voz dos Espaços se fez ouvir.
OS ESCLARECIMENTOS DO ESPIRITISMO
Foi assim que a religião da verdade surgiu na Terra, no
momento oportuno. As Igrejas estagnadas encontravam-se no obsoletismo,
incapazes de sancionar as ideias novas, vivendo quase que exclusivamente das
suas características de materialidade e do seu simbolismo, terminando o tempo
de sua necessária influência no mundo. As conquistas científicas não se
coadunavam com o espírito dogmático, e o Espiritismo, com as suas lições
magníficas, alargou infinitamente a perspectiva da vida universal, explicando e
provando que a existência não se observa somente na face da Terra opaca e cheia
de dores.
Há céus inumeráveis e inumeráveis mundos onde a vida palpita
numa eterna mocidade; todos eles se encadeiam se abraçam dentro do magnetismo
universal, vivificados pela luz, imagem real da Alma Divina, presente em toda
parte.
A carne é uma vestimenta temporária, organizada segundo a
vibração espiritual, e essa mesma vibração esclarece todos os enigmas da
matéria.
NÓS VIVEREMOS ETERNAMENTE
A Doutrina dos Espíritos, pois, veio desvendar ao homem o
panorama da sua evolução e esclarecê-lo na problema das suas responsabilidades,
porque a vida não é privilégio da Terra obscura, mas a manifestação do Criador
em todos os recantos do Universo.
Nós viveremos eternamente, através do Infinito, e o
conhecimento da imortalidade expõe os nossos deveres de solidariedade para com
todos os seres, em nosso caminho; por esta razão, a Doutrina Espírita é uma
síntese gloriosa de fraternidade e de amor. O seu grande objeto é esclarecer a
inteligência humana.
Oxalá possam os homens compreender a excelsitude do
ensinamento dos Espíritos e aproveitar o fruto bendito das suas experiências;
com o entendimento esclarecido, interpretarão com fidelidade o “Amai-vos uns
aos outros”, em sua profunda significação.
Os instrutores dos planos espirituais, em que nos achamos,
regozijam-se com todos os triunfos da vossa ciência, porque toda conquista
importa em grande e abençoado esforço e, pelo trabalho perseverante, o homem
conhecerá todas as leis que lhe presidem ao destino.
Emmanuel
Livro Emmanuel - cap XXVI - Francisco Cândido Xavier
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