Livro A Grande Síntese cap 4 de Pietro Ubaldi
Tendes
meios para comunicar-vos com seres mais importantes que aqueles a quem chamais
habitantes de Marte, mas são meios de ordem psíquica, não instrumentos
mecânicos; meios psíquicos que a ciência (que pesquisa de fora para dentro) e a
vossa evolução (que se expande de dentro para fora) trarão à luz. Pode
chamar-se consciência latente uma consciência mais profunda que a normal, onde
se encontram as causas de muitos fenômenos inexplicáveis para vós. O sistema de
pesquisa positiva, ao fazer-vos olhar mais profundamente as leis da natureza,
fez-vos descobrir o modo de transformar as ondas acústicas em elétricas,
dando-vos um primeiro termo de comparação sensível daquela materialização de
meios que empregamos. Já avizinhastes um pouco e hoje podeis, mesmo
cientificamente, compreender melhor.
Acompanhai-me,
caminhando do exterior, onde estais com vossas sensações e vossa psique, para o
interior onde estou eu como Entidade e como pensamento. No mundo da matéria,
temos primeiro, os fenômenos; depois, vossa percepção sensória e, finalmente,
por meio de vosso sistema nervoso convergente para o sistema cerebral, vossa
síntese psíquica: a consciência. Até aqui chegastes, pela pesquisa científica e
experiência cotidiana. Vosso materialismo não errou, quando viu nessa
consciência uma alma, filha da vida física e destinada a morrer com ela. Mas é
apenas uma psique de superfície, resultado do ambiente e da experiência,
servindo à satisfação de vossas necessidades imediatas; sua tarefa termina
quando vos tenha guiado na luta pela vida. Esse instrumento, como já vos disse,
não pode ultrapassar essa tarefa; lançado no grande mar do conhecimento
perde-se; trata-se da razão, do bom senso, da inteligência do homem normal, que
não vai além das necessidades da vida terrena.
Se
descermos mais na profundidade encontraremos a consciência latente; que está,
para a consciência exterior e clara, como as ondas elétricas estão para as
ondas acústicas. A essa consciência mais profunda pertence àquela intuição, é o
meio perceptivo e a ele é necessário poder chegar, como vos disse, para que
vosso conhecimento possa progredir.
Vossa
consciência latente é vossa verdadeira alma eterna, existe antes do nascimento
e sobrevive à morte corporal. Quando, ao avançar, a ciência chegar até ela,
ficará demonstrada a imortalidade do espírito. Mas hoje não estais conscientes
dessa profundidade, não sois sensíveis a esse nível e, não tendo em vós mesmos
nenhuma sensação, a negais. Vossa ciência corre atrás de vossas sensações, sem
suspeitar que elas podem ser superadas, e aí fica circunscrita como num
cárcere. Essa parte de vós mesmos está imersa em trevas, pelo menos, assim é
para a grande maioria dos homens que, por conseguinte, nega; sendo maioria, faz
e impõe a lei, relegando a um campo comum de fora da normalidade e juntando em
dolorosa condenação, tanto o subnormal, isto é, o patológico ou involuído, como
o supranormal, elemento super-evoluído do amanhã. Neste campo, muito errou o
materialismo. Apenas alguns indivíduos excepcionais, precursores da evolução,
estão conscientes na consciência interior. Esses ouvem e dizem coisas maravilhosas,
mas vós não os compreendeis senão muito tarde, depois que os martirizastes. No
entanto, esse é o estado normal do super-homem do futuro.
Acenei
a essa consciência interior, porque é a base da mais alta forma de vossa
mediunidade, a mediunidade inspirativa, ativa e consciente; ela é justamente a
manifestação da personalidade humana quando, por evolução, atinge esses estados
profundos de consciência, que podem chamar-se intuição.
Vossa
consciência humana é o órgão exterior através do qual vossa verdadeira alma
eterna e profunda se põe em contato com a realidade exterior do mundo da
matéria. Por seu intermédio, experimenta todas as vicissitudes da vida, destas
experiências faz um tesouro, delas assimila o suco destilado, do qual ela se
apodera, tornando suas as qualidades e capacidades, que mais tarde constituirão
os instintos e as ideais inatas do futuro. Assim, a essência destilada da vida
desce em profundidade no íntimo do ser; fixa-se na eternidade como qualidades
imperecíveis e nada de tudo o que viveis, lutais e sofreis, perder-se-á em sua
substância. Vedes que, com a repetição, todos os vossos atos tendem a fixar-se
em vós, como automatismos que são os hábitos, isto é, um hábito, uma roupagem
sobreposta à personalidade. Essa descida das experiências da vida se
estratifica em torno do núcleo central do Eu que, com isso, agiganta-se num
processo de expansão contínua; assim, a realidade exterior (tanto mais relativa
e inconsistente quanto mais exterior) sobrevive àquela caducidade, condena-a
àquele constante transformismo que a acompanha e transmite ao eterno aquilo que
vale e sua existência produz. Por isso, nada morre no imenso turbilhão de todas
as coisas; todo ato de vossa vida tem valor eterno.
Quem
consegue ser consciente também na consciência latente, encontra seu Eu eterno
e, na vasta complexidade das vicissitudes humanas, pode reencontrar o fio
condutor ao longo do qual, logicamente, segundo uma lei de justiça e de
equilíbrio, desenvolve-se o próprio destino. Então, vive sua vida maior na
eternidade e com isso vence a morte. Ele se comunica livremente, mesmo na
Terra, por um processo de sintonia que implica afinidade com as correntes de
pensamento, que existem além das dimensões do espaço e do tempo. Em outro lugar
acenei à técnica dessa comunicação conceptual ou mediunidade inspirativa.
Tracei-vos,
assim, o quadro da técnica de vossa ascensão espiritual, efeito e meta de vossa
vida. Em minhas palavras vereis sempre pairar esta grande ideia da evolução,
não no limitado conceito materialista de evolução de formas orgânicas, mas no
bem mais vasto conceito de evolução de formas espirituais, de ascensão de
almas. Este é o princípio central do universo, a grande força motriz de seu
funcionamento orgânico. O universo infinito palpita de vida que, ao reconquistar
sua consciência, retorna a Deus. É esse o grande quadro que vos mostrarei. Essa
é a visão que, partindo de vossos conhecimentos científicos,
indicar-vos-ei. Minha demonstração, lembrai-vos, embora se inicie com uma
investigação para uso dos céticos, é um lampejo de luz que lanço ao mundo, é
imensa sinfonia que canto em louvor de Deus
Livro A Grande Sintese cap 4
http://www.pietroubaldi.org.br/a-grande-sintese-4/capitulos-grande-sintese/57-04-consciencia-e-mediunidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por sua mensagem. Será publicada após aprovação.