(Desobsessão, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, cap. 64.)
Desobsessão - Des/obsessão.
Des - Falta, ausência, negação.
Desobsessão, em sentido amplo, é o processo de regeneração da Humanidade. É o ser humano desvinculando-se do passado sombrio e vencendo a si mesmo. Em sentido restrito, é o tratamento das obsessões, orientado pela Doutrina Espírita.
Grandiosa e bela é a missão do Espiritismo ao ensinar ao mundo o abençoado mister da desobsessão.
A transformação moral que se anuncia e da qual já sentimos os efeitos, a transição dolorosa que vivemos só chegará a bom termo quando, atendendo ao imperativo da dor e da evolução, os seres humanos desanuviarem o seu céu interior, como em processo desobsessivo, conseguindo vencer vícios e defeitos que todos cultivamos com verdadeira obsessão e dos quais somos escravos.
Tais deficiências, por outro lado, são portas abertas aos irmãos menos felizes que nos espritam, desejosos de fruírem a nossa companhia ou de colherem mais uma vítima nas malhas da escravidão mental e moral.
A nossa regeneração é, pois, a nossa desobsessão (autodesobsessão), que poderá ser levada a efeito por nós mesmos de maneira natural, isto é, aceitando Jesus de maneira plena - o que equivale dizer: evangelizando-se, ou ainda, nos casos de obesessão declarada, aliando-se a autodesobsessão aos recursos espíritas.
A desobsessão, agora analisada, refere-se ao tratamento nas reuniões especializadas. É a parte relativa aos ministério da desobsessão tal como nos orienta o Espíritismo.
TRATAMENTO DAS OBSESSÕES
"O tratamento de obsessões (...) não é trabalho excêntrico, em nossos círculos de fé renovadora. Constitui simplismente a continuidade do esforço de salvação aos transviados de toso os matizes, começando nas luminosas mãos de Jesus."
(Pão Nosso, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, cap. 175.)
Antes dele os obsessos eram marginalizados e objetos de curiosidade e temor.
ele, porém, trouxe a lição do amor como remédio e como alimento para os doentes e depauperados da alma, estendendo o seu cuidado amoroso aos que eram tidos como loucos incuráveis e, como tais, da comunidade.
Atraídos pelo sublime magnetismo do Mestre, vinham à sua presença, sentindo instintivamente que nEle encontrariam o alívio e a libertação, ou eram conduzidos por familiares piedosos que igualmente pressentiam nEle a possibilidade da cura.
"diante, pois, deles - possessos e possessores - só a oração do amor infatigável e o jejum das paixões conseguem mitigar a sede em que se entredevoram, entregando-os aos trabalhadores da Obra de Nosso pai, que em toda parte estão cooperando com o Amor, incessantemente."
E conclui Jesus, segundo a narrativa de Amélia Rodrigues; "Se amardes aos revés de detestardes, se desejardes socorrer e não apenas os expulsardes, tudo fareis, pois que tudo quanto eu faço podeis fazê-lo, e muito mais, se o quiserdes..."
O trabalho de desobsessão se iniciou, pois com Jesus, indicando o Excelso Amigo todo o processo terapêutico a se empregado dali por diante. A lição ficaria ecoando pelos tempos a fora, ensinado aos homens que somente através da prece e da reforma íntima conseguiriam a libertação para os graves padecimentos das obsessões.
É o abençoado ministério da desobesessão. Tanto mais abençoado quanto é certo que, ao sermos convocados para esse labor, sentimos no imo dalma que Ele realiza em nós tudo o que pretendemos fazer pelos nossos semelhantes.
Convocados ao jejum das paixões, estamos exercitando a autodesobsessão e porfiando pela mudança de nosso próprio clima mental, pela nossa própria transformação moral.
O PROCESSO DE AUTODESOBSESSÃO
"No que diz respeito ao problema das obsessões espirituais, o paciente é, também o agente da própria cura."
(Grilhões Partidos, Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco, "Prolusão".)
Autodesobsessão: Ato de promover a própria pessoa a sua desobsessão, através da reforma íntima, tal com esclarece a Doutrina Espírita. É o ser humano lutando para dominar as suas más tendências e inclinações.
Nos dias atuais o Espiritismo vem lembrar aos homens a imorredoura lição do Mestre: "Não tornes a pecar"Nisto consiste a participação do obsesso quanto ao próprio tratamento.
Ninguém se engane: o obsidiado só se libertará quando ele mesmo se dispuser a promover a sua autodesobsessão. O Espiritismo não poderá fazer por ele o que ele não fizer por si mesmo. Muito menos os médiuns, ou alguém que lhe queria operar a cura.
A primeira coisa a ser feita, portanto, é esclarecer ao paciente o quanto a sua participação é fundamental de êxito.
Sabemos que existem obsessões incuráveis na presente encarnação. Que determinados casos de subjugação, de possessão não serão solucionados agora. São aqueles que exigem tratamento a longo prazo - o lento, mas belo processo de redenção da alma que se esforça por sua transformação; que luta consigo mesma para superar o passado tiranizante. É uma batalha prolongada.
Jesus Cristo legou ao futuro a terapêutica indicada a quaisquer casos de obsessão, e também a medida profilática, por excelência, imprescindível à humanidade de todos os tempos. Ao dizer aos obsidiados a quem libertava dos maus Espíritos: "Não tornes a pecar", lecionava a moralização interior da criatura. Ensinando que não deviam reincidir nos vícios, pregava a autodesobsessão.
A terapêutica do Espiritismo é para ser usada e não apenas admirada. Quando da primeira entrevista com o obsidiado (ou com a família), quando da orientação inicial para o seu caso, dá-se início também ao seu processo de reeducação.
Isto se faz através de todos esses esclarecimentos, motivando-o, estimulando-o a se modificar interiormente, fornecendo-lhe noções do quanto o Espiritismo dispões para ajudá-lo.
E, sobretudo, que ele se sinta envolvido em vibrações de muita solidariedade e de muito amor, essenciais para dar-lhe confiança e a esperança que tanto busca.
O VALOR DA PRECE
"Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor."
(A Gênese, Allan Kardec,cap. 14, item 46.)
Cumpre-nos conscientizar, o paciente, sob os cuidados da equipe da desobsessão, da importância da prece no seu tratamento.
Não raro, as pessoas interessadas, diretamente ligadas ao obsidiado e até ele mesmo, acreditem que as preces devem ser feitas no Centro Espírita pelo seu presidente, pelos médiuns, pelos integrantes dos trabalhos, enfim, por todos, menos por eles próprios.
Muitos se julgam incapazes de orar ou acham que suas preces não têm eficácia que almejam, entregando essa responsabilidade àqueles que, no seu modo de entender, estão mais bem qualificados.
Essas pessoas não têm o hábito da oração, não acostumaram a elevar o pensamento a Deus e acham difícil concentrar-se, ainda que por breves minutos, para suplicar ou agradecer as bênçãos do Pai do Céu. ou foram habituadas às preces decoradas, que consistem num simples balbuciar maquinalmente e têm longe o pensamento. Quando não reclamam favores absurdos, que sempre representam o melhor. Outros acomodaram-se, pelo costume tradicional de encomendar orações a terceiros, consoante suas práticas religiosas.
Aprender a orar. Noções de como conversar com o Amigo divino, lição de como se entregar a Ele pela prece nascida do sentimento mais puro. Isto também é tarefa que nos cabe desincumbir junto a esses irmãos carentes de entendimento. Falar da importância e do valor da oração, levar as pessoas a entender que elas têm capacidade e possuem recursos interiores, que se acionados, lhes possibilitarão a sintonia como Alto.
Não lhes neguemos, porém, a nossa cooperação, visto que seria faltar com a caridade, consoante o que nos aconselha o Apóstolo Tiago: "Orai uns pelos outros, afim de que sareis, porque a prece da alma justa muito pode em seus efeitos."
orientemos as pessoas que nos solicitarem preces para que, no mesmo dia e horário da reunião, em seus lares, façam a leitura de um trecho de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo"e, eme seguida, que orem também, explicando-lhes que esse proceder lhes propiciará a sintoniza com os Benfeitores Espirituais, colocando-os em posição de receptividade.
Esse procedimento, a par de incentivá-los a orarem com regularidade, leva-os a assumirem, gradativamente, a parte que lhes compete no tratamento, e tem produzido excelentes resultados.
A NECESSIDADE DA REFORMA INTERIOR
"(...) É, pois, indispensável que obsidiado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos." (O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - questão 479.)
Um mal existente há muitos anos, há séculos mesmo, não se resolve de súbito.
Procedimentos enraizados e que se perdem na poeira do passado não se consegue modificar repentinamente.
Essa dificuldade é comum tanto ao obsidiado quanto ao obsessor. e nas almas em conflitos, que se debatem no emaranhado de compromissos do pretérito, mas difícil se torna a assimilação de novos hábitos, que modifiquem conceitos e até, mais ainda, sentimentos.
Hábitos de ódio, de revolta, de vingança; condicionamentos de modos de proceder egoísticos e cruéis, sentimento que forma cultivados durante séculos somente se transformarão no momento em que, cansados de sofrer, de se machucar nos espinheirais do caminho, no exato instante em que sorverem o contéudo completo da taça de fel, forem tais irmãos conquistados pelas forças suaves e persuasivas do Bem e do Amor.
A transformação moral é (presume-se) meta principal de todo espírita, daquele que sente dentro de si mesmo despertarem todas as potências. É a luz que se acende. O chamado que repercute. O romper dos primeiros elos que nos manietavam ao jugo das servidões inferiores. O cair das escamas": "E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas e recuperou a vista."(Atos, 9:18.).
E o que temos feito nós para sair de dentro de nossas escamas, que são como couraças a nos revestirem? De que maneira temos trabalhado para conseguir isso?
A Doutrina Espírita nos faculta todos os meios para atingirmos esse desiderato.
Hoje, que reencontramos a palavra do mestre, em toda a sua pureza e simplicidade nos ensinos do Consolador; agora, que sentimos integralmente todo o peso de nossa responsabilidade e o quanto
permanecemos até o presente cegos, surdos, paralíticos e hebetados, soou, enfim, o instante decisivo em nossa existência multimilenar.
Não só para os portadores de obsessões declaradas enfatizamos a imperiosa e inadiável necessidade da reforma moral, mas para todos nós, espíritas ou não.
A importância dos trabalhos desobsessivos, dos estudos que estamos efetuando em torno desse tema é, pro isso, grandiosa, já que os primeiros beneficiados somos nós, os que estamos lidando nessa abençoada seara.
A moralização intima é assim condição essencial para a cura tanto do algoz quanto da vítima. E para a nossa própria cura.
A AÇÃO DO PENSAMENTO
"Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção."
(Pão Nosso, Emmanuel. psicografia de Francisco Cândido Xavier, cap. 15.)
Obsessão e desobsessão: escravização e libertação do pensamento.
Há um universo em cada um de nós, aguardando ser descoberto e guardando a riqueza cósmica que um dia nos tornarão "deuses".
Pensamentos viciados. Mente subjugada à escravidão das paixões. Caminhos que escolhemos por vontade própria. Deixando passar as oportunidades de modificar o nosso clima mental e nos comprometemos cada vez mais com a retaguarda de sombras, que hoje nos está cobrando pesado ônus.
liberdade e responsabilidade. Para merecermos a primeira temos que assumir a segunda.
Dos tormentosos processos obsessivos, o homem só se liberará quando entender o quanto 'e responsável pelo próprio tormento e pelos que infligiu aos que hoje lhe batem às portas do coração, roubando a paz que julgava merecer.
Os Benfeitores Espirituais têm trazido ensinamento renovados sobre a importância de nossa atitude mental. julgamos, entretanto, que m,esmo nós, os espíritas, ainda não conseguimos avaliar o que representa o pensamento em nossa romagem de Espíritos importais, encarnados ou não. A verdade é que refletimos pouco e a esse respeito. Não damos o devido valor à necessidade de selecionar as ondas mentais que emitimos e as que captamos. E nisto reside todo o segredo, se assim podemos dizer, da existência humano.
Na qualidade do pensamento que emitimos, que cultivamos e que recebemos dos outros, aceitando-os ou não, está o "mistério"da saúde ou da doença, da paz ou do desequilíbrio. É sabido que o pensamento é mensurável. Que é uma força eletromagnética, conforme ensina Emmanuel. Ma, estando cientes disto tudo, ainda assim não damos a devida importância à ação do pensamento.
é muito importante direcionar o nosso pensamento.
Somos responsáveis pela qualidade dos nossos pensamentos. Não nos é suficiente disciplinar o nosso comportamento e trazer no íntimo o penamento conturbado, ansiando pelas realizações que a consciência censurou.
É preciso querer gostar de atuar no bem e consequentemente de pensar no bem e pensar bem.
De acordo com o que pensamos serão as nossas companhias espirituais e, parodiando a sentença popular diremos: "Dizes-me o que pensas e te direi com quem andas."
Esse é o notável ensinamento que a Doutrina Espírita nos apresenta.
A obsessão é, pois, o pensamento a transitar e a sintonizar nas faixas inferiores. Desobsessão, ao invés, é a mudança de direção do padrão vibratório, sob o influxo da mente, que optou pela frequência mais elevada.
Essa mudança é uma questão de escolha.
E só se chega a tal estado,a uma transformação dessa espécie, acionando-se uma das maiores potencialidade que exitem no ser humano: A vontade.
O PODER DA VONTADE
"(...) A vontade não é um ser, uma substância qualquer; não é, sequer, uma propriedade da matéria mais etérea que exista. Vontade é atributo essencial do Espírito, é, do ser pensante."
( O Livro dos Médiuns , Allan Kardec item 131.)
Até hoje o ser humano não se preocupou o suficiente, ou não despertou para essa incrível força que traz no imo da alma: A vontade.
Acostumou-se, sim, a ter má-vontade para tudo o que dá mais trabalho e que exige perseverança, esforço e abnegação.
Aos que padecem de problemas obsessivos, deve-se-lhes esclarecer o quanto é essencial a sua própria participação no tratamento e que deles mesmos dependerá, em grande parte, o êxito oi insucesso em alcançar a cura. A primeira providência será no sentido de mudar a direção dos pensamentos. Modificar o estado mental é arejar a mente, higienizando-a através de pensamentos sadios, otimistas, edificantes. É substituir as reflexões depressivas, mórbidas, que ressuma tédio, solidão e tristeza por pensamentos contrários a esse estado interior, num exercício constante, que se renova a cada dia, aprendendo a olhar a vida com olhos otimistas, corajosos e, sobretudo, plenos de esperança. É abrir as janelas da alma através da prece, permitindo que um novo sol brilhe dentro de si mesmo, gerando um clima interior que favoreça a aproximação dos Espíritos Bondosos. Isto só será possível mobilizando a vontade, que, segundo esclarece Emmanuel, "é o impacto determinante. Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina".
A conscientização do enfermo para este ponto é fundamental, para que ele compreenda a sua participação no processo de desobsessão, na sua autodesobsessão, enquanto simultaneamente se realizam os trabalhos desobsessivos no Centro Espírita, nas reuniões especializadas. Quando o paciente apresenta condições, todas as noções que a Doutrina apresenta devem ser gradualmente ministradas, lembrando-se de que essa é uma tarefa que demanda tempo e paciência, perseverança e amor.
A TERAPIA DA CARIDADE
"porquanto, tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber; careci de teto e me hospedastes; estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.
Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes. "Jesus.
(mateus, cap 25 versículo 35,36 e 40)
Todos necessitamos nos engajar nos serviços de amor ao próximo. Há tantas dores na Terra. Dores que surgem ao nosso redor, que crescem e se avolumam e que dominam os seres humanos.
Há tanta dor ao nosso lado e, muitas vezes, fechados, encastelados em egoística preocupação com os nossos problemas íntimos, não a vemos, embora seja ela imensamente mais intensa que a nossa própria dor.
Os obsidiados, quando do início do seu tratamento, deve ser inteirado de que o labor da caridade, em nome de Jesus, é fator primordial para a sua melhoria interior. Através da disposição que o paciente apresente para esse serviço, de sua perseverança e boa-vontade, conseguirá ele, aos poucos, ir convencendo o seu obsessor da sua renovação moral, o que, indubitavelmente, representeará um fator positivo a seu favor. Quando Joanna de Ângelis nos diz: "Há fome de amor perto do teu leito de queixas", alerta-nos para que olhemos em torno de nós, porque certamente estaremos cercados de irmãos em situações mais dolorosas e que, auxiliando-os, estaremos concomitantemente amenizando as nossas provações, tornando mais leve e suave o nosso fardo. Mas para isto é preciso esquecer de si mesmo, para se preocupar e ajudar aos que gemem e choram em choram em situações mais aflitivas e que não possuem o conhecimento espírita para fortalecê-los.
RECURSOS ESPÍRITAS
"Recorre aos recursos espíritas: ora, e ora sempre, para adquirires resistência contra o mal que infelizmente ainda reside em nós; permuta conversação enobrecida, pois que as boas palavras (...) renovam as disposições espirituais; utiliza o recurso do passe socorrista, rearticulando as forças em desalinho (...) sorve um vaso de água fluidificada, restaurando a harmonia das células em desajustamento e, sobretudo, realiza o bom serviço."
(Florações Evangélicas, Joanna de ângelis, psicografia de divaldo Pereira Franco,cap. 51)
No âmbito geral, todos os ensinamentos do Espiritismo constituem preciosos recursos para o obtenção da cura espiritual de que todos carecemos.
Remontando às causas, penetrando nas origens dos males que nos acometem, possibilita-nos um trabalho de renovação de dentro para fora, cicatrizando ulcerações que nasceram da irresponsabilidade, do esquecimento das leis divinas, do abuso e da omissão.
Joanna de Ângelis concita-nos a recorrer em qualquer ocasião aos recursos espíritas, quais sejam: a oração constante; a conversação edificante; a água fluidificada; o passe e o trabalho com Jesus. E conclui dizendo: "Nenhum mal consegue triunfo no terreno reservado ao bem atuante. "
Quando convocada para atender a um obsidiado, a equipe especializada nesse mister deverá certificar-se de algumas particularidades que envolvem o caso, visando ajuizar as medidas a serem adotadas. Tratando-se de problemática mais grave, como subjulgação ou possessão, as providências têm caráter de emergência, pois, tal com sucede no atendimento hospitalar.
Geralmente o paciente é levado ao Centro Espírita para o passe e a orientação espiritual. Mas, em ocasiões de maior gravidade, é provável que um ou alguns membros da desobsessão sejam chamados para atender no próprio local onde se encontra o companheiro necessitado. Esse atendimento suscita, obviamente, uma série de preocupações.
Se houver imperiosa necessidade de se socorrer o paciente em seu lar, por exemplo, através do passe, é imprescindível que compareçam, no mínimo, dois integrantes da equipe. O médium passista nunca deverá ir só para quaisquer atividades do seu setor, mormente em casos dessa natureza. E, para levar o concurso eficiente e fraterno, devem buscar na prece e na leitura de uma página espírita a sintonia fundamental com o Alto. Esse preparo deve ser efetuado a partir do chamamento emergencial, nos instantes que antecedem a ida dos passistas ao lar do enfermo.
Também devem ser informados previamente, pelo menos em linhas gerais e na medida do possível, de certos dados a respeito do paciente, tais como: quando começou a sofrer o problema da obsessão; como se apresenta; como é o enfermo em seu estado normal (isto é, se é triste, deprimido, de humor instável, revoltado, impressionável, etc.); como a família reagem ao problema; se aceita a orientação espírita; se o doente está fazendo tratamento médico e usando medicamentos; se já foi internado em razão desse problema, etc.
Todas essas informações são de grande utilidade para que os tarefeiros da desobsessão tenham mais segurança e melhores condições de apreender o estado geral do obsidiado.
Tal conselho se enquadra perfeitamente naquilo que vinhamos dizendo, porque, quanto mais os encarnados se identificarem com o paciente, através do interesse, do cuidado, do conhecimento do seu estado, do desejo de aliviá-lo, melhores serão os resultados obtidos.
Com mais facilidade atuarão as entidades do Mundo Maior, encontrando os medianeiros receptivos, conscientes e seguros da tarefa. O que, alias, será igualmente captado pelos perseguidores e sua vítima.
ESCLARECIMENTO AO OBSIDIADO
"Seja, todavia, qual seja o recurso utilizado no socorro ao padecente do flagelo obsessivo, somente o obsidiado pode oferecer o indispensável requisito para a própria saúde: reforma íntima."- Manoel Philomeno de Miranda.
(Sementeira da Fraternidade, Diversos Espiritos, psicografia de Divaldo Pereira Franco cap. 5.)
Em trabalho desobsessivo, muita vez, a atenção da equipe que atua nessa especialização se volta de modo muito intenso e integral para os obsessores. A primeira providência, segundo creem, seria a de doutrinar os perseguidores invisívieis. Para que isto se dê, empregam todos os seus melhores esforços. É imperioso, porém, não olvidar que todo esse esforço poderá ser improdutivo se não cuidarmos com igual ou mais atenção do obsidiado. E vários casos ele se apresenta mais endurecido que o seu perseguidor. Como também a situação pode ser a vítima é, na realidade, o algoz.
São nuanças de um problema muito complexo, mas que definem diretrizes do tratamento.
Esclarecer o obsidiado é fazê-lo sentir o quanto é essencial a sua participação no tratamento. É orientá-lo, dando-lhe uma visão gradativa, cuidadosa, do que representa em sua existência aquele que é considerado o obsessor.
É levantar-lhe as esperanças, se estiver deprimido. É ir aos poucos o conscientizando das responsabilidades assumidas no pretérito e que agora são cobradas através do irmão infeliz que se erigiu em juiz, cobrador ou vingador.
Unicamente por meio da renovação íntima é que o enfermo logrará a libertação do seu pensamento, cercado pelo perseguidor. Este, sentindo a modificação da onda mental de sua vítima, encontrando nela os primeiros vestígios de perdão e amor, irá progressivamente sendo tocado por essa mudança.
Para que os esclarecimentos possam ser levados ao enfermo encarnado é imprescindível que os encarregados dessa tarefa tragam no coração grande dose de amor, de paciência, de fé, a fim de que tais sentimentos seja por ele captados.
Esse é um labor fundamentalmente embasado no amor.
O esclarecimento será feito através de conversações, de reuniões adequadas, de palestras, de leituras de obras espíritas indicadas pela equipe, entendendo-se que para cada caso serão adotadas as medidas compatíveis.
A IMPORTÂNCIA DA FLUIDOTERAPIA
"Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluídos salutares e os repele. É daquele fluído que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluído mau não pode ser eliminado por outro igualmente mau. Por meio de ação idêntica à do médium curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir um fluído mau com o auxílio de um fluído melhor".
( A Gênense, Allan Kardec, cap. 14, item 46)
A fluidoterapia, como o próprio nome indica, é o tratamento feito com fluídos, ou seja, através dos passes e da água fluidificada.
O passe é um ato de amor na sua expressão mais sublimada, por isso, traz benefícios imediato, o doente, sentindo-se aliviado, mesmo por alguns momentos, terá condições de lutar por sua vez na parte que lhe compete no tratamento.
O passe é essencial e importante na terapêutica desobssessiva. E acontece, não raro, ter a aplicação de um único passe êxito surpreendente, mesmo para os que estão afeitos a esse trabalho.
Nós, espíritas, teremos muito a contar sobre a excelência desses recursos. Muitos casos poderíamos narrar a respeito. Um deles, todavia, caracteriza bem o resultado do passe alido à reunião de desobsessão.
ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA DO OBSIDIADO
"Vinculados os Espíritos no agrupamento familial pelas necessidades da evolução em reajustamentos recíprocos, no problema da obsessão, os que acompanham o paciente estão fortemente ligados ao fator predisponente, caso não hajam sido os responsáveis pelo insucesso do passado, agora convocados à cooperação no ajustamento das contas."
(Grilhões Partidos, Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Prolusão'.)
Não somente o obsidiado deve ser conscientizado da sua participação na terapêutica desobsessiva, mas também os seus familiares precisam se alertados quanto à sua própria participação no processo.
O problema do obsesso não é isolado, não é só dele, o seu grupo familiar tem vínculos profundos que os entrelaçam. Por isto, sempre que possível a família deve receber orientações que esclareçam quanto à sua conduta e participação no tratamento do obsidiado. Este, comumente, sofre restrições no círculo familiar, pois é raro que os parentes entendam e tenham ciência dos problemas que o afligem.
Grande número de obsidiados procede de famílias que não aceitam o Espiritismo e muito menos a ideia de que o mal seja provocado por Espíritos. Tal incompreensão é um problema a mais que o enfermo enfrenta e contra o qual também tem que lutar.
Infelizmente é muito comum que círculo doméstico não compreenda o doente e o rejeite de forma definitiva, relegando-o a uma clínica ou a uma casa assistencial. Julgam desfazer, com esta atitude, todos os vínculos existentes entre eles, o que acontece, todavia, é que estarão assumindo graves responsabilidades pelas quais terão de responder mais tarde.
Apenas adiam o problema, que retornará um dia com agravantes.
Também sobre esse aspecto, a Doutrina fortalece os laços de família, facultando a visão e o entendimento do pretérito e dos liames que unem os seres de um mesmo grupo consanguíneo, o que resulta em maior conscientização do papel da família e de sua importância no contexto social.
CULTO DO EVANGELHO NO LAR
"Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernitar em tua casa. (...) Quando o Lar se converte em Santuário, o crime se recolhe ao museu. (...) Jesus no lar é vida para o lar."
(Messe de Amor, Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, cap. 59)
A excelência da prática do Culto do Evangelho no Lar, é sentida desde os primeiros momentos em que é inaugurada.
A reflexão da família em torno dos ensinos do Mestre, as ponderações e comentários, sob o ponto de vista de cada um são elementos altamente terapêuticos favorecendo a psicosfera do lar.
A oração em conjunto amplia os horizontes mentais e eleva as almas na direção do bem. O clima criado nos instantes do Culto do Evangelho favorece o entendimento e a fraternidade, pois cada um se coloca mais perto do outro e em posição mental receptiva ao amparo dos Benfeitores invisíveis.
Nestes instantes de serena beleza, em que o círculo doméstico se volta par Jesus, os Mensageiros do bem se acercam do lar e os familiares já desencarnados, e que se preocupam em velar pelos que ficaram na crosta terrestre, se aproximam e esparzem sobre todos os eflúvios de paz, de harmonia, e as energias que fluem do Mais Alto retemperam as forças dando o bom ânimo imprescindível ao prosseguimento das lutas cotidianas.
O Culto do Evangelho contribui para ajudar-nos a vivenciar os ensinamentos com que o Espiritismo nos felicita a alma. Muitos atritos, muitas rixas familiares poderão ser evitadas com esta prática tão benéfica.
Os familiares do obsidiado (que aceitem a terapêutica espírita) devem ser orientados, tanto quanto ele mesmo - se tiver condições - para adoção desta medida.
Existem muitos Centros e Grupos espíritas que se dedicam à implantação do Culto do Evangelho no Lar. Este é um trabalho bastante proveitoso e que muito contribui para a pacificação das famílias.
REUNIÃO DE DESOBSESSÃO
"A evocação dos Espíritos vulgares tem, além disso, a vantagem de nos pôr em contato com Espíritos sofredores, que podemos aliviar e cujo adiantamento podemos facilitar, por meio de bons conselhos.
Todos, pois, nos torna úteis, ao mesmo tempo que nos instruímos. Há egoísmo naquele que somente a sua própria satisfação procura nas manifestações dos Espíritos, e dá prova de orgulho aquele que deixa de estender a mão em socorro dos desgraçados.
( O Livro dos médiuns, Allan kardec, item 281.)
Reunião de desobsessão: oásis de refazimento espiritual. Pronto-socorro de Espíritos sofredores, Hospital de amor para os doentes de alma.
O aposento destinado à reunião de desobsessão é, dentro do Templo Espírita, o local onde são medicadas, mais diretamente, as almas.
É a este ambiente apropriado, revestido de vibrações adequadas e que requer cuidados especiais da Espiritualidade Maior, que são trazidos os enfermos do espaço, para receberem o tratamento do amor. Nenhuma outra medicação existe, mais adequada e nem mais bem indicada. Assim, deduz-se que a reunião de desobsessão só alcançará produtividade e êxito nos seus trabalhos quando toda a equipe encarnada aprender a cultivar este "medicamento" no seu próprio coração, para doá-lo aos que dele necessitam. nesta ocasião, mergulhados nas bênçãos do Alto, que são bem mais abundantes do que em verdade merecemos, as nossas almas se renovam, tanto quanto os Espíritos que ali aportam - já que necessitados todos nós ainda o somos - refazem-se e reabastecem-se para as lutas da vida e se fortalecem ante a tarefa de reforma interior, fundamental em nossa própria libertação moral.
Reações inusitadas que ocorrem com os participantes e com os que se manifestam proporcionam permanente aprendizado.
Os trabalhos desobesessivos são visivelmente úteis aos participantes do plano físico e são também muito valiosos para os desencarnados. André Luiz relata que um número muito grande de criaturas, ao abandonar a veste carnal, mostram-se inconformadas com a nova situação que enfrentam e são tomadas de mórbida saudade do ambiente terrestre, ansiando a todo custo pelo contato com as pessoas encarnadas, de cujo calor humano sentem falta. A sala onde se realizam os trabalhos mediúnicos representa para tais seres a possibilidade de entrarem em contato com os que ainda estão na Terra e de receber destes as vibrações magnéticas de que carecem. "(...) Com semelhante contato, experimentam o despertar de forças novas,"
Nunca será demais enfatizar-se a seriedade de que se deve revestir um labor dessa natureza. Motivo pelo qual ele não é um trabalho para principiantes, visto que exige dos participantes a exata noção da gravidade dos momentos que ali serão vividos e que estejam preparados, através de um longo período de adestramento, a fim de corresponderem às expectativas do Alto da melhor maneira possível. Por isto é que jamais devem ser abertos ao público.
A sala reservada para tais atividades foi comparada por André Luiz a uma sala cirúrgica, que requer isolamento, respeito, silêncio e assepsia, onde só entram os que se prepararam antecipadamente. Como também é isolada de olhares indiscretos e curiosos. Assim acontece no abençoado ministério da desobsessão.
Lembremo-nos sempre de que os que ali aportam, para receber atendimento, são seres humanos como nós, apenas desligados da máquina fisiológica, e que comparecem para falar de suas dores, problemas íntimos e pessoais, portanto, um trabalho da maior gravidade, onde um irmão vem expor as suas chagas morais, devendo todos os presentes estarem imbuídos de toda a serenidade e respeito e , fundamentalmente, predispostos a doar amor.
Reuniões de desobsessão: pronto-socorro espiritual; hospital de Espíritos! Um trabalho que só o Espiritismo pode oferecer à Humanidade!
Abençoadas Sejam!
A AÇÃO DO PENSAMENTO
"Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção."
(Pão Nosso, Emmanuel. psicografia de Francisco Cândido Xavier, cap. 15.)
Obsessão e desobsessão: escravização e libertação do pensamento.
Há um universo em cada um de nós, aguardando ser descoberto e guardando a riqueza cósmica que um dia nos tornarão "deuses".
Pensamentos viciados. Mente subjugada à escravidão das paixões. Caminhos que escolhemos por vontade própria. Deixando passar as oportunidades de modificar o nosso clima mental e nos comprometemos cada vez mais com a retaguarda de sombras, que hoje nos está cobrando pesado ônus.
liberdade e responsabilidade. Para merecermos a primeira temos que assumir a segunda.
Dos tormentosos processos obsessivos, o homem só se liberará quando entender o quanto 'e responsável pelo próprio tormento e pelos que infligiu aos que hoje lhe batem às portas do coração, roubando a paz que julgava merecer.
Os Benfeitores Espirituais têm trazido ensinamento renovados sobre a importância de nossa atitude mental. julgamos, entretanto, que m,esmo nós, os espíritas, ainda não conseguimos avaliar o que representa o pensamento em nossa romagem de Espíritos importais, encarnados ou não. A verdade é que refletimos pouco e a esse respeito. Não damos o devido valor à necessidade de selecionar as ondas mentais que emitimos e as que captamos. E nisto reside todo o segredo, se assim podemos dizer, da existência humano.
Na qualidade do pensamento que emitimos, que cultivamos e que recebemos dos outros, aceitando-os ou não, está o "mistério"da saúde ou da doença, da paz ou do desequilíbrio. É sabido que o pensamento é mensurável. Que é uma força eletromagnética, conforme ensina Emmanuel. Ma, estando cientes disto tudo, ainda assim não damos a devida importância à ação do pensamento.
é muito importante direcionar o nosso pensamento.
Somos responsáveis pela qualidade dos nossos pensamentos. Não nos é suficiente disciplinar o nosso comportamento e trazer no íntimo o penamento conturbado, ansiando pelas realizações que a consciência censurou.
É preciso querer gostar de atuar no bem e consequentemente de pensar no bem e pensar bem.
De acordo com o que pensamos serão as nossas companhias espirituais e, parodiando a sentença popular diremos: "Dizes-me o que pensas e te direi com quem andas."
Esse é o notável ensinamento que a Doutrina Espírita nos apresenta.
A obsessão é, pois, o pensamento a transitar e a sintonizar nas faixas inferiores. Desobsessão, ao invés, é a mudança de direção do padrão vibratório, sob o influxo da mente, que optou pela frequência mais elevada.
Essa mudança é uma questão de escolha.
E só se chega a tal estado,a uma transformação dessa espécie, acionando-se uma das maiores potencialidade que exitem no ser humano: A vontade.
O PODER DA VONTADE
"(...) A vontade não é um ser, uma substância qualquer; não é, sequer, uma propriedade da matéria mais etérea que exista. Vontade é atributo essencial do Espírito, é, do ser pensante."
( O Livro dos Médiuns , Allan Kardec item 131.)
Até hoje o ser humano não se preocupou o suficiente, ou não despertou para essa incrível força que traz no imo da alma: A vontade.
Acostumou-se, sim, a ter má-vontade para tudo o que dá mais trabalho e que exige perseverança, esforço e abnegação.
Aos que padecem de problemas obsessivos, deve-se-lhes esclarecer o quanto é essencial a sua própria participação no tratamento e que deles mesmos dependerá, em grande parte, o êxito oi insucesso em alcançar a cura. A primeira providência será no sentido de mudar a direção dos pensamentos. Modificar o estado mental é arejar a mente, higienizando-a através de pensamentos sadios, otimistas, edificantes. É substituir as reflexões depressivas, mórbidas, que ressuma tédio, solidão e tristeza por pensamentos contrários a esse estado interior, num exercício constante, que se renova a cada dia, aprendendo a olhar a vida com olhos otimistas, corajosos e, sobretudo, plenos de esperança. É abrir as janelas da alma através da prece, permitindo que um novo sol brilhe dentro de si mesmo, gerando um clima interior que favoreça a aproximação dos Espíritos Bondosos. Isto só será possível mobilizando a vontade, que, segundo esclarece Emmanuel, "é o impacto determinante. Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina".
A conscientização do enfermo para este ponto é fundamental, para que ele compreenda a sua participação no processo de desobsessão, na sua autodesobsessão, enquanto simultaneamente se realizam os trabalhos desobsessivos no Centro Espírita, nas reuniões especializadas. Quando o paciente apresenta condições, todas as noções que a Doutrina apresenta devem ser gradualmente ministradas, lembrando-se de que essa é uma tarefa que demanda tempo e paciência, perseverança e amor.
A TERAPIA DA CARIDADE
"porquanto, tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber; careci de teto e me hospedastes; estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.
Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes. "Jesus.
(mateus, cap 25 versículo 35,36 e 40)
Todos necessitamos nos engajar nos serviços de amor ao próximo. Há tantas dores na Terra. Dores que surgem ao nosso redor, que crescem e se avolumam e que dominam os seres humanos.
Há tanta dor ao nosso lado e, muitas vezes, fechados, encastelados em egoística preocupação com os nossos problemas íntimos, não a vemos, embora seja ela imensamente mais intensa que a nossa própria dor.
Os obsidiados, quando do início do seu tratamento, deve ser inteirado de que o labor da caridade, em nome de Jesus, é fator primordial para a sua melhoria interior. Através da disposição que o paciente apresente para esse serviço, de sua perseverança e boa-vontade, conseguirá ele, aos poucos, ir convencendo o seu obsessor da sua renovação moral, o que, indubitavelmente, representeará um fator positivo a seu favor. Quando Joanna de Ângelis nos diz: "Há fome de amor perto do teu leito de queixas", alerta-nos para que olhemos em torno de nós, porque certamente estaremos cercados de irmãos em situações mais dolorosas e que, auxiliando-os, estaremos concomitantemente amenizando as nossas provações, tornando mais leve e suave o nosso fardo. Mas para isto é preciso esquecer de si mesmo, para se preocupar e ajudar aos que gemem e choram em choram em situações mais aflitivas e que não possuem o conhecimento espírita para fortalecê-los.
RECURSOS ESPÍRITAS
"Recorre aos recursos espíritas: ora, e ora sempre, para adquirires resistência contra o mal que infelizmente ainda reside em nós; permuta conversação enobrecida, pois que as boas palavras (...) renovam as disposições espirituais; utiliza o recurso do passe socorrista, rearticulando as forças em desalinho (...) sorve um vaso de água fluidificada, restaurando a harmonia das células em desajustamento e, sobretudo, realiza o bom serviço."
(Florações Evangélicas, Joanna de ângelis, psicografia de divaldo Pereira Franco,cap. 51)
No âmbito geral, todos os ensinamentos do Espiritismo constituem preciosos recursos para o obtenção da cura espiritual de que todos carecemos.
Remontando às causas, penetrando nas origens dos males que nos acometem, possibilita-nos um trabalho de renovação de dentro para fora, cicatrizando ulcerações que nasceram da irresponsabilidade, do esquecimento das leis divinas, do abuso e da omissão.
Joanna de Ângelis concita-nos a recorrer em qualquer ocasião aos recursos espíritas, quais sejam: a oração constante; a conversação edificante; a água fluidificada; o passe e o trabalho com Jesus. E conclui dizendo: "Nenhum mal consegue triunfo no terreno reservado ao bem atuante. "
Quando convocada para atender a um obsidiado, a equipe especializada nesse mister deverá certificar-se de algumas particularidades que envolvem o caso, visando ajuizar as medidas a serem adotadas. Tratando-se de problemática mais grave, como subjulgação ou possessão, as providências têm caráter de emergência, pois, tal com sucede no atendimento hospitalar.
Geralmente o paciente é levado ao Centro Espírita para o passe e a orientação espiritual. Mas, em ocasiões de maior gravidade, é provável que um ou alguns membros da desobsessão sejam chamados para atender no próprio local onde se encontra o companheiro necessitado. Esse atendimento suscita, obviamente, uma série de preocupações.
Se houver imperiosa necessidade de se socorrer o paciente em seu lar, por exemplo, através do passe, é imprescindível que compareçam, no mínimo, dois integrantes da equipe. O médium passista nunca deverá ir só para quaisquer atividades do seu setor, mormente em casos dessa natureza. E, para levar o concurso eficiente e fraterno, devem buscar na prece e na leitura de uma página espírita a sintonia fundamental com o Alto. Esse preparo deve ser efetuado a partir do chamamento emergencial, nos instantes que antecedem a ida dos passistas ao lar do enfermo.
Também devem ser informados previamente, pelo menos em linhas gerais e na medida do possível, de certos dados a respeito do paciente, tais como: quando começou a sofrer o problema da obsessão; como se apresenta; como é o enfermo em seu estado normal (isto é, se é triste, deprimido, de humor instável, revoltado, impressionável, etc.); como a família reagem ao problema; se aceita a orientação espírita; se o doente está fazendo tratamento médico e usando medicamentos; se já foi internado em razão desse problema, etc.
Todas essas informações são de grande utilidade para que os tarefeiros da desobsessão tenham mais segurança e melhores condições de apreender o estado geral do obsidiado.
Tal conselho se enquadra perfeitamente naquilo que vinhamos dizendo, porque, quanto mais os encarnados se identificarem com o paciente, através do interesse, do cuidado, do conhecimento do seu estado, do desejo de aliviá-lo, melhores serão os resultados obtidos.
Com mais facilidade atuarão as entidades do Mundo Maior, encontrando os medianeiros receptivos, conscientes e seguros da tarefa. O que, alias, será igualmente captado pelos perseguidores e sua vítima.
ESCLARECIMENTO AO OBSIDIADO
"Seja, todavia, qual seja o recurso utilizado no socorro ao padecente do flagelo obsessivo, somente o obsidiado pode oferecer o indispensável requisito para a própria saúde: reforma íntima."- Manoel Philomeno de Miranda.
(Sementeira da Fraternidade, Diversos Espiritos, psicografia de Divaldo Pereira Franco cap. 5.)
Em trabalho desobsessivo, muita vez, a atenção da equipe que atua nessa especialização se volta de modo muito intenso e integral para os obsessores. A primeira providência, segundo creem, seria a de doutrinar os perseguidores invisívieis. Para que isto se dê, empregam todos os seus melhores esforços. É imperioso, porém, não olvidar que todo esse esforço poderá ser improdutivo se não cuidarmos com igual ou mais atenção do obsidiado. E vários casos ele se apresenta mais endurecido que o seu perseguidor. Como também a situação pode ser a vítima é, na realidade, o algoz.
São nuanças de um problema muito complexo, mas que definem diretrizes do tratamento.
Esclarecer o obsidiado é fazê-lo sentir o quanto é essencial a sua participação no tratamento. É orientá-lo, dando-lhe uma visão gradativa, cuidadosa, do que representa em sua existência aquele que é considerado o obsessor.
É levantar-lhe as esperanças, se estiver deprimido. É ir aos poucos o conscientizando das responsabilidades assumidas no pretérito e que agora são cobradas através do irmão infeliz que se erigiu em juiz, cobrador ou vingador.
Unicamente por meio da renovação íntima é que o enfermo logrará a libertação do seu pensamento, cercado pelo perseguidor. Este, sentindo a modificação da onda mental de sua vítima, encontrando nela os primeiros vestígios de perdão e amor, irá progressivamente sendo tocado por essa mudança.
Para que os esclarecimentos possam ser levados ao enfermo encarnado é imprescindível que os encarregados dessa tarefa tragam no coração grande dose de amor, de paciência, de fé, a fim de que tais sentimentos seja por ele captados.
Esse é um labor fundamentalmente embasado no amor.
O esclarecimento será feito através de conversações, de reuniões adequadas, de palestras, de leituras de obras espíritas indicadas pela equipe, entendendo-se que para cada caso serão adotadas as medidas compatíveis.
A IMPORTÂNCIA DA FLUIDOTERAPIA
"Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluídos salutares e os repele. É daquele fluído que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluído mau não pode ser eliminado por outro igualmente mau. Por meio de ação idêntica à do médium curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir um fluído mau com o auxílio de um fluído melhor".
( A Gênense, Allan Kardec, cap. 14, item 46)
A fluidoterapia, como o próprio nome indica, é o tratamento feito com fluídos, ou seja, através dos passes e da água fluidificada.
O passe é um ato de amor na sua expressão mais sublimada, por isso, traz benefícios imediato, o doente, sentindo-se aliviado, mesmo por alguns momentos, terá condições de lutar por sua vez na parte que lhe compete no tratamento.
O passe é essencial e importante na terapêutica desobssessiva. E acontece, não raro, ter a aplicação de um único passe êxito surpreendente, mesmo para os que estão afeitos a esse trabalho.
Nós, espíritas, teremos muito a contar sobre a excelência desses recursos. Muitos casos poderíamos narrar a respeito. Um deles, todavia, caracteriza bem o resultado do passe alido à reunião de desobsessão.
ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA DO OBSIDIADO
"Vinculados os Espíritos no agrupamento familial pelas necessidades da evolução em reajustamentos recíprocos, no problema da obsessão, os que acompanham o paciente estão fortemente ligados ao fator predisponente, caso não hajam sido os responsáveis pelo insucesso do passado, agora convocados à cooperação no ajustamento das contas."
(Grilhões Partidos, Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Prolusão'.)
Não somente o obsidiado deve ser conscientizado da sua participação na terapêutica desobsessiva, mas também os seus familiares precisam se alertados quanto à sua própria participação no processo.
O problema do obsesso não é isolado, não é só dele, o seu grupo familiar tem vínculos profundos que os entrelaçam. Por isto, sempre que possível a família deve receber orientações que esclareçam quanto à sua conduta e participação no tratamento do obsidiado. Este, comumente, sofre restrições no círculo familiar, pois é raro que os parentes entendam e tenham ciência dos problemas que o afligem.
Grande número de obsidiados procede de famílias que não aceitam o Espiritismo e muito menos a ideia de que o mal seja provocado por Espíritos. Tal incompreensão é um problema a mais que o enfermo enfrenta e contra o qual também tem que lutar.
Infelizmente é muito comum que círculo doméstico não compreenda o doente e o rejeite de forma definitiva, relegando-o a uma clínica ou a uma casa assistencial. Julgam desfazer, com esta atitude, todos os vínculos existentes entre eles, o que acontece, todavia, é que estarão assumindo graves responsabilidades pelas quais terão de responder mais tarde.
Apenas adiam o problema, que retornará um dia com agravantes.
Também sobre esse aspecto, a Doutrina fortalece os laços de família, facultando a visão e o entendimento do pretérito e dos liames que unem os seres de um mesmo grupo consanguíneo, o que resulta em maior conscientização do papel da família e de sua importância no contexto social.
CULTO DO EVANGELHO NO LAR
"Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernitar em tua casa. (...) Quando o Lar se converte em Santuário, o crime se recolhe ao museu. (...) Jesus no lar é vida para o lar."
(Messe de Amor, Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, cap. 59)
A excelência da prática do Culto do Evangelho no Lar, é sentida desde os primeiros momentos em que é inaugurada.
A reflexão da família em torno dos ensinos do Mestre, as ponderações e comentários, sob o ponto de vista de cada um são elementos altamente terapêuticos favorecendo a psicosfera do lar.
A oração em conjunto amplia os horizontes mentais e eleva as almas na direção do bem. O clima criado nos instantes do Culto do Evangelho favorece o entendimento e a fraternidade, pois cada um se coloca mais perto do outro e em posição mental receptiva ao amparo dos Benfeitores invisíveis.
Nestes instantes de serena beleza, em que o círculo doméstico se volta par Jesus, os Mensageiros do bem se acercam do lar e os familiares já desencarnados, e que se preocupam em velar pelos que ficaram na crosta terrestre, se aproximam e esparzem sobre todos os eflúvios de paz, de harmonia, e as energias que fluem do Mais Alto retemperam as forças dando o bom ânimo imprescindível ao prosseguimento das lutas cotidianas.
O Culto do Evangelho contribui para ajudar-nos a vivenciar os ensinamentos com que o Espiritismo nos felicita a alma. Muitos atritos, muitas rixas familiares poderão ser evitadas com esta prática tão benéfica.
Os familiares do obsidiado (que aceitem a terapêutica espírita) devem ser orientados, tanto quanto ele mesmo - se tiver condições - para adoção desta medida.
Existem muitos Centros e Grupos espíritas que se dedicam à implantação do Culto do Evangelho no Lar. Este é um trabalho bastante proveitoso e que muito contribui para a pacificação das famílias.
REUNIÃO DE DESOBSESSÃO
"A evocação dos Espíritos vulgares tem, além disso, a vantagem de nos pôr em contato com Espíritos sofredores, que podemos aliviar e cujo adiantamento podemos facilitar, por meio de bons conselhos.
Todos, pois, nos torna úteis, ao mesmo tempo que nos instruímos. Há egoísmo naquele que somente a sua própria satisfação procura nas manifestações dos Espíritos, e dá prova de orgulho aquele que deixa de estender a mão em socorro dos desgraçados.
( O Livro dos médiuns, Allan kardec, item 281.)
Reunião de desobsessão: oásis de refazimento espiritual. Pronto-socorro de Espíritos sofredores, Hospital de amor para os doentes de alma.
O aposento destinado à reunião de desobsessão é, dentro do Templo Espírita, o local onde são medicadas, mais diretamente, as almas.
É a este ambiente apropriado, revestido de vibrações adequadas e que requer cuidados especiais da Espiritualidade Maior, que são trazidos os enfermos do espaço, para receberem o tratamento do amor. Nenhuma outra medicação existe, mais adequada e nem mais bem indicada. Assim, deduz-se que a reunião de desobsessão só alcançará produtividade e êxito nos seus trabalhos quando toda a equipe encarnada aprender a cultivar este "medicamento" no seu próprio coração, para doá-lo aos que dele necessitam. nesta ocasião, mergulhados nas bênçãos do Alto, que são bem mais abundantes do que em verdade merecemos, as nossas almas se renovam, tanto quanto os Espíritos que ali aportam - já que necessitados todos nós ainda o somos - refazem-se e reabastecem-se para as lutas da vida e se fortalecem ante a tarefa de reforma interior, fundamental em nossa própria libertação moral.
Reações inusitadas que ocorrem com os participantes e com os que se manifestam proporcionam permanente aprendizado.
Os trabalhos desobesessivos são visivelmente úteis aos participantes do plano físico e são também muito valiosos para os desencarnados. André Luiz relata que um número muito grande de criaturas, ao abandonar a veste carnal, mostram-se inconformadas com a nova situação que enfrentam e são tomadas de mórbida saudade do ambiente terrestre, ansiando a todo custo pelo contato com as pessoas encarnadas, de cujo calor humano sentem falta. A sala onde se realizam os trabalhos mediúnicos representa para tais seres a possibilidade de entrarem em contato com os que ainda estão na Terra e de receber destes as vibrações magnéticas de que carecem. "(...) Com semelhante contato, experimentam o despertar de forças novas,"
Nunca será demais enfatizar-se a seriedade de que se deve revestir um labor dessa natureza. Motivo pelo qual ele não é um trabalho para principiantes, visto que exige dos participantes a exata noção da gravidade dos momentos que ali serão vividos e que estejam preparados, através de um longo período de adestramento, a fim de corresponderem às expectativas do Alto da melhor maneira possível. Por isto é que jamais devem ser abertos ao público.
A sala reservada para tais atividades foi comparada por André Luiz a uma sala cirúrgica, que requer isolamento, respeito, silêncio e assepsia, onde só entram os que se prepararam antecipadamente. Como também é isolada de olhares indiscretos e curiosos. Assim acontece no abençoado ministério da desobsessão.
Lembremo-nos sempre de que os que ali aportam, para receber atendimento, são seres humanos como nós, apenas desligados da máquina fisiológica, e que comparecem para falar de suas dores, problemas íntimos e pessoais, portanto, um trabalho da maior gravidade, onde um irmão vem expor as suas chagas morais, devendo todos os presentes estarem imbuídos de toda a serenidade e respeito e , fundamentalmente, predispostos a doar amor.
Reuniões de desobsessão: pronto-socorro espiritual; hospital de Espíritos! Um trabalho que só o Espiritismo pode oferecer à Humanidade!
Abençoadas Sejam!
TRABALHO EM GRUPO
CURSO BÁSICO I
GRUPO SOCORRISTA ITAPORÃ
UNIÃO FRATERNAL
– SP –
ALUNOS:
Patrícia M.T.S.
Marcela F.M.S.
Gleicy M.P.E.
2012
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