Não basta definir lhe as características veneráveis de
Consolador da Humanidade, são preciso também lhe revelar a feição de movimento
libertador de consciências e corações.
A morte física não é o fim. É pura mudança de capítulo no
livro da evolução e do aperfeiçoamento. Ao seu influxo, ninguém deve esperar
soluções finais e definitivas, quando sabemos que cem anos de atividade no
mundo representa uma fração relativamente curta de tempo para qualquer
edificação na vida eterna.
Infinito campo de serviço aguarda a dedicação dos
trabalhadores da verdade e do bem. Problemas gigantescos desafiam os Espíritos
valorosos, encarnados na época presente, com a gloriosa missão de preparar a
nova era, contribuindo na restauração da fé viva e na extensão do entendimento
humano.
Urge socorrer a Religião, sepultada nos arquivos teológicos
dos templos de pedras, a amparar a Ciência, transformada em gênio satânico da
destruição. A espiritualidade vitoriosa percorre o mundo, degenerando-lhe as
fontes morais, despertando a criatura no quadro realista de suas aquisições. Há
chamamentos novos para o homem descrente, do século XX, indicando-lhe
horizontes mais vastos, a demonstrar-lhe que o Espírito vive acima das
civilizações que a guerra transforma ou consome na sua voracidade de dragão
multimilenário.
Ante os tempos novos e considerando o esforço grandioso da
renovação, requisita-se o concurso de todos os servidores fiéis da verdade e do
bem para que, antes de tudo, vivam a nova fé, melhorando-se e elevando-se cada
um, a caminho do mundo melhor, a fim de que a edificação do Cristo prevaleça
sobre as meras palavras das ideologias brilhantes.
Na consecução da tarefa superior; congregam-se encarnados e
desencarnados de boa vontade, construindo a ponte de luz, através da qual a
Humanidade transporá o abismo da ignorância e da morte.
...
O Homem é um Espírito Eterno habitando temporariamente o
templo vivo da carne terrestre, que o períspirito não é um corpo de vaga
neblina e sim organização viva a que se amoldam às células materiais; que os laços
do amor e do ódio nos acompanham em qualquer círculo da vida; que outras
atividades são desempenhadas pela consciência encarnada, além da luta vulgar de
cada dia; que a reencarnação é orientada por sublimes ascendentes espirituais e
que, além do sepulcro, a alma continua lutando e aprendendo, aperfeiçoando-se e
servindo aos desígnios do Senhor, crescendo sempre para a glória imortal a que
o Pai nos destinou.
...
Emmanuel
Pedro Leopoldo, 13 de maio de 1945.
Trecho extraído do prefácio Missionários da Luz – André Luiz
– psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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