Obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco no ano de 2004.
Texto para leitura - Por Thiago Bernardes
1. Entre os dois mundos – Diariamente mergulham na névoa carnal milhares de espíritos abençoados pela sublime dádiva do recomeço. Simultaneamente, milhares de outros abandonam o casulo físico, carregando as experiências que vivenciaram durante o trânsito orgânico. (Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
2. Enquanto uma verdadeira multidão desce ao proscênio
terrestre para desenvolver os valores que jazem no âmago
do ser, compacta massa humana retorna ao porto de
origem, concluídos (ou não) os compromissos que
assumiram antes do renascimento.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
3. Espíritos imortais que somos, jornadeamos em
sucessivas experiências fisiológicas, saindo do
primarismo de onde procedemos no rumo da plenitude que
nos está destinada. Atavicamente dependentes das
afeições e das atitudes desenvolvidas, quase sempre
repetimos os processos a que nos amoldamos, sem grandes
estímulos para o prosseguimento. É nesse comenos que o
sofrimento, na condição de lapidador de arestas morais,
se expressa, conclamandonos à mudança de comportamento
que propicia bem-estar e harmonia.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
4. Nem sempre, porém, é ele aceito conforme seria
desejável, em face das sensações desagradáveis e dos
limites de movimentação que impõe, gerando rebeldia e
insatisfação. Nada obstante, da mesma maneira que o
processo evolutivo desenvolve-se etapa a etapa,
inevitavelmente é aceito quando as suas tenazes
ferreteiam com força dominadora.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
5. Após os estertores da revolta, ante a impossibilidade
de remover o incômodo processo educativo,
afrouxam-se-nos as resistências e surge a compreensão
necessária para a aceitação da ocorrência, que se
transforma em benefício anelado.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
6. Nesse entretempo, ocorrem desvarios, surgem culpas,
estabelecem-se inimizades, nascem respeito e
consideração, aspira-se por liberdade e alegria, num
caleidoscópio de sucessos que definirão os rumos
existenciais futuros.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
7. Impossível fugirmos do processo de crescimento
imposto pelas soberanas leis da vida. Tudo nasce para
transformar-se, morrendo na forma e permanecendo na
essência, acumulando habilidades que impulsionam para o
progresso, mesmo quando acontecimentos imprevistos
parecem reter a marcha do desenvolvimento. Não existe
estagnação no Universo, e no seguimento da evolução não
há retrocesso, apresentando-se sempre formas de
melhorarmos e de crescermos.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
8. O mundo físico é o
abençoado campo de aprendizagem e de experimentação dos
dons que se encontram em germe, aguardando que os
fatores que lhes propiciam o surgimento e o progresso
imponham a sua poderosa ação. É transitório, de duração
efêmera, com finalidade específica estabelecida pela
Divindade.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
9. O mundo espiritual é
permanente, real, causal, de onde se origina a vida e
para onde retorna após os processos de adiantamento
intelecto-moral. Entre as duas dimensões há uma
ininterrupta movimentação de seres espirituais em
intercâmbio contínuo. Muito difícil dizer, pois, que são
dois mundos diferentes. Mais próprio asseverar-se que
são duas dimensões de constituição específica, uma das
quais é a condensação da energia em apresentação própria
como a matéria e a outra é de natureza cósmica,
especial, de onde surgem os condensados orgânicos e
objetivos.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
10. Intermediando-os,
existem inúmeras outras esferas de constituição própria,
nas quais a vida exulta e pulsa, de maneira específica,
compatível com a finalidade para a qual foram
elaboradas. Nem poderia ser diferente. Aceitar-se a
existência de mundos fixos e separados, sem qualquer
fonte de vitalização e de intercâmbio entre eles, seria
muita pobreza da Criação, tendo-se em vista que em tudo
há uma graduação de estrutura desde a mais tênue, no
campo absoluto da energia, até a mais grosseira,
expressando a densidade material conforme é conhecida.
(Entre os Dois
Mundos. Prefácio.)
11. Constituídas essas
esferas por vibrações próprias, servem de pousos para
refazimento, de hospitais transitórios que albergam
recém-desencarnados incapazes de alcançar mais elevadas
zonas espirituais, de núcleos de sofrimentos compatíveis
com as experiências infelizes que se hajam permitido
aqueles que são atraídos por afinidade de ondas mentais
e morais. (Entre
os Dois Mundos. Prefácio.)
12. Mais distante da crosta terrestre, respira-se
psicosfera
superior, que antecede as
regiões felizes, enquanto que, mais próximas, permanecem
as condensações de energia eliminada pelos pensamentos,
aspirações, vivências embrutecidas dos que prosseguirão
aprisionados nos seus complexos meandros de sombra e de
dor, de revolta e de insensatez, de ódio e de pesar.
(Entre os Dois
Mundos. Prefácio.)
13. A situação mais grave
encontra-se na intimidade do planeta, onde existem
sítios de angústia incomum e de expiações mui dolorosas,
todos construídos em faixas de ondas psíquicas perversas
e grosseiras, em que ainda se comprazem muitos
habitantes desencarnados.
(Entre os Dois Mundos.
Prefácio.)
14. Nesse incessante ir e
vir dos espíritos na faina evolutiva são estabelecidos
critérios e paradigmas de comportamento que facultam o
êxito dos candidatos à educação transcendental. Assim
sendo, cada um gera campo emocional de identificação com
uma esfera equivalente entre os dois mundos, passando a
habitá-la desde então, mediante a nutrição ideológica
mantida. (Entre
os Dois Mundos. Prefácio.)
15. Eis por que a ascensão
é feita passo a passo ou é conquistada de assalto,
quando existe a resolução de alterar, por definitivo, a
maneira de encarar a existência e de entregar-se aos
objetivos sublimes que a todos aguardam.
(Entre os Dois Mundos.
Prefácio.)
16. Dos melhores exemplos desse assalto ao
Reino dos Céus,
entre outros, destacam-se Saulo de Tarso, convertido em
Paulo apóstolo e Francisco Bernardone, transformado no
pobrezinho de Assis, saltando da faixa em que se
encontravam para os esplendores da vida abundante, onde
se instalaram após as refregas que os santificaram. Não
o conseguiram por privilégios, que não existem, mas sim
pelo empreendimento de total entrega a Deus e a Seu
Filho, seguindo-Lhe as pegadas e abraçando o sofrimento
da Humanidade como de sua própria necessidade evolutiva.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
17. Assim, é natural que nem todos aqueles que se
candidatam à santificação consigam desembaraçar-se do
cipoal das paixões a que se encontram atados,
necessitando de reforço de energia e de encorajamento, a
fim de poderem enfrentar os desafios externos e os
impulsos interiores que procedem dos vícios não
superados e das paixões inferiores não sublimadas.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
18. Investimentos espirituais de alto valor são
realizados em benefício de reencarnações importantes,
que nem sempre redundam em êxito, como decorrência das
fixações anteriores e dos hábitos perniciosos de que não
se conseguiram libertar esses candidatos à elevação.
Muitas vezes, malbaratando a ensancha nobre, porque
ressumam os condicionamentos que os tomam por completo,
tombam nos resvaladouros do insucesso, retornando,
aflitos e infelizes, passando por longo período de
convalescença, a fim de volverem a futuras experiências
iluminativas.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
19. Noutras
circunstâncias, reencontrando aqueles aos quais
prejudicaram, sofrem-lhes as injunções penosas, as
perseguições contínuas, sendo arrastados a processos
lamentáveis de obsessões, em que se perturbam
gravemente, distanciando-se dos deveres que deveriam
cumprir mesmo que mediante sacrifícios continuados.
(Entre os Dois
Mundos. Prefácio.)
20. Em outras ocasiões,
experimentando os efeitos danosos dos atos transatos,
debilitam-se diante de enfermidades dilaceradoras ou de
transtornos na área da afetividade, que os empurram a
fugas espetaculares na direção de depressões graves, que
redundam em suicídios danosos e de consequências
imprevisíveis.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
21. Objetivando a
diminuição dos problemas, em face dos graves
compromissos assumidos, amigos espirituais devotados, em
nome do amor constantemente visitam-lhes, de modo a
tornar-lhes menos ásperas as provações e a auxiliar-lhes
na desincumbência das responsabilidades que lhes dizem
respeito. (Entre
os Dois Mundos. Prefácio.)
22. Este livro aborda uma
dessas experiências de socorro aos nossos irmãos da
Terra, procedentes de nossa esfera de ação, com tarefas
definidas em favor da cristianização das criaturas, sob
as luzes vigorosas dos postulados espíritas, conforme
herdamos do insigne Codificador Allan Kardec.
(Entre os Dois Mundos.
Prefácio.)
23. Sob a égide espiritual
do mártir cristão Policarpo(1),
que não trepidou em
oferecer a vida a Jesus em sublime holocausto na arena
romana, foram formadas cem equipes aproximadamente, para
atender ao maior número possível de espíritos
comprometidos com a Mensagem, que se encontravam em
situação delicada ante as injunções que vive o Planeta e
as dificuldades pessoais em cada um vigentes.
(Entre os Dois Mundos.
Prefácio.)
24. Procuramos relatar,
sem muitas minudências, os processos socorristas e as
providências tomadas para que pudessem ser diminuídas as
falências morais e os comprometimentos infelizes,
mantendo-se todos em clima de atividade edificante sob
qualquer situação penosa que se apresentasse. Durante um
mês, o nosso grupo esteve em diligência espiritual,
atendendo a verdadeiros missionários, uns anônimos,
outros mais conhecidos, de forma que pudessem concluir o
ministério assumido com elevação e fidelidade total ao
Senhor. (Entre
os Dois Mundos. Prefácio.)
25. Procuramos utilizar
nesta obra uma linguagem simples e acessível a
diferentes níveis intelectuais, de modo que o
aproveitamento da nossa realização faça-se amplo e
claro, conscientizando os nossos leitores sobre
atividade de tal monta que lhes proporcione abertura
mental para beneficiar-se também de recursos dessa
natureza. (Entre
os Dois Mundos. Prefácio.)
26. Esperamos que o nosso
despretensioso esforço encontre ressonância nas mentes
e nos corações, facultando um intercâmbio lúcido entre
nós e eles, a fim de que o futuro da Humanidade seja
menos aflitivo e a desencarnação se apresente como
passaporte que faculta a entrada segura no país da
imortalidade.
(Entre os Dois Mundos. Prefácio.)
(1)
Policarpo foi um mártir cristão que nasceu
presumivelmente na Ásia Menor, antes de 69 e que morreu
em Esmirna, por volta do ano de 155. Entre as
extraordinárias realizações do seu ministério, escreveu
diversas epístolas, uma das quais dirigidas aos
filipenses, narrando a viagem de Santo Inácio,
constituindo-se um documento valioso a respeito do
Cristianismo primitivo. Não nos referimos a essa
personagem, senão outrem, que nasceu e morreu
posteriormente, mas que é também seu homônimo. (Nota do
autor espiritual)
Por Thiago Bernardes
http://www.oconsolador.com.br/ano11/529/estudandomanoelphilomeno.html
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