Intrinsecamente livre, criado para a vida feliz, o homem traz, no entanto, ínsitos na própria consciência, os limites da sua liberdade.
Jamais devendo constituir tropeço na senda por onde avança o seu próximo, é-lhe vedada a exploração de outras vidas sob qualquer argumentação, das quais subtraia o direito de liberdade.
Sem dúvida, centenas de milhões de seres transitam pela infância espiritual, na Terra, sem as condições básicas para o auto-discernimento e a própria condução. Apesar disso, a ninguém é lícito aproveitar-se da circunstância, a fim de coagir e submeter os que seguem na retaguarda do
progresso, antes competindo aos melhor dotados e mais avançados distender-lhes as mãos, em generosa oferenda de auxílio com que os educarão, preparando-os para o avanço e o crescimento.
Liberdade legítima decorre da legítima responsabilidade, não podendo aquela triunfar sem esta.
A responsabilidade resulta do amadurecimento pessoal em torno dos deveres morais e sociais, que são a questão matriz fomentadora dos lídimos direitos humanos.
Pela lei natural todos os seres possuímos direitos, que, todavia, não escusam a ninguém dos respectivos contributos que decorrem do seu uso.
A toda criatura é concedida a liberdade de pensar, falar e agir, desde que essa concessão subentenda o respeito aos direitos semelhantes do próximo.
Desde que o uso da faculdade livre engendre sofrimento e coerção para outrem, incide-se em crime passível de cerceamento daquele direito, seja por outrem, incide-se em crime passível de cerceamento daquele direito, seja por parte das leis humanas, sem dúvida nenhuma através da Justiça Divina.
Graças a isso, o limite da liberdade encontra-se inscrito na consciência de cada pessoa, que gera para si mesma o cárcere de sombra e dor, a prisão sem barras em que expungirá mais tarde, mediante o impositivo da reencarnação, ou as asas de luz para a perene harmonia.
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A liberdade é a grande saga dos povos, das nações, da Humanidade que lutam através dos milênios contra a usurpação, a violência, a hegemonia da força dominadora, sucumbindo, sempre, nessas batalhas os valores éticos, vencidos pelo caos da brutalidade.
Livre o homem se tornará, somente, após romper as férreas algemas que o agrilhoam aos fortins das paixões.
A sua luta deve partir de dentro, vencendo-se, de modo a, pacificando-se interiormente, usufruir dessa liberdade real que nenhuma grilheta ou presídio algum pode limitar ou coibir.
Enquanto, porém, arrojar-se à luta sistemática de opinião de classe, de grei, de comunidade, de fé, de nação, estimulará a desordem e a escravidão do vencido.
Todo vencedor guerreiro, porém, é servo de quem lhe padece às mãos, qual ocorre com os guardiães de presidiários, que se fazem, também, presos vigiando encarcerados.
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Prega e vive o amor conforme o ensinou Jesus.
Ensina e usa a verdade em torno da vida em triunfo, de que está referto o Evangelho, a fim de seres livre.
Atém-te aos deveres que te ensinam engrandecimento e serviço ao próximo.
O trabalho pelos que sofrem limites e tumultos ensinar-te-á autoconhecimento, favorecendo-te com o júbilo de viver e a liberdade de amar.
Na violência trágica do Gólgota não vemos um vencido queixando-se, esbravejando impropérios e explodindo em revolta. Sua suprema sujeição e seu grandioso padecimento sob o flagício da loucura dos perseguidores gratuitos atingem o clímax no brado de perdão a todos: ingratos, cruéis, insanos, em insuperável ensinamento sobre a liberdade de pensar, falar e agir com a sublime consciência responsável pelo dever cumprido.
Joanna de Ângelis
Livro Leis Morais da Vida cap 49
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