Embora os respeitáveis índices que atestam as valiosas conquistas do
progresso científico, nos múltiplos campos de realizações, não te descures da
ação evangélica nos cometimentos evolutivos a que te afervoras.
A astronáutica sonha por atingir as estrelas e decifrar-lhes a grandeza; o
Evangelho permanece cuidando do homem na Terra, elucidando-o quanto aos deveres que lhe cumpre realizar.
A cibernética elabora técnicas para lançá-lo com segurança através das
distâncias imensuráveis; o Evangelho luta, porém, para equilibrá-lo na
sociedade onde cresce espiritualmente.
A ciência em geral tenta resolver os problemas que afligem a criatura
impelindo-a para fora; o Evangelho projeta-lhe claridade íntima, ajudando-a a
romper as amarras que a fazem infeliz.
Os métodos científicos atam os seres às conjunturas da sua limitação; o
Evangelho libera-os dos impedimentos que os retêm na retaguarda da
evolução.
O tecnicismo procura amenizar as asperezas e as constrições que
decorrem do mundo moderno; o Evangelho elucida quanto à razão dos
sofrimentos e elimina os óbices que impedem o homem de avançar.
*
Ninguém como Jesus conseguiu, jamais, produzir tão elevados padrões
de valorização do homem, sem as complexidades de que hoje se utilizam as
criaturas, sem que logrem expressivo êxito.
Desfilaram ante Ele os mais diversos biótipos humanos e sociais,
recebendo seguras diretrizes.
A todos dispensou a mesma solidariedade fraternal e moral, sem alarde,
sem restrição.
Não se utilizando de qualquer tipo de prolixidade, ensinou a metodologia
do amor que “cobre a multidão dos pecados”, mediante a vivência que se per-
mitiu, amando indistintamente.
Da chamada ralé ergueu protótipos de nobreza e da nobreza temporal
levantou a culminância da dignidade real príncipes e doutos, através dos
mesmos recursos de ternura e sabedoria.
*
O progresso, para ser legítimo, não pode prescindir da elevação moral
dos homens, que se haure no Evangelho, sempre atual.
As conquistas da inteligência, embora valiosas, sem a santificação dos
sentimentos, conduzem ao desvario e à destruição.
Para serem autênticas as aquisições humanas, devem alicerçar-se nos
valores éticos, sem os quais o conhecimento se converte em vapor tóxico que
culmina por aniquilar quem o detém.
Estudo, pesquisa, sim, mas amor também.
Examinando a problemática da evolução, os Mensageiros encarregados
da Codificação Espírita foram taxativos: “Espíritas! amai-vos, este o primeiro
ensinamento; instruí-vos, este o segundo.”
Nem o amor sem equilíbrio, arrebatamento que revela paixão e
desconserto interior, nem a instrução intelectual sem o conteúdo de amor, a
transformar-se em vapor alucinante de vaidades perniciosas quão destrutivas.
*
Sem o equilíbrio das duas asas a ave não consegue voar, plainando nas
alturas.
Amor e conhecimento são as asas harmoniosas para o progresso do
homem e dos povos, progresso que, não obstante as paixões nefastas ainda
predominantes na natureza animal do homem, será impossível de ser
alcançado.
Inexoravelmente o homem avança e sem apelação crescem as
sociedades na direção da felicidade, porque é da Lei que o espírito jamais
retrocede, progredindo sempre e com ele a sociedade humana, representada
pelas nações, evoluindo sem cessar.
Joanna de Ângelis
Livro Leis Morais da Vida cap 37
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