A
Codificação kardeciana é riquíssima em ensinamentos a respeito deste
tema. As questões 200, 201 e 202 de O Livro dos Espíritos trazem
valiosos subsídios para o esclarecimento do assunto em tela. Allan
Kardec na questão 200 pergunta à espiritualidade superior: "Têm sexos os
espíritos? A resposta surge pronta e esclarecedora: -"Não como o
entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor
e simpatia, mas, baseados na concordância dos sentimentos."
Em
outras traduções, está bem claro que essa "organização" corresponde ao
organismo físico, à constituição orgânica, biológica, exclusivamente
carnal. Na questão 201, o excelso Codificador faz a seguinte indagação:
"Em nova existência, pode o espírito que animou um corpo de um homem
animar o de uma mulher e vice-versa?"
A
explicação desponta de forma cristalina e expressiva: "Decerto; são os
mesmos os espíritos que animam os homens e as mulheres".
O insigne Kardec, com seus comentários sempre inspirados, afirma com muita propriedade: "Os espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os homens ".
A seguir, perquire o Codificador, na questão 202: "Quando errante, que prefere o espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher? " A espiritualidade assevera: "Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar ".
Para entendermos bem esse capítulo, devemos tecer algumas considerações dignas de destaque:
1) os espíritos não geram, isto é, não são dotados da faculdade procriativa; a reprodução é, exclusivamente, de âmbito físico;
2) como podem reencarnar, tanto na polaridade masculina quanto na feminina, os espíritos possuem, na vestimenta perispiritual, órgãos genitais dos dois sexos em potencial;
3) os seres espirituais, ainda presos às injunções carnais, embora detenham em potencial as duas polaridades, certamente experimentam uma delas com maior intensidade, de acordo com inúmeras experiências reencarnatórias vivenciadas;
4) os espíritos puros, em pleno gozo da perfeição relativa, como o Cristo, já não mais jungidos às paixões e desejos terrenos, chegaram à unissexualidade plena, imbuindo em completo as duas polaridades dentro de si, em perfeita harmonia interior;
5) na obra O Céu e o Inferno, o Espírito Sanson, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, desencarnado em 21 de abril de 1862, incorporado mediunicamente em um dos membros da Sociedade, em 25 de abril de 1862, responde à seguinte pergunta de Allan Kardec: "Os espíritos não têm sexo; entretanto, como há poucos dias ainda éreis homem, no vosso novo estado tendes mais da natureza masculina que da feminina? Acontece o mesmo com um espírito que tenha deixado seu corpo há muito tempo? "
R: "Nós não temos que ser da natureza masculina ou feminina: os espíritos não se reproduzem. Deus os criou segundo sua vontade e se, por seus desígnios maravilhosos, ele quis que os espíritos reencarnassem na Terra, ele teve que acrescentar a reprodução das espécies pelo macho e a fêmea. Mas, vós o sentis, sem que seja necessário nenhuma explicação, os espíritos não podem ter sexo "; a essa resposta, Kardec faz o seguinte comentário:
-
"Sempre foi dito que os espíritos não têm sexo; os sexos são
necessários apenas para a reprodução dos corpos; visto que os espíritos
não se reproduzem, os sexos seriam inúteis para eles. Nossa pergunta não
tinha por objetivo constatar o fato, porém, por causa da morte recente
do Sr. Sanson, queríamos saber se ainda conservava alguma impressão do
seu estado terrestre. Os espíritos depurados compreendem, perfeitamente,
a sua natureza, mas entre os espíritos inferiores, apegados à matéria,
existem muitos que acreditam que ainda estão na Terra, e conservam as
mesmas paixões e os mesmos desejos; eles crêem que ainda são homens ou
mulheres, eis por que existem os que dizem que os espíritos têm sexos.
É
assim que certas contradições são provenientes do estado mais ou menos
adiantado dos espíritos que se comunicam; o erro não é dos espíritos,
mas daqueles que os interrogam e não se dão ao trabalho de aprofundar as
questões", (O Céu e o Inferno, tradução CELD.)
6) a Ciência, através da embriologia, afirma que, até a oitava semana de vida intra-uterina, a genitália do embrião corresponde a ambos os sexos, sendo denominada de gônada indiferenciada ou primordial. Portanto, a polaridade sexual do ser em desenvolvimento, no cadinho materno, somente pode ser identificada pelo exame ultra-sonográfico gestacional, a partir desse momento em diante.
Examinando, externamente, a genitália embrionária, até aproximadamente o terceiro mês de gestação, observa-se indeterminação do sexo, sendo impossível afirmar qual a polaridade sexual do ser em via de formação no claustro uterino.
Na observação dos órgãos genitais internos do embrião, nota-se que existem componentes dos dois sexos, correspondendo a um organismo bissexual, com estruturas primordiais gonadais e genitais idênticas nos dois sexos. No início do terceiro mês de gestação, inicia-se a formação do órgão sexual e começa a diferenciação do sexo.
O grande personagem dessa "organização", responsável pela perpetuação da espécie, indutor potente da diferenciação orgânica, é o cromossoma Y. Quando ele está presente, agindo fundamentalmente através do gene 'SRY', localizado em seu braço curto, e de outros genes, atuando em cascata, a gônada indiferenciada se transforma em gônada masculina. Na sua ausência, as cristas gonadais não se diferenciam em testículos, acarretando uma gônada feminina.
Os testículos, liberando testosterona, são responsáveis pela elaboração do fenótipo masculino do feto. A simples ausência dos testículos faz com que a feminização se processe, tudo isso dando formação aos órgãos sexuais masculinos e femininos responsáveis pela reprodução. Pelo estudo da embriologia, sabe-se que a formação inicial do aparelho genital obedece, em ambos os sexos, a uma linha idêntica. Tal período é conhecido como estado de indiferença, que termina quando o sexo definitivamente, isto é, quando a gônada já é definitivamente de um sexo, mantendo as vias corresponde quanto as do sexo oposto se degeneram.
Uma ação hormonal intempestiva, agindo organismo em formação, impede a ação regressiva dos componentes do sexo não cromossômico. Daí a ocorrência dos casos de intersexualismo (indivíduos com o sexo não definido).
Aristófanes, em O Banquete, de Platão, mito dos Andróginos, os quais foram descritos como seres bissexuados, dotados de muita força, chamando do deus Zeus, o rei do Olimpo, considerado o do Universo, o qual resolveu dividi-los ao meio, transformando-os, então, em masculino e feminino.
6) a Ciência, através da embriologia, afirma que, até a oitava semana de vida intra-uterina, a genitália do embrião corresponde a ambos os sexos, sendo denominada de gônada indiferenciada ou primordial. Portanto, a polaridade sexual do ser em desenvolvimento, no cadinho materno, somente pode ser identificada pelo exame ultra-sonográfico gestacional, a partir desse momento em diante.
Examinando, externamente, a genitália embrionária, até aproximadamente o terceiro mês de gestação, observa-se indeterminação do sexo, sendo impossível afirmar qual a polaridade sexual do ser em via de formação no claustro uterino.
Na observação dos órgãos genitais internos do embrião, nota-se que existem componentes dos dois sexos, correspondendo a um organismo bissexual, com estruturas primordiais gonadais e genitais idênticas nos dois sexos. No início do terceiro mês de gestação, inicia-se a formação do órgão sexual e começa a diferenciação do sexo.
O grande personagem dessa "organização", responsável pela perpetuação da espécie, indutor potente da diferenciação orgânica, é o cromossoma Y. Quando ele está presente, agindo fundamentalmente através do gene 'SRY', localizado em seu braço curto, e de outros genes, atuando em cascata, a gônada indiferenciada se transforma em gônada masculina. Na sua ausência, as cristas gonadais não se diferenciam em testículos, acarretando uma gônada feminina.
Os testículos, liberando testosterona, são responsáveis pela elaboração do fenótipo masculino do feto. A simples ausência dos testículos faz com que a feminização se processe, tudo isso dando formação aos órgãos sexuais masculinos e femininos responsáveis pela reprodução. Pelo estudo da embriologia, sabe-se que a formação inicial do aparelho genital obedece, em ambos os sexos, a uma linha idêntica. Tal período é conhecido como estado de indiferença, que termina quando o sexo definitivamente, isto é, quando a gônada já é definitivamente de um sexo, mantendo as vias corresponde quanto as do sexo oposto se degeneram.
Uma ação hormonal intempestiva, agindo organismo em formação, impede a ação regressiva dos componentes do sexo não cromossômico. Daí a ocorrência dos casos de intersexualismo (indivíduos com o sexo não definido).
Aristófanes, em O Banquete, de Platão, mito dos Andróginos, os quais foram descritos como seres bissexuados, dotados de muita força, chamando do deus Zeus, o rei do Olimpo, considerado o do Universo, o qual resolveu dividi-los ao meio, transformando-os, então, em masculino e feminino.
Da
mais alta Antiguidade vem, igualmente, o mito do hermafrodita,
resultante de Hermafrodito, filho de Hermes e Afrodite, abrangendo em si
as duas polaridades. Os gregos antigos contavam que Hermafrodito era
belo como a mãe, porém desprovido de desejo amoroso. Certa feita,
banhando-se em um lago, foi observado por uma ninfa aquática, chamada
Sálmacis, que, se apaixonando pelo jovem sem ser correspondida, pediu
aos deuses a chance de uma união duradoura . O pedido foi concedido e
Hermafrodito fundiu-se com Salmacis, constituindo um corpo de dupla
natureza, provido de dois sexos.
No livro Gênesis, Deus criou Eva, o primeiro ser à custa de uma costela de Adão. Contudo, a palavra hebraica, traduzida como "costela", em verdade, também "lado". Assim sendo, Adão poderia ser enigmaticamente um hermafrodita e Eva resultante de sua metade.
No livro Gênesis, Deus criou Eva, o primeiro ser à custa de uma costela de Adão. Contudo, a palavra hebraica, traduzida como "costela", em verdade, também "lado". Assim sendo, Adão poderia ser enigmaticamente um hermafrodita e Eva resultante de sua metade.
A
bissexualidade, marcante em todas as criaturas, foi percebida pelo
afamado psicanalista Jung, denominando 'animus', a imagem masculina, e
'anima', a feminina. Desse modo, o homem alberga dentro de si as duas
faces da polarização sexual que, na filosofia chinesa, são conhecidas
como Yang e Yin.
Diante das seis considerações expostas, podemos refletir, primeiramente, que o espírito possui uma bissexualidade latente ou bipolaridade, desde que porta órgãos genitais dos dois sexos em potencial, localizados no perispírito. Tudo isso lhe possibilita a reencarnação, em um corpo de qualquer sexo, o que se verifica, durante todo seu aprendizado evolutivo, até chegar à angelitude, condição inerente aos seres já purificados.
Através da Codificação kardeciana, sabemos que o ser extrafísico, utilizando a força do pensamento e da vontade, pode operar na matéria elementar espiritual e formar, a seu bel-prazer, objetos semelhantes aos terrenos. Assim como atua no elemento universal, o espírito igualmente consegue exercer ação sobre seu envoltório sutil (perispírito), tomando, por exemplo, a forma física que desejar. Esse ensinamento, ministrado pela espiritualidade superior, faz-nos compreender que o indivíduo, ainda dependente da vibração terrena, pode apresentar o sexo de periferia bem definido, ostentando visivelmente suas estruturas sexuais exteriores, já que vive em particular a polaridade predominante.
Se o espírito vivência a paz, com seu psiquismo totalmente equilibrado e harmonizado, vencedor nos embates milenares no campo da sexualidade, mostra genitália perispiritual indiferenciada, sem predominância de qualquer um dos sexos, conforme foi comprovado pelo espírito Sanson e revelado a Allan Kardec.
Ao contrário, se permanece atrelado às injunções carnais, demonstrando em seu psiquismo prevalência de determinada polaridade sexual, certamente plasma, no corpo perispirítico, o órgão do qual imagina ainda necessitar, porquanto, em verdade, o ato sexual, praticado na dimensão extrafísica, se processa naturalmente, através do acasalamento de todas as vibrações sutis, entrelaçadas em todos os centros de força ou "chacras", proporcionando ampla fusão energética orgástica.
O insigne Allan Kardec afirma, na Revista Espírita, janeiro de 1866: "(...) pode ocorrer que o espírito percorra uma sequência de existências no mesmo sexo, isto faz com que durante muito tempo ele possa conservar, no estado de espírito, o caráter de homem ou de mulher, cuja índole nele ficou impressa ". (Tradução Ed. Celd).
Alguns setores científicos enfatizam, estatisticamente, as diferenças encontradas entre os dois sexos, chegando até mesmo a dizer ser o cérebro responsável pelo processo, o que certamente comprova a presença do espírito, irradiando a polaridade sexual mais marcante. Segundo algumas teorias psicológicas, o cérebro masculino está mais ligado ao mundo abstrato, atraído com grande facilidade por sistemas como equações matemáticas, música, computadores, carros, etc. O feminino achegado mais para o mundo social, ligado aos sentimentos e às emoções, em que as mulheres têm maior fácilidade de identificação e de relacionamento, inclusive melhor memória autobiográfica, recordando com detalhes episódios envolvendo emoções.
Utilizando imagens de ressonância magnética, foi observado o porquê da estupenda memória feminina, já que se notou maior atividade, do lado esquerdo, da região cerebral denominada de amígdala, enquanto nos homens, com menor recordação, houve participação da face direita.
Quanto à linguagem, os pesquisadores, envolvidos, igualmente, na obtenção de imagens cerebrais, concluíram que as mulheres processam informações nos dois lados do cérebro, em geral com predominância do esquerdo. Contudo, os homens tendem a utilizar apenas o hemisfério esquerdo. Daí advém o predominio do sexo feminino, com melhor desempenho na línguagem verbal.
Quanto à orientação espacial, os homens saíram à frente, desde que os mesmos usam os dois lados de uma região cerebral denominada hipocampo, a par das mulheres que marcam apenas uma face, a da direita, e complementam utilizando a parte mais exterior do cérebro, o córtex pré-frontal direito, mais ligado à memória. O sexo masculino baseia-se em dados geométricos, já as mulheres se ligam mais aos pontos de referência.
A maioria das pessoas, segundo as pesquisas, tem um cérebro misto, bem harmonizado, refletindo empatia e é bom em sistemas, caracterizando uma adaptação, em nosso entendimento, consequente à inevitável evolução espiritual e física do ser.
Apesar de todas as pesquisas recentes, a mulher, infelizmente, ainda é considerada como inferior ao homem, principalmente nos países árabes. Os gregos antigos chegaram a enquadrá-la como um tipo de categoria animal distinta. Até a Revolução Francesa, em 1789, a idéia dominante era de que só existia apenas um sexo, acreditando que os ovários seriam apenas os testículos internalizados.
No primeiro livro da Bíblia, Gênesis (3:16), já se encontrava estampada, enfaticamente, a discriminação para com a mulher, através da sentença implacável de parir com dor e do desejo sexual ser exclusivo do homem. O Apóstolo dos Gentios, Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios (14:34), chegou ao ponto de ordenar submissão das mulheres aos homens, como também a ordem expressa das mesmas se manterem caladas, nas igrejas, não lhes sendo permitido o uso da fala.
Na obra No Mundo Maior, capítulo 11, de André Luiz, um instrutor espiritual ressalta que "Na Esfera da Crosta, distinguem-se homens e mulheres segundo sinais orgânicos, específicos. Entre nós, prepondera ainda o jogo das recordações da existência terrena, em trânsito, como nos achamos, para as regiões mais altas (...) ".
No capítulo 15 do livro Ação e Reação, o mentor Silas, abnegado servidor de uma instituição de amparo aos sofredores, na dimensão extrafísica, respondendo a uma pergunta proferida pelo visitante Hilário, acompanhado de André Luiz, prontamente respondeu: "Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades passivas ou positivas do campo mental do ser, é natural que o espirito acentuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da mulher e que o espírito marcadamente masculino se detenha por longo tempo nas experiências do homem ".
Na obra Nosso Lar são encontradas muitas referências a respeito do predomínio de uma polaridade sexual, como: Almas femininas, Departamento feminino e Entidades de natureza masculina. No livro Os Mensageiros, capítulo 30, o Espírito André Luiz presencia, estupefato, na dimensão espiritual, uma festividade de natureza matrimonial.
Quanto aos seres espirituais, acentuadamente, imperfeitos e, intensamente, subjugados à matéria, sabemos que não são capazes de usufruir a sexualidade sustentada pelos pilares do amor e vivenciada em vibração energética superior. Então, presos ainda às sensações mais rudes, intentam praticar sexo de modo idêntico aos encarnados e não conseguem êxito, devido à inércia do sexo de periferia, como igualmente da necessidade do contato grosseiro com a matéria física, levando-os, pelo menos, os mais atrasados, a compartilhar com os encarnados, com os quais se afinizam, na prática do sexo promíscuo, exercendo ação vampiresca.
A Ciência, através do estudo do embrião humano, relatando a gônada indiferenciada ou primordial, contendo em potencial ambos os sexos, atesta e comprova a realidade do espírito que, em verdade, não tem sexo e, ao reencarnar, dá a vida a indivíduos do sexo masculino ou feminino. Mais uma vez o caráter científico da Doutrina Espírita é comprovado, permitindo-nos louvar a figura majestosa e importante do grande Codificador, Allan Kardec.
Diante das seis considerações expostas, podemos refletir, primeiramente, que o espírito possui uma bissexualidade latente ou bipolaridade, desde que porta órgãos genitais dos dois sexos em potencial, localizados no perispírito. Tudo isso lhe possibilita a reencarnação, em um corpo de qualquer sexo, o que se verifica, durante todo seu aprendizado evolutivo, até chegar à angelitude, condição inerente aos seres já purificados.
Através da Codificação kardeciana, sabemos que o ser extrafísico, utilizando a força do pensamento e da vontade, pode operar na matéria elementar espiritual e formar, a seu bel-prazer, objetos semelhantes aos terrenos. Assim como atua no elemento universal, o espírito igualmente consegue exercer ação sobre seu envoltório sutil (perispírito), tomando, por exemplo, a forma física que desejar. Esse ensinamento, ministrado pela espiritualidade superior, faz-nos compreender que o indivíduo, ainda dependente da vibração terrena, pode apresentar o sexo de periferia bem definido, ostentando visivelmente suas estruturas sexuais exteriores, já que vive em particular a polaridade predominante.
Se o espírito vivência a paz, com seu psiquismo totalmente equilibrado e harmonizado, vencedor nos embates milenares no campo da sexualidade, mostra genitália perispiritual indiferenciada, sem predominância de qualquer um dos sexos, conforme foi comprovado pelo espírito Sanson e revelado a Allan Kardec.
Ao contrário, se permanece atrelado às injunções carnais, demonstrando em seu psiquismo prevalência de determinada polaridade sexual, certamente plasma, no corpo perispirítico, o órgão do qual imagina ainda necessitar, porquanto, em verdade, o ato sexual, praticado na dimensão extrafísica, se processa naturalmente, através do acasalamento de todas as vibrações sutis, entrelaçadas em todos os centros de força ou "chacras", proporcionando ampla fusão energética orgástica.
O insigne Allan Kardec afirma, na Revista Espírita, janeiro de 1866: "(...) pode ocorrer que o espírito percorra uma sequência de existências no mesmo sexo, isto faz com que durante muito tempo ele possa conservar, no estado de espírito, o caráter de homem ou de mulher, cuja índole nele ficou impressa ". (Tradução Ed. Celd).
Alguns setores científicos enfatizam, estatisticamente, as diferenças encontradas entre os dois sexos, chegando até mesmo a dizer ser o cérebro responsável pelo processo, o que certamente comprova a presença do espírito, irradiando a polaridade sexual mais marcante. Segundo algumas teorias psicológicas, o cérebro masculino está mais ligado ao mundo abstrato, atraído com grande facilidade por sistemas como equações matemáticas, música, computadores, carros, etc. O feminino achegado mais para o mundo social, ligado aos sentimentos e às emoções, em que as mulheres têm maior fácilidade de identificação e de relacionamento, inclusive melhor memória autobiográfica, recordando com detalhes episódios envolvendo emoções.
Utilizando imagens de ressonância magnética, foi observado o porquê da estupenda memória feminina, já que se notou maior atividade, do lado esquerdo, da região cerebral denominada de amígdala, enquanto nos homens, com menor recordação, houve participação da face direita.
Quanto à linguagem, os pesquisadores, envolvidos, igualmente, na obtenção de imagens cerebrais, concluíram que as mulheres processam informações nos dois lados do cérebro, em geral com predominância do esquerdo. Contudo, os homens tendem a utilizar apenas o hemisfério esquerdo. Daí advém o predominio do sexo feminino, com melhor desempenho na línguagem verbal.
Quanto à orientação espacial, os homens saíram à frente, desde que os mesmos usam os dois lados de uma região cerebral denominada hipocampo, a par das mulheres que marcam apenas uma face, a da direita, e complementam utilizando a parte mais exterior do cérebro, o córtex pré-frontal direito, mais ligado à memória. O sexo masculino baseia-se em dados geométricos, já as mulheres se ligam mais aos pontos de referência.
A maioria das pessoas, segundo as pesquisas, tem um cérebro misto, bem harmonizado, refletindo empatia e é bom em sistemas, caracterizando uma adaptação, em nosso entendimento, consequente à inevitável evolução espiritual e física do ser.
Apesar de todas as pesquisas recentes, a mulher, infelizmente, ainda é considerada como inferior ao homem, principalmente nos países árabes. Os gregos antigos chegaram a enquadrá-la como um tipo de categoria animal distinta. Até a Revolução Francesa, em 1789, a idéia dominante era de que só existia apenas um sexo, acreditando que os ovários seriam apenas os testículos internalizados.
No primeiro livro da Bíblia, Gênesis (3:16), já se encontrava estampada, enfaticamente, a discriminação para com a mulher, através da sentença implacável de parir com dor e do desejo sexual ser exclusivo do homem. O Apóstolo dos Gentios, Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios (14:34), chegou ao ponto de ordenar submissão das mulheres aos homens, como também a ordem expressa das mesmas se manterem caladas, nas igrejas, não lhes sendo permitido o uso da fala.
Na obra No Mundo Maior, capítulo 11, de André Luiz, um instrutor espiritual ressalta que "Na Esfera da Crosta, distinguem-se homens e mulheres segundo sinais orgânicos, específicos. Entre nós, prepondera ainda o jogo das recordações da existência terrena, em trânsito, como nos achamos, para as regiões mais altas (...) ".
No capítulo 15 do livro Ação e Reação, o mentor Silas, abnegado servidor de uma instituição de amparo aos sofredores, na dimensão extrafísica, respondendo a uma pergunta proferida pelo visitante Hilário, acompanhado de André Luiz, prontamente respondeu: "Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades passivas ou positivas do campo mental do ser, é natural que o espirito acentuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da mulher e que o espírito marcadamente masculino se detenha por longo tempo nas experiências do homem ".
Na obra Nosso Lar são encontradas muitas referências a respeito do predomínio de uma polaridade sexual, como: Almas femininas, Departamento feminino e Entidades de natureza masculina. No livro Os Mensageiros, capítulo 30, o Espírito André Luiz presencia, estupefato, na dimensão espiritual, uma festividade de natureza matrimonial.
Quanto aos seres espirituais, acentuadamente, imperfeitos e, intensamente, subjugados à matéria, sabemos que não são capazes de usufruir a sexualidade sustentada pelos pilares do amor e vivenciada em vibração energética superior. Então, presos ainda às sensações mais rudes, intentam praticar sexo de modo idêntico aos encarnados e não conseguem êxito, devido à inércia do sexo de periferia, como igualmente da necessidade do contato grosseiro com a matéria física, levando-os, pelo menos, os mais atrasados, a compartilhar com os encarnados, com os quais se afinizam, na prática do sexo promíscuo, exercendo ação vampiresca.
A Ciência, através do estudo do embrião humano, relatando a gônada indiferenciada ou primordial, contendo em potencial ambos os sexos, atesta e comprova a realidade do espírito que, em verdade, não tem sexo e, ao reencarnar, dá a vida a indivíduos do sexo masculino ou feminino. Mais uma vez o caráter científico da Doutrina Espírita é comprovado, permitindo-nos louvar a figura majestosa e importante do grande Codificador, Allan Kardec.
Américo Domingos Nunes Filho
Material retirado da página: www.acasadoespiritismo.com.br
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