A FUNÇÃO EDUCATIVA DA
DOR
BIBLIOGRAFIA
O PROBLEMA DO SER, DO
DESTINO E DA DOR – Leon Denis – FEB
A GRANDE SÍNTESE –Pietro
Ubaldi - Edit. LAKE
REFLEXÃO
É POSSIVEL UMA HUMANIDADE
SEM DORES?
E a polêmica está lançada:
um Deus infinitamente bom, justo e misericordioso não pode tirar seus filhos
das dores, doenças e sofrimentos?
Todo este estado de
coisas seria um castigo divino?
Seria a ira de Deus
sobre aqueles que não Lhe obedecem?
Ou existe um fator
oculto por detrás de todo esse sofrimento humano?
A dor como elemento
educativo seria uma possível explicação?
A dor seria somente para
os elementos diretamente vinculados ao sofrimento ou as suas relações também
seriam afetadas? Que culpas teriam estes?
1ª PARTE: OBJETIVO DESTA
AULA
O objetivo desta aula é
investigar o fenômeno dor como função pedagógica. Levar-nos a refletir se seria
essa forma de sensação o instrumento obrigatório da Lei de Justiça na evolução
do Espírito encarnado. E o sofrimento, seria opcional?
2ª PARTE: INTRODUÇÃO
Na obra A Grande Síntese
de Pietro Ubaldi, psicografando a entidade Sua Voz, afirma: “o homem ainda
preso aos instintos primordiais do furto, da guerra, é necessário que ele
atravesse dores terríveis porque só estas poderão fazer-lhe mudar abalando-lhe
a consciência”.
Estas palavras de Sua
Voz nos direcionam a um fato controverso de a dor ser a mola promotora da
evolução e esta promover progressivamente a anulação da dor.
A dor acompanha o homem
muito de perto na sua existência terrena. Por que ela existe?
Veremos que se trata de
uma lei natural de reequilíbrio e educação.
A dor e o prazer são
duas formas extremas da sensação. Para suprimir uma ou outra seria preciso
suprimir a sensibilidade. Elas são inseparáveis e ambas necessárias a educação
do ser.
3ª PARTE: AMOR E DOR
Outra contradição
aparente é que tudo o que vive neste mundo, natureza, animal e homem sofrem,
todavia o amor é a lei do Universo e por amor foi que Deus formou os seres.
Essa contradição é um
problema angustioso que perturba os pensadores e os leva a dúvida e ao pessimismo.
Quando ela atinge as profundezas do ser, faz de lá saírem os gritos eloquentes,
os poderosos apelos que comovem e arrastam multidões. A sensibilidade se
aflora.
Os grandes vultos da
humanidade são aqueles que passaram pelas mais fortes dores e que além de
superá-las, as transformaram em atos de amor. Estes alias, foram despertados
pelos sofrimentos.
São necessários os
infortúnios e as angustias para fazer a alma despertar as sensibilidades adormecidas.
Os pais, por amor,
castigam seus filhos quando estes abusam em suas vontades. O castigo por vezes
é acompanhado com angustia pelos progenitores, eles sabem da importância
daquilo. Por outro lado, quando permitem estão se comprometendo com o futuro
que produzem aos seus filhos.
4ª PARTE: A FUNÇÃO DA
DOR
O calor, a temperatura e
a pressão é que dão forma ao metal como da mesma maneira as dores físicas e
psíquicas moldam a alma. Elas proporcionam a tenacidade, a persistência e a
vontade de luta.
A dor forja o caráter. O
sofrimento abranda a agressividade. E o aguilhão atenua o orgulho.
É muito difícil fazer
entender aos homens que o sofrimento é bom. Bom no sentido de criar hábitos
salutares e benfazejos.
Cada um de nós quereria
refazer e embelezar a vida à sua vontade e com certeza escolheria os caminhos
do ócio e da inércia que acanham o coração quando cria a situação de outros
fazerem as suas tarefas.
É o dinamismo que dá o
sabor do sucesso e a felicidade da criação presentes no nosso íntimo.
Esta sensação esta
vinculada ao esforço interior que produz a mudança. Esta se atrela por sua vez
aos sacrifícios do corpo físico.
5ª PARTE: AS MAIORES
DORES
As maiores dores são
mais lembradas aos homens que os grandes feitos apesar de ambos serem exemplos
de procedimentos.
Para que uma vida seja
completa e fecunda, não é necessário que nela abundem os grandes atos de
sacrifício, nem uma morte dolorosa aos olhos de todos, precisamos aprender com
as pequenas dores mesmo.
Admiramos Cristo,
Sócrates, Joana D’Arc, Gandhi entre outros que através de suas dores não moveram
uma agulha contra alguém bem como não tiveram necessidade de blasfemar contra o
Pai e mesmo maldizer quem quer que seja. Suportaram suas dores com determinação
e coragem.
Lembramos a admirável
figura de Chico Xavier por inúmeras vezes caluniado e atingido verbalmente com
as maiores maldades e sequer uma única vez soube oferecer uma recíproca que não
fosse o silencio e um entendimento verdadeiramente cristão.
6ª PARTE: AS DORES FÍSICAS
E AS DOENÇAS PSICOSOMÁTICAS
A dor física é, em
geral, um aviso da natureza, que procura preservar-nos dos excessos. Sem ela,
abusaríamos dos nossos órgãos até a ponto de os destruirmos antes dos tempos.
Persistindo em
desconhecer os avisos da natureza, deixamos a doença desenvolver-se em nós.
A dor física resulta da
desproporção entre nossa fraqueza corporal e as forças colossais da natureza.
Os ataques contra o
corpo do homem são de origem física (radiações, quedas, tombos), de origem química
(queimaduras) e de origem biológica (micro-organismos). Esses ataques da
natureza forçam o homem buscar suas causas, suas origens, investigando e
pesquisando. Enfim, desenvolver armas de proteção e com isto desenvolve o uso
da intelectualidade.
A grande maioria das
doenças e dores, porém, advém do nosso psiquismo que está sujeito a hábitos
perniciosos ao corpo, vícios e até mesmo de defeitos da alma que irão se
instalar no corpo físico. E assim, a dor física produz sensações e o sofrimento
moral ocasiona sentimentos.
7ª PARTE: REVOLTA CONTRA
A DOR
Na infância espiritual o
homem se rebela contra as dores, contra as doenças e contra os sofrimentos
fazendo com que haja até sobreposição de sofrimentos.
O entendimento no lugar
da revolta nos trás aprendizados valorosíssimos. E ainda, a revolta torna a
pessoa ácida, pessimista e por fim solitária.
Precisamos urgentemente
entender a função da dor, caso contrário, estaremos punindo duplamente a nós
mesmos e ao próximo.
A confiança na
existência divina e desígnios da Providencia nos fornecem esperanças de dias recompensados.
8ª PARTE: A DOR COMO
FERRAMENTA DE EVOLUÇÃO
O sofrimento nos animais
já é trabalho de evolução para os respectivos princípios inteligentes que com
eles coexistem lhes fornecendo os primeiros rudimentos de consciência. O mesmo
sucede com o ser humano, nas suas reencarnações sucessivas. Se a alma vivesse
livre de males, ficaria inerte, passiva, ignorante das coisas profundas e das
forças morais que nela jazem.
A escala evolutiva se
faz com experimentos diários resultantes de esforços contínuos. Esses experimentos
são sempre frutíferos, pois, nos mostram os resultados benéficos ou maléficos
dos mesmos. Os benéficos se traduzem em prazeres e os maléficos em sofrimentos.
A dor também é eficaz
nas coletividades. A ameaça das feras e dos flagelos obriga o indivíduo a
procurar seu semelhante. Foi dos sofrimentos comuns que o homem desenvolveu as
ciências e as técnicas.
9ª PARTE – A DOR É UM
CASTIGO? – DORES COLETIVAS
Não são poucos que
traduzem a dor como castigo divino. Para esses ainda reside a ideia de um Deus
vingativo contra os que não lhe prestam obediência. Esse castigo pode ser
individual ou coletivo.
Na fase elementar da
espiritualização a dor é entendida como castigo de Deus aos moldes do castigo
aos maus procedimentos efetuados pelos pais genéticos. À medida que o homem
avança para uma maturidade e independência espiritual adquire uma nova visão
sobre a dor.
Os grandes flagelos, as
grandes catástrofes também são entendidas como ensinos coletivos e aprendizado
de melhoria da vida de relação.
10ª PARTE – A DOR E O
MATERIALISMO
O cético, o ateu e o
materialista questionam a existência de um Deus onde há dor, doenças, catástrofes
e sofrimentos. Não conseguem conjugar a existência simultânea.
O poder divino seria
capaz de remover tudo isso. Pensam eles. Se isto não ocorre é porque Deus não
existe ou que Ele não tem poder para isso. Não enxergam o lado benéfico da dor
e do sofrimento.
11ª PARTE –“BEM
AVENTURADOS OS AFLITOS”
Jesus, o grande
psicólogo dos homens dava essa versão às aflições. Falava-nos da
importância do sofrimento.
Como espírito puro, espírito crítico tem o conhecimento da função educativa da
dor por isso bendizia aos que padeciam em aflições, pois, era essa a ocasião
oportuna na lapidação das almas.
Os céticos, ateus e
materialistas se riem dessa ingenuidade, pois se encontram ainda cegos da visão
e da compreensão holística do mundo.
12ª PARTE – A DOR NO
GÓLGOTA
Muitos creem que as
dores e o sofrimento de Jesus no Calvário tiveram objetivos salvíficos. E mais,
esse martírio se fez para que pudéssemos usufruir salvando-nos do fogo eterno.
Para tanto precisamos crer nisso e passar a levar uma vida regrada,
disciplinada e temente.
O questionamento que se
efetua é se tal procedimento é suficiente para habitarmos o Reino, ou se trata
de um novo mito que a Filosofia deve voltar a inquirir.
13ª PARTE – CONCLUSÃO
Não existe a menor
dúvida que há um paradoxo entre a existência das dores, sofrimentos concomitantemente
com um Deus infinitamente bondoso, amoroso e misericordioso.
O não entendimento dessa
incoerência teológica e os fracos argumentos racionais levam muitos ao ateísmo,
ao materialismo e as frustrações.
Somente a objetividade da
dor através de funções educativas é que podem explicar os fatos vivenciados
pela humanidade.
Alan Krambeck
14ª PARTE – MÁXIMA /
LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA PRÓXIMA AULA
Próxima aula:
Livro 3 – Cap. 15 - A
Masculinidade e a Feminilidade – O Sexo dos Espíritos
Leitura:
FILOSOFIA ESPÍRITA –Tomo
II – Manoel P São Marcos – Edit FEESP
Extraído do site http://ifevale.org.br
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