O PRINCÍPIO INTELIGENTE – SUA EVOLUÇÃO NOS REINOS INFERIORES
Bibliografia
DEUS –
ESPÍRITO – MAT’RIA – Manuel de O Portásio f. – edit FEESP
FILOSOFIA
ESPÍRITA TOMO II – Manoel P São Marcos – Edt FEESP
A EVOLUÇÃO DO
PRINCÍPIO INTELIGENTE – Durval Ciamponi
– Edit FEESP
O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec – Edi FEB
REFLEXÃO
OS AUTOMATISMOS DA PSIQUE HUMANA TÊM SUA ORIGEM NOS REINOS
INFERIORES?
Muitas são as ações do cérebro em órgãos do nosso corpo.
Ações estas que por vezes passamos a existência sem as perceber.
As batidas cardíacas são governadas pela psique humana,
tanto que quando nos assustamos, ela imediatamente dispara a fim de reativar o
mecanismo de defesa corporal a eventuais perigos.
O aparelho
digestivo exerce uma série de movimentos no sentido de absorver os nutrientes
do alimento e separa automaticamente o resíduo indesejável para posterior
excreção.
Esses
automatismos se encontram registrados na constituição biológica da célula ou é
parte integrante de um psiquismo que caminha no tempo e se situa fora do corpo
físico?
1 PARTE
OBJETIVO DESTA AULA
Esta aula
tem por objetivo dar prosseguimento na investigação acerca da existência .
nosso foco será o princípio inteligente: conceito, atributos, natureza e, sua
evolução nos reinos inferiores da creação.
2 PARTE
INTRODUÇÃO
A doutrina
espírita é criacionista assim como a doutrina das diferentes igrejas cristãs
também o são. A diferença, porém se encontra no espaço e no tempo. Enquanto
estas estabelecem a creação como sendo a creação bíblica ocorrida a 6000 anos
atrás com a formação do homem através do barro telúrico e o respectivo sopro
divino, aquela separa a creação em duas, uma material e outra espiritual
ocorrendo em instantes não necessariamente o mesmo.
A codificação
trabalha mais o Espírito em sua fase hominal deixando indícios sobre o
Princípio Inteligente, mas as informações trazidas pelos espíritos permitem-nos
avançar neste estudo com certo grau de segurança.
Esta aula se
baseia na codificação e nos principais pensadores filosófos espíritas como Leon
Denis, Herculano Pires a na recente escola filosófica espírita com núcleo na
Federação Espírita do Estado de São Paulo.
3 PARTE O
PRINCÍPIO INTELIGÊNCIA – CONCEITO E ATRIBUTOS
O Princípio
Inteligente é a substancia no sentido aristotélico, não sujeita aos sentidos,
ao tempo e ao espaço, estando, pois, dissociadas da forma. É a arché dos filósofos
pré-socráticos.
Quando tratamos do Princípio Inteligente, ele já se encontra
individualizado formando o Ser o viajor em direção a enteléquia.
No livro I do Livro dos Espíritos, Kardec tratou das Causas
Primárias onde desenvolveu o conceito de Deus e dos elementos gerais do
Universo, qual seja, espírito e matéria. Tratando espírito com “e” minúsculo
quando se refere ao elemento universal. No livro II abordou o ser
individualizado e para diferenciá-lo grafou com “E” maiúsculo.
23- Que é o espírito?
- O princípio inteligente do universo
Sua natureza íntima nós desconhecemos, pois, sua essência
não se compara a nada do que conhecemos. Tal como o conceito de Deus, a
essência do que seja o espírito só o entendemos pelo intelecto e jamais através
dos sentidos. Estes só nos fazem perceber os efeitos. O atributo principal do
espírito é a própria inteligência. Assim é que, filosoficamente, é correto dizer-se
princípio inteligência. Na metafísica é a “coisa em si” Kantiana ou a “res
cogito”(coisa pensante) cartesiana.
É a inteligência que caracteriza o ser infinito relativo,
como também qualifica em grau superlativo o ser infinito absoluto. O espírito é
em ultima análise, o fundamento constitutivo do eu. É a entidade única que pode
constatar em cada coisa real e ideal o principio metafisico que na anima, que
lhe dá unidade e sentido.
Os atributos do princípio inteligência são: uno, eterno,
infinito, imutável (não sujeito a evolução) e imóvel.
4 PARTE O SER FRAGMENTO OU PRINCÍPIO INTELIGENTE
No livro II de O Livro dos Espíritos, o codificador fala dos
Espíritos com “E”maiúsculo, ou seja, eles agora individualizados.
76 – Que definição se pode dar dos Espíritos?
Pode- se dizer que os Espíritos são seres inteligentes da
criação. Povoam o Universo fora do mundo material.
Os Espíritos são seres e não entes. O ser antecede o ente. O
ser é o espírito e o ente é o corpo, a matéria. O ser é metafísico e o ente é o
físico.
O Espírito é o Princípio Inteligente já na fase hominal,
entretanto a filosofia espírita concebe uma etapa anterior não totalmente
clarificada na codificação. Seria o Principio Inteligente desde sua
fragmentação analógica até a entrada no reino hominal.
Os Espíritos Superiores afirmam a Kardec que “os Espíritos são
individualizações do princípio inteligente, como os corpos são
individualizações do principio material”.
Como entender o ser fragmento se o ser é de natureza
metafísica e indivisível?
Essa divisão é de caráter analógico, não, material ou
físico.
O professor São Marcos nos fornece a seguinte definição de
Princípio Inteligente baseada na codificação sobre a analógica fragmentação: “o
ser fragmento é a unidade homogênea e autônoma, oriunda direta e imediatamente
da hipóstase-fonte ou principio inteligência, cuja interação com o princípio
matéria produz a vida organizada em sua múltipla e variável forma de ser, que
constitui o universo.”
Identificamos o Ser fragmento com Princípio Inteligente e
reservamos o termo Princípio Inteligência para a substância ou hipóstase.
5 PARTE A NATUREZA DO ESPÍRITO (PRINCÍPIO INTELIGENTE)
Com respeito a natureza do Espírito é preciso ficar bem
claro que não é formado de matéria, nem mesmo de energia sutil ou matéria quintessênciada.
O Livro dos Espíritos nos diz:
27 – Haveria assim, dois elementos gerais do universo: a
matéria e o espírito?
- Sim. E acima de ambos, Deus, o criador, o Pai de todas as
coisas. Essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade
universal.
Basicamente são duas substancias heterogêneas entre si e
autônomas, tal como na teoria cartesiana: a res cogito e a res extensa. A matéria
em sim nada tem de inteligente, sem a ação do espírito ela não se organiza, não
se intelectualiza, não adota formas. Não constitui corpos, não realiza
absolutamente nada, é o elemento inerte, amorfo e inoperante.
A matéria é a ferramenta de trabalho do espírito que por sua
vez aparece no cenário da vida como agente transformador de tudo que existe. Matéria
e espírito, todavia, estão em interação necessária e indissolúvel, algemada uma
a outra desde princípio.
Hoje, físicos teóricos e expoentes da Física Quântica já
admitem que até mesmo o movimento atômico seja dirigido por uma inteligência.
A matéria não possui impulsos inteligentes; ela não tem
atributos, ela tem propriedades. Dessa forma a matéria não é a causa ou a sede
da inteligência, como também do sentimento ou do comportamento do homem. O cérebro
definitivamente, não fabrica a inteligência.
Quanto ao átomo ser o traço de união entre dois elementos fundamentais
do universo, lembramos que o movimento atômico não é acéfalo, puramente
mecânico, casual. A organização atômica é suficiente para mostrar que ela só
existe em razão da inteligência que a organiza e governa.
É assim que “o arcanjo começou pelo átomo” no genuíno ensino
da codificação.
6 PARTE OS ATRIBUTOS DO PRINCÍPIO INTELIGENTE
O atributo é tudo aquilo que é inerente ao ser, sem ele o
ser não é. O Princípio Inteligência tem os atributos que foram apresentados,
enquanto o ser fragmento ou o princípio
inteligente individualizado tem além deles, outros que decorrem de sua própria existência
que a partir de então se trata de sua manifestação enquanto ser.
O Ser tem o ímpeto como atributo primordial, ou seja, a
capacidade de agir. Ele não necessita quem ou o que o impulsione, que o ponha
em marcha, que o arroje em direção a um alvo. É ele mesmo quem sai de si e se
projeta para. Não se trata de uma saída qualquer, banal e sem rum, mas, de uma
ação plena de sentido e realização em demanda a algo maior, certo, previsível,
atividade inteligente que qualifica o próprio ser que a dirige por isso a inteligência
é o atributo essencial do ser fragmento que pauta todas as suas ações por ela. A
inteligência manifesta-se por atos de vontade.
Além do atributo ímpeto, o ser fragmento é autônomo em suas
ações e homogêneo com os demais seres em sua fragmentação. Possui necessidade
da convivência com a outra hipóstase para poder se manifestar.
7 PARTE A EVOLUÇÃO DO
PRINCIPIO INTELIGENTE NOS DIFERENTES REINOS
A partir da “analógica fragmentação”, momento em que o Sr se
individualiza, unindo-se a um “quantum” de matéria cósmica, a dinâmica da é
posta em marcha e jamais cessa até que o ser atinja as culminâncias da
purificação.
A evolução consiste num caminhar sempre crescente e
ascendente regido pelas leis divinas que tudo abrangem e solucionam. Desconhecemos
a duração do processo, pois a escalada é infinita.
É no espaço cósmico que o ser articula seus próprios desígnios.
O ser fragmento transita de experiência em experiência por força do seu ímpeto
natural, tutoreado pelos ditames das leis divinas que o dirigem para as instancias
existenciais dos reinos da natureza assistido de perto pelas grandes inteligências
do espaço que se ocupam dessa tarefa por missão.
Nesta fase não há violação de leis, tudo concorre para a
harmonia do universo. O processo evolutivo é infinito. É dito que o ser
infinito relativo é perfectível e dinâmico na óptica de Heráclito do “vir a ser”
em toda sua existência enquanto o ser infinito absoluto é perfeito e estático.
A partir da atuação sobre as partículas subatômicas dando
sentido ao que existe, a próxima ação é em direção a matéria planetária para
dualizá-la em inorgânica e orgânica.
Os estágios junto aos reinos não significam propriamente habitação,
mas, trabalho junto a. Esforço de aprendizado e preparação para algo maior.
Para o ser fragmento ou principio inteligente trata-se da
aprendizagem nos reinos inferiores como preparação para atividades mais complexas.
As características do psiquismo em cada reino são as seguintes:
No reino mineral a principal caracterisitca é a atração,
pois aí o principio inteligente desenvolve entre outros o poder organizacional
e estético. O campo do conhecimento, a Cristalografia demonstra esse poder
através das formas observadas nos cristais. Dentre elas alguns exemplos: a
cúbica de corpo centrado (CCC), a cúbica de face centrada (CFC) e hexagonal
compacta (HC) entre outras. Exemplos típicos onde se observa a atração e a
organização desenvolvida pelo principio inteligente.
No reino vegetal, o evoluir da matéria já apresenta a forma
orgânica, organização típica própria para o recebimento do fluido vital, ou
seja, a vida. Aqui se desenvolve outras aptidões do psiquismo, como as
sensações e os tropismo, ou seja, o fototropismos ( a busca da luz, da
energia), o hidrotropismo ( a busca da água e da alimentação através dos minerais).
Desenvolve-se assim o sistema de alimentação através da seiva, o sistema de
respiração da fotossíntese e o sistema de proteção através da camuflagem, dos
espinhos e proteção química (venenos).
No reino animal, nova capacidade psíquica é adquirida: o
instinto. Com aquisição da mobilidade os sentidos o servem de orientação a aqui
se desenvolvem. Neste reino o principio inteligente adquire nova bateria de
conhecimentos e aprendizados. São eles: a conservação (através da proteção e segurança)
a manutenção (através da reprodução da espécie e alimentação).
8 PARTE ETIMOLOGIA – ELUCIDAÇÃO DE TERMOS
Para que esta aula fique suficientemente clara e
compreensível, resumiremos os principais conceitos tratados nesta parta da
doutrina espírita.
- Espírito com “e” minúsculo (observado em O Livro dos
Espíritos – Kardec) – é um dos elementos constituintes do universo.
- Espírito com “e” maiúsculo (observado em O Livro dos
Espíritos – Kardec) - são os seres inteligentes da criação – Deus os cria por
Sua vontade.
- O Princípio Inteligência e o Princípio Matéria (tratado na
recente Filosofia Espírita) – são as substancias essenciais da criação.
- O Princípio Inteligente ou o Ser- Fragmento (tratado na
recente Filosofia Espírita) – é o ser individualizado oriundo das substancia, a
Hipóstase-mãe Princípio Inteligência.
- o espírito (na recente Filosofia Espírita) – é o ser fragmento
ou o principio inteligente na fase hominal.
Outros conceitos comuns no meio espírita mas não tratados
dentro da Filosofia Espírita são:
- Mônada – termo criado por Leibniz distinto ao utilizado na
Filosofia Espírita.
- Principio Espiritual – é de uso corrente no movimento
espírita e até na literatura espírita
significando o princípio inteligente e por vezes o principio inteligência.
9 PARTE CONCLUSÃO
Poucos são os campos do conhecimento e muito menos as religiões
que vão tão longe ao entendimento da existência. Eles voltam suas atenções
exclusivamente ao ambiente terráqueo. a doutrina espírita alarga enormemente os
horizontes envolvendo a metafísica e com isto tempo e espaço se alargam para além
do ventre e do tumulo e além do planeta Terra.
A doutrina espírita desconhece limites espaciais e temporais
fornecendo luzes a antigas questões insolúveis como: quem sou, de onde vim, que
faço aqui e para onde vou.
10 PARTE MÁXIMAS/ LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA A PRÓXIMA AULA
PRÓXIMA AULA:
LIVRO 3 CAP.11: O PRINCÍPIO INTELIGENTE NA FASE HOMINAL – O ESPÍRITO
LEITURA:
IMPULSOS CRIATIVOS DA EVOLUÇÃO – Jorge Andréa – Edit F V
Lorentz
A EVOLUÇÃO DO PRINCIPIO INTELIGENTE – Durval Ciamponi – Edit
FEESP
O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec – Edt FEB
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