VIRTUDES – DEFEITOS – REFORMA INTERIOR
Bibliografia
MANUEL PRÁTICO DO ESPÍRITA – Ney Prieto – Ed melhoramentos
REFLEXÃO
A LOGÍSTICA DE UMA GUERRA
Podemos associar a reforma íntima a uma guerra?
Sim, a guerra surda que travamos de nós para conosco mesmo. As
imperfeições estando em nosso interior, precisamos do “conhece-te a ti mesmo” socrático
e do conhecimento do nosso inimigo.
Buscando uma estratégica e uma logística adequada basta nos
amarmos com a vontade para iniciar o bom combate.
Sócrates nos forneceu o primeiro passo. Os passos seguintes
que é o conhecimento do inimigo, as imperfeições e o conhecimento do caminho,
as virtudes podemos adquirir.
E a estratégia do combate, onde adquiri-la e como
exercitá-la?
1 PARTE: OBJETIVO DESTA AULA
Esta aula tem por finalidade aprofundar os estudos e a
reflexão de temas tão importantes da evolução espiritual. importante o
conhecimento desses conceitos, suas aplicações e o porquê de sua incorporação
em nossos procedimentos ou porque devemos nos afastar de outros.
2 PARTE: INTRODUÇÃO
O determinismo da evolução espiritual na fase hominal se
manifesta através do desenvolvimento intelectual e moral. É o amai-vos e instrui-vos
legado por Kardec. Enquanto nos bancos escolares se aprende a intelectualidade,
dentro dos templos religiosos é que se
adquire a moralidade.
Nesta aula será tratado esse desenvolvimento moral. O termo
moral exprime as formas do bom relacionamento entre os homens.
3 PARTE: AUTOMATISMOS E COMPORTAMENTOS NO REINO ANIMAL
Os comportamentos no reino animal visam à sobrevivência e a
preservação da espécie. As atitudes são muito previsíveis tendo em vista que
cada ser se ocupa da própria vida ou quando muito os atos se estendem a sua
prole. Ou seja, impera um certo “egoísmo”. Desconhece-se a amizade, menos o
amor, no máximo os cuidados necessários aos recém-nascidos. Sempre como o objetivo da preservação e sobrevivência.
A comida não é repartida igualmente. Primeiro alimenta-se os mais fortes. Os mais
fracos não são mantidos pelos mais, fortes, pelos mais vigorosos.
Nos reinos inferiores estabelecem-se os automatismos
fisiológicos, ou seja, os hábitos incorporados pelo psiquismo com fins de sobrevivência
e conservação.
4PARTE: O ADVENTO DA RAZÃO E DA CONSCIENCIA – MUDANÇA DE
PARADIGMAS – A VIDA DE RELAÇÕES
Com advento da razão ocorrem mudanças significativas de
comportamentos. Elas se processam, entretanto, de maneira lenta. Juntamente com
a razão o homem adquire a consciência de si e do outro. O eu e o outro. O sujeito
e o objeto. O inferior e o exterior. A reflexão.
Com o reconhecimento da existência do outro e com a
possibilidade do raciocínio, muda o direcionamento da vida de relação. Ocorre uma mudança de paradigma. No mundo
animal tudo ia bem quando o individuo ia bem, já no mundo hominal, tudo vai bem
quando todos vão bem. Em outras palavras, o “eu” se expande.
A expansão do “eu” se manifesta na vida de relações. Nós,
seres humanos, somos como os nós de uma
teia de aranha; estamos ligados uns aos ouros pelos fios da teia. Cada fio é
uma relação. Os atos que realizamos são com movimentos do nosso nó, afetamos os
outros nós. E eles nos afetam com suas movimentações. Enfim, nossa vida, nossa existência
é uma vida de relações. Relações no trabalho, no clube, na igreja, no partido,
no esporte. Podemos até termos momentos de isolamento, mas a grande parte do
tempo é nos relacionamentos uns com os outros. Enfim, nossa vida é uma teia,
nós nos afetamos uns na vida dos outros.
5 PARTE: IMPERFEIÇÕES E VIRTUDES – INFELICIDADE E FELICIDADE
Virtudes são todos os procedimentos que favorecem a vida de
relações ou ações que auxiliam a expansão do eu. Do interno para o externo, do
eu para o todo.
Imperfeições são os procedimentos que dificultam aquela
expansão, é o caminho inverso do anterior. Do externo para o interno, do todo
para o eu.
A felicidade ou o bem-estar no mundo animal se manifesta
pelo bem-estar do eu indivíduo independente do que ocorre no exterior dele. A felicidade
no mundo hominal se manifesta pela felicidade do eu expandido.
No mundo consciente, as virtudes facultam o bem-estar do eu
individuo. Sob outra ótica, virtude e imperfeições estão intimamente ligadas à
atração e repulsão respectivamente. O mesmo acontece com o amor e com o ódio que
se tratam de forças atrativas e repulsivas também.
6 PARTE: O CAMINHO DO MEIO – CARENCIAS E EXAGEROS
A moral aristotélica caminha junto com a moral oriental ao
apresentar o meio como sendo o equilíbrio do ser humano. Esse equilíbrio traz a
harmonia e ela nos torna feliz.
O proverbio chinês diz que entre os extremos devemos escolher
o caminho do meio. Aristóteles afirma que não devemos ter coragem nem em
excesso, nem em falta. O mesmo com a vaidade, com a ociosidade e assim por
diante.
O Universo sempre caminha em direção a harmonia que é a
perpetuidade. O caos ou o desequilíbrio quando existe é efêmero ou temporário.
7 PARTE: HABITOS E COSTUMES – SUAS ORIGENS
A receptibilidade de um ato por parte do homem passará a ser
automatismo que depois de incorporado pode até se tornar imperceptível pelo
indivíduo. Esse hábito pode ser no aspecto positivo ou negativo, por exemplo,
se adquirirmos o habito de sorrir ou se adquirirmos o habito de franzir a testa
constantemente, estabelece-se aquilo que chamamos automatismo morais.
O meio pode contribuir para hábitos maléficos ou benéficos. Exemplo,
um meio alegre, favorece hábitos alegres, o meio acadêmico favorece o habito da
pesquisa e da leitura, pelo lado benéfico.
Um meio agressivo e violento favorece hábitos agressivos e
violentos, um meio hostil e repressivo favorece hábitos inseguros.
A conjunção do incentivo do meio com a problemática interna
do individuo (medos, traumas, ansiedades) leva a aquisição de hábitos maléficos.
8 PARTE: IMPERFEIÇÕES – VICIOS E COMPULSÕES
Os vícios são imperfeições cujas maiores consequências soa
os ataques ao eu. Sua origem está nos hábitos adquiridos no decorrer da existência.
Geralmente os vícios agridem diretamente o próprio corpo do individuo e de
forma menos agressiva os que estão próximos. É o caso do fumo, do álcool e das
drogas. Já o jogo, os abusos sexuais atingem também o semelhante.
As compulsões são hábitos cuja origem esta mais na problemática
interna da pessoa. Assim temos a compulsão a comida (a gula), a compulsão ao
sexo (abusos sexuais) e a compulsão a compra (o consumismo)
9 PARTE: IMPERFEIÇÕES – DEFEITOS
Os defeitos são as imperfeições da alma. Eles estão relacionados
com o psiquismo humano. Os defeitos procuram colocar o “eu” no centro do mundo,
ou seja, todas as ações devem estar voltadas para mim. São os resquícios do
mundo animal, ondem a sobrevivência imperava.
O defeito tem como pano de fundo o egoísmo, a preguiça e a
insegurança, heranças do reino anterior.
Todos os demais estão com eles
relacionados. Assim, numa analise primeira conceituamos:
ORGULHO – é a supremacia diante dos outros. O eu querendo
ser melhor;
VAIDADE- o eu querendo ser o mais belo;
INVEJA- é o desejo de posse do objeto ou da qualidade do
outro;
CIUME- é o desejo que o outro me pertença me seja submisso;
AVAREZA- é o desejo acumulo;
PERSONALISMO- é a evidencia de si sobre os outros;
OCIOSIDADE- é a subjugação a preguiça;
NEGLIGENCIA- é a manifestação da preguiça em coisas de alta responsabilidade;
MALEDISCENCIA- é o destaque dos defeitos e vícios alheios no
sentido da autovaloração;
IMPACIENCIA- é a prioridade sobre os demais;
ÓDIO- é o efeito da agressão do outro sobre si;
AGRESSIVIDADE- é o trato violento físico ou verbal do outro;
VINGANÇA- é o revide da ofensa feita a mim de forma violenta
ou não.
10 PARTE: VIRTUDES
Os dicionários tratam a virtude de maneira muito ampla,
como, “disposição habitual para o bem e para o justo” e discorrem com exemplos
com frases de pensadores e escritores famosos utilizando o termo. No dicionário
filosófico, a virtude é tratada como sendo a capacidade ou potencia tanto de
forma geral como no homem, ou ainda, com a capacidade ou potencia moral no homem.
Mostra as citações de alguns filósofos com Aristóteles, Epicuro, Cícero, Abelardo,
Espinosa, Kant, Locke, Hegel, Rousseau e Nietschte.
Ousamos dar nossa definição com sendo as virtudes os comportamentos
que expandem o eu. Todos os atos humanos no sentido de levar o crescimento do
eu para o todo. Relacionamos as principais virtudes com uma pequena analise de
cada uma. Elas envolve o sentimento e o raciocínio.
Duas delas são as fundamentais: o altruísmo e a humildade. São
os sentidos opostos do egoísmo e do orgulho.
RESIGNIÇÃO – é a aceitação com compreensão;
SENSATEZ- é o caminho do meio, equilíbrio;
PIEDADE – é o entendimento e a aceitação do erro do outro;
BONDADE ou GENEROSIDADE- é a boa ação para com o outro;
AFABILIDADE ou DOÇURA – é o fino trato para com o outro;
TOLERANCIA- é a aceitação do outro como ele é;
PERDÃO- é o entendimento e a aceitação do erro do outro;
BRANDURA- são as
ações no sentido da paz, da não-violência;
COMPANHEIRISMO- ações no sentido de apoio, ajuda de aproximação;
RENUNCIA- ações no sentido d preterir o outro a si memo.
Rousseau adiciona a todas estas, a coragem. Tanto que em uma
de suas máximas relacionada ao assunto é: “não existe felicidade sem coragem,
nem virtude sem luta”.
11 PARTE: PESSIMISMO E OTIMISMO – ALEGRIA E TRISTEZA
A esperança tão citada no Novo Testamento, esta intimamente
ligada ao otimismo e a alegria, por consequência o pessimismo e a tristeza a
desesperança.
O otimismo e a alegria estão no bojo das virtudes, pois
atuam de modo significativo em nossos comportamentos.
O pessimismo e a tristeza são atos psíquicos que se situam
no “eu profundo” os quais precisam de nossa conscientização para promovermos o
embate, a reforma. É o “conhece-te a ti mesmo”.
12 PARTE: COMPREENSÃO – VONTADE – REFORMA INTERIOR
O caminho da felicidade passa pelas virtudes, já dizia
Sócrates. À medida que compreendermos isoladamente cada defeito, cada vício e
cada virtude, com certeza há despertar de nossa vontade na luta contra as
imperfeições. Essa vontade nos leva a ações no sentido de abandono das
imperfeições e aquisição de virtudes. Denominamos a isso reforma intima
interior.
Assim, a razão, a intelectualidade, o conhecimento e por fim
os sentimentos nos facultam a tão desejada reforma onde lentamente iremos
galgando os degraus do Reino, o caminho da felicidade.
13 PARTE: CONCLUSÃO
Esta aula vem esclarecer um pouco mais o que a Filosofia
propõe (ver os Objetivos da Aula 01) – instrui-vos para entender o amai-vos. Muitos
pensadores, teológicos e religiosos colocam que a fé é a única forma para
atingirmos o Reino, mas nós ousamos afirmar que a ferramenta que Deus nos deus
chamada Razão é também um utensilio poderoso nesse objetivo. Kardec foi muito feliz ao criar a
expressão fé raciocinada. E Sócrates se mostrou muito cônscio ao apregoar : “conhece-te
a ti mesmo”.
Alan Krambeck
14 PARTE: MAXIMA / LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA PRÓXIMA AULA
LIVRO 3 CAP 9 O PRINCIPIO MATÉRIA – FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL
– VIDA
LEITURA]DEUS, ESPÍIRTO E MATÉRIA – Manoel Portásio f. ED
FEESP
O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec - ed FEB