domingo, 10 de abril de 2016

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA LIVRO 2 - CAP 12

(utilize o site ifevale.org.br) 
 CULTURA – A LEI DE SOCIEDADE

BIBLIOGRAFIA
CONVITE À FILOSOFIA –Marilena Chauí – Ed. Ática.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec – Ed. FEB – perguntas 766 a 775.

REFLEXÃO
O MUNDO E SEU CORAÇÃO – UNIÃO DE CULTURAS?
O Brasil é um país continental. Diferentemente de outros países, o Brasil apresenta uma variedade de raças, costumes e culturas. Um caldeirão de culturas se auto-influenciando e a naturalidade da convivência vai se consolidando. É o aprendizado da convivência com o diferente. Uma globalização antes de sua existência. Os valores que vão se formando são resultantes dessas diferentes culturas.

Teria sido pretensão a afirmativa de Humberto de Campos:
 Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho? Ou seria os prenúncios de uma cultura universal?

1º PARTE: OBJETIVO DA AULA
Esta aula tem por objetivo o entendimento do que é a cultura, como ela surge, do que se compõem e como se dividem as culturas pelo mundo. Vamos investigar uma das leis citadas em O Livro dos Espíritos, a lei de sociedade.

2º PARTE: INTRODUÇÃO
O estudo da Filosofia nos proporciona a exercitação da busca da verdade. Desenvolve por um lado o espírito crítico e de outro lado, nos capacita a melhor ponderar nossos juízos. A exteriorização através de atos é o do equilíbrio, das palavras muito bem pensadas, visando sempre a harmonia do ambiente físico e espiritual. Para auxiliar os nossos entendimentos e ajuizamentos, precisamos imergir no contexto do que está sendo objeto de nossa análise. A isso poderíamos chamar de autotransporte ao local e ao tempo do objeto de nosso estudo. Essa contextualização exige um maior conhecimento do ambiente onde se desenrola o nosso estudo em termos de local, de época e de costumes. Este último é traduzido pela cultura da população na época em questão.

3º PARTE: CULTURA – CONCEITO, NASCIMENTO E COMPONENTES
O termo cultura que desenvolveremos nesta aula se faz sob o aspecto
- antropológico,
- sociológico e
- etnológico.
Outras ópticas serão estudadas mais à frente.

Sob os três aspectos citados acima, a cultura é o conjunto de hábitos, usos, valores, costumes, psiquismos, comportamentos psicológicos, religião e religiosidade que o agrupamento possui. Essa cultura passa de geração a geração e sofre influencia de outras culturas.

Os usos e costumes são: a comida, a música, a dança, as artes. Além desses, acrescentam-se os psiquismos e comportamentos psicológicos como: altura de voz, gesticulação, emoções adicionadas à fala e outros. Ao que citamos pode-se adicionar os valores desse grupamento, a religião por eles cultuada e sua religiosidade. Muitos hábitos foram desenvolvidos a partir das necessidades de sobrevivência ou da convivência. O meio ambiente também afeta enormemente os hábitos.

 Localidades como a beira-mar, desertos, montanhas, florestas, campos têm forte influencia nos hábitos desenvolvidos por suas populações.

4º PARTE: HÁBITOS ESTRANHOS, CULTURA?
Por vezes descobrimos em determinados grupamentos humanos, hábitos que fogem totalmente a nossa imaginação. Isso se deve por desconhecermos as necessidades e os valores desse grupamento.

Citaremos alguns: • ingestão de vegetais e animais estranhos • cultuar objetos e animais como deuses • agressões e mutilações do corpo • formas diversas de saudações: apertos de mãos, abraços, beijos • exteriorização de sucessos e insucessos de grandes alegrias e de grandes tristezas

5º PARTE: OUTROS USOS DO TERMO CULTURA
Outros conceitos são aplicados ao termo cultura, além daquele que tratamos nesta aula. Alertamos no uso do termo para evitarmos o emprego equivocado. A etimologia da palavra tem origem no verbo latino “colere” que significa cultivar, criar, tomar conta, cuidar donde se originaram os termos agricultura (cultura do arroz, cultura do café, cultura da cana de açúcar), puericultura (cuidados com o recém-nascido). Outro enfoque da palavra cultura pode ser relacionado com conhecimento. Assim dizemos que tal pessoa é culta no sentido de transmitir que o individuo tem conhecimento, é letrado, tem retórica. Deixando o aspecto individual e indo ao coletivo, falamos em cultura de elite, cultura popular, cultura de massa, cultura hippie para indicar hábitos e costumes de um grupo dentro de uma sociedade.

6º PARTE: COMUNIDADES E SOCIEDADES – SUAS TRANSFORMAÇÕES
Os estudos, partindo da filosofia da história e da antropologia, distinguem dois grandes tipos de cultura:

A das comunidades e a das sociedades.

Uma comunidade é um grupo ou coletividade onde as pessoas se conhecem, tratam-se pelo 1º nome, possuem contatos cotidianos cara a cara, compartilham os mesmos sentimentos e ideias e possuem um destino comum.

Uma sociedade é uma coletividade internamente dividida em grupos e classes sociais e na qual há indivíduos isolados uns dos outros. Os agrupamentos indígenas são comunidades. Nós vivemos em sociedade. O tempo nas comunidades é lento. Nas sociedades as transformações são constantes e velozes. Uma comunidade baseia-se em mitos e fundadores. Numa sociedade cada classe social procura explicar a origem da sociedade e de suas mudanças. Finalmente uma comunidade cria a “mesma” cultura para todos os seus membros. As sociedades criam e produzem culturas “diferentes” e mesmo antagônicas. Por isso as sociedades conhecem um fenômeno inexistente na comunidade: a ideologia.

7º PARTE: A CULTURA NOS DIFERENTES LOCAIS E ÉPOCAS
Como o ambiente geográfico sobre a face da Terra é muito variado, a adaptação do ser humano muda completamente de região para região. Numa região árida os hábitos dos habitantes são diferentes de uma região que impera a floresta. Numa região glacial, fria, os hábitos são completamente distintos
de uma região tropical. No Brasil mesmo, os hábitos da região sul (temperada) diferem dos hábitos da região nordeste (tropical). O desenvolvimento tecnológico no decorrer do tempo também faz a espécie humana mudar sua forma de vivencia. Assim, numa mesma região, em épocas distintas faz com que a população tenha hábitos distintos em vista do desenvolvimento tecnológico. Exemplo: a cidade de S Jose dos Campos nas décadas de 20/30/40 e essa mesma cidade nas décadas de 90/00. O fenômeno do deslocamento de grupos humanos de uma região para outra também proporciona criação e mudança de hábitos.

8º PARTE: O QUE SERIA A CULTURA ESPÍRITA
A Doutrina Espírita proporciona ao homem uma cultura? Hábitos, valores, costumes, religiosidade, psiquismos, psicologia novas? Analisemos Mudam os valores? Sim, os valores se alteram e em consequência os hábitos se alteram Quais os valores espíritas? Para refletirmos sobre os novos valores aos poucos assimilados pelos espíritas partimos das três máximas legadas por Kardec: •

“Nascer, morrer, renascer ainda, tal é a lei” • “Fora da caridade não há salvação” • “Amai-vos e instrui-vos”

Os valores da cultura espírita são dirigidos por tudo que a reencarnação trás envolvido em seu conceito. Também essa cultura se manifesta nas ações que o valor da caridade no sentido de amor ao próximo desperta no seu adepto. E finalmente através do “instrui-vos” a valorização do desenvolvimento do conhecimento. Eis as linhas mestras da cultura espírita.

9º PARTE: AS RELAÇÕES HUMANAS – A TEIA
A vida humana é uma vida de relações. Relações com outros seres humanos. Ao analisar a nossa vida, nossos procedimentos, nossas ações são estas em grande parte influenciados por outros. A maior ou menor dependência dessas relações é característica de cada um de nós. Ao nascermos, somos dependentes de nossos pais. A seguir nos relacionamos com parentes, amigos da família. Na escola, novas relações, colegas, professores. Na adolescência, os amigos. A próxima fase é o da relação amorosa: namoros, noivado, casamento, vida profissional e assim por diante. Essas relações nos influenciam e através dela, influenciamos. Podemos comparar a uma teia. Somos os nós da teia. As nossas ações e palavras afetam os nossos relacionamentos. Atuamos através de nossas ligações aos outros nós. Essas relações são regidas por meio de uma lei natural denominada lei de sociedade.

10º PARTE: A LEI DE SOCIEDADE
A vida de relações é algo tão importante, natural e, sobretudo universal. O ser humano é um ser social. A percepção de Kardec foi tão aguçada que dedicou perguntas no seu diálogo com os Espíritos Superiores sobre a lei de sociedade. O Livro dos Espíritos em suas perguntas 766 a 775 enfatiza a necessidade da vida social pelo homem, questiona a vida de isolamento e o voto do silencio. Trata da família como célula social. Sua coesão se dá através dos laços de família. Essa naturalidade da vida de relações faz com que o homem estabeleça procedimentos de convivência chegando a compartilhar hábitos em função da adaptação no seu habitat natural

11º PARTE: CONCLUSÃO Ao entendermos a nossa cultura e outras culturas de nossa época ou não, passamos a compreender melhor o mundo e os fatos que neles acontecem.

Os preconceitos que possam ter ao desconhecer outras culturas podem ser amenizadas com esse conhecimento. Em outras palavras, quando convivemos com as diferenças passamos a respeita- las.

Ao conhecermos e compreendermos as diferentes culturas que existem e que existiram sobre a face da Terra, com certeza estaremos minimizando os nossos preconceitos e entendendo melhor a vida planetária. Alan Krambeck

12º PARTE: MÁXIMA / LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA A PRÓXIMA AULA Próxima aula: Livro 2 – Capítulo 13 - A Axiologia - A Teoria dos Valores Leitura: TEMAS DE FILOSOFIA – M Lucia A Aranha – Edit. Moderna FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA – Manuel G. Morente – Ed. Mestre Jou

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