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FILOSOFIA DO HELENISMO (ESTOICISMO – EPICURISMO – CETICISMO - ECLETISMO)
BIBLIOGRAFIA
O PENSAMENTO FILOSÓFICO DA ANTIGUIDADE – Huberto Rodhen – Edit Alvorada OS FILÓSOFOS – Herculano Pires – Edições FEESP O MUNDO DE SOFIA – Josten Gaarder – Edit. Cia das Letras
SITE www.mundodosfilosofos.com.br
REFLEXÃO
O ESPÍRITO DA FORTUNA
Duas pessoas recebem inesperadamente uma grande fortuna: uma logo faz planos sobre como aproveitar essa soma para melhorar a sorte dos seus semelhantes, enquanto a outra se põe a especular e calcular sobre como aumentar e intensificar seu próprio conforto e luxo pessoal. Donde a diferença? Do dinheiro? Certo que não, que este é o mesmo nos dois casos. A diferença de reação vem da atmosfera peculiar, ou seja, da atitude característica que existe nessas duas pessoas anterior ao evento. Essa atitude não é criada pelo dinheiro, mas pré-existe ao advento. O dinheiro não foi senão um agente revelador de um estado de alma oculta nesses dois homens: estado de altruísmo ou estado de egoísmo, ambos latentes e agora tornados manifestos nos dois felizardos. Felizardos?
1ª PARTE: OBJETIVO DESTA AULA
O objetivo desta aula é conhecer as diferentes correntes filosóficas que floresceram no período helenístico, e as suas propostas. São elas: a escola estóica, a escola epicurista, o cinismo, o hedonismo, o ceticismo e o ecletismo.
2ª PARTE: INTRODUÇÃO
O período helenístico também conhecido como período ético cujo início é convencionado na época da morte de Aristóteles, no século III aC. A filosofia do helenismo inicia-se por assim dizer, por volta de 322 aC com a conquista da Grécia pelos povos da Macedônia. Em decorrência dessa conquista, a Grécia perde sua autonomia política e passa a fazer parte de um grande corpo de nações. Devido a essa incorporação política, a cultura grega vai sendo gradativamente propagada e passa a compor a cultura de vários países mediterrâneos. Essa mistura com outras culturas, alimentada pela perda da força política, influi diretamente na dimensão cultural grega, especialmente no saber mais caro para eles, o saber filosófico.
3ª PARTE: DUAS ESCOLAS ANTROPOCENTRICAS / DIVULGAÇÃO DA CULTURA GREGA NO IMPÉRIO MACEDÔNICO Após a tomada das “polis” pelos macedônicos comandados pelo seu rei Felipe (batalha de Queronéia – 343 aC) com seu assassinato assume Alexandre Magno que se ocupa de levar a cultura grega a todo seu reino chegando às margens do Rio Indo no Oriente. Isto faz em contrapartida que a cultura grega receba também influencias orientais. No apogeu da civilização grega, sofistas e socráticos dividem a filosofia antropocêntrica. Ambas proclamam que o homem é a medida de todas as coisas e seu destino é ser feliz. Reconheciam que a felicidade pressupõe a ética e esta passa a ser o centro do pensamento filosófico nesse próximo período da Filosofia Antiga. Para os sofistas, a felicidade humana não pode ter por base senão o real e o verdadeiro. Eles até admitiam o altruísmo no sentido de promover a felicidade dos semelhantes, estariam contribuindo para sua própria felicidade. Para os socráticos é a verdade através das virtudes que tornará o homem feliz. Portanto os entes materiais não fazem parte do universo socrático. A decadência da influencia política grega o acompanha também a Filosofia. Os grandes filósofos se extinguem e vão surgindo escolas que seguem a orientação daqueles grandes mestres. São algumas destas escolas que estudaremos nos capítulos seguintes.
4ª PARTE: OS ESTÓICOS O estoicismo nos vão propor um sistema filosófico que tem influências até os dias atuais. O termo grego “estóico” origina-se de “Stoá” que significa pórtico. Seu fundador foi Zenon de Citro (cidade da ilha de Chipre) e os principais filósofos foram: Cícero (106 a 43 aC), Sêneca (4 aC a 65 dC), Epícteto (séc. I /séc. II) e o imperador romano Marco Aurélio (121 a 180 dC) estes como sendo os antecessores do movimento humanista. Assim como Heráclito, os estóicos diziam que todas as pessoas eram parte de uma mesma “Razão Universal” ou “Lógos”. Cada pessoa é um microcosmo reflexo do macrocosmo (origem do monismo espinoziano). Essa corrente filosófica se coloca ao lado de Sócrates contra o sofismo. “Nada acontece por acaso” já diziam os estóicos. Posicionavam-se com total indiferença aos eventos exteriores. É a “tranquilidade estóica”.
Os princípios básicos do estoicismo são:
1º) Processo de apercepção
2º) A lei da harmonia cósmica
O processo da apercepção se resume no seguinte: tudo o que exerce impressão sobre nós e determina o curso da nossa vida se constitui de dois elementos: um externo e um interno. Assim se algum fato fere a minha atenção – é a ação ou elemento externo (causa). Ao mesmo tempo, eu reajo. Este é o elemento interno (efeito) que responde ao impacto externo O processo é chamado apercepção. A apercepção então é composto da ação do objeto que me fere (geralmente não esta sob meu controle) e a atitude que tomo (esta sim se encontra sob meu controle). Assim, duas pessoas são alvo do mesmo acontecimento nas mesmas circunstâncias externas, mas com ambientes internos diferentes: “A” recebe o impacto positivamente e “B” o recebe negativamente. O mais importante, diz o estóico, é criar dentro de nós uma atitude que responda ao desafio externo de modo tal que beneficie a vida como um todo. Ou seja, é a imunização, a vacinação ou a profilaxia moral. Esse processo profilático não pode ser começado no momento em que as bactérias estejam invadindo o organismo. O estóico é, portanto, invulnerável e sereno as perturbações externas, ele vive na consciência calma. O segundo princípio é o da Harmonia Cósmica, prosseguimento do primeiro. Por que devo assumir atitudes positivas em face dos eventos externos? O cosmos é basicamente positivo. Vejamos: - a treva é a ausência da luz - a doença é a falta da saúde - a morte é ausência da vida, ou seja: os “males físicos” são simplesmente a ausência do bem maior. Eles são bens limitados, passageiros, efêmeros, porém eles nos atingem.
O indivíduo e o cosmos têm um centro comum: são concêntricos. Se uma criatura pretende destoar dessa natural concentricidade evidenciando-a como um novo centro, ela passa ser “excêntrica” e entra em conflito com o cosmos. Isto significa maldade, infelicidade, pecado, neurose, desequilíbrio.
5ª PARTE: OS HEDONISTAS Hedonné é um vocábulo grego que significa prazer. Não somente os prazeres físicos-materiais, mas toda uma gama de gozos superiores inclusive os de caráter artístico. O Hedonismo é uma ideologia defendida por Aristipo de Cirene e sua escola. Ela prega em seu bojo que as satisfações pessoais do homem, sejam de que natureza for, são os supremos e únicos destinos da vida, devendo por isso ser buscado em toda sua plenitude. Essa escola tem origem no sofismo visto estar condizente com o real, o verdadeiro e a vida em curso.
6ª PARTE: OS EPICÚREOS ( OS FILÓSOFOS DE JARDIM )
Esta escola filosófica fundada por Epicuro de Samos (341 a 270 aC) que foi discípulo do platônico Panfilo e do democrático Nausífanes. Epicuro ensina em seu jardim, por isso chamados Filósofos de Jardim. Essa escola se aproxima muito de uma comunidade órfica de tipo pitagórico Os filósofos de Jardim tinham por lema a amizade e não faziam distinção da origem dos seus discípulos incluindo escravos e cortesãs. A harmonia e o prazer no presente é que a eles importava. O prazer era o bem supremo e a dor, o mal supremo. Epicuro era homem de grandes amizades porque era isso que pregava, entretanto possuía grandes inimigos filosóficos, principalmente os estóicos. Ele era acusado de gulodice e sensualidade. Deixou, entretanto mais de 300 obras escritas. Seus discípulos se espalharam pelo mundo grego e Epicuro mantinha correspondência com eles ( como Paulo mais tarde ). Foi a primeira filosofia a chegar em Roma. No portão do jardim onde se situava a escola epicurista constava no seu pórtico os seguintes dizeres: “Forasteiro, aqui te sentiras bem, aqui o bem supremo é o prazer”. Enquanto Jesus ensinava o sacrifício como caminho da bem-aventurança e que o supremo prazer esta em outra vida, Epicuro ensina que o prazer supremo pode e deve ser desfrutado aqui mesmo. A salvação da alma esta no prazer, único objetivo do homem. A ataraxia, teoria epicurista significa a ausência de perturbação, serenidade de espírito e equilíbrio. Estes são os objetivos que o homem deve perseguir. A imortalidade não lhes é a preocupação. Percebe-se que o epicurismo é um sistema filosófico de cunho individualista e utilitário cujo fim de tudo é o homem, ou melhor, o bem estar do homem. Epicuro fazia questão de enfatizar que “prazer” não significa necessariamente satisfação dos sentidos. A amizade ou a admiração de uma obra de arte também pode ser muito prazerosa. Dizia também, dentro de uma alma tipicamente grega, que o autocontrole, a temperança e a serenidade são componentes importantes para atingir o bem supremo.
7ª PARTE: OS CÍNICOS Contra a filosofia sofista-hedonista se insurge uma determinada ala da escola socrática que valoriza o eu espiritual-universal onde o homem não é o seu ego personal e concreto – o corpo – mas, a alma. Por isso, num movimento pendular vão ao outro extremo negligenciando todas as coisas materiais e culturais. Os cínicos diziam que a verdadeira felicidade não depende de fatores externos, como o luxo, o poder e a boa saúde. Certa vez Sócrates parou diante de uma tenda onde estavam expostas diversas mercadorias e exclamou: “vejam quantas coisas o ateniense precisa para viver” (imaginem se Sócrates vivesse nos dias atuais). Essa postura de Sócrates foi o ponto de partida para seu discípulo Antístenes de Atenas, por volta do ano 400 aC iniciar uma escola filosófica que prega o desprendimento total. Não se escravizar pelas coisas. A origem do termo cínico vem de kyon que quer dizer cão. Realmente a vida que estes filósofos pregam é como a vida de um cão. O mais famoso dos cínicos foi Diógenes de Sípone. Vivia em um barril ou uma urna num dos cantos da ágora.
O termo cínico que hoje conhecemos foi pela distorção realizada por alguns filósofos seguidores do movimento os quais não realizavam o que pregavam. Várias são as estórias do cínico Diógenes: Diógenes e o Rei Felipe, A Lanterna de Diógenes, Diógenes e a criança e Diógenes na casa de Platão. Dos cínicos surgiram os céticos e os estóicos trilhando caminhos diversos.
8ª PARTE – CETICISMO
O ceticismo e o ecletismo nascem como última palavra da sabedoria antiga desesperada por não ter resolvido o problema da vida mediante a razão. O ceticismo adota um posicionamento de total incerteza em relação a possibilidade do conhecimento e da verdade. No ceticismo, há um rompimento com os paradigmas éticos, físicos e epistemológicos anteriores passando a felicidade ser a total indiferença e negação de qualquer possibilidade de conhecimento. Desta forma, a moral, Deus e outros assuntos são encarados como impossibilidades do ser humano conhecer. Seu principal representante foi Pirro de Elis (365 a 275 aC)
9ª PARTE – ECLETISMO
O ecletismo é uma justaposição de partes ou sistemas filosóficos inteiros, formando assim um sistema multifacetado. Ele rompe com os paradigmas anteriores, contudo se serve para isso da idéia que nada é verdadeiro, tudo possui o mesmo valor. O ecletismo apresenta-se como uma síntese prática de elementos estóicos, acadêmicos e peripatéticos. É uma síntese das filosofias anteriores.
10ª PARTE – CONCLUSÃO
Neste período não surge nenhum expoente filosófico de nome ao nível de Sócrates, Platão ou Aristóteles, mas é um período muito rico por se produzirem os efeitos daquelas filosofias, onde se acentuou a época das investigações morais, surgindo assim as diferentes correntes filosóficas.
Alan Krambeck
11ª PARTE – MÁXIMA / LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA PRÓXIMA AULA
Próxima aula:
Livro 1 – Cap. 11 - NEOPLATONISMO – ALEXANDRIA – FILOSOFIA GRECO – ROMANA
Leitura:
O PENSAMENTO FILOSÓFICO DA ANTIGUIDADE – Huberto Rodhen – Edit Alvorada OS FILÓSOFOS – J Herculano Pires – Ed FEESP O MUNDO DE SOFIA – Josten Gaarder – Edit. Cia das Letras
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