terça-feira, 14 de abril de 2015

Um caminho árduo e suave na busca pela verdade

Baseada nos seus pressupostos (Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas; Espírito e matéria, os elementos constitutivos desse universo surpreendente; imortalidade da alma; reencarnação; mediunidade; livre-arbítrio; lei de causa e efeito), a Filosofia Espírita nos pintou, com as cores da fé raciocinada, a obra-prima da criação, nos revelando o roteiro de nossa incrível viagem evolutiva. 


A reflexão proporcionada pela Filosofia Espirita 
O homem começa a filosofar no momento em que contempla a vida e o universo e que fica perplexo, maravilhado com o que vê e não sabe explicar. Está aí o porquê de se dizer que a filosofia nasceu com o êxtase, a admiração.
Se a primeira noção de filosofia é de “amor à sabedoria”, a segunda definição pode ser “filosofia é uma vivência, um fazer, uma atitude dinâmica diante dos problemas do universo”. Ou ainda, conforme o professor Manuel Pelicas São Marcos, criador do curso, tão bem a definiu, “a filosofia é o caminho árduo suave na busca pela verdade”. 
Desde o seu nascimento, no berço da civilização grega, a filosofia se desenvolveu numa espiral evolutiva, tornando-se uma cidadã cosmopolita, que se aperfeiçoou em todo o mundo ocidental, até chegar a seu atual estágio.
Mãe da reflexão existencial humana, a filosofia ganhou, ao longo de sua viagem, as mais diversas características, de acordo com as mentes que, aos poucos, foram-na lapidando, como uma joia de mil faces, cada uma mostrando um lado aparentemente diferente, mas que interagiam e se completavam de uma forma admirável.
Filosofia Espirita 
Na concepção da Doutrina Espírita, a filosofia ganhou uma nova dimensão, que explica e concilia todas essas suas múltiplas faces. Conforme Herculano Pires, “a filosofia espírita representou um daqueles momentos de confluência de todas as culturas do homem para um delta comum.
Baseada nos seus pressupostos (Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas; Espírito e matéria, os elementos constitutivos desse universo surpreendente; imortalidade da alma; reencarnação; mediunidade; livre-arbítrio; lei de causa e efeito), a Filosofia Espírita nos pintou, com as cores da fé raciocinada, a obra-prima da criação, nos revelando o roteiro de nossa incrível viagem evolutiva.
Como fragmento da divindade, o princípio inteligente é lançado na realidade existencial para iniciar a escalada rumo a sua individualização. Como a causa eficiente de Aristóteles, essa centelha divina, através de sua causa formal, perispécie e perispírito, se manifesta na causa material, para atingir sua causa final: a perfectibilidade. É a fenomenologia do Espírito se apresentando aos nossos olhos.
Assim como a filosofia, somos viajantes cósmicos, passando, em nossa espiral evolutiva, por todos os reinos da natureza, desenvolvendo as potencialidades necessárias a cada estágio e adquirindo as características essenciais que nos permitiram aportar no reino hominal. 
 Nesse momento, que, segundo Kardec, “o Senhor imprimiu em nossa fronte seu cunho augusto”, somos dotados dos atributos indispensáveis à nossa individualização: a consciência de nós mesmos, a razão, o livre-arbítrio, o pensamento contínuo, a memória, que aos poucos foram construindo o que somos hoje. Nas diversas encarnações, oportunidades ilimitadas que recebe do Pai para atingir seu objetivo, o Espírito chega ao teatro da vida, tal qual um personagem,  com sua facticidade, isto é, recursos necessários para desenvolver o seu papel: como cenário, o meio social, a família; como figurino, o corpo físico; como roteiro, as disposições acertadas com o plano superior, sendo que sua “performance” dependerá exclusivamente de seu livre-arbítrio.
 Nesse evoluir, a verdade que vai se revelando pelo despertar de nossa consciência, ampliada pelo contato com o plano superior por meio da mediunidade, nos incentiva a esse desvelar contínuo do real sentido dessa vida, que nos foi dada como passaporte para empreendermos esse maravilhoso evoluir ininterrupto, no qual o passado vai construindo nosso presente, que se projetará em nosso futuro, lembrando o novelo, com o qual Bergson comparou a construção do nosso ser na duração eterna.
 Mergulhados no hausto divino do Criador, todo o universo representa uma enorme rede energética de comunicação entre as coisas da Terra e as do Céu, entre o plano físico e o espiritual, lembrando o que Paulo nos afirmou: “Em Deus vivemos, nos movemos e existimos”. Nesse mar de energias, composto de infinitas ondas de vibrações de todos os níveis, nos comunicamos de acordo com a frequência de nossos pensamentos, por meio dos quais, como pequenas lâmpadas desse imenso caleidoscópio de almas, de planetas, de sóis, atuamos como cocriadores do universo.
  É preciso participar
Para lembrar aos homens o reto caminho a ser percorrido, em todos os tempos da humanidade, o Pai tem enviado ao planeta seus mensageiros, para transmitir suas revelações: Zoroastro, Buda, Krishna e Moisés foram os construtores desse edifício moral de sabedoria, do qual Jesus Cristo é a pedra angular.
No apogeu do materialismo, essa revelação se deu por intermédio de milhares de vozes dos seres do plano espiritual, em todos os cantos do planeta. Era a espiritualidade se manifestando, como antítese ao materialismo, afirmando a síntese dualista de Espírito e matéria. 
 Mas a filosofia é o amor à sabedoria e sabedoria é o conhecimento aplicado às nossas ações perante Deus, perante nós e o nosso próximo, o que nos faz lembrar o imperativo categórico de Kant, que nos aconselha: “Age sempre de tal modo que o teu comportamento possa vir a ser princípio de uma lei universal”,  e que nos remete à máxima de Jesus: “Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles”.
Segundo Göethe: “Não basta saber, é preciso também aplicar; não basta querer, é preciso também fazer”. Assim, primordial para nossa evolução, a moral, estabelecida pelas leis divinas, nos propõe a ética a ser aplicada em nossa vida prática, promovendo o desenvolvimento das virtudes fundamentais para atingirmos a nossa ecstase, nossa perfectibilidade relativa. Mas é no equilíbrio entre a fé e a razão que o homem pode firmar sua racionalidade e sua religiosidade. A razão atuando na análise lógica do ser, que somente se completa com sua análise ontológica amparada pela fé. É a moral cristã impulsionando o homem para sua evolução.
Maria Teresa Raphaelli  
Extraído do site searabentida.org.br











 
 

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