segunda-feira, 6 de abril de 2015

Os Dragões


"Viu-se também outro sinal no céu: um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. A sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a Terra".
Apocalipse 12:3-4
"Por que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem, e outros, o do mal?
— Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não criou Espíritos maus; criou-os simples e ignorantes, ou seja, tão aptos para o bem quanto para o mal; os que são maus, assim se tornaram por sua vontade."
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, item 121
ANTES DE SEREM deportados do mundo de origem, muitos espíritos de inteligência invulgar desviaram-se da ética e da moral, enveredando por caminhos tortuosos. Quando em seu mundo natal, foram submetidos ao necessário corretivo através da reencarnação, sentiram-se injustiçados e se apegaram mais ainda às atitudes negativas e demoníacas, formando a escória espiritual daquela humanidade. Desenvolveram uma sociedade espiritual de desregramentos e abusos e, pela sua ação perniciosa e vil, mereceram o título de Dragões.
De inteligência brilhante, arguta e afiada, especializaram- se na prática do mal, tornando-se candidatos à deportação daquelas terras paradisíacas das estrelas.
Quando o vosso mundo foi escolhido para ser a morada dos párias20, esses espíritos rebeldes foram os primeiros a serem deportados para a Terra, trazendo, através das distâncias siderais, o produto de suas maquinações demoníacas.
Irados, aturdidos e sem condições de impor resistência à lei que os regia, vieram para o vosso planeta trazendo em suas almas a revolta e o desespero. Conhecedores de certas leis do mundo oculto, desenvolveram o magnetismo primário, transformando-o em magia. Almejavam dominar o novo ambiente em que estavam localizados e, embora devessem reencarnar entre as tribos do vosso planeta, planejavam aumentar o império hediondo por meio de sua ação nos dois lados da vida.
Outras levas de espíritos também vieram para a Terra, mas a ação daquelas inteligências sombrias em breve se fez notória, formando uma psicosfera pesada em torno do vosso orbe, criando as sombras umbralinas. Tais redutos das trevas a pouco e pouco foram sendo fortalecidos com os vícios e paixões mundanas, que os homens vivenciavam com seus desregramentos e abusos. Os encarnados ofereciam-lhes o elemento básico para o fortalecimento da cidadela do mal. Eram os vícios, as guerras, os conflitos e comportamentos desequilibrados que fortaleciam a ação dessas inteligências do mal.
Sua ação pôde ser sentida ao longo da história do vosso planeta, nos séculos de lutas cruentas, nas batalhas que destruíram povos e nações, nos crimes hediondos e bárbaros que foram inspirados aos médiuns das trevas — aqueles que se sintonizavam com os propósitos mesquinhos dessa turba de almas desajustadas.
Nas duas grandes guerras mundiais que a humanidade presenciou, esses espíritos belicosos tiveram papel preponderante.
Aprisionadas durante certo tempo da vossa cronologia planetária, essas almas dementes ficaram por séculos circunscritas às regiões inferiores do plano astral do vosso mundo.
Segundo o relato do livro do Apocalipse21, os espíritos 
vândalos e luciferinos seriam soltos por determinado tempo, quando então lhes seria conferida nova oportunidade de redenção espiritual. Vendo-se libertos do magnetismo que os prendia às regiões inferiores, investiram como demônios sobre as obras da civilização, espalhando o terror, a carnificina e a guerra sobre o acampamento dos filhos da Terra.
Sabem que lhes resta pouco tempo no mundo em que es- tão localizados e pressentem um novo êxodo para outras terras do espaço.22 Por isso, intentam obstruir o progresso da humanidade e utilizam-se de outros espíritos, mais maldosos do que maus, para se infiltrarem em meio às melhores realizações do gênero humano. Tentam adiar o êxodo inevitável, cuja realização marcará uma nova era na história de vossa humanidade.23
Penetram nas organizações religiosas, nos gabinetes públicos, nos conselhos dos povos, nas assembléias das nações. Planejam minuciosamente a sua intromissão nas questões humanas e tentam a todo custo deter a marcha do progresso.
O movimento espírita mundial é um dos alvos dessa turba de entidades infelizes. Almejam destruir ou macular a marcha da renovação que é patrocinada pela mensagem consoladora.
Conseguiram, ao longo dos séculos, insurgir contra a Igreja24, inspirando os seus dirigentes ao desvio dos preceitos do Cristo e dos propósitos superiores. Intentam o mesmo contra o movimento de espiritualização da Nova Era.
Já que o Espiritismo25 é o movimento libertador das consciências, e vendo que não conseguem destruir-lhe as bases seguras, começaram por inspirar aos homens religio-


sos os diversos movimentos que se multiplicaram a partir de 1960, numa pretensa revolução espiritual. Criaram idéias novas, ressuscitaram antigas e, aos poucos, lentamente, tentam solapar as bases do movimento com doutrinas e filosofias esdrúxulas, que, aos poucos, vão sendo admitidas como verdade.
Mas um novo tempo se aproxima, um novo êxodo já se processa nas imediações do vosso mundo.
A hora é grave para os habitantes do vosso planeta e requer firmeza interior, a fim de que o homem não se deixe afundar no mar dos distúrbios psicológicos ou se perca no vendaval das doutrinas estranhas que se revestem da másca- ra de espiritualidade.
É tempo de se firmar nas bases sólidas do Espiritismo e de kardequisar26 o movimento espírita, conscientizando os espíritas, nesta hora grave, a respeito das responsabilidades que eles têm para com a renovação da humanidade. Firmando-se nas bases eternas da revelação espírita, o homem fundamenta-se para resistir às investidas do mal.
Muitos espíritos que participavam das falanges dos Dragões foram sendo transformados com o passar dos séculos, através das reencarnações. Outros, formando a elite tenebrosa, continuam ainda sob o signo do mal e do terror, conturbando a atmosfera do vosso mundo.
Nas regiões umbralinas, vizinhas da crosta planetária, foi crescendo o império das sombras. Alastrando-se pelas cavernas da Terra, no interior dos vulcões, nas profundezas abissais, foram sendo erguidas cidadelas, comunidades e antros, onde foram se reunindo aqueles espíritos que se sintonizaram com o mal. A maioria deles — cientistas, magos
negros e pseudo-sábios, mestres do magnetismo27 e tantas outras inteligências voltadas para o mal — são usados pelo império draconiano, sem ao menos o suspeitarem.
Ocorre que luminoso espírito das esferas sublimes vigia entre os umbrais desses planos de dor, pois tais entidades malignas só respeitam a elevação das almas já redimidas.
Graças à interferência dessas entidades superiores, a turba de seres desajustados é mantida magneticamente aprisionada e, embora goze de certa liberdade, não ultrapassa os limites impostos pela Divina Providência. Se atuassem mais diretamente sobre a Terra, certamente investiriam contra os homens e as obras da civilização, destruindo o que a humanidade realizou nos últimos séculos. Para se ter uma pálida idéia da atuação dessas entidades do mal, basta que se veja o resultado das guerras mundiais, planejadas e levadas a termo diretamente sob sua influência perversa.
No próximo grande expurgo planejado para o vosso mundo, essas levas de espíritos serão banidas da Terra, a fim de recomeçarem, no tanque de lágrimas e sofrimentos dos mundos primitivos. Somente os séculos de dor farão com que despertem e se reajustem, nas colheitas dolorosas que os aguardam no porvir. Receberão tantas oportunidades quantas forem necessárias, para que reeduquem suas almas atormentadas. São filhos de Deus, nossos irmãos, temporariamente equivocados.
O fogo purificador que haverá de higienizar o ambiente espiritual do vosso mundo também servirá como combustí- vel etérico, para dinamizar a partida dos Dragões para outros domínios do universo.
27 Mestres do magnetismo – Em Tambores de Angola (SANTOS, 2001), o espírito Angelo Inácio mostra a atuação desses magnetizadores sobre Erasmino, o protago- nista da história, e ias perturbações por ele sofridas, já no inicio da narrativa.
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26 Kardequisar – O neologismo assinala a necessidade de não esquecer e de, em alguns casos, retomar Kardec no movimento espírita, O espírito Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, Herculano Pires e vários outros autores tem igual- mente comentado que é necessário lembrar que o Espiritismo tem um corpo doutri- nário, que define suas bases e diretrizes. Afastar-se delas é descaracterizar o pen- samento e a prática espíritas.
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21 Ver Ap 20:3; Ver Ap 20:7-8 
22 Ver Ap 12:12
23 Ver Ap 20:10
24 Igreja
Leia mais sobre a ação dos espíritos infelizes sobre a Igreja nos capítulos O poder dos papas e a Inquisição.
25 Leia mais sobre os perigos a que o Espiritismo está exposto no capítulo A Dou- trina Espírita. 
Gestação da Terra - Robson Pinheiro - pelo espírito de Alex Zarthú pg  48/49/50/51

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