domingo, 14 de fevereiro de 2016

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA LIVRO 1 – CAP 2

 (utilize o site ifevale.org.br) 
ATITUDE FILOSÓFICA - O QUE É E   PARA QUE SERVE A FILOSOFIA

BIBLIOGRAFIA  FILOSOFIA ESPÍRITA – História da Filosofia e Principais Filósofos – Alan Krambeck
CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chauí – Ática Editora
FILOSOFANDO – INTRODUÇÃO A FILOSOFIA – Mª Lucia A Aranha – Ed Moderna 
NOÇÕES DE HISTÓRIA DA FILOSOFIA – Manoel P São Marcos – Ed FEESP
 ESTUDO DA FILOSOFIA ESPÍRITA – Jefferson José Bui – Ed FEESP  SITE  www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/filosofia/convite-a-filosofia.html 

REFLEXÃO

A FILOSOFIA PERTURBA?
  Como o mundo se posiciona em relação à Filosofia? Existem cátedras nas Universidades, mas  representam uma posição embaraçosa para o mundo. Por força da tradição, a Filosofia é polidamente respeitada, mas, no fundo, objeto de desprezo. A opinião corrente é a de que a Filosofia nada tem a dizer e carece de qualquer utilidade prática. É nomeada em publico, mas caluniada por detrás.  A oposição diz que ela é por demais complexa; que poucos a compreendem; está além do alcance; não se tem mais vocação a ela e, portanto não mais nos diz respeito. Ora, isso equivale dizer: é inútil o interesse pelas questões fundamentais da vida. Abster-se de pensar no plano geral para mergulhar, através do trabalho consciencioso, num capítulo qualquer de atividade prática ou intelectual; quanto ao resto bastará ter “opiniões” e se contentar com elas.  A polemica torna-se aguerrida. Um instinto vital, ignorado de si mesmo, odeia a Filosofia. Ela é perigosa. Se eu a compreendesse teria de alterar minha vida. Adquiriria outro estado de espírito, veria as coisas a uma claridade insólita, teria de rever meus juízos. Melhor é não pensar filosoficamente.  E surgem os detratores, que desejam substituir a obsoleta Filosofia por algo de novo e totalmente diverso. Ela é desprezada como produto final e mendaz de uma teologia falida. A insensatez das proposições dos filósofos é ironizada. E a Filosofia vê-se denunciada como instrumento servil de poderes políticos e religiosos.  Muitos políticos e religiosos veem facilitado seu nefasto trabalho pela ausência da Filosofia. Massas e adeptos são mais fáceis de serem manipulados quando não pensam, mas tão somente usam de uma inteligência de rebanho. É preciso impedir que os homens se tornem sensatos. Mais vale, portanto, que a Filosofia seja visto como algo entediante. Oxalá desapareçam suas cátedras. Quanto mais vaidades se ensinarem, menos estarão os homens arriscados a se deixar tocar pela luz da Filosofia.  Assim, ela se vê rodeada de inimigos, a maioria dos quais não tem consciência dessa condição. A auto complacência dos dominantes, os convencionalismos, o hábito de considerar o bem-estar material como razão suficiente de vida, o hábito de só apreciar Ciência em função de sua utilidade técnica, o ilimitado desejo de poder, a bonomia dos políticos, o fanatismo das ideologias e religiões, a aspiração a um nome literário ou artístico – tudo isso proclama a antifilosofia. E os homens não percebem porque não se dão contas do que estão fazendo. E permanecem inconscientes de que a antifilosofia é uma filosofia embora pervertida, que, se aprofundada, engendraria sua própria aniquilação.  Concluindo, assim como Jesus não veio trazer a Paz, mas a Espada, a Filosofia veio para perturbar a passividade, o ócio, a inércia e a preguiça do pensar.   

 1ª. PARTE: OBJETIVO DESTA AULA 
 Esta aula tem como objetivo conceituar, desmitificar e compreender a utilidade da filosofia no mundo moderno.  Tomar distância da vida cotidiana e de si mesmo para indagar por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos é adotar atitude filosófica, e que essa não exige formação acadêmica.  A atitude filosófica seria o antídoto para combater a acomodação intelectiva, a indolência do pensar tudo gerado pela dissimulação e vulgarização dos dogmas e preconceitos que atendem a grupos dominantes.
    
2ª PARTE – QUESTIONANDO O EVIDENTE - A ATITUDE FILOSÓFICA   Podemos passar nossa vida dentro do “normal” de nossa cultura sem darmos conta da existência de outros valores e de outras formas de vivencias. A partir de um determinado instante começamos a questionar tudo o que é “normal”, tudo o que é “lógico”, todo o evidente, todo o inquestionável, toda a nossa crença e todos os costumes. Por que levanto cedo? Por que a semana tem sete dias? Por que a manequim é magra? O que é o sonho? Por que taxamos uma pessoa de louca? O que é a coragem? O que é belo? É importante ter um carro importado? Essas indagações já nos fazem adotar uma ATITUDE FILOSÓFICA.  O fato de questionar nos leva a surpresas como a não existência de lógica, coerência em determinadas “verdades”. A simples decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos de nossa existência e jamais aceita-los sem antes investigar e compreender nos faz adotarmos uma ATITUDE FILOSÓFICA.  Primeiro, adotamos uma atitude de negar a aceitação que o senso comum tem como óbvio, negar o preconceito, negar os pré-juízos.  E neste ponto relembramos a figura do modelo filosófico que é SÓCRATES. Com seu hábito questionador levou os poderosos a torná-lo seu inimigo implacável.  A tudo questionar não no sentido de oferecer uma resposta, mas no sentido de auscultar se seu interlocutor era conhecedor do que se dizia ser ou saber. A indagação de uma “verdade” não significa que ela não seja, mas busque entrar na sua essência, no seu conteúdo e na sua causa.  É como tomarmos uma certa distancia do nosso mundo costumeiro através do pensamento e olharmos como se fosse a primeira vez. Faça-se um Extraterrestre que aporta na Terra pela primeira vez. Ande pelas ruas como se fosse um ET num corpo de homem. Seja um ET por um dia. Limpe tudo que está gravado culturalmente em sua memória. Questione tudo.
   
3ª PARTE – OPINIÃO E PENSAMENTO SISTEMATIZADO   “eu acho isso”, “eu acho aquilo”, “este é meu ponto de vista”. 
Todas estas colocações são meras OPINIÕES que indicam acatamentos irrefletidos, aceitos no calor das emoções na grande parte das vezes. Nesta altura, lembramos que o ponto de vista é a vista de um ponto. Na maioria das vezes não é uma visão do todo, uma visão holística, mas uma visão parcial, a visão de uma pequena parte do todo. A OPINIÃO tem fundamento para as pesquisas de vontades e são importantes no marketing comercial e político onde os atos em sua maioria são resultados não só da razão, mas, sobretudo da emoção, atos até certo ponto irrefletidos. Já os PENSAMENTOS SISTEMATIZADOS não se realizam ao acaso e não estão ao sabor dos gostos e das emoções. Ele indaga, reflete, conclui. O pensamento sistematizado busca o que é (a essência), como é (de que se constitui) e porque é (qual a origem, qual a causa). Neste caso, o amigo da verdade, o filo sopho substitui o “eu acho que” pelo ”eu penso que”,  ”eu entendo que”.
Esses pensamentos têm coerência, início, meio e fim, seguem uma lógica, fundamentam-se em conceitos universalmente aceitáveis. Enfim apresentam argumentos e concatenam ideias precisas e objetivas.
  
4ª PARTE –   ACEITAR  ( DOGMATISMO )  X  NÃO  ACEITAR  ( CETICISMO ) 
 Aceitar “verdades” ou não aceitar “verdades” pura e simplesmente, são posições chamadas de dogmáticas ou céticas.  O CETICISMO conclui pela impossibilidade do conhecimento quer na forma moderada de suspensão provisória do juízo, quer na forma radical recusando em formular qualquer conclusão. E o DOGMATISMO aceita a “verdade” sem a menor reflexão sempre ao sabor das emoções.  Lembrar do diálogo de Kardec em “O Que É o Espiritismo” com o Crítico, com o Cético e com o Dogmático (sacerdote). Essas figuras representam quase a totalidade dos questionadores da Doutrina.  Neste ponto tanto o cético como o dogmático adotam as posições cômodas, quais sejam: de aceitar ou rejeitar uma determinada “verdade” sem o mínimo de indagação e reflexão.  A atitude filosófica vem se opor a essas posições porque ela é a busca incansável de respostas aos questionamentos.  O verdadeiro filos sofos não se contenta em aceitar dogmaticamente uma “verdade”, mas também não se recusa em aceitá-la temporariamente para efetuar suas indagações e reflexões filosóficas e posteriormente refazer a “verdade”, agora já repensada e concluída.
 
5ª PARTE – O QUE É A FILOSOFIA 
 A etimologia da palavra FILOSOFIA nos mostra a sua composição por dois vocábulos: FILOS (amor a, amigo de, com atração por) e SÓPHOS (sabedoria, verdade).  Logo, o FILÓSOFO, termo usado pela primeira vez por Pitágoras quando foi chamado de sábio o qual respondeu categoricamente: ”nenhum homem é sábio, só Deus o é“ e acrescentou: ”não sou sábio, mas um amigo da sabedoria, um filos sofos“.  Em primeira instancia poderíamos conceituar da seguinte forma:  A FILOSOFIA é a decisão de não aceitar como óbvias e evidentes, as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceita-los sem antes havê-los investigado e compreendido.  Ou outra:  A FILOSOFIA é a arte do bem viver, estudando as paixões e os vícios humanos, a liberdade e a vontade, analisando a capacidade de nossa razão para impor limites aos nossos desejos, despertando e justificando as virtudes para um bem viver em harmonia.   Outra ainda:  Ser um FILÓSOFO não é ser sábio, mas estar em busca perene da sabedoria e da verdade, entendendo ser ela o caminho da felicidade almejada.  A FILOSOFIA não é uma Ciência, nem Religião, nem Arte, nem Psicologia, nem Política, nem História, mas uma eterna reflexão crítica desses ramos do conhecimento. Em outras palavras, a Filosofia questiona os rumos do conhecimento. É o conhecimento do conhecimento.
  
6ª PARTE –   E PARA QUE SERVE A FILOSOFIA?  -  ELA É  ÚTIL  OU  INÚTIL?      Marilena Chauí em Convite a Filosofia argumenta a utilidade da Filosofia da seguinte forma: 
O senso comum de nossa sociedade considera útil o que dá prestígio, poder, fama, riqueza. Julga útil pelos resultados visíveis das coisas e ações. Sob esta óptica, a Filosofia é totalmente inútil. 
Entretanto: 
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum, for útil, Se não deixar guiar pela submissão ás ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil, Se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história, for útil, Se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil, Se der a cada um de nós e a nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade de todos for útil,
Então podemos dizer que a Filosofia é a mais útil de todos os saberes que os seres humanos são capazes

7ª. PARTE: A FILOSOFIA NA DOUTRINA ESPÍRITA 
Finalmente, numa visão mais enfocada ao nosso curso, perguntamos: O espiritismo é uma filosofia? Ele busca a verdade? Ele é critico?  O espírita questiona os valores estabelecidos? Ele apresenta atitude filosófica? Ele se volta exclusivamente a Deus? Exclusivamente ao Homem? Exclusivamente a Bíblia? Em sua cosmovisão, o Espiritismo aborda o estudo do Universo em sua dupla constituição material e espiritual, e sua evolução integral. Apresenta uma teoria do conhecimento perfeitamente coerente que conduz ao entendimento e apreensão dessa realidade.  Por suas características particulares pode-se conceber o Espiritismo como uma filosofia Deísta, Espiritualista, Evolucionista, Científica, Racionalista e Humanista.  Encontram-se nas páginas de “O Livro dos Espíritos”, com uma didática própria, as teses fundamentais que integram a Filosofia Espírita. Elas podem ser agrupadas dentro das categorias clássicas do saber filosófico: Metafísica: razão e existência de Deus e origem, natureza e destino do Espírito. Cosmologia: O Universo e suas leis. Antropologia: O homem e o mundo - questões biológicas e psicológicas. Filosofia prática: questões éticas e sociais e leis naturais ou divinas.  Em definitivo, a Doutrina Espírita quando trata das primeiras causas (o por quê da existência) e das causas finais (o para quê da existência) é um autêntico saber filosófico, de estilo racionalista, lógico e livre-pensador, respaldado sobre uma sólida base científica e que se traduz em imensas consequências para a transformação moral e social do mundo.
 
8ª. PARTE: CONCLUSÃO 
 O que podemos concluir desta aula é que a Filosofia está muito mais próxima de nós que imaginamos. Nosso cotidiano nos envolve no estabelecimento de juízos em torno de situações e de procedimentos de pessoas. Somente uma atitude filosófica é que nos equilibra diante de um mundo confuso de valores, ideias e procedimentos.  A busca constante da verdade nos centra em torno dos questionamentos da realidade vivida.  Portanto, adotemos atitudes filosóficas no dia a dia só assim estaremos cada vez mais próximos da tão almejada felicidade que o mundo atual intensamente busca. 
Alan Krambeck  

9ª. PARTE: ASSUNTO E PESQUISAS PARA A PRÓXIMA AULA 
 Próxima aula: 
 Livro 1 - Capítulo 3 - GRÉCIA ANTIGA – ORIGEM DA FILOSOFIA – FILOSOFIA GREGA 
 Bibliografia a ser pesquisada: 
 FILOSOFIA ESPÍRITA – História da Filosofia e Principais Filósofos – Alan Krambeck  CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chauí – Ática Editora FILOSOFANDO – INTRODUÇÃO A FILOSOFIA – Ma. Lucia a Aranha – Edit Moderna  HISTÓRIA GERAL – Vol. I – Marco Antonio Villa.  

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