quinta-feira, 29 de maio de 2014

ALMATECA - Material Para Estudo

Almateca, um Sistema de Informações cujo principal objetivo é divulgar o Conhecimento Espírita através do estudo de inúmeros pesquisadores, clássicos e contemporâneos, que, ao longo da história, vêm mostrando que a Alma(Espírito, Mente, Consciência) e o Corpo são dois elementos do ser humano independentes entre si(embora mantenham uma relação muito íntima), de tal modo que o ser humano, após a morte do corpo, continua plenamente consciente de si mesmo e do ambiente que o cerca. 

Agindo assim, o Almateca visa estimular o autodidatismo nesse campo de estudo. 

http://www.almateca.tk/site/principal.php 

O SITE ESTÁ COM PROBLEMAS, MAS ESTÃO RESOLVENDO. ENQUANTO ISSO DEIXO O ENDEREÇO DO BLOG 
http://www.luzesdobem.blogspot.com.br/

Justiça

Betsaída era o centro de muitas atenções, devido à permanência, por algum tempo, ali, do Divino Amigo, dos seus admiradores e, principalmente, dos irmãos da comunidade em Cristo. Nas ruelas e praças, reuniam-se criaturas discutindo sobre a fama de Jesus, se ele era realmente o Messias. Pairava no ar um composto de fé e de dúvida da massa humana. Ao passar por esses grupos, alguns dos discípulos viam-se questionados de todas as formas, e apenas abençoavam a todos, sem que a resposta fosse a solução. Ainda não havia a ordem "ide e pregai". A edificação doutrinária, dentro de cada um, estava por se fazer. O Mestre começara o plantio, sem se descuidar da assistência aos seus companheiros do coração. Apareciam, por vezes, certos agitadores para desmoralizar a doutrina nascente. Porém, enquanto isso, surgiam novas curas, até mesmo no meio das agitações, e o enfermo, cego ou paralítico, sentia, no íntimo, a presença de Jesus, e gritava, correndo, o nome de Deus e do novo profeta. O ambiente contrário, na sua premeditação, tornava-se força de fé, que se espalha como um raio. Nas cidades circunvizinhas, crescia a esperança de muitos, avolumava-se a alegria dos sofredores, e agigantava-se a convicção no colégio apostolar do grande Nazareno.

Tadeu, o nosso personagem desta mensagem, encontrava-se em um sítio próximo a Betsaida, pertencente a um velho carpinteiro que conhecera seu pai e com ele convivera por muitos por muitos anos, pois a sintonia do trabalho e das ideias os fazia unidos. Tadeu, que ali passara a noite, não conseguiu conciliar o sono. Pensamentos múltiplos o torturavam e a sua razão, por força de circunstâncias tais, desmerecia a própria personalidade, em se tratando de um participante da comunidade de Cristo.

 O que João e Tiago tinham em abundância, nele era escassez. A mente não conseguia armazenar conhecimentos, nem extrair o saber que vinha envolvido nas parábolas. Era preciso a cooperação dos outros e, mesmo assim, o seu esforço se tornava desumano para sentir um pouco daquilo que era abundante para muitos dos discípulos.Todavia, a vida premiou Tadeu com um corpo másculo. Mais parecia um gigante dos contos orientais, porte esbelto, mas de tendências grosseiras. Também os céus não se esqueceram de dar-lhe um coração simples e bom.

Vamos encontrar o gigante hebreu na despedida da madrugada, contemplando as últimas estrelas do firmamento azul, querendo orar sem condições, porque as grossas lágrimas o interrompiam, em virtude das emoções que se estendiam em todos os sentidos, entorpecendo sua fala. Não obstante, seus pensamentos se irradiavam na mais profunda humildade, pedindo a Deus que o dotasse de mais um pouco de inteligência, para que pudesse ouvir e entender Jesus. Sentia-se humilhado diante das exposições filosóficas e doutrinárias dos outros companheiros.

Não vê mais estrelas. Desce as vistas e nota o despontar do Astro Rei, como se fosse a resposta do Pai Celestial para iluminar a sua consciência. Sorri por alguns instantes e pensa firmemente na reunião da noite com o Cristo. Não sente fome nem sede, pelo contentamento e pela esperança nova que nascera em seu coração, e tira o dia para um passeio pelos campos próximos, respirando o ar puro e conversando com a natureza na dimensão que as suas faculdades permitiam.

Quando os últimos raios de sol se apagaram no horizonte de Betsaida, o homenzarrão já se encontrava procurando assento dentro do templo onde se encontrava o Cristo e os outros discípulos. Alí, o tempo era perfeitamente aproveitado. Bastou um simples olhar de Jesus para que a João erguesse uma sentida prece a Deus e aos anjos, buscando ambiente mais favorável no sentido do aprendizado deles. Terminada a oração, notava-se de leve um aroma agradável, que parecia penetrar as mais secretas regiões da alma. Dos olhos, como estrelas, fitavam Tadeu, que logo se dispôs a perguntar.

- Mestre, como sabes, por vezes me constranjo, mas gostaria, com todo o respeito que te dedico, de indagar algo. Mesmo não tendo o direito de acusar ninguém e nem intenções de julgar os atos de Deus, queria o teu pronunciamento acerca da Justiça, pois em vários momentos parece-me ver o contrário nos fatos diários.

Jesus, bem  acomodado no madeiro improvisado, abre as comportas do seu magnânimo olhar e anuncia, sorrindo brandamente com íntima alegria pela pergunta de Tadeu:

- Tadeu, a lei da Justiça é uma realidade nos ajudando a todos. Se nos sentimos injustiçados nas ocorrências da vida, é por nos faltar capacidade de entendimento da vontade do Pai Celestial. Em verdade te digo que nem um astro desses que embeleza o infinito desaparece fora de hora, como a queda de uma folha não se dá em momento errado. Tudo, mas tudo se ajusta à harmonia universal, sem perda de um til na escrita de Deus. O que percebeste, como fenômeno da vida e das coisas, interpretando como injustiça, podemos afirmar sem arrogância, meu filho, que é a manifestação da Justiça perfeita, porquanto ninguém recebe o que não merece nem aquilo que não pode suportar no seu avanço espiritual. Consideramos maravilhoso a criatura amar e, além disso, achamos mais importante ainda a alma que sabe por que esta amando. Creio que nenhum dos presentes tem coragem de acusar o Criador pelos distúrbios íntimos de cada um e pelas hecatombes que se processam no panorama do mundo. Esses fatos, dentro e fora de nós, consomem vidas e mais vidas, fazem jorrar rios de lágrimas e sangue, deixam multidões de viúvas e incontáveis crianças órfãs, que não têm coragem de se acusarem. Apesar disso, vivem em dúvidas atrozes, dispensando forças do coração e da inteligência, em circulo vicioso, sem o devido proveito.

Deixa que o silêncio os ajude a gravar o que ouviram, e prossegue com dignidade:

- Eis que, se compreendermos os desígnios do Senhor, se pelo menos atentarmos no porque das coisas, tudo se aclara. As leis que imperam como Justiça somente são vistas com bons olhos, quando as analisamos com sabedoria. Do contrário, ficamos nos debatendo no ambiente agressivo da ignorância.

Tadeu, depois de alguns momentos, sem nada ouvir do Mestre, se manifesta, apressado:

- Então?

Jesus, envolvido em meiguice espontânea, adianta-se, estendendo sua vontade:

- Quando somos dotados de força física, Tadeu, é justo saber como usar essa força. Juiz, só um o é, e a ele pertencem todos os direitos de aplicar a lei de reação das ações executada. Se queres saber, é bom que logo te conscientizes disso: os meios de ser útil à coletividade e a si mesmo são incontáveis, sem anunciar o dever de ser caridoso, pois Deus está em toda parte. Ele vê antecipadamente o ato benevolente, o gesto que em primeiro lugar harmoniza a consciência de quem o pratica, em todos os casos. A Justiça aplicada pelas mãos humanas, além do escândalo, tem interesse em anunciar uma valentia que está impulsionada pela vaidade e, para tanto, existem as leis criadas pelo Senhor que nunca se esquece daquilo que deve ser dado a cada criatura, atuando, também, como vigilante na defesa daqueles que são realmente inocentes. Basta, para os que se reúnem em nome de Deus nesta assembleia, confiar na Justiça universal e procurar entender a mensagem dos céus, que desponta em todos os fatos do mundo, e os fatos do mundo íntimo que afloram para cada alma. Se existe cativeiro forçado, prisões infectas e carrascos sem coração, a revolta marca uns e outros, já que são águas da mesma fervura. A observação nos diz que se usa a bigorna de ferro para amoldar o ferro, com o malho do próprio ferro.

- Pelo que conhecemos - continua Jesus - temos outros caminhos melhores, para pregar e executar a justiça pelo bem no domínio do amor mais puro. É bom que eu diga e que compreendais bem depressa: não falo para os mortos na carne e sim para os despertos em espírito e verdade. A ninguém julgo,pois não estou aqui para isso, vim para que conheçais o amor, porque somente ele tem o poder, no coração das criaturas, de estender a felicidade, pra que nenhuma das ovelhas se perca nos labirintos do ódio. Quem se preocupa em demasia com Justiça não tem condições para fazer a benevolência, quando intenta misturar a caridade com ela, a exigência empalidece o amor.

Jesus compreende bem o maior problema que aflige Tadeu. Deixa que ele analise pacientemente o assunto em conversação e acrescenta, com humildade:

- Meus filho, não queiras ser o que ainda não podes suportar. A inveja, mesmo sendo tocada pelo clarão da boa vontade, carrega consigo o azinhavre da maledicência. Todo invejoso se esquece das suas próprias qualidades que, por vezes, dormem, desperdiçando as forças que gasta, invejando. A cobiça não deixa que repares na carência de muitas qualidades do invejado e queres, com isso, tirar dele o que ele tem para suprir as tuas deficiências. Não é, porventura, isso, a maior injustiça?

Finalmente em tom paternal, ajusta os pensamentos de todos os presentes, com esta expressão:

- Eu estou aqui para servir e me empenho com todos os companheiros para que me ajudem. Estendamos as mãos para quem quer que seja e falemos aos ouvidos de quem quer que queira ouvir, para que o amor a Deus sobre todas as coisas seja o primeiro entendimento entre os homens, a fim de que não falte o amor ao próximo.

Ainda restava muita gente fora do casarão, esperando a saída dos companheiros do Nazareno, que às vezes vinha também em contínuas conversações. De longe, via-se Tadeu pela sua estatura helênica, protegendo a saída do Mestre que, de mansinho, tocava os homens e as mulheres, que avançavam em direção a ele, pedindo misericórdia, pedindo curas, pedindo paz, pedindo tudo,como até hoje acontece,mas sem que ninguém perceba, a caravana desaparece por entre a multidão.

extraído do livro Ave Luz de João Nunes Maia pelo espírito de Shaolim.

 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Tolerância


Betsaída! Betsaída! Famosa cidade que resplandece na história por ser berço, não somente de Filipe, o apóstolo - inquieto por saber os segredos do Criador e da vida - como de André e Pedro. Burgo pertencente ao reino da Galiléia, eixo do discípulo do Divino Mestre!

O sol começava a distribuir seus primeiros raios de um ouro encantador, como se fossem as mãos de Deus abençoando a vinha fecundante da Terra, com sementes de luz. Filipe já se encontrava de pé, contemplando a natureza, que fazia palpitar cada vez mais seus coração ansioso pela verdade, manisfestando, em cada batida, interessante profundo por um diálogo que lhe acalmasse o raciocínio. Deixou que a luz do astro o beijasse em todas as direções. Lembrou-se da juventude junto aos pais, seus amigos, os rebanhos, a pesca, as flores. Parou os pensamentos, encantado, sem nenhuma mescla de dúvida sobre a grande inteligência que nos comanda a todos, sentindo o Senhor palpitar em toda a criação. Seu raciocínio se empalidecia diante do que o coração lhe oferecia como esperança, que transmutava as claridades do tempo em fé, aquela fé, que mais tarde, o Evangelho anunciaria como capaz de transportar montanhas.

Por que tudo isso, Filipe? Porque aquela noite haveria o encontro de Jesus com todos os Seus discípulos. Era como um festival doutrinário. Era Deus, por intermédio do Mestre, renovando a confiança para com os homens do mundo. Era o cumprimento de todas as profecias sobre Aquele que haveria de vir!

Naquele dia, o carro solar fez todo o seu majestoso percurso como se fosse em segundos, para o apóstolo Filipe. As primeiras horas da noite, ele se colocava no meio dos doze, à beira do Lago de Genesaré, em um velho casarão, onde o Cristo se salientava silenciosamente em uma tosca cepa de cedro, perpassando seus olhos mansos e lúcidos por todo o colégio apostolar. Filipe, envolvido por emoções indescritíveis, cruza seu olhar solícito com o do Nazareno, que já esperava ouvir algo do apóstolo. O filho de Betsaída levanta-se, num misto de alegria e emotividade, e fala, com fervor:

- Mestre, era nosso intento saber com mais propriedade, pela extensão da linguagem espiritual, o que significa Tolerância, pois, às vezes me confundo, por desconhecer seus limites.

O silêncio era a tônica do ambiente. Filipe acomoda-se em um banco improvisado e espera a resposta, ansioso como todos os companheiros do aprendizado evangélico. 

Jesus renova seu olhar em todos os presentes, deixa entreabrir os lábios num leve sorriso e expõe, com segurança:

- Filipe, a Tolerância é um estado de alma que todos nós devemos conquistar. Ela, por si, tem múltiplos valores, mas denuncia algum perigo. É como uma massa forte no alimento da vida que, sem outros ingredientes auxiliares, exagera a fermentação; contudo, não podemos viver sem a força da Tolerância, que nos faz acalmar alguns impulsos inferiores. É proveitoso que, junto a ela, coloquemos a razão em evidência, para que ela não passe dos limites que lhe compete atingir. A enfermidade moral esta sujeita às mesmas leis que as doenças do corpo.Um terapeuta, para ministrar remédios aos enfermos, necessita conhecer as dosagens correspondentes aos desequilíbrios orgânicos; assim é o orientador. A impaciência, nesses casos, pode ser fatal como o veneno disciplinado é fonte de vida. A Tolerância, Filipe, que do modo como pensas, forma uma interrupção na mente que desconhece a disciplina, esquecendo a justiça. Ela não pode passar das fronteiras delimitadas pelo bom senso.

Jesus dá um tempo para que todos ordenem os pensamentos. Filipe parece em êxtase, procurando confrontar assuntos e extrair a essência dos conceitos do Divino Amigo. Quando o apóstolo quis continuar o assunto da complacência; sentindo dificuldade na aplicação desta virtude singular, Jesus adiantou-se, consciente de seus pensamentos e continuou sua fala, com serenidade:

-Filipe! Quando toleras um desequilíbrio, aprovas a desarmonia. E assim passarás a alimentar uma força contrária, que persegue a tua própria paz, estabelecendo um vínculo teu com o fato e vice-versa. Tolerar, sem conhecimento de causa é estimular efeitos por vezes perniciosos, motivando o ambiente de convivência. Entretanto, é preciso notar que desaprovar um ato alheio, ou mesmo nosso, não implica em usar a violência nem tampouco o escândalo. Pelas tuas próprias feições, ao conversar com alguém, é fácil de notar, no silêncio do coração, que não apóias tais ou quais atitudes;e pela alegria e interesse que manifestas pelos ideais superiores do companheiro tu escreverás, sem uso do verbo e da letra, tua aprovação pelo bem da coletividade, principalmente quando esse ideal se apóia nos alicerces da dignidade que as leis de Deus nos oferece, Tolerância... é a palavra mais ou menos solta, que carece de solicitude do coração e da inteligência enriquecidos na experiência do tempo e nas bênçãos do Pai Celestial.

O Mestre deixou passar alguns segundos e complementou:

- Moderação não é tão difícil como todos podem pensar; o mais engenhosos é saber tolerar.

Faz-se silêncio novamente e os olhos dos discípulos se entrecruzaram como se estivessem numa conversação mental, procurando, cada um, o apoio do outro na assimilação dos conceitos da noite. Filipi, como que magnetizado pela luz, deixa escapar um suspiro, monologando:

- Meu Deus! Como é trabalhoso ser bom! Como é problemático ajudar aos outros nas linhas paralelas da justiça e do amor!

Suspirou profundamente e acrescentou:

-  Talvez a Tolerância, dentro dessas normas, não agrade a ninguém!

A atmosfera do ambiente pedia meditação. Nenhum dos discípulos ousava quebrar o silêncio diante do Cristo, esperando por um desfecho de maior entendimento, como acontecera em outra ocasiões. Filipe encontra novamente o olhar firme e magnânimo de Jesus, de onde esplendia carinho e doçura. E começa a ouvir o Rabi da Galiléia sentindo que estava a sós com Ele, nos páramos infinitos Jesus continuou: 

- Não esqueçais nunca da condescendência . Desde quando abris os olhos ao acordar até fechá los para dormir, que ela seja o resguardo das vossas vidas e da vida dos que anseiam pela felicidade. Todavia é justo que não vos esqueçais da educação, tornando-a consciência dos caminhos que percorrem o amor mais puro, aquele que cede na hora que a caridade deseja, e que nega no momento em que o abuso pretende dominar a humildade. No instante em que duvidais até que ponto possa atingir a paciência, procurai os recursos da oração com respeito e fé, que a inspiração divina vós dará a resposta pelos processos da certeza como o instinto selecionador do comer e do beber dos animais. O prêmio para todos nós virá com a assistência dos anjos para todos os que se esforçam em direção à luz. Se queres viver em paz com os outros e com os vossos semelhantes, desde que façais tudo isso com e por amor.

Todos os discípulos respiraram aliviados com os últimos remates de Jesus, por associar a oração como força propulsora na aquisição da fé, guardando a lição do Mestre sobre Tolerância, para aplicá-la em todas as oportunidades que surgissem.


extraído do livro Ave Luz de João Nunes Maia pelo espírito de Shaolim.





 

Algumas Noites com Jesus



Betsaída pertencia à Galileia, terra generosa na expressão divina do ambiente, onde o nosso Mestre percorreu todas as ruas, aformoseando, com a Sua presença, as casas, os animais, as pedras, as flores e o próprio povo. Foi dali que Ele tirou as maiores expressões do Seu apostolado e soube recompensá-la com a Sua gratidão, permanecendo nessa aldeia semanas a fio, com todos os Seus discípulos, ensinando-lhes as maneiras mais corretas de viver. Foi nesse casarão mencionado nas mensagens de Shaolin que a Caridade atingiu a crista do Amor. Foi ali que o Cristo transformou a água de fraca filosofia dos Seus companheiros em vinho puro de conceitos nunca antes sorvidos pelos homens da Terra. Externou a Sua magnânima bondade para com o povo que o cercava nessa pacata cidade, curando centenas de enfermos de variadas doenças, pelo simples toque das mãos benfeitoras. Foi nessas reuniões incomparáveis que o Evangelho criou raízes nos corações dos discípulos, despertando, em cada um deles, o maior anseio de viver na luz da benevolência, sentindo em seus semelhantes de quaisquer raças ou seitas a sua própria continuação,abrindo os olhos na ampliação cósmica do termo, para ser reconhecido e reconhecer, em tudo a mesma paternidade: o Deus único, operando em todas as frentes da vida.

Essa igreja improvisada de Betsaída foi o palco de aperfeiçoamento espiritual dos discípulos. Eis que nesse ambiente de luz formado pelo Mestre dos mestres, os seus seguidores conseguiram despir-se do egoísmo,esquecendo-se do orgulho, deixando de julgar os outros, abandonando o ódio, não pensando na vingança e fechando os ouvidos à maledicência, disciplinando a língua e conduzindo os pés pela força da consciência em Cristo.Começava a se escrever uma mensagem nos arredores do Mar da Galileia, cujo conteúdo iria abalar o mundo inteiro e os anjos ficariam encarregados de transmitir, para toda as gerações, dentro das possibilidades que a evolução permitisse, em nome de Deus.O conteúdo deste livro simples grandioso vai se tornar um facho de luz nas mãos e na inteligência dos leitores. O seu próprio nome já indica isso: Ave Luz. Salve a luz que te procura por meio de um livro. Examina seu conteúdo, pensa bastante nos conceitos nele levantados e compara com tudo aquilo que buscas. Ele não conta tudo o que se passou com o Cristo e Seus companheiros naquelas noites, mas é, por assim dizer, uma síntese muito bem feita de todos os acontecimentos, naturalmente adaptada ao século em que vives.


Se porventura queres viver além das coisas mencionadas pelo livro, vamos sentir muita alegria pela transformação que haverás de operar. Se queres outros ensinamentos que escaparam de ser abordados integra-te na caridade bem dirigida. Faze da alegria a tua ferramenta diária e sente o prazer do amor que, certamente, a tua visão lera no livro da natureza tudo aquilo que as letras esqueceram de te anunciar.


É com muito respeito e ternura que daqui saudamos este livro, Ave Luz, pela luz absorvida por ele em Algumas Noites com Jesus.


Que a paz de Cristo seja com todas as criaturas!


Bezerra de Menezes


(Página psicografada pelo médium João Nunes Maia, em 15 de junho de 1977, em Belo Horizonte, MG)