sexta-feira, 31 de maio de 2013

Estudo: A Gêneses de Allan Kardec Cap. XI - Gênese espiritual

Bibliografia para estudo:
A Gênese.
O Livro dos Espíritos livro 1, cap III ítem III; livro 2, cap. IV.
Estudos Espíritas Joanna de Ângelis - Divaldo P. Franco - cap. 5 e 8
Através da Reencarnação - Estude e Viva - André luiz - F.C.X.
Reencarnação - Caminho Verdade e Vida - Emmanuel
Espírito e Matéria ante a Lei de Evolução

• Princípio espiritual
• União do princípio espiritual à matéria
• Hipótese sobre a origem do corpo humano
• Encarnação dos Espíritos
• Reencarnações
• Emigrações e imigrações dos Espíritos
• Raça adâmica
• Doutrina dos anjos decaídos e da perda do paraíso


C O N C L U S Ã O
A comprovação da existência do princípio espiritual é consequência do axioma segundo o qual não há efeito sem causa e da própria existência de Deus. Ao lado da matéria, é um dos princípios gerais do Universo. É dotado de inteligência, tem vida própria e é imortal. Utiliza-se da matéria para progredir moral e intelectualmente, impulsionando a sua evolução rumo à perfeição possível.
 
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 
a) Em que se fundamenta Kardec para afirmar a comprovação da existência do princípio espiritual?
R - A existência do princípio espiritual, do mesmo modo que o princípio material, é um fato que não precisa de demonstração. Allan Kardec se utiliza de um axioma comum a todas as ciências: não existe efeito sem causa. Todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente. Se o homem, enquanto vivo o corpo, manifesta-se com inteligência, é que há nele algo mais do que há
 
no seu corpo físico quando morto. Se a matéria é a mesma, logo, enquanto há vida física, algo há, além da matéria, que faz o homem pensar.
 

b) Por que a sobrevivência desse princípio é inerente à existência de um Deus bom e justo?
R - Como afirma Kardec, o princípio espiritual é o corolário da existência de Deus. Sem esse princípio, a própria Divindade não teria razão de ser. Teríamos que admitir a existência de um ser soberano a reinar unicamente sobre matéria bruta, por toda a eternidade. Seus atributos de justiça e bondade tornar-se-iam inúteis, pois a ninguém aproveitariam, se ele as houvesse de exercitar somente sobre a matéria.

Também a sobrevivência desse princípio pensante é inerente à justiça e bondade divinas. Onde estariam esses atributo se, após alguns anos - poucos, se considerarmos a eternidade da vida - o ser inteligente viesse a ser extinto? Em nada aproveitaria o aprendizado, os sofrimentos nem o aperfeiçoamento de seus sentimentos e de suas tendências.

c) Que papel desempenha o Espiritismo na comprovação do princípio espiritual e qual a importância disto para o homem?
R - A idéia da existência e da sua perpetuidade do princípio espiritual é inata no homem. A esta idéia intuitiva, o Espiritismo comprova, experimentalmente, a sua existência e a sua sobrevivência à morte do corpo físico. Somente assim o homem encontra razão para buscar sua melhora interior; somente assim recobra forças para suportar as vicissitudes da vida. É a compensação pelas atribulações que tem de suportar na vida material. Inata no homem essa idéia, o Espiritismo vem torná-la palpável, fortalecendo-o em sua senda evolutiva. Sem essa certeza, a tudo o homem se daria o direito de fazer, pois, qualquer que fosse a forma de vida que viesse a ter, esta se extinguiria com a morte do corpo físico. Para quê o acúmulo de conhecimentos? Para quê o cultivo de bons sentimentos? Para quê a conquista de afetos?

d) Qual a diferença entre o princípio espiritual e o princípio vital?
 
R - Não há como se confundir o princípio espiritual com o princípio vital, pois a matéria tem uma vitalidade, independente de se encontrar ou não, nela, o princípio espiritual e o espírito tem, também, uma vitalidade independente da matéria. Há corpos com vida mas sem qualquer intervenção da vontade, como, por exemplo, as plantas e os corpos humanos que ainda se revelam animados de vida orgânica mas que não há neles qualquer manifestação de pensamento. Conclui-se, daí, que o princípio vital é o princípio inerente à vida orgânica, ou seja, à matéria, enquanto o princípio espiritual é inerente à vida inteligente, isto é, ao espírito. 

Kardec cita, como exemplo, o que ocorre durante o sono, quando a vida orgânica se conserva em plena atividade, enquanto que a vida intelectual por nenhum sinal exterior se manifesta. É forçoso, portanto, admitir-se que a vida orgânica reside num princípio inerente à matéria, independente da vida espiritual, que é inerente ao Espírito. Ora, desde que a matéria tem uma vitalidade independente do Espírito e que o Espírito tem uma vitalidade independente da matéria, evidente se torna que essa dupla vitalidade repousa em dois princípios diferentes.

Princípio espiritual - 2ª parte (itens 6 a 9) - Conclusão
A gênese espiritual, isto é, a origem dos seres inteligentes do Universo, que são os espíritos, ainda faz parte dos mistérios da Divindade. Quer porque ao homem ainda não convém esse conhecimento, quer porque não tenha ele desenvolvido o suficiente a sua capacidade de entendimento, não nos é dado conhecer desde quando e como Deus cria o princípio espiritual. 

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 
a) O princípio espiritual é também extraído do fluido cósmico universal?
R - O princípio espiritual é um dos dois elementos gerais do Universo, ao lado do princípio material. Porém, ao contrário deste, não tem a sua origem no fluido cósmico universal. Se o princípio espiritual fosse derivado do fluido cósmico universal, como a matéria, teria a mesma natureza desta e, em consequência, sofreria as mesmas vicissitudes a que esta está sujeita. Teria existência momentânea, como a do corpo, extinguindo-se, após certo tempo, pela desagregação de seus elementos constitutivos. Voltando ao nada ou, o que daria no mesmo, ao todo universal, quando viesse falecer, seria, numa palavra, a sanção das doutrinas materialistas.
 

Havendo seres que vivem e não pensam, como as plantas e os corpos ainda dotados de vitalidade mas nos quais não mais se manifesta o pensamento, é forçoso admitir que a vida orgânica reside no princípio vital inerente à matéria e que a vida espiritual reside num princípio inerente ao espírito. Conclui-se, assim, que essa dupla vitalidade procedem de dois princípios diferentes. Individualizado, o princípio espiritual constitui os seres chamados Espíritos, assim como, individualizado, o elemento material constitui os diferentes corpos da Natureza.

b) Qual a origem do princípio espiritual?
R - Como tudo o que diz respeito à origem das coisas, a gênese do princípio espiritual também está dentre os segredos guardados pela Providência. Deus não outorgou ao homem esse conhecimento, por estar fora do alcance da sua capacidade de entendimento ou por não lhe ser útil, presentemente, esta revelação. Ao homem, no estágio evolutivo em que se encontra neste Planeta, apenas é permitido comprovar a sua existência e saber: que todos procedem do mesmo ponto de partida, criados que são simples e ignorantes; que todos atingirão a perfeição possível com seus esforços pessoais; que todos, sendo filhos do mesmo Pai, são objeto de igual solicitude; que nenhum há mais favorecido ou melhor dotado do que os outros, nem dispensado do trabalho imposto aos demais para atingirem a meta.

c) E qual a sua destinação?
R - A destinação do princípio espiritual individualizado como espírito é progredir até atingir a perfeição relativa, que é o fim que lhes cumpre alcançar. É a condição de puro Espírito, vulgarmente chamado "anjo".
 

d) Podemos entender como tendo existido desde sempre a criação de mundos materiais e de seres espirituais?
R – Sim, Deus cria, desde toda a eternidade, mundos materiais e seres espirituais. Antes da criação da Terra, já preenchiam o Universo uma quantidade incalculável de mundos e de seres espirituais em todos os graus de desenvolvimento, desde os que iniciavam sua trajetória evolutiva até os que já haviam atingido o seu estado definitivo, tornando-se Espíritos Puros.

União do princípio espiritual à matéria (itens 10 a 14) - Conclusão
O corpo não passa de um envoltório destinado a receber o espírito, possibilitando-lhe agir sobre a matéria densa. À medida que o espírito progride, adquirindo novas aptidões, reveste-se de um envoltório que possa lhe servir como instrumento capaz de atender aos impulsos de sua vontade. O próprio espírito, portanto, modela o seu corpo e o apropria às suas necessidades. Avançando em sua evolução, a organização física acompanhará este avanço, aprimorando-se a cada nova encarnação. 

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 
a) Que influência o estado evolutivo do espírito exerce sobre o seu corpo físico?
 
R - O corpo físico é uma criação divina destinada a servir de instrumento para o desenvolvimento das faculdades do espírito, pelo que deve ser capaz de receber todas as impulsões de sua vontade e prestar-se aos seus movimentos. À medida que o espírito adquire novas aptidões, passa a necessitar de um corpo mais aperfeiçoado, apropriado à nova forma de vida e apto a executar o novo gênero de trabalho a que se dispõe. Desta forma, cabe ao próprio espírito modelá-lo de modo a atender às suas necessidades, aperfeiçoando-o e o desenvolvendo de acordo com o que a sua inteligência o permite. O corpo físico, assim, será sempre reflexo da evolução que o espírito tenha alcançado e de suas necessidades.

b) Como o Espiritismo esclarece a cerca da evolução das primeiras espécies humanas?
R - Como dissemos, o corpo humano reflete o grau de adiantamento do espírito a quem serve de habitação. No início, logo após o surgimento do homem na Terra, os corpos serviam a espíritos ainda em estado evolutivo primitivo, seres embrutecidos, recém saídos dos reinos anteriores. Os corpos plasmados por estes espíritos eram, então, compatíveis com as suas necessidades naquela fase de infância intelectual, em que a força física predominava, pois precisava sobreviver ao meio inóspito em que se encontrava. À medida que os espíritos foram se adiantando, moral e intelectualmente, suas necessidades foram se modificando, requerendo novas formas físicas que pudessem satisfazê-las. Os próprios espíritos, atuando sobre a modelagem do seu corpo físico, foi adaptando-o, à medida em que precisava manifestar novas faculdades desenvolvidas com as conquistas de sua inteligência. É assim que as raças foram evoluindo e se aperfeiçoando, através das reencarnações sucessivas, passando a ter um organismo físico mais aparelhado do que os possuídos pelas raças primitivas. Esta evolução é facilmente constatada se comparados os corpo humanos de nossa época aos dos antigos primatas.

c) Como se dá o afastamento do espírito, após a morte do corpo físico?
 
R - Por sua natureza exclusivamente material, o corpo sofre as transformações a que está sujeita a matéria. Depois de funcionar por algum tempo, ele se desorganiza e inicia um processo de decomposição. O princípio vital que lhe dá a vida, não mais encontrando o elemento para sua atividade, extingue-se, causando a morte do corpo físico. Este, em consequência, torna-se inútil para o espírito, que o deixa, como se deixa uma casa em ruínas ou uma roupa imprestável, na imagem criada por Kardec.

d) Do ponto de vista puramente material, há diferença entre o corpo do homem e o dos animais?
R - Do ponto de vista puramente material, o corpo físico do homem é constituído dos mesmos elementos que formam os corpos dos animais, ambos animados pelo mesmo princípio vital. Desse modo, abstraindo-se a diferença quanto à evolução do princípio inteligente que os habita, o homem nada tem que o distinga do animal.
 

Hipótese sobre a origem do corpo humano (itens 15 a 16) - Conclusão
C O N C L U S Ã O 

A semelhança entre os corpos do homem e os do macaco fez surgir a hipótese, hoje aceita pela ciência, do primeiro ser apenas uma transformação do segundo. Para o espírito, isso em nada o diminui, pois ele terá sempre primazia sobre a matéria de que se revista o seu corpo, qualquer que seja ela. Atuando sobre o corpo do macaco, o espírito o teria feito evoluir na mesma proporção em que se elevava na escala espiritual, até chegar à forma como hoje conhecemos, sempre o apropriando às faculdades que desenvolvia.

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 

a) Em que se fundamenta a hipótese do início do processo reencarnatório dos espíritos através do corpo de um macaco?
 
Obs.: À época de Kardec, era ainda uma hipótese formulada por alguns fisiologistas que o corpo do homem seria uma 
transformação do corpo do macaco. Hoje, esta hipótese é amplamente aceita pela Ciência, consubstanciada na "Teoria
 
da Evolução das Espécies", desenvolvida pelo naturalista inglês Charles Darwin.

R - Essa hipótese surgiu da semelhança que há entre os corpos do homem e do macaco, que teria servido de vestimenta aos primeiros espíritos encarnados na Terra. Kardec explica que essa hipótese nada tem de impossível nem que afete a dignidade do homem. Em vez de se lhes fazer um invólucro especial, eles teriam encontrado um já pronto, adequados a esses espíritos, cujas faculdades se encontravam ainda pouco desenvolvidas, sem que, com isso, deixassem de ser espíritos.
 

b) De que forma teria se dado a evolução para os corpos humanos que hoje conhecemos?
R - A evolução para corpos humanos deu-se pela influência e por efeito da atividade intelectual do espírito, que teria atuado de forma a modificar esse envoltório. Já vimos que o espírito modela o seu corpo conforme as suas necessidades evolutivas. Assim, embora conservando a forma geral do conjunto, os espíritos, à medida que desenvolviam suas aptidões morais e intelectuais, foram adaptando os corpos aos novos hábitos de vida, tornando-o mais sutil e apropriado a atividades inteligentes.
 

Esse processo não implicou, como é óbvio, na extinção do macaco, que continuou a procriar e a receber princípios inteligentes em evolução para se tornarem espíritos. Os novos corpos, com a forma humana, reproduziram-se nas mesmas condições,
 
afastando-se do tipo primitivo na proporção do progresso dos espíritos. Houve, assim, segundo explica Kardec, uma bifurcação do tronco original, que produziu um ramo que, por sua vez, tornou-se tronco de novas raças.

Encarnação dos espíritos - 1ª parte (itens 17 a 23) – Conclusão

a) Qual a função do perispírito durante o processo de encarnação do espírito e durante a vida corporal?
R - Por ser de natureza diferente da matéria referente ao mundo corpóreo, o espírito não pode atuar diretamente sobre ela, pelo que necessita de um intermediário. Este elemento intermediário é o perispírito, envoltório fluídico, semimaterial, que pertence à matéria, pela sua origem, pois derivado do fluido cósmico universal e ao mundo espiritual, pela sua natureza etérea. No processo encarnatório, funciona como elemento de ligação entre o espírito e o novo corpo, ao qual lhe serve de modelo organizador. Durante a vida corporal, serve de veículo ao pensamento, transmitindo às diversas partes do organismo o comando emanado do espírito, impulsionando a sua vontade. Kardec compara o fluido perispirítico ao fio metálico, que serve de condutor ao fluido elétrico.

b) Como se dá a encarnação do espírito?
R - Ao chegar o momento da encarnação, um laço fluídico, expansão do perispírito, liga o espírito ao gérmem do novo corpo, originado da concepção, que o atrai por uma força irresistível. À medida que esse gérmen se desenvolve, o laço fluídico que o liga ao espírito se encurta e vai se tornando cada vez mais apertado. Sob a influência do princípio vital, o perispírito vai se unindo ao corpo em formação, molécula a molécula. O espírito, então, enraíza-se nesse gérmen como uma planta na terra, conforme imagem criada por Kardec. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, a união se completa e o novo ser nasce para a vida exterior.

c) E a sua desencarnação?
R - A desencarnação do espírito dá-se por efeito contrário, ou seja, o princípio vital que o prende ao corpo físico deixa de atuar, em consequência da desorganização do corpo e o perispírito vai se desprendendo, molécula a molécula, em sentido inverso ao que ocorrera durante a encarnação. O espírito, então, ganha a liberdade para a vida espiritual. Essa separação, conforme comprova o Espiritismo, através de observações, pode se dar de maneira rápida, suave e insensível ou de modo lento, laborioso e penoso, podendo durar meses ou anos, conforme sejam as conquistas morais do espírito. Assim, não é o desprendimento do espírito que causa a morte do corpo, mas, sim, esta é que determina a partida do espírito. Kardec destaca, ainda, que a sobrevivência do espírito à morte do corpo comprova que são distintos o princípio vital e o princípio espiritual.
 

d) Qual a consequência da encarnação com relação ao passado do espírito e às conquistas já efetuadas?
R - Desde o instante em que um laço fluídico o prende ao gérmen do corpo em formação, o espírito entra em estado de perturbação, que vai aumentando, à medida que o novo corpo se desenvolve e o laço se aperta. Nos últimos momentos do processo reencarnatório, o espírito perde toda a consciência de si próprio, jamais presenciando o seu nascimento, começando a recobrá-la no momento do nascimento para a vida exterior. Do mesmo modo, todas as suas faculdades começam a ser recobradas e desenvolvidas à proporção que se formam e se consolidam os órgãos através dos quais se manifestarão. Ao mesmo tempo, o espírito perde a lembrança do seu passado, sem perder as conquistas já efetuadas e que haviam ficado temporariamente em estado de latência. O seu renascimento é um novo ponto de partida, recomeçando o espírito do ponto em que parou na existência anterior. As aquisições precedentes são retomadas em forma de intuição, por lhe serem úteis na nova experiência. Quanto às amarguras das existências anteriores, a misericórdia do Criador o faz esquecê-las, pois, certamente, essas lembranças lhes trariam embaraços e dificultariam a retomada da caminhada. Quando retorna à vida espiritual, após a desencarnação, pouco a pouco, seu passado se lhe desdobra diante dos olhos e ele julga de como empregou o tempo, se bem ou mal.
 

Vê-se, portanto, que não há solução de continuidade na vida espiritual. O espírito é sempre o mesmo, antes, durante e depois da reencarnação. O próprio esquecimento do passado se dá tão-só no curso da vida exterior de relação, pois, durante o sono, desprendido, parcial e temporariamente, do corpo físico, o espírito goza a liberdade da vida espiritual, lembrando-se do passado, pois que, então, já não tem a visão tão obscurecida pela matéria.
 

e) A encarnação num corpo humano é a primeira na vida do princípio espiritual?
R - Conforme vimos no estudo do capítulo referente à gênese orgânica, o princípio inteligente se individualiza e elabora, pouco a pouco, passando pelos diversos graus dos reinos inferiores, ensaiando-se para a vida. Chegado ao grau de desenvolvimento que esse estado comporta, recebe as faculdades especiais que o tornam espírito, habilitando-o a habitar corpos humanos. Este sistema é o mais condizente com os atributos de justiça e bondade do Criador, pois dá destino aos animais, que deixam de formar uma categoria de seres destinados a serem definitivamente inferiores, para terem, no futuro, uma compensação a seus sofrimentos.

Encarnação dos espíritos - 2ª parte (itens 24 a 27) - Conclusão
A união do espírito com a matéria é útil ao seu progresso, eis porque a encarnação é uma necessidade. Agindo em seu próprio proveito, o espírito auxilia a transformação e o progresso material do globo que habita e, por essa razão, é um agente inconsciente da obra do Criador. 

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 
a) Por que a encarnação é uma necessidade para o espírito?
R - A encarnação do espírito é uma necessidade pois lhe dá a oportunidade de exercitar e desenvolver suas faculdades, através da obrigação de prover ao alimento do corpo, à sua segurança e ao seu bem-estar. Além disso, pelo trabalho inteligente que executa em seu proveito, faz com que se torne agente de transformação e progresso material do planeta que lhe serve de habitação, colaborando com a obra do Criador.

b) O progresso do espírito se dá somente quando está encarnado?
R - No intervalo entre suas encarnações, que pode ser mais ou menos longo, conforme as suas necessidades evolutivas, o espírito progride igualmente, no sentido de que aplica ao seu adiantamento os conhecimentos e a experiência que alcançou no decorrer da vida corporal. É um período proveitoso para que o espírito examine o que fez enquanto durante a última encarnação e para que passe em revista o que aprendeu, reconhecendo suas faltas, traçando planos e tomando resoluções para a nova existência na Terra.
 

c) Podemos considerar a encarnação como uma punição para o espírito?
R - A encarnação não é uma punição para o espírito, mas uma condição para o seu aprimoramento e um meio de progresso. No entanto, conforme progride moralmente, o espírito vai se depurando e sofrendo menos influência da matéria. Sua existência torna-se mais espiritualizada, suas faculdades e percepções se ampliam e, em consequência, torna-se mais feliz. De acordo com o uso que faz de seu livre-arbítrio, pode retardar o seu avanço, permanecendo mais tempo nas categorias inferiores. Neste caso, prolongará a duração e aumentará o número de suas encarnações, que, então, tornar-se-ão uma punição, pois terá de recomeçar as mesmas tarefas.
 

d) Como se dá o progresso material dos mundos habitados?
R - O progresso material dos mundos habitados acompanha o progresso moral de seus habitantes. Assim, há mundos mais ou menos adiantados, na medida em que sejam mais ou menos adiantados os seus habitantes. Conforme o grau de adiantamento dos mundos, é mais ou menos material a encarnação e o trabalho para os espíritos. A Terra é um dos mundos menos adiantados, povoada por espíritos relativamente inferiores, sendo a vida aí mais penosa do que noutros orbes. Há, também, mundos mais atrasados, onde a existência é ainda mais penosa.

Encarnação dos espíritos - 3ª parte (itens 28 a 32) – Conclusão

C O N C L U S Ã O
Quando o espírito adquire em um mundo a soma de progresso que ele comporta, deixa-o para reencarnar em outro mais adiantado, onde possa adquirir novos conhecimentos. Os primeiros espíritos que encarnaram na Terra deviam ser pouco adiantados, o que os fazia encarnar em corpos muito imperfeitos. Entre eles devia haver diferenças sensíveis nos seus caracteres e aptidões, agrupando-se conforme suas semelhanças.
 

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 
a) Por que o espírito não encarna sempre no mesmo planeta?
 
R - O espírito encarna num planeta compatível com o seu nível evolutivo e que atenda às condições necessárias ao seu progresso. Quando, num determinado mundo, o espírito já realizou a soma de progresso que o estado desse mundo comporta, deixa-o, para encarnar em outro mais adiantado, que lhe permita adquirir novos conhecimentos. Assim, o espírito pode vir a encarnar num planeta diferente, sempre que se adiantar ao estágio evolutivo daquele onde estiver encarnando. O mesmo pode se dar em sentido contrário, ou seja, quando o espírito não evolui e não consegue acompanhar o progresso do planeta. Na primeira hipótese, emigra para um mundo superior; na segunda, para um inferior.

b) São intermináveis as encarnações do espírito?

R - A encarnação do espírito se dá até que, não lhes sendo mais de proveito algum, passa a viver exclusivamente da vida espiritual, na qual continua a progredir, mas noutro sentido e por outros meios. Chegado ao ponto culminante do progresso, goza da suprema felicidade e torna-se mensageiro de Deus para o governo dos mundos.
 

c) Como se iniciou a povoação da Terra?
R - Quando a Terra se encontrou em condições climáticas apropriadas à existência humana, encarnaram nela espíritos, que
 se revestiram de corpos adequados às suas necessidades e às suas aptidões, fisionomicamente, com as características da animalidade. Não nos é ainda possível, contudo, conhecer a origem dos primeiros espíritos, se criados naquele momento ou se chegaram completamente formados do espaço, de outros mundos ou da própria Terra. Como quer que tenha sido, destaca Kardec que esses corpos foram gradativamente se aperfeiçoando, à medida que os espíritos progrediam, adquirindo novas aptidões, que exigiam corpos mais sutis e menos brutos. 

d) Como surgiu a diversidade de raças e povos na Terra?
R - Embora assemelhados pelo pouco adiantamento moral e intelectual, os espíritos que iniciaram o povoamento da Terra, por certo, possuíam diferentes caracteres e aptidões. Desta maneira, a Terra foi povoada de espíritos com características diversas, que se agruparam naturalmente, conforme a analogia e simpatia existentes entre eles. Como os corpos trazem impressos os caracteres dos espíritos, a procriação se deu conforme os respectivos tipos, resultando diferentes raças. Agrupando-se por analogia de origens e de gostos, formaram grupos, tribos e, finalmente, povos, cada qual com costumes e caracteres próprios, resultando daí diferentes raças, quer quanto ao físico, quer quanto ao moral.
 

e) Segundo Kardec, foi uniforme o progresso da espécie humana?
 
R - O progresso não foi uniforme em toda a espécie humana. Algumas raças progrediram mais que outras, daí as desigualdades existentes na Terra, onde alguns continentes atingiram o progresso antes de outros. Todos, porém, inclusive os povos considerados selvagens, alcançarão, algum dia, o nível de evolução em que hoje se encontram os mais adiantados.
 

Reencarnações (itens 33 e 34) - Conclusão
C O N C L U S Ã O
O princípio da reencarnação é uma consequência necessária da lei de progresso. Sem a reencarnação, não há como se explicar a diferença entre o presente estado social e o dos tempos de barbárie. Somente as reencarnações sucessivas podem explicar, também, as diferenças morais e intelectuais entre as criaturas, as mortes prematuras e as existências em corpos físicos portadores de idiotias, que não teriam nenhum proveito se a lei fosse da unicidade das experiências terrenas.
 
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 
a) Como o princípio da reencarnação ajuda a entender as diferenças entre os homens primitivos e a civilização atual?
R - O fenômeno da reencarnação é chave para o entendimento das diferenças entre os primeiros habitantes da Terra e os que constituem a civilização atual. Aliás, não só para se entender essa diferença. Todas as diferenças encontradas entre os homens, quer de natureza espiritual, quer de natureza física, somente à luz da reencarnação podem ser compreendidas. Se os espíritos fossem criados no instante da concepção do corpo físico, teríamos de admitir que Deus criou com diferenças os primeiros espíritos e os atuais, privilegiando estes últimos, melhores dotados. Seríamos forçados a acreditar que o Criador dotou os mais novos de melhor compreensão, instintos mais apurados, costumes mais brandos, intuição de certas coisas. De tudo isso teria privado as almas mais antigas. Ou seja, não teria sido justo.

Se, entretanto, compreendermos a realidade do processo reencarnatório, entenderemos, com facilidade, que as almas de
 hoje são mais bem dotadas de qualidades porque evoluíram. São aqueles mesmos espíritos que ontem eram seres primitivos, brutalizados, que, a cada existência física, adquiriram novas qualidades, levando-as para as existências futuras, pois as conquistas espirituais não são perdidas. Os espíritos dos tempos civilizados não foram criados mais perfeitos: são os mesmos de tempos passados que se aperfeiçoaram.

b) Quais os inconvenientes de ordem moral, apontados por Kardec, para refutar a teoria segundo a qual o espírito deveria mudar de mundo a cada nova encarnação?
R - Somente se justificaria a mudança de mundo a cada nova encarnação do espírito se todos os habitantes da Terra se encontrassem num mesmo nível intelectual e moral. Eles, então, somente poderiam progredir indo de um mundo a outro e nenhuma utilidade lhes teria a encarnação na Terra. Desde que os espíritos se encontram em diferentes graus de evolução
 moral e intelectual, é evidente que este mundo possibilita um vasto campo de progresso. Se, a cada nova etapa de aperfeiçoamento no mundo corporal, o espírito houvesse mudar de mundo, ficaria ele privado do exemplo que lhe oferece os espíritos que já atingiram graus mais elevados. Os verdadeiros vínculos afetivos que mantêm com seus afins se desfariam, pois, dispersando-se, tornar-se-iam os espíritos estranhos uns aos outros, com o rompimento dos laços de família, devido à falta de tempo para se consolidarem. Por outro lado, o espírito não poderia reparar seus erros no mesmo meio e em presença daqueles a quem ofendeu, o que é indispensável para realizar o seu progresso moral. 

c) E de ordem material?
R - Além destes inconvenientes de natureza moral, haveria, ainda, inconvenientes de ordem material. A natureza dos elementos dos diversos mundos, as leis orgânicas que os regem e as condições de existência variam de mundo para mundo. Em consequência, o aprendizado que o espírito adquirisse no campo das ciências, como a Física, a Química, a Botânica, dentre outras, de nada lhe serviria no outro mundo. A cada imigração o espírito encontraria condições adversas, nas quais não poderia aplicar seus conhecimentos, que restariam perdidos.
 

d) Por que a teoria de que a Terra é a única etapa do progresso do espírito contraria a sabedoria e a justiça divinas?
R - Se a Terra se destinasse a ser uma única etapa do progresso do espírito, nenhuma utilidade haveria para aqueles que desencarnam em tenra idade, ainda crianças, pois nada poderiam haurir em apenas alguns anos, meses ou mesmo horas. O mesmo ocorre com os que se vêm obrigados a habitarem corpos com idiotia ou outra enfermidade do gênero. Seria uma existência inútil, o que contrariaria os atributos da Divindade.

e) Quais os motivos das encarnações do espírito se cumprirem, geralmente, no mesmo mundo?
 
R - As encarnações se cumprem, geralmente, num mesmo mundo a fim de possibilitar ao espírito dar continuidade ao que deixou inacabado na existência corporal anterior. Muitas vezes, dá-se na mesma família ou em contacto com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que tenham feito ou de sofrer a pena de talião, explica Kardec. Desse modo, o espírito deve permanecer no mesmo mundo, até que haja adquirido a soma de conhecimentos e o grau de perfeição que esse mundo comporta. "Se alguns há que antecipadamente deixam o mundo em que vinham encarnando, é isso devido a causas individuais que Deus pesa em sua sabedoria", conclui o Codificador. 

Emigrações e imigrações dos espíritos (itens 35 a 37) - Conclusão

C O N C L U S Ã O
Há, diariamente, emigrações do mundo corpóreo para o mundo espiritual e imigrações deste para aquele: é o estado normal. Em determinadas épocas ditadas pela sabedoria divina, estas emigrações e imigrações operam-se em grandes quantidades, em virtude de revoluções que ocasionam a partida simultânea de grande número de espíritos, logo substituídos por equivalente quantidade de encarnações. Essa transfusão que se efetua entre a população encarnada e desencarnada de um planeta, igualmente se efetua entre os mundos, quer individualmente, nas condições normais, quer por massas, em circunstâncias especiais

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 
a) O que são "emigrações e imigrações dos espíritos" e quais os tipos existentes?
 
R - A população terrena está situada em dois planos dimensionais distintos: no plano espiritual, onde os espíritos em evolução encontram-se no estado de erraticidade, aguardando nova reencarnação e no plano físico ou material, onde passam pelas experiências na matéria, ainda necessárias ao seu progresso. Permanentemente, pelos fenômenos do nascimento e morte dos corpos físicos, há uma troca de posições. Ora um espírito encontra-se habitando o plano espiritual, ora o plano corpóreo. Esta troca constante, que ocorre a todo momento, de forma ininterrupta, constitui um fluxo migratório como o que vemos na vida terrena nos aeroportos, com espíritos chegando e partindo. A este movimento migratório constante é que Kardec denominou "emigrações e imigrações de espíritos".

Podemos classificar o movimento migratório levando em consideração o número de espíritos envolvidos e considerando o limite da Terra ou não. Assim, a migração pode se dar, respectivamente, de forma individual ou coletiva e no limite exclusivamente terreno ou interplanetário. A migração individual é a que comumente assistimos. Pelos fenômenos conhecidos como nascimento e morte, a todo momento espíritos voltam da erraticidade, enquanto outros a ela retornam, cumprindo-se a lei natural. São movimentos migratórios individuais, ou seja, sem qualquer vinculação entre um caso e outro. É a rotina do Planeta. A outra maneira são as migrações coletivas, que envolvem uma grande quantidade de espíritos e são produzidas, de tempos em tempos, por meio de flagelos destruidores, de cataclismos, de guerras, que promovem uma desencarnação em massa de espíritos. O que as caracteriza é o fato de serem ocasionadas simultaneamente e pelo mesmo acontecimento. São seguidas de encarnações em quantidade equivalentes.

O movimento migratório de espíritos, porém, não se restringe ao limite da Terra. Do mesmo modo que se opera a renovação da população encarnada e desencarnada dentro do limite terreno, pelos nascimentos e mortes dos corpos físicos, que é a rotina, também se efetua, individual ou coletivamente, movimentos migratórios entre a Terra e outros Planetas. Nesta circunstância, novos espíritos, de níveis evolutivos diferentes daqueles que formam a humanidade terrena, vêm a ela se misturar, acrescentando novos elementos. Do mesmo modo, espíritos também partem da Terra rumo a outros mundos, por motivos diferentes, porém sempre obedecendo a um planejamento divino.
 

b) Qual o objetivo das migrações coletivas?
R - Conforme explica Allan Kardec, o movimento de chegada e partida coletiva de espíritos é determinado pela Sabedoria Divina com a finalidade de acelerar a renovação da população do Planeta, introduzindo elementos espirituais mais depurados. As migrações coletivas, ao provocarem a renovação rápida no elemento espiritual da população, fazem com que o progresso receba um violento impulso, chegando mais rápido. Sem elas, só com extrema lentidão esse progresso se realizaria. Kardec ressalta que todas as grandes calamidades que dizimam populações são seguidas de uma era de progresso no estado social das nações, tanto física, como intelectual e moralmente.

c) E das migrações entre os planetas?
R - O objetivo das migrações envolvendo outros planetas, em geral, é juntar à população terrena atual seres espirituais mais evoluídos, que impulsionarão o progresso da Terra com o conhecimento que trazem de outros mundos.
 

Raça adamica (itens 38 a 42) – Conclusão

C O N C L U S Ã O
Foi durante uma imigração, quando uma colônia de espíritos vindos de outras esferas reencarnaram na Terra, que se originou a raça simbolizada na pessoa de Adão e por isso denominada raça adâmica. Nesta época a Terra já era habitada, mas a raça adâmica, mais adiantada do que as outras raças aqui existentes, com a sua chegada, vai impulsionar o progresso do Planeta. Temos, então, que a doutrina que faz todo o gênero humano partir de uma só individualidade (Adão) não é admissível, tanto do ponto de vista fisiológico, quanto moral.

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 
a) Como podemos definir a chamada "raça adâmica" e quais as suas principais características?
R - A raça adâmica é a que se formou por espíritos vindos para a Terra oriundos de outra esfera, numa dessas grandes imigrações coletivas ocorridas. Simbolizada pela figura de Adão, é por isso denominada raça adâmica. À época de sua chegada,
 
a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, sendo considerada como habitando este globo desde apenas alguns milhares de anos. O que a caracteriza é o seu grau de adiantamento intelectual maior que as raças que lhe precederam no planeta, pois que, quando aqui chegaram, já haviam feito grande progresso em outro mundo. Sendo mais adiantada em inteligência, deu importante contribuição para o progresso da Terra e das demais raças.

b) Quais as razões de ordem física apontadas por Kardec para refutar a teoria de que o todo o gênero humano procede de uma única individualidade, representada na figura de Adão?
R - Algumas raças apresentam características físicas particulares, diferentes das outras, o que afasta a hipótese de terem tido uma origem única. Se assim fosse, toda a humanidade teria o mesmo tipo étnico. As diferenças que apresentam não podem ter sido causadas por efeito do clima, por exemplo, pois que as suas características são mantidas independente do lugar onde se reproduzem. A ciência, hoje, comprova que, mesmo o meio ambiente influenciando, certos caracteres são peculiares de determinada raça, sendo o local de nascimento irrelevante no caso.
 

c) E de ordem moral?
R - A raça adâmica é apresentada na Gênese bíblica como sobremaneira inteligente, pois que, desde a segunda geração, constroem cidades, cultivam a terra, trabalham os metais, progridem nas artes e nas ciências. Não poderiam, portanto, esse tronco, ter dado origem a povos atrasados em inteligência, como os da antiguidade e muitos que ainda hoje se encontram neste estágio. A acentuada diferença nas aptidões intelectuais e no desenvolvimento moral entre as raças demonstra uma diferença de origem entre elas.
 

d) De que modo a própria população do globo comprova a existência do homem na Terra antes da época fixada pela Gênese?
R - Os fatos geológicos confirma a existência do homem na Terra anteriormente à época fixada pelo Gênesis. Documentos reconhecidos como autênticos comprovam que o Egito, a Índia e outros países já eram povoados há pelo menos três mil anos antes da era cristã, apenas mil anos depois da criação do primeiro homem, segundo a gênese mosaica. Não seria, desse modo, admissível que, em tão curto espaço de tempo, um único homem pudesse dar origem à toda a população então existente na Terra, o que contrariaria, inclusive, as leis antropológicas, como explica Kardec.

e) Qual a incompatibilidade apontada por Kardec entre a época do surgimento do homem na Terra fixada pela Gênese bíblica e o dilúvio narrado na mesma obra?
 
R - Segundo a narrativa da gênese bíblica, um dilúvio teria destruído todo o gênero humano, à exceção apenas da família de Noé e de um casal de cada espécie animal. O povoamento da Terra, em consequência, dataria daquela época. Entretanto, o dilúvio aconteceu no ano de 1.656 após a época assinalada para o surgimento do homem na Terra, ou seja, 2.348 antes da era cristã. Ao se estabelecerem no Egito, os hebreus encontraram um poderoso império, que teria sido povoado em menos de seis séculos. Considerando que, além do povo egípcio, havia outros países povoados, é inadmissível que toda essa população fosse constituída pelos descendentes de Noé. Flagrante, pois, a incompatibilidade entre as duas narrativas, demonstrando a razão que o homem surgiu na Terra muito anteriormente à época assinalada na gênese mosaica e a diversidade dos troncos que originaram as raças existentes. 

Doutrina dos anjos decaídos e da perda do paraíso - 1ª pte. (itens 43 a 45) - Conclusão

C O N C L U S Ã O 
Os planetas que se movem no Universo passam por períodos de transformação que objetivam fazê-los ascender na hierarquia dos mundos. Nestas ocasiões, ocorre uma grande migração de espíritos, operando uma mudança geral nas suas populações encarnada e desencarnada. Os espíritos que, embora hajam alcançado o progresso intelectual, perseveram no mal, são banidos para planetas em situação inferior, onde expiarão suas faltas e auxiliarão, com suas inteligências, a impulsionar o progresso. É o caso da raça adâmica, para quem a vinda à Terra representou a queda e o mundo de onde vieram o paraíso perdido.
 

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
 

a) Como devemos entender a expressão "anjos decaídos"?
 
R - Os mundos progridem física e moralmente, por meio da purificação dos espíritos que constituem as suas humanidades encarnada e desencarnada. Quando um mundo sobe um degrau na hierarquia dos mundos, sua humanidade sofre as mutações necessárias a fim de que se torne compatível com a nova condição. É a ocasião em que se dão as grandes emigrações e imigrações de espíritos, em que aqueles que, apesar de sua evolução intelectual, não acompanharam, moralmente, o progresso desse mundo. Para que não se tornem embaraço ao futuro progresso moral dos bons, são, então excluídos da humanidade a que pertencem e emigrados para mundos menos adiantados, onde aplicarão a inteligência para o progresso daqueles dentre os quais passam a viver. A esses espíritos emigrados para mundos inferiores é que a gênese mosaica dá o nome de "anjos decaídos", numa alusão à condição em que se encontram na humanidade em que passam a viver.
 

Rica em simbolismos e escrita numa época em que a humanidade ainda não evoluíra o bastante para adquirir a compreensão correta dos fatos, "a queda do homem" foi a forma que a gênese mosaica encontrou para explicar ao povo hebreu as consequências do descumprimento das Leis Naturais, que denominou "pecado". A "queda" é a simbologia da situação desses espíritos decaídos, vindos de outro planeta, onde possuíam melhores condições de vida.

b) E "perda do paraíso"?
R - Como "paraíso perdido" entende-se o mundo de onde foram emigrados. Esse mundo, para eles, se comparado àquele para o qual foram expulsos e onde viverão em condições mais difíceis, relegados por milhares de séculos, constitui-se um verdadeiro paraíso, cuja vaga lembrança lhes faz recordar o que perderam por culpa própria.

c) Podemos identificar nos espíritos que constituíram a chamada raça adâmica os "anjos decaídos"?
R - A raça adâmica, com efeito, apresenta todas as características de uma raça proscrita. Os espíritos que a integram foram exilados para a Terra, que, então, já era povoada por homens primitivos, ignorantes, que eles tiveram que fazer progredir, com seu próprio trabalho. Sua superioridade intelectual prova que o mundo de onde vieram era mais adiantado do que a Terra. Havendo ingressado esse mundo numa nova fase de progresso e não tendo esses espíritos acompanhado a sua evolução moral, a sua permanência lá constituiria um obstáculo à marcha do progresso.
 

d) Que consequências trouxe para a Terra a chegada desses "anjos decaídos"?
R - A raça adâmica, que constitui exemplo de migração interplanetária, ao chegar à Terra, como dissemos, teve por missão fazer o planeta progredir intelectualmente, através das conquistas intelectuais que trouxeram. Com sua inteligência superior, esses espíritos desempenharam o papel de impulsionadores do progresso intelectual do planeta, influenciando no adiantamento de toda a humanidade que até então o habitava.

Doutrina dos anjos decaídos e da perda do paraíso - 2ª pte. (itens 46 a 49) - Conclusão
A teoria vulgar do pecado original implica, pois, a necessidade de uma relação entre as almas do tempo de Jesus e as almas do tempo de Adão, e por conseguinte, a reencarnação. 
Para que possamos explicar o pecado original de forma racional é necessário que tenhamos consciência de que o mesmo é resultado da falta cometida em outra existência pelo próprio espírito e não resultado da falta de outrem (no caso Adão e Eva).
Nossa sorte está em nossas mãos; podemos melhorá-la se assim quisermos, pois temos nosso livre arbítrio.
A primeira vista a ideia de decaimento parece estar em contradição com o princípio de que os Espíritos não retrocedem. No entanto temos que levar em conta que o Espírito não perdeu o que adquiriu em outras existências seja intelectual ou moralmente. Está decaído do ponto de vista social, porem isso não o torna mais ignorante.
Os espíritos da raça adâmica, uma vez transplantados à Terra como exilados, não se despojaram de seu orgulho e maus instintos imediatamente; por longo tempo ainda durante várias existências, conservaram as tendências de sua origem e um resto do velho fermento como nos diz Kardec.
 

QUESTÕES PARA ESTUDO
a) Em que a reencarnação explica a doutrina vulgar do pecado original? Por que o pecado original não pode ser imputado a Adão e Eva?
Sem a reencarnação estaríamos todos "pagando" por uma falta que não cometemos. Admitindo que todas as almas faziam parte dos Espíritos que estavam exilados sobre a Terra no tempo de Adão, elas estavam manchadas por vícios que as haviam excluído de um mundo melhor e teremos a interpretação racional do pecado original, pecado próprio de cada individuo e não o resultado da responsabilidade da falta de outros.

b) Lendo toda a exortação do item 47 de um comandante a seus subordinados ao chegarem a Colônia Nova Caledônia, estabelecer uma comparação do que foi dito pelo mesmo e a teoria do paraíso perdido e da queda dos anjos.

Para aqueles homens relegados a selvageria, o fato de terem saído de sua pátria degredados por seus atos, seria semelhante a expulsão do paraíso. Esses soldados são como anjos decaídos, e a fala do coronel assemelha-se a fala de Deus: por desobedecerem minhas leis estais expulsos do mundo onde ereis felizes, tendo aqui neste novo mundo que trabalhar duro, mas através da vossa conduta reconquistar o que haveis perdido.

c) O fato de um Espírito reencarnar em condições inferiores a que ocupava em outra existência não se opõe ao conceito de que o Espírito não retroage?
 

Na questão 118 de O Livro dos Espíritos temos que: Os Espíritos podem retroagir?
- Não, a medida que avançam, compreendem o que os afasta da perfeição. Quando o Espírito acaba uma prova fica com o conhecimento que adquiriu e não o esquece mais. Pode ficar estacionário, mas retroceder, não retrocede.
Temos no caso que o Espírito está estacionário em um mundo inferior àquele do qual veio, mas isto acontece somente no plano material, pois o que foi por ele adquirido moral e espiritualmente ele não perde.

d) O que Kardec caracteriza como pecado original quando fala das reencarnações da raça adâmica na Terra?

Os vícios, os defeitos, os erros de outras existências, que carregamos conosco quando reencarnamos, isto é o que poderíamos chamar de pecado original. Somente o trabalho no bem e a reparação de nossos erros assim como o esforço para correção de nossos defeitos e vícios é que podem afastar o que trazemos conosco ao renascer.

 Fonte:www.cvdee.org.br

Texto sugerido para o estudo:
Através da Reencarnação - Estude e Viva - André luiz - F.C.X.

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