sábado, 30 de março de 2019

JESUS, PSICÓLOGO DA ALMA


Quem foi esse homem singular, capaz de viver numa época de poucas luzes, numa região de parcos recursos naturais atrativos, de comércio pouco promissor? Por que a escolha de nascer num povo que não apresentava experiências místicas transcendentes, como, por exemplo, na Índia ou na China? Seria talvez o fato da experiência vivida pelo sofrimento do cativeiro enfrentado no Egito e depois na própria Palestina, desta feita com os romanos? Será que ele considerava o sofrimento, a submissão e o desejo do encontro com Deus estados de espírito importantes para a recepção de sua mensagem? Qualquer que tenha sido seu motivo pessoal foi naquele povo sofrido e numa sociedade eminentemente teocrática que ele escolheu trazer sua mensagem profunda e transformadora.

Sua escolha mudou a faze do mundo ocidental muito mais do que da região onde ele viveu, em todos os sentidos. Mudou a religião, a economia, os costumes, a visão de mundo e da Vida, e, principalmente a percepção de Deus. A Terra não seria como hoje é sem sua mensagem vigorosa, endereçada ao coração humano. Não sabemos como estaríamos sem ela, porém com certeza teríamos a necessidade de conhecer alguma outra mensagem renovadora e libertadora. O mundo oriental, face à globalização das culturas, também sofreu e sofre sua benéfica influência, ampliando seus horizontes psíquicos e sociais.

Nem sempre foi possível ao ser humano aplicar verdadeiramente e com equilíbrio os preceitos cristãos. Coletivamente prevaleceu durante muitos séculos, e ainda prevalecem, os interesses egoístas e materialistas. Sua aplicação tem sido mais social que interna. A mensagem vem sendo gradativamente compreendida e aplicada pelos cristãos, porém de forma muito lenta e com pouco compromisso com a transformação interior. Por não haver um centro diretor (ainda bem que não há), mas vários, o cristianismo vem se desenvolvendo de forma heterogênea, de acordo com o desenvolvimento particular de seus profitentes.

Esse é um dos motivos pelo qual creio ser imprescindível o investimento do cristão em si mesmo, no seu mundo psíquico, na sua vida psicológica e espiritual. Na compreensão de si mesmo e de seus processos internos.

Extraído do livro Psicologia do Evangelho – Adenáuer Novaes – cap. – “Jesus, psicólogo da alma”.

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