domingo, 25 de junho de 2017

O fluido universal é o intermediário entre o Espírito e a matéria


1. O fluido cósmico universal é o elemento primitivo indispensável à intermediação entre o Espírito e a matéria propriamente dita. Para tornar possível esta intermediação, goza de propriedades comuns a ambos, pelo que não se pode dizer que ele seja matéria ou Espírito, já que estes são os dois elementos gerais, distintos, do Universo. 
 
2. Da resposta dada pelos Espíritos superiores à questão no 27 d´O Livro dos Espíritos, extraímos os seguintes ensinamentos:  

     “Deus, Espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela.”  
     (...) 
“Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”
 
3. Por suas inúmeras combinações com a matéria, sob a ação do Espírito, é o fluido universal capaz de produzir a imensa variedade dos corpos da Natureza. Em sua condição de elemento primitivo do Universo, o fluido cósmico assume os estados de eterização e de materialização ou, em outras palavras, de imponderabilidade e ponderabilidade. 

4. O primeiro pode ser considerado o primitivo estado normal e o segundo resulta das transformações daquele ao ponto de se apresentar como matéria tangível nos seus múltiplos aspectos. O segundo estado é consecutivo ao primeiro e a tangibilidade da matéria assinala a passagem de um ao outro estado. Contudo, mesmo aí não ocorre transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados. 

5. Esses dois estados são a causa de uma inumerável quantidade de fenômenos. Uns ocorrem no mundo invisível: constituem os fenômenos espirituais ou psíquicos e se ligam ao estado de eterização. Os outros sucedem no mundo visível: são os fenômenos materiais e relacionam-se ao estado de materialização. 

Para os Espíritos, os fluidos têm aspecto material 

6. O fluido cósmico sofre, no estado de eterização, sem deixar de ser etéreo, inúmeras modificações que dão origem a fluidos diferentes. Não obstante a mesma origem, possuem estes propriedades especiais. Para os Espíritos, esses fluidos têm, dentro da relatividade das coisas, aspecto material. São, por assim dizer, as substâncias do mundo espiritual e estão para os Espíritos como a matéria está para os encarnados. Eles os trabalham e utilizam para obterem os mais diferentes resultados, tal como os homens manipulam a matéria propriamente dita. Os processos é que são diferentes.  

7. Os fluidos do mundo espiritual escapam aos sentidos do indivíduo encarnado, que estão limitados à percepção apenas da matéria tangível. Há, no entanto, alguns intimamente ligados à vida corporal. Não podendo ser observados diretamente, pelo menos seus efeitos são percebidos. 

8. No estado de eterização, os fluidos apresentam-se, em virtude das inúmeras modificações por que passam, em diferentes graus de pureza dentro da faixa compreendida entre a pureza máxima – ponto de partida do fluido universal – e sua transformação em matéria tangível.  

9. Quanto mais próximos do estado de materialização, menos puros os fluidos são. São eles que formam a chamada atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente são vários os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados vinculados ao planeta haurem os elementos necessários à economia de sua existência. Atendidas as condições físicas e de vitalidade próprias de cada planeta, a situação é a mesma em relação aos outros mundos. 

Não é muito correta a denominação “fluidos espirituais” 

10. Os fluidos peculiares ao mundo espiritual são também denominados fluidos espirituais, denominação que decorre de sua afinidade com os Espíritos. Essa expressão não é, porém, muito correta, porque verdadeiramente espiritual somente a alma o é. Tais fluidos constituem, na realidade, a matéria do mundo espiritual.  

11. Os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais utilizando o pensamento e a vontade. A repercussão dessa ação assume grande importância para os homens, porque esses fluidos são o meio de propagação do pensamento, que tem o poder de modificar-lhes as propriedades, ou seja, o pensamento impregna de boas ou más qualidades os fluidos com os quais entra em contato, alterando-os pela pureza ou impureza dos sentimentos.
  
12. Podemos, desse modo, afirmar que os pensamentos, conforme sejam bons ou maus, purificam ou poluem os fluidos espirituais. Os fluidos que envolvem os maus Espíritos, ou que estes projetam, são, portanto, viciados, ao passo que os fluidos que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o grau de perfeição moral deles. 

13. Cada pensamento comunica, assim, determinada qualidade aos fluidos projetados pelas pessoas. Segue-se daí que, em face da enorme variedade de pensamentos, inumeráveis são os tipos de fluidos, o que torna impraticável classificá-los. Não possuem eles denominações próprias; são identificados por suas propriedades, efeitos e tipos originais. A natureza dos nossos sentimentos, virtudes, vícios e paixões imprime-lhes características correspondentes, e por causa disso produzem eles efeitos físicos diversos, tais como excitação, calma, irritação, narcose, toxidez, adstringência etc.

14. Os fluidos – ensina Kardec – não possuem qualidades intrínsecas, mas sim as que adquirem no meio onde se elaboram. Modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações e a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.


Extraído http://www.oconsolador.com.br/ano2/87/esde.html

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