domingo, 4 de junho de 2017

DIFERENÇAS ENTRE ESPÍRITO, PERISPÍRITO E ALMA


Marlene Monteiro Peixoto
Site Rede Amigo Espírita

 O  Espiritismo ensina-nos que a ALMA  é um Espírito encarnado, sendo o corpo  tão-somente o seu envoltório. Há, assim, no homem três coisas: o CORPO ou ser  material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; a ALMA   ou ser imaterial, ESPÍRITO ENCARNANDO O CORPO ; e o laço que prende a alma ao  corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito, a que Kardec deu o  nome de PERISPÍRITO.
O  homem é dotado, pois, de duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos  animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos  Espíritos. O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie  de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro.  O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para  nós no estado normal, mas que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo  tangível, como sucede no fenômeno das aparições.
As  primeiras informações sobre os Espíritos podem ser vistas nas questões 76 a 78  d´O Livro dos Espíritos, adiante reproduzidas:
76.  Que definição se pode dar dos Espíritos? “Pode dizer-se que os Espíritos são os  seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo  material.”
77.  Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou serão simples emanações ou  porções desta e, por isto, denominados filhos de Deus? “Meu Deus! São obra de  Deus, exatamente qual a máquina o é do homem que a fabrica. A máquina é obra do  homem, não é o próprio homem. Sabes que, quando faz alguma coisa bela, útil, o  homem lhe chama sua filha, criação sua. Pois bem! O mesmo se dá com relação a  Deus: somos seus filhos, pois que somos obra sua.”
78.  Os Espíritos tiveram princípio, ou existem, como Deus, de toda a eternidade? “Se  não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus, quando, ao invés, são criação  sua e se acham submetidos à sua vontade.”
Com  relação ao vocábulo perispírito, o tema apareceu pela primeira vez nas questões  93 a 95 da mesma obra, que adiante transcrevemos:
93.  O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns,  está sempre envolto numa substância qualquer?
“Envolve-o uma substância, vaporosa para  os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa,  entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde  queira.”
94.  De onde tira o Espírito o seu invólucro semimaterial? “Do fluido universal de  cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um  mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de  roupa.”
a)  Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm ao nosso meio,  tomam um perispírito mais grosseiro? “É necessário que se revistam da vossa  matéria, já o dissemos.”
95.  O invólucro semimaterial do Espírito tem formas determinadas e pode ser  perceptível?  “Tem a forma que o Espírito queira. É assim que este vos  aparece algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, e que pode  tomar forma visível, mesmo palpável.”
Sobre o perispírito seria interessante  consultar um dos textos publicados na edição 90 desta  revista
- O  CONSOLADOR
A  natureza do perispírito guarda relação com a evolução da  pessoa
1.  O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é uma condensação do fluido  cósmico em torno da alma. O corpo físico, ou carnal, resulta de uma maior  condensação do mesmo elemento, fato que o transforma em matéria  tangível.
2.  Embora tenham origem comum, que é o fluido cósmico, as transformações  moleculares são diferentes nesses dois corpos, resultando daí ser o perispírito  etéreo e imponderável. Ambos são, portanto, matéria, mas em estados diferentes.  Conforme ensina o ministro Clarêncio, da colônia espiritual “Nosso Lar”, o corpo  perispiritual é constituído à base de princípios químicos semelhantes, em suas  propriedades, ao hidrogênio, a se expressarem através de moléculas  significativamente distanciadas umas das outras (Entre a Terra e o Céu, cap.  XXIX).
3.  O Espírito forma seu envoltório perispirítico com os fluidos retirados do  ambiente em que vive. Como a natureza dos mundos varia conforme o seu grau de  evolução, será maior ou menor a materialidade dos corpos físicos dos seus  habitantes. O perispírito guarda relação, quanto à sua composição, com esse grau  de materialidade. Admitindo-se que um Espírito emigre da Terra, aí ficará o seu  envoltório fluídico, porquanto o Espírito precisa tomar um outro envoltório  fluídico apropriado ao planeta em que passará a viver.
4.  A natureza do envoltório fluídico guarda sempre relação com o grau de  adiantamento moral do Espírito. À condição moral do Espírito corresponde, por  assim dizer, uma determinada densidade do perispírito. Maior elevação, menor  densidade fluídica. Maior inferioridade, maior densidade, isto é, perispírito  mais grosseiro, com maior condensação fluídica. É claro que, apesar de mais  densos, os envoltórios fluídicos mais grosseiros continuam  imponderáveis.
Cada perispírito tem uma densidade, um  peso específico próprio .
5.  No cap. XIII da obra acima citada, Clarêncio assevera que o veículo espiritual  é, por excelência, vibrátil e se modifica profundamente, segundo o tipo de  emoção que lhe flui do âmago. Como ninguém ignora, em nosso próprio meio a  máscara física altera-se na alegria ou no sofrimento, na simpatia ou na aversão.  No plano espiritual, semelhantes transformações são mais rápidas e exteriorizam  aspectos íntimos do ser, com facilidade e segurança, porque as moléculas do  perispírito giram em mais alto padrão vibratório, com movimentos mais intensivos  que as moléculas do corpo carnal.
6.  Pode-se, assim, dentro da relatividade das coisas, admitir um peso específico  para o perispírito. Os de maior peso específico chumbam os Espíritos às regiões  inferiores, impossibilitando-lhes o acesso a planos mais elevados e, por isso  mesmo, o ingresso em mundos de maior elevação espiritual. A acentuada densidade  do perispírito de grande número de Espíritos leva-os a confundi-lo com o corpo  material que utilizaram durante sua última encarnação. Esse é um dos motivos que  levam muitos a se considerarem ainda encarnados e a viverem na Terra,  imaginando-se entregues a ocupações que lhes eram habituais.
7.  O perispírito dos Espíritos superiores, de reduzido peso específico,  confere-lhes uma leveza que lhes permite viver em planos mais elevados e  deslocar-se a outros mundos. Eles podem, evidentemente, descer aos planos  inferiores e, dada a sutileza do seu envoltório, não serão percebidos pelas  entidades desencarnadas inferiores.
8.  Quando encarnado, o Espírito mantém o envoltório perispirítico, constituindo o  corpo material um segundo envoltório, mais grosseiro, apropriado ao meio físico  em que vive. O perispírito serve, em tal situação, de intermediário entre a alma  e o corpo. É o órgão de transmissão de todas as sensações, quer partam do  Espírito, quer venham do exterior, através do corpo físico. Devido ao estado  grosseiro da matéria, os Espíritos não podem agir diretamente sobre ela.  Fazem-no, então, por meio do seu perispírito. Os fluidos perispiríticos  constituem-se, dessa forma, sob a ação da vontade, em verdadeiras alavancas que  lhes permitem produzir ruídos, pancadas, deslocamentos de objetos  etc.
A  matéria não oferece obstáculo algum ao perispírito e aos  Espíritos
9.  Em condições normais, o perispírito é invisível, mas pode tornar-se visível em  razão das modificações que venha a experimentar pela ação da vontade do  Espírito. Essas modificações consistem numa espécie de condensação ou em novos  arranjos das moléculas que o compõem, mas isso requer a existência de certas  circunstâncias que não dependem apenas do Espírito. Para tornar-se visível a  alguém, ele precisa de permissão, que nem sempre lhe é dada.
10.  Nas aparições, o perispírito apresenta-se comumente com aspecto vaporoso e  diáfano. De outras vezes, tem as formas delineadas e os traços bem nítidos,  podendo apresentar a solidez de um corpo físico, isto é, tangível, o que não o  impede de retomar instantaneamente o estado normal de invisibilidade e  intangibilidade.
11.  A matéria – tal como a conhecemos em nosso mundo – não oferece obstáculo algum  ao perispírito, porque a condição etérea do corpo espiritual lhe confere a  propriedade de penetrabilidade. Ele atravessa a matéria como a luz atravessa os  corpos transparentes. Eis por que portas e janelas fechadas não impedem que ali  penetrem os Espíritos.
12.  Como já foi dito, é das camadas de fluidos espirituais que envolvem a Terra que  os Espíritos formam o seu envoltório perispirítico. Esses fluidos não são  homogêneos; por isso, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu  perispírito se formará das partes mais puras ou mais grosseiras do fluido  peculiar ao planeta em que vai se encarnar. Nesse processo, o Espírito atrai  automaticamente as moléculas que se afinam com o seu padrão  vibratório.
13.  Não é, pois, idêntica a constituição íntima do perispírito dos indivíduos que  povoam a Terra e o espaço que a circunda, fato que não se dá com o corpo  material, formado pelos mesmos elementos, independentemente da elevação  espiritual das pessoas. O envoltório perispirítico dos Espíritos modifica-se com  o progresso moral que eles realizam em cada existência, ainda que reencarnem no  mesmo meio. Assim, os Espíritos superiores, mesmo quando reencarnem em mundos  inferiores, terão perispírito menos grosseiro do que o perispírito dos Espíritos  vinculados, devido ao seu nível evolutivo, a esses mundos.
FONTE – O CONSOLADOR

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