sexta-feira, 17 de março de 2017

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA - LIVRO 3 CAP 16

MATERIALISMO X ESPIRITUALISMO
 
BIBLIOGRAFIA
O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec - FEB – Questão 147 DICIONÁRIO DE FILOSOFIA – Nicola Abbagnano – Edit. Martins Fontes ESPIRITUALIDADE - UM CAMINHO DE TRANSFORMAÇÃO - Leonardo Boff – Ed. Sextante.


REFLEXÃO
SOU MATERIALISTA, GRAÇAS A DEUS
Só acredito no que vejo! Isso é subjetivo! Sou cético! Ou é, ou não é! Prove-me isso, me prove aquilo. São frases normalmente ditas por aqueles que se dizem materialistas, ateus, céticos. A vida nos reserva contrariedades e desilusões cujo enfrentamento está condicionado a nossa forma de crer. Seria a concepção materialista-ateísta a melhor forma de enfrentar os dissabores da vida?


1ª PARTE: OBJETIVO DA AULA
Esta aula tem por objetivo esclarecer estes dois sistemas filosóficos, o materialismo e o espiritualismo com as respectivas vertentes. Visa também demonstrar quais os benefícios e possíveis malefícios que o homem pode esperar ao aceitar uma ou outra corrente de pensamento.


2ª PARTE: MATERIALISMO
É a corrente filosófica que admite como causa de todos os fenômenos do Universo a matéria e suas propriedades. Nega a existência de um princípio inteligente independente da matéria. A inteligência e sentimentos humanos seriam atributos da matéria. A consciência nasceria com o desenvolvimento do sistema nervoso no feto e morreria junto com o corpo na falência do encéfalo. A mente seria uma secreção do cérebro, como a bile é uma secreção do fígado, o suco gástrico do estômago e a urina dos rins.


3ª PARTE: RENOMADOS MATERIALISTAS

Muitos são os pensadores, renomados ou não que de forma direta ou indireta promovem fortes ataques ao comportamento religioso do homem ou mesmo as religiões. Esses ataques são no sentido de mostrar que existe uma subjetividade muito grande ao se adotar posturas religiosas. “A religião é o ópio do povo” dizia Marx. Alem de Marx podemos citar o cético David Hume, o apologista do super-homem Friederik Nietzsche, o existencialista ateu Jean Paul Sartre e o filósofo pragmatista John Dewey. David Hume leva o empirismo às ultimas conseqüências sendo tratado por Rohden como “o rei dos empíricos que acabou em ceticismo universal, filho legitimo do empirismo radical”. John Dewey já afirmava que “o que é útil e vantajoso, é verdadeiro, o que é inútil e desvantajoso é falso”. Diz ainda que “eu é que faço a verdade”. Comenta Rohden: a verdade para Dewey então, é por sua essência pragmática, isto é, prática, promotora de progresso e de conforto da vida. A praticidade e a utilidade citada por Dewey é sempre no âmbito objetivo, físico, material. Dewey, assim como Hume pode até não ter sido materialista declarado, mas seus pensamentos objetivaram somente o aspecto material.

4ª PARTE: EXEMPLOS E CONSEQUENCIAS DO MATERIALISMO
Sartre presenteia a humanidade com a obra filosófica “O Ser e o Nada” e o romance “A Náusea”. Marx deixa um legado maior, um sistema econômico que nasce no bojo de sua obra e termina um século depois com a dissolução da URSS e a inversão econômica chinesa, passando pelo extermínio de milhões de pessoas. Ao materialismo, quase sempre vinculado ao ateísmo, se associa comportamentos desregrados, desesperançados, pois dizem muito mais ao presente e ao agora do que ao futuro. O sistema que argumenta tudo através da matéria afasta todo e qualquer sentimento em direção ao outro, pois enxerga o próximo como a si, algo material, transitório.
A conseqüência da crença materialista pura pode levar o indivíduo a ausência total da responsabilidade para consigo e para com os outros. Enfim, as regras morais ficam fragilizadas.


5ª PARTE: INTELECTUALISMO – ERUDIÇÃO E MATERIALISMO
O intelectualismo, a erudição e o materialismo servem na maioria das vezes para a exaltação de uma imperfeição chamada orgulho, tendo como objetivo maior o ego em vez do eu. Ao tratar o ego o homem busca se diferenciar se elevando em relação aos outros através do conhecimento. Esse instrumento, o conhecimento, e hoje muito mais a informação, passa a ser a ferramenta que o homem encontra para dominar e subjugar.


6ª PARTE: ESPIRITUALISMO
Entende-se por Espiritualismo toda doutrina que pratica a filosofia como análise da consciência (ou espírito, ou cogito) ou que em geral pretenda extrair dessa consciência os dados da pesquisa ou investigação filosófica ou científica. A palavra espiritualismo começou a ser usada no século XIX por Victor Cousin (1792-1867). Segundo ele, essa filosofia ensina a espiritualidade da alma, a liberdade e a responsabilidade das ações humanas, as obrigações morais, a virtude desinteressada, a dignidade da justiça, a beleza da caridade. E alem dos limites deste mundo, mostra um Deus, autor e modelo da humanidade que depois de te-la criado evidentemente para um propósito excelente, não abandonará no desenrolar misterioso de seu destino. Essa filosofia é aliada natural de todas as causas justas. Sustenta o sentimento religioso, favorece a verdadeira arte e o apoio do direito. Rejeita igualmente a demagogia e a tirania.


7ª PARTE: ESPIRITUALIDADE
Espiritualidade é uma qualidade ou caráter espiritual. É o progresso metódico dos valores espirituais. Vem de tudo que tem viabilidade para a eternização. A vida em si é espiritual visto que todo o ser que detém a centelha divina do Creador poderá transitar em diferentes formas vivenciando cada uma delas e absorvendo todas as experiências ao longo do tempo. A espiritualidade não é imaterialidade, pois se assim fosse, a raiva, ódio seriam atributos de espiritualidade. O ser humano está chegando aos seus limites e conseqüentemente, diante de suas dificuldades acaba se dobrando a espiritualidade toda vez que contempla a vida, o céu, as estrelas, o sol, a natureza. Não temos uma definição exata e estruturada para espiritualidade. Palavras são insuficientes, por essência para manifestar este grande poder da vida. Da mesma forma, é humano desconhecermos a fundo e com transparência o seu verdadeiro significado, pois, a realidade física que é espiritual, se revela com muito mais intensidade. Porém, em momentos de reflexão, conseguimos fazer aflorar sentimentos internos, mais sensíveis aos movimentos espirituais. Mundialmente há uma demanda por valores não materiais, por uma redefinição do ser humano, com valores que inspirem profundamente sua vida. Segundo Dalai Lama, Espiritualidade é tudo aquilo que produz no ser humano mudanças interiores. Isso significa que o ser humano está sempre se fazendo física, psíquica, social e culturalmente. É o caminho evolutivo do homem. É importante observar que a espiritualidade não precisa estar vinculada às religiões. Quando as religiões se institucionalizam, se hierarquizam e crescem em poder cultural, social, religioso e econômico, elas se afastam da fonte que as mantém vivas. Os grandes mestres não tinham religião, Jesus não era cristão assim como Buda não era budista e nem Maomé era muçulmano. Mas todos eram espiritualizados profundamente através de grandes mudanças interiores. A particularidade do nosso tempo é de que a espiritualidade vem sendo descoberta como dimensão profunda do ser humano e não atrelada necessariamente às religiões. Jesus não pregou a igreja, nem as tradições dos antepassados. Ele anunciou o Reino de Deus que está eminente em nosso meio. O reino de Deus é a presença transformadora, evolutiva, é a própria espiritualidade. A religião é como uma vela acesa. O que ilumina é a chama (espiritualidade), e não à vela (religião). A espiritualidade tem a ver com experiência, não com doutrinas, não com dogmas. Ela se abre quando mergulhamos na profundidade de nós mesmos, com o todo como gostam de fazer os orientais. Desenvolver a espiritualidade passa pelo desenvolvimento de contemplação, da escuta de mensagem e valores que estão a nossa volta. Quando ocorre algo em nossa vida, temos que nos perguntar: “Que sentido mais profundo essa realidade traz para mim? De que me purifica? Em que me faz crescer?”. A espiritualidade é uma dimensão de cada ser. Ela é revelada pelo diálogo comigo mesmo e com o próprio coração. Traduz-se pelo amor, pela sensibilidade, pela compaixão, pela escuta do outro, pela responsabilidade e pelo cuidado como atitude fundamental...


8ª PARTE: RENOMADOS ESPIRITUALISTAS
Na história da humanidade encontramos os verdadeiros líderes que deixaram suas doutrinas e seus ensinamentos duradouros entre os espiritualistas e raramente entre os materialistas. Como grandes líderes espiritualistas podemos citar Lao Tse, Confúcio, Buda, Sócrates, Jesus Paulo, Francisco de Assis, Gandhi, Dalai Lama, Chico Xavier.


9ª PARTE: CONSEQUÊNCIAS DO ESPIRITUALISMO
Ao deslocar o foco da matéria, daquilo que flui, do efêmero, do objetivo, do finito, do limitado, da morte em direção ao espírito, aquilo que é, o duradouro, o subjetivo, o infinito e a não-morte, o homem encontra serenidade, equilíbrio, justiça e bem-estar, enfim, o consolo para uma vida efêmera e passageira.


10ª PARTE: ESPIRITUALISMO X MISTICISMO
É com freqüência que observamos a não distinção destes dois campos do conhecimento. O Espiritualismo tendo sua fonte na essência, na alma, no espírito enquanto o Misticismo atua fortemente no campo do sobrenatural. Enquanto aquele tem vinculo com o racional e o lógico, este se vincula ao sentimento, as emoções e ao maravilhoso.


11ª PARTE: ESPIRITISMO X MATERIALISMO
O espiritismo é o mais terrível antagonista do materialismo. Este, ao defender seus pontos fundamentais ataca o maravilhoso e o sobrenatural. Via de regra, o espiritismo é colocado junto com as religiões. Sabem que ao ridicularizar o milagre e o dogma estarão minando as bases da religião. No entanto ao conhecer e entender a doutrina espírita, o materialista age com bom senso e certamente vai ver seus fundamentos estremecerem. Os fenômenos espíritas quando observados sob a óptica científica e utilizando os rigores da ciência, faz com que o materialista aceite a origem no mundo extracorpóreo. Ou abandonam seus estudos com duvidas ainda maiores. Talvez, apontem para explicações ainda mais ridículas do que aquelas que pretendem ridicularizar.


12ª PARTE: CONCLUSÃO
Os dois sistemas filosóficos, o materialismo e o espiritualismo alem de atuar fortemente nos comportamentos, nas relações humanas, também agem no estado psíquico. O homem espiritualizado torna-se forte diante das vicissitudes, das contrariedades, dos obstáculos, das doenças, das perdas e até mesmo diante do seu debilitamento vital. Os sistemas oferecem enormes diferenças quando o homem necessita um consolo, uma esperança, uma bóia de salvação diante das angustias da perda de um ente querido, de uma doença fatal, de um acidente, de uma perda amorosa, de uma falta de necessidade. É nessa hora que o materialismo sofre deserções.
Alan Krambeck


13ª PARTE – MÁXIMA / LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA PRÓXIMA AULA
Próxima aula:
Livro 3 – Cap. 17 - A Lei da Igualdade e a Lei da Justiça
Leitura: Livro dos Espíritos – Allan Kardec - Edit FEB

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