segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PARÁBOLA DA FIGUEIRA ESTÉRIL

Pela manhã, ao voltar Jesus à cidade, teve fome. E vendo uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas; e disse-lhe: Nunca jamais nasça de ti frutos, no mesmo instante secou a figueira. E vendo isto, os seus discípulos maravilharam-se e perguntaram: Como é que repentinamente secou a figueira? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade vos digo que se tiverdes fé e não duvidardes, fareis não só o que foi feito a figueira, mas até se disserdes, a este monte: Levanta-te e lança-te ao mar,isto será feito; e tudo o que, com fé, pedirdes em vossas orações, haveis de receber". (Mt 18-22 - Lc XIII, 6-9.)

O sentido da parábola é este:
Magnífica parábola! Estupendo ensinamento! Quantas lições aprendemos nestes poucos versículos do Evangelho!
Se encararmos a narrativa pelo lado científico, observaremos a morte de uma árvore em virtude de uma grande descarga de fluídos magnéticos, que imediatamente secaram a mesma.
A Psicologia moderna, com suas teorias edificantes e substanciosas, e com seus fatos positivos, mostra-nos o poder do magnetismo, que utiliza os fluídos do Universo para destruir, conservar e vivificar.
A cura das moléstias abandonadas pela Ciência oficial e a mumificação de cadáveres pelo magnetismo, já se acham registrados nos anais da História, não deixando mais dúvidas a esse respeito.
No caso da figueira não se trata de uma conservação, mas, ao contrário, de uma destruição, semelhante à destruição das células prejudiciais e causadoras de enfermidades, como na cura dos dez leprosos, e outras narrativas pelos Evangelhos.
A figueira não dava fruto porque sua organização celular era insuficiente ou deficiente, e Jesus, conhecendo esse mal, quis dar uma lição aos seus discípulos, não só para lhes ensinar a terem fé, mas também para lhes fazer ver que os homens e as instituições infrutíferas, como aquela árvore, sofreriam as mesmas consequências.
Pelo lado filosófico, realça da parábola a necessidade indispensável da prática das boas obras, não só pelas instituições, como pelos homens.
Um indivíduo, por mais bem vestido e mais rico que seja, encaramujado no seu egoísmo, é semelhante a uma figueira, da qual, em nos aproximando, não vemos mais que folhas.
Uma instituição, ou uma associação religiosa, onde se faça questão de estatuto, de culto, de dogmas, de mistérios, de ritos, de exterioridades, mas que não pratique a caridade, não exerce a misericórdia; não dá comida aos famintos, roupa aos nus, agasalho e trato aos doentes; não promove a propaganda do amor ao próximo, da necessidade do erguimento da moral, do estabelecimento da verdadeira fé, esta instituição ou associação, embora tenha nome de religiosa, embora se diga a única religião fora da qual não há salvação (como acontece com o Catolicismo de Roma), não passa de uma "figueira enfolhada, mas sem frutos".
O que precisamos da árvore são os frutos. O que precisamos da religião são as boas obras.
Os dogmas só servem para obscurecer a inteligência; os sacramentos, para falsear os ensinos do Cristo; as festas, passeatas, procissões, imagens, etc., para consumir dinheiro em coisas vãs e iludir o povo com um culto que foi condenado pelos profetas dos tempos antigos, no Velho Testamento, e por Jesus Cristo, no Novo Testamento.
A religião do Cristo não é a religião das "folhas" mas, sim, a dos frutos!
A religião do Cristo não consiste nesse ritual usado pelas religiões humanas.
A religião do Cristo é a caridade, é a do Espírito, é a da verdade!
A fé que o Cristo preconizou, não foi, portanto, a fé em dogmas católicos ou protestantes, mas, sim, a fé na vida eterna, a fé na existência de Deus, a fé, isto é, a convicção da necessidade da prática da caridade!
Aquele que tiver essa fé, aquele que souber adquiri-la, tudo o que pedir em suas orações, sem dúvida receberá, porque limitará seus pedidos àquilo que lhe for de utilidade espiritual, assim como se tornará apto a secar figueiras, dessas figueiras que perambulam nas ruas seguidas de meia dúzia de bajuladores; dessas figueiras, como as religiões sem caridade, que iludem incautos com promessas ilusórias, e com afirmações temerosas sobre os destinos da almas.
A figueira sem frutos é uma praga no reino vegetal, assim como os egoístas e avarentos são pragas na Humanidade, e as religiões humanas são pragas prejudicialíssimas à seara do Senhor. Não dão frutos; só contêm folhas.

***

Estudada pelo lado científico, a parábola é um portento, porque, de fato, Jesus, com uma palavra, fez secar a figueira. Nenhum sábio da Terra é capaz de imitar   o Mestre!
Encarada pelo lado filosófico, a lição da figueira que secou é um aviso do que vai acontecer aos homens semelhantes à figueira sem frutos; e às religiões que igualmente só têm folhas!
Nesta parábola aprende-se ainda que esterilidade, parece, é mal inevitável! Em todas as manifestações da Natureza, aqui e ali, se vê a esterilidade como que desnaturando a criação ou transviando a obra de Deus!
Nas plantas, nos animais, nos humanos, a esterilidade é a nota dissonante, que estorva a harmonia universal.
Na Ciência, na Religião, na Filosofia, até na Arte na mecânica, o ferrete da esterilidade não deixa de gravar o seu sinal infamante!
Acontece, porém, que chegado o tempo propício, a obra estéril desaparece para não ocupar inutilmente o campo de ação onde se implantou.
A figueira estéril da parábola é a exemplificação de todas essas manifestações anômalas que se desdobram às nossas vistas.
Para não sair do tem em que devemos permanecer e constitui o objeto deste livro, vamos comparar a figueira estéril com as ciências humanas e as religiões sacerdotais.
À primeira vista, não parece ao leitor que a parábola se adapta perfeitamente a estas manifestações do pensamento absoluto e autoritário?
Vemos uma árvore, reconhecemos nessa árvore uma figueira; está bem entroncada, bem enfolhada, bem adubada, vamos procurar figos e nem uma fruta encontramos!
Vemos uma segunda "árvore", que deve ser a da vida, reconhecemos nela uma religião que já permanece há muitos anos em vem sendo transmitida de geração a geração; procuramos nela verdades que iluminem, consolos que fortifiquem, ensinos que instruam, fatos que demonstrem, e nada disso achamos, a despeito da grande quantidade de adubo que lançam em redor dessa mesma "árvore"!
O que falta ao Catolicismo Romano para assim se encontrar desprovido de frutos? Falta-lhe porventura igrejas, fiéis, dinheiro, livros, sabedoria?
Pois não tem eles seus sacerdotes no mundo todo, suas catedrais pomposas, seus templos?
Não tem ele com o seu papa a maior fortuna que há no mundo, completamente estéril, quando deveria converter esse tesouro, que os ladrões alcançam, naquele outro tesouro do Evangelho, inatingível aos ladravazes e aos vermes? Não tem ele milhões e milhões de adeptos que sustentam toda a sua hierarquia?
Por que não pode a Igreja dar frutos demonstrativos do verdadeiro amor, que é imortal? Por que não pode demonstrar a imortalidade da alma, que é a melhor caridade que se pode praticar?
E o que diremos dos seus ensinos arcaicos e irrisórios, semelhantes às folhas enferrujadas de uma figueira velha? Do seu dogma do Inferno eterno; do seu artigo de fé sobre a existência do diabo; do seus sacramentos e mistérios tão caducos e absurdos, que chegam a fazer de Deus um ente inconcebível e duvidoso?!
E assim como é a religião, é a ciência de homens, desses mesmos homens que, embora completamente divergentes dos ensinos religiosos dos padres, por preconceitos e por servilismo andam com eles de braços dados, como se cressem na "fé" pregada pelos sacerdotes! Essa ciência terrena que todos os dias afirma e todos os dias se desmente!
Essa ciência que ontem negou o movimento da Terra e hoje o afirma; que preconizou a sangria para depois condená-la, que proclamou as virtudes do emérito para anos depois execrá-lo como um deprimente; que hoje, de seringa em punho, transformou o homem num laboratório químico, para, amanhã dou depois, condenar como desumano esse processo!
E o falta à Ciência para solucionar esse problema da morte, que lhe parece como fantasma funesto? Falta-lhe-á "adubo"? Mas não estão aí tantos sábios? Não tem ela recursos disponíveis para investigação e experiência? Não lhe aparecem a todos os momentos fatos e mais fatos de ordem supramateriais, meta-materiais para serem estudados com métodos?
Senhor! Está vencido a ano que concedestes para que cavássemos em roda da "árvore" e deitássemos adubo para alimentar e fortificar suas raízes! Ela não dá mesmo frutos e os adubos que temos gasto só tem servido para tornar a árvore cada vez mais frondosa e enfolhada, prejudicando assim o já pequeno espaço de terreno! Manda cortá-la e recomenda as raízes! Ela ocupa terreno inutilmente.
Em três dias faremos nascer em seu lugar uma que preencha os seus fins, e tantos serão seus frutos que multidão que nos rodeia não vencerá apanhá-los!

***

A esterilidade é mal incurável, que se manifesta nas coisas físicas e metafísicas. Há pessoas que são estéreis em sentimentos afetivos, outras em atos de generosidade, outras o são para as coisas que afetam a inteligência. Por mais que se ensinem, por mais que se exaltem, por mais que se ilustrem, as mesmas permanecem como a figueira da parábola: não há esterco, não há adubos, não há orvalho, não há água que se façam frutificar! Estas, só o fogo tem poder sobre elas!

Extraído do livro Parábolas e Ensinos de Jesus - Caibar Schutel

A Parábola da Figueira Estéril é uma parábola contada por Jesus no Novo Testamento e encontrada apenas em Lucas 13:6-9. A parábola envolve uma figueira, assim como a Parábola da Figueira, e elas não devem ser confundidas.

Parábola da figueira estéril – Wikipédia, a enciclopédia livre


https://pt.wikipedia.org/wiki/Parábola_da_figueira_estéril

Narrativa bíblica

Em Lucas, a parábola segue:
«E passou a narrar esta parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha; e indo procurar fruto nela, e não o achou. Disse então ao viticultor: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; para que ocupa ela ainda a terra inutilmente? Respondeu-lhe ele: Senhor, deixa-a este ano ainda, até que eu cave em derredor, e lhe deite estrume; e se no futuro der fruto, bem; mas, se não, cortá-la-ás.» (Lucas 13:6-9)

Interpretação

Nesta parábola, o proprietário é geralmente considerado como a representação de Deus, o jardineiro (agricultor), Jesus.[1] As figueiras foram muitas vezes plantadas nos vinhedos.[2]
A figueira era um símbolo comum para Israel, e também pode ter esse significado aqui,[1] ou a árvore da parábola pode referir-se à liderança religiosa. Em ambos os casos, a parábola reflete Jesus oferecendo a seus ouvintes uma última chance para o arrependimento. O período de tempo limitado mencionado proporciona uma urgência escatológica.[2]
A parábola tem sido ligada ao milagre da maldição da figueira. O teólogo inglês Richard Whately, comentou que esta parábola "é uma das quais nosso Senhor pode ter dito antes de colocar os seus ouvintes por duas vezes, uma vez nas palavras, uma vez em ação".
 













Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por sua mensagem. Será publicada após aprovação.