quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Parábola da Rede

"Finalmente, o Reino dos Céus é semelhante a uma rede que foi lançada ao mar e apanhou peixes de toda espécie; e depois de cheia os pescadores puxaram-na para a praia; e sentados, puseram os bons em cestos, mas deitaram fora os ruins. Assim será no fim do mundo; sairão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e lançá-los-ão na fornalha do sofrimento; ali haverá choros e ranger de dentes". (M, 13:47-50)

O sentido da parábola é este:
o fim do mundo é o característico dos tempos em que estamos, destes tempos em que a própria fé é encontrada com muita dificuldade nos corações; tempos em que a lealdade, a sinceridade, a verdadeira afeição, o amor, a verdade, andam obscurecidas nas almas; tempos de discórdias, de ódio, de confusão tal, que até os próprios "escolhidos" periclitam (*).
É o fim do mundo velho, é o advento do mundo novo; é uma fase que se extingue para dar lugar a outra que vem nascendo.
Não é o fim do  mundo, com alguns o têm entendido, mas, sim, o fim dos costumes com os seus usos, suas praxes, seu convencionalismo, sua ciência, sua filosofia , sua religião.
É uma fase do nosso mundo, que ficará gravada nas páginas da História com letras indeléveis, encerrando um ciclo de existência da Humanidade e abrindo outra página em branco mas trazendo no alto o novo programa de vida.
A rede cheia de peixes de toda a espécie representa a Lei Suprema, que ministrada a todos, sem exceção, sejam gregos ou gentios, vem trazendo ao Tribunal de Cristo gente de toda a espécie, bons, medianos e maus, para serem julgados de acordo com as suas obras.
Os anjos são os Espíritos Superiores, a quem está afeto o  poder do julgamento, a fornalha de dor é o símbolo dos mundos inferiores, onde os  maus têm de se depurar entre lágrimas e dores, para atingirem uma esfera melhor,
Contudo, não se julgue que esta parábola seja para os "outros", que não os espíritas, ou os crentes no Espiritismo, demais, pois que se acham dentro da rede tecido pela pregação dos Espíritos no mundo todo.
Quer dizer que não vale só conhecer, é preciso também praticar; não vale estar dentro da rede, é indispensável ser bom!
Os que conhecem o amor e não têm amor; os que exigem a lealdade e a sinceridade, mas não as praticam; os que clamam por indulgência e não são indulgentes; os que anunciam a humildade, mas se elevam aos primeiros lugares, deixando o banco do discípulo para se sentarem na cadeira do mestre; todos estes, e ainda mais os perjuros, os convencionalistas, os tíbios e os subservientes, não poderão ter cotação dos bons, dos humildes, dos que têm o coração reto, dos que cultivam o amor pelo amor, a fé pelo seu valor progressivo, e trabalham pela verdade para terem liberdade.
A Parábola da Rede é a última da série das sete parábolas que o Mestre propôs a seus discípulos; por isso o apóstolo, ao publicá-la no seu Evangelho, conservou a expressão que Cristo lhe deu ao propô-la:
Finalmente: Ela é a chave com que Jesus quis fechar naqueles corações o ensino alegórico que lhes havia transmitido, ensino bastante explicativo do Reino dos Céus com todas as suas prerrogativas.

(8) Entende-se por "escolhido" aquele que, pela vivência cristã já se libertou em grande parte do Reino do Mundo; não obstante periclita, ainda pode cair, donde a advertência do apóstolo Paulo: "Aquele pois que cuida estar em pé, olhe não caia". (I Cor, 10:12).

Extraído do livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Caibar Schutel










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