quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PARÁBOLA DO SEMEADOR

Afluindo uma grande multidão e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse Jesus em parábola:

"Saiu o semeador para semear a sua semente. E quando semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do Céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque não havia umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e com elas cresceram os espinhos, e sufocaram-na. E outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a conto por um. Dizendo isto clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

Os seus discípulos perguntaram-lhe o que significava esta parábola. Respondeu-lhe Jesus: A vós vos é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala em parábolas, para que vendo não vejam; e ouvindo não entendam".(Mt, 13:1-9 Mc, 4:1-9 Lc, 8:4-15) 

O sentido da parábola é este:
"A semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são os que tem ouvido; então vem o diabo e tira a palavra dos seus corações, para que não suceda que, crendo, sejam salvos. Os que estão sobre a pedra são os que, depois de ouvirem, recebem a palavra com gozo; estes não tem raiz e crêem por algum tempo, mas na hora da provação voltam atrás. A parte que caiu entre os espinhos, estes são os que ouviram, e, indo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e deleites da vida e o seu fruto não amadurece. E a que caiu na boa terra, estes são os que, tendo ouvidos a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão frutos com perseverança".
(Mt, 13:1-9 Mc, 4:1-9 Lc, 8:4-15) 

A Parábola do Semeador é a parábola das parábolas sintetiza os caracteres predominantes em todas as almas, ao mesmo tempo que nos ensina a distingui-las pela boa ou má vontade com que recebem as novas espirituais.
Pelo enredo do discurso vemos aqueles que em, face da palavra de Deus, são "beiras de caminho" onde passam todas as idéias grandiosas com gentes na estradas, sem gravarem nenhuma delas; são "pedras" empenetráveis às novas idéias aos conhecimentos liberais; são "espinhos"que sufocam o crescimento de todas as verdade, como essas plantas espinhosas que estiolam e matam os vegetais que tentam crescer nas sua proximidades.

Mas se assim acontece para o comum dos homens, como para a grande parte da terra improdutiva, que faz parte do nosso mundo, também se distingue, dentre todos, uma plêiade de espíritos de boa vontade, que ouvem a palavra de Deus, põe-na por obra, e dessa semente bendita resulta tão grande produção que se pode contar a "cento por uma".

De maneira que a "semente" é a palavra de Deus, a lei do amor que abrange a Religião e a Ciência, a Filosofia e a moral, inclusive os profetas" e se resume no ditame cristão "Adora a Deus e faze o bem até que aos teus próprios inimigos.

A palavra de Deus, a "semente", é uma só, quer dizer é sempre a mesma que tem sido apregoada em toda parte, desde que o homem se achou em condições de recebê-la. E se ela não atua com a mesma eficácia em todos, deriva esse fato da variedade e da desigualdade de Espíritos que existem na Terra; uns mais adiantados, outros mais atrasados; uns propensos ao bem, à caridade, à liberalidade, à fraternidade, outros propensos ao mal, ao egoísmo, ao orgulho, apegados aos bens terrenos, às diversões passageiras.

A terra que recebe as sementes, representa o estado intelectual e moral de cada um: "beira do caminho, pedregal, espinhal e terra boa".

Acresce ainda que nem todos os pregoeiros da palavra a apregoam tal com ela é, em sua simplicidade e despida de formas enganosas. Uns revestem-na de tantos mistérios de tantos dogmas, de tanta retórica; ornam-na com tantas flores que, embora a "palavra permaneça", fica obscurecida, enclausurada na forma, sem que se lhe possa ver o fundo, o âmago, a essência!

Muitos a pregam por interesse, como o "mercenário que semeia"; outros por  vanglória, e, grande parte, por egoísmo.

Nestes casos não dissipam as trevas, mas aumentam-nas; a palavra, mas dela fazem um instrumento para receber ouro e glórias.

Para pregar e ouvir a palavra, é preciso que não a rebaixemos, mas a coloquemos acima de nós mesmos; porque aquele que despreza a palavra, anunciando-a ou ouvindo-a, despreza o seu instituidor, e como disse ele: "Quem me despreza e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a palavra que falei, esta o julgará no último dia:
  Sermo, quem locutus sum, ille judicabit eum im novissimo dia". (Jo 12:48).

Que belíssimo quadro apresenta-se às nossas vistas, quando, animados pelo sentimento do bem e da nossa própria instrução espiritual, lemos, com atenção, a Parábola do Semeador! À ordinária figura do excelso semeador, o maior exemplificador do amor de todas as idades, e aquele monumental sermão ressoa aos nossos ouvidos, convidando-nos à prática das virtudes ativas, para o gozo das bem-aventuranças eternas!

O Espiritismo, Filosofia, Ciência, Religião, independente de todo e qualquer sectarismo, é a doutrina que melhor nos põe a par de todos esses ditames, porque, ao lado dos salutares ensinos, faz realçar a sobrevivência humana, base inamovível da crença real que aperfeiçoa, corrige e felicita!

Que os seus adeptos, compenetrados dos deveres que assumiram, semelhantes aos semeador, levem a todos os lares e plantem em todos os corações, a semente da fé que salva, erguendo bem alto essa luz do Evangelho, escondida sob o alqueire dos dogmas e dos ensinos que tanto têm prejudicado a Humanidade!

Extraído do livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Caibar Schutel


A Parábola do Semeador é uma das parábolas de Jesus encontradas nos três evangelhos sinópticos (Mateus 13:1-9, Marcos 4:3-9 e Lucas 8:4-8) e no apócrifo Evangelho de Tomé.

Parábola do Semeador – Wikipédia, a enciclopédia livre


https://pt.wikipedia.org/wiki/Parábola_do_Semeador


Narrativa bíblica

No Evangelho de Mateus, a narrativa é:
«Naquele dia saindo Jesus de casa, sentou-se junto ao mar; chegaram-se a ele grandes multidões, de modo que entrou numa barca e se assentou; e todo o povo ficou em pé na praia. Muitas coisas lhes falou em parábolas, dizendo: O semeador saiu a semear. Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram-na. Outra parte caiu nos lugares pedregosos, onde não havia muita terra; logo nasceu, porque a terra não era profunda e tendo saído o sol, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. Outra caiu na boa terra e dava fruto, havendo grãos que rendiam cem, outros sessenta, outros trinta por um. Quem tem ouvidos, ouça.» (Mateus 13:1-9)
No Evangelho de Marcos:
«Ouvi. O semeador saiu a semear; quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram-na. Outra parte caiu nos lugares pedregosos, onde não havia muita terra; logo nasceu, porque a terra não era profunda, e tendo saído o sol, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram, e sufocaram-na, e não deu fruto algum. Mas outras caíram na boa terra e, brotando e crescendo, davam fruto, um grão produzia trinta, outro sessenta e outro cem. Disse: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.» (Marcos 4:3-9)
No Evangelho de Lucas:
«Afluindo uma grande multidão e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse Jesus em parábola: Saiu o semeador para semear a sua semente. Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque não havia umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na. Outra caiu na boa terra e, tendo crescido, deu fruto a cento por um. Dizendo isto, clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.» (Lucas 8:4-8)

Comparação entre Evangelho de Tomé e os Evangelhos Sinópticos

O trecho em Tomé é:
9. Disse Jesus: Saiu o semeador. Encheu a mão e lançou a semente. Alguns grãos caíram no caminho; vieram as aves e os cataram. Outros caíram sobre os rochedos; não deitaram raízes para dentro da terra nem mandaram brotos para o céu. Outros ainda caíram entre espinhos, que sufocaram a semente e o verme a comeu. Outra parte caiu em terra boa, e produziu fruto bom rumo ao céu; produziu sessenta por uma, e cento e vinte por uma.
 
O Evangelho de Tomé, como de costume, não fornece qualquer contexto narrativo, nem qualquer explicação, mas nos sinópticos essa parábola aparece como parte de um conjunto proferido por Jesus enquanto ele estava em um barco à beira de um lago. A parábola fala de sementes que foram irregularmente dispersas, algumas caindo na estrada e conseqüentemente, foram consumidas por aves, algumas caindo sobre a rocha e foram incapazes de se enraizarem, e alguns caindo nos espinhos, que sufocaram a semente e os vermes comeram. Foram, de acordo com a parábola, apenas as sementes que caíram em boa terra que foram capazes de germinar, produzindo uma safra de trinta, sessenta ou até cem vezes mais, do que havia sido semeada.
Embora o Evangelho de Tomé não explique a parábola de forma alguma, os sinópticos dizem que os discípulos não entenderam e questionaram por que Jesus estava ensinando através de parábolas, e também que Jesus esperou até muito mais tarde, após a multidão ter saído, antes de explicar o motivo das parábolas, dizendo aos seus discípulos:
«A vós vos é dado o mistério do reino de Deus; mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas, para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam, para que não suceda que se convertam e sejam perdoados.» (Marcos 4:11-12)

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