domingo, 5 de novembro de 2017

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA LIVRO 4 CAP 3 – MONOTEÍSMO – POLITEÍSMO – DUALISMO MONISMO - PANTEÍSMO - DEISMO


BIBLIOGRAFIA
DICIONÁRIO DE FILOSOFIA – Nicola Abragnano – Edit. Martins Fontes
CONVITE A FILOSOFIA – Marilena Chauí – Edit. Ática
O PENSAMENTO FILOSÓFICO DA ANTIGUIDADE – Huberto Rohden – Ed. Alvorada

REFLEXÃO
FILHOS OU CRIATURAS DE DEUS?
Filhos são aqueles gerados pelo pai. É assim que funciona a lei biológica. É a creação
Um quadro ou uma escultura é a obra do artista. É a criação.
E nós, espíritos?
Os espíritos foram gerados pelo Pai ou foram por Ele criados?

1ª PARTE: OBJETIVO DESTA AULA
Esta aula tem por objetivo o aprofundamento dos conceitos de Monoteísmo, Politeísmo, Dualismo, Monismo, Panteísmo e Deismo. Entendemos que esses conceitos nos levarão a compreensão maior do espectro religioso existente no mundo.

2ª PARTE: INTRODUÇÃO
A doutrina espírita é Dualista ou Monoteísta?
Kardec afirma que a doutrina não é Panteísta.
Podemos dizer que ela esta mais para Monista ou Deista?
Todas essas questões podem nos embaraçar e nos trazer sentimentos dos mais diversos, entre os quais: - esse assunto é por demais complicado e vivo muito bem sem isto; - vou continuar fazendo a caridade pois estou convicto que este é o caminho correto.

O conhecimento, a intelectualidade irá nos auxiliar justamente na hora em que a convicção sofra algum abalo de credibilidade.

Esta aula pretende mostrar as diferentes considerações das culturas diversas como as também estudadas e defendidas por líderes religiosos, por teólogos e filósofos das mais diferentes épocas a respeito de Deus, pois este é o conceito de todas as crenças e religiões.

Vamos entender os conceitos visto que eles expõem formas de entendimento da divindade.

3ª PARTE: POLITEÍSMO
O Politeísmo se caracteriza como a linha religiosa onde existem vários deuses, alguns bons, outros maus e outros podendo ser ora bons e ora maus

Convém entendermos o termo PAGÃO criado no seio da Igreja Romana para identificar até pejorativamente, aqueles que não adoravam o mesmo deus que os cristãos e os judeus. Assim, os gregos, os egípcios, os babilônios, os persas, os hindus e mesmo os índios e nativos da África eram e
são considerados pagãos. Os heréticos também passavam a ser considerados pagãos.

O politeísmo, porém, deve ser entendido como sendo uma divindade compartilhada por um
número indefinido de entes. Os diferentes deuses são como os atributos da divindade maior.

4ª PARTE: MONOTEÍSMO
No Monoteísmo a divindade é una, é o deus único. Todas as qualificações em seu grau máximo,
ou infinito estão a ele atribuídos. Em algumas religiões o mesmo deus é tanto bom quanto mau. No
Judaísmo, Cristianismo e Islamismo a divindade é o bem e o mal provém das entidades demoníacas,
inferiores a divindade e em luta contra ela.
No Monoteísmo há uma distinção entre o Criador e a Criação. Ele a cria. No cristianismo, Deus
partilha sua divindade com Jesus e com o Espírito Santo. Diz-se que estas são suas formas de
manifestação.

Rohden enfatiza o uso de Creador em vez de Criador pois aquele gera e este cria.


5ª PARTE: DUALISMO
As religiões dualistas são aquelas que admitem duas divindades antagônicas, a do Bem e a do
Mal, que não cessam de combater-se

Tiveram sua origem na Pérsia, no Mazdeismo com Zoroastro sendo seu principal difusor. Esta
doutrina teve forte influencia no Judaísmo e conseqüentemente no Cristianismo e Islamismo. Estes
porém colocando a divindade maligna em nível inferior ao seu deus.

Teremos em aulas posteriores um estudo mais aprofundado sobre a doutrina do bem e do mal.

O termo dualismo adquire porém outros significados. Entre eles destacamos aquele que admite
a existência de duas substancias componentes do Universo: a substancia material e a substancia
espiritual. Este sentido de dualismo nasceu com Descartes quando cria a Res Cogitans (a coisa
pensante ou a substancia espiritual) e a Res Extensa (a substancia material).

6ª PARTE: MONISMO
O Monismo pode ser descrito como sendo o monoteísmo onde a divindade gera as suas criaturas como se fosse um pai biológico ao gerar seus filhos. A semente provem dele.

Rohden afirma que o verdadeiro Monoteísmo culmina logicamente em Monismo, ainda segundo
ele, o monoteísmo admite um só Deus, mas, não considera Deus como a única realidade e assim
também confirma o monismo. Para o monoteísta o mundo foi creado do nada, ao passo que para o
monista, o mundo veio do Todo, isto é, de Deus, o Espírito Universal, a única realidade.

Ressalte-se que o Monismo difere do Panteísmo, pois este não admite as duas realidades.

Alem de Rodhen, Pietro Ubaldi é um monista de renome.

7ª PARTE: PANTEÍSMO
Panteísmo é a doutrina segundo a qual deus é a natureza do mundo identificando a causalidade
divina como sendo a causalidade natural. Segundo esta doutrina o homem como ser, provém do todo
universal e após sua morte física retorna ao todo novamente.

O Panteísmo, na realidade nasce com Heráclito, passando pelos estóicos e por Plotino,
atingindo seu auge na modernidade com Spinoza.

O Panteísmo afirma a imanência (Deus estar em todas as criaturas), mas nega a transcendência
de Deus.

8ª PARTE: DEISMO TEISMO
O Deismo segundo o Dicionário de Filosofia é a doutrina de uma religião natural ou racional não
fundada na revelação histórica, mas na manifestação natural da divindade a razão do homem.

Entendemos por Revelação Histórica aquela feita por alguns membros agraciados de uma determinada comunidade cuja tarefa é encaminhar essa comunidade a salvação.

O Deísmo é proveniente do Iluminismo por isso esse apego ao racional. Ele surgiu na Inglaterra
e difundiu-se pela França, Alemanha e Itália. Na França com Voltaire sofreu pequena alteração e
passou-se a chamar Teísmo. A diferença básica entre estes dois termos é que deismo caracteriza pela
busca de Deus pelo homem e o teismo é o sentido inverso, ou seja, a revelação de Deus ao homem.

As teses fundamentais do Deísmo são:
1- a religião não pode conter nada de irracionalidade
2- a verdade da religião revela-se a razão
3- a revelação histórica é supérflua
4- as crenças da religião natural são poucas e simples, p. ex.: existência de deus, governo divino
do mundo, retribuição do bem e do mal em vida futura.

9ª PARTE: CONCLUSÃO
Após o entendimento dos conceitos elucidados nesta aula podemos dizer que a doutrina espírita
pode ser considerada Monoteísta, Deista e Dualista no sentido cartesiano, ou seja, o Universo é
composto de duas substancias: a material e a espiritual.

Ressalta-se igualmente que este estudo dá uma continuidade ao estudo de Deus e neste ressalta-se quatro enfoques distintos, ou seja:
1- Deus e o Mundo – visão segundo a qual, Deus é o creador, a causa primeira da existência de
tudo
2- Deus e o Mundo Moral – visão que Deus é a virtude em seu grau máximo, é o Bem natural
3- Deus e a Divindade – trata da sua relação consigo mesmo, ou seja, sua partição nas demais
divindades
4- A Revelação de Deus – visão das formas de acesso a Deus, como Ele se comunica ou como se
chega a Ele

Finalmente, o estudo desta aula nos remete a uma compreensão maior de como os povos e suas diferentes concepções da divindade se relacionam com ela. Faz-nos refletir sobre o orgulho que
poderá advir quando uma comunidade se diz herdeira ou escolhida da verdade divina, proclamando
assim a sua forma como a correta de adorar ao Creador.
Alan Krambeck

10ª PARTE – MÁXIMA / LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA PRÓXIMA AULA
Próxima aula:
Livro 4 – Cap.4 - A Evolução das Religiões (do Totemismo a Espiritualização)
Leitura:
O ESPÍRITO E O TEMPO - J. Herculano Pires - Edit. FEESP.

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